Pessoas tem me escrito ou telefonado para saber notícias do meu pai e da minha mãe Maria Aparecida.
Ambos estão vivos, mas não estão bem.
Minha mãe, com quase 87 anos, sofre as sequelas de um AVC que a atingiu há mais de dez anos. Está acamada, não fala, nem se movimenta - fruto de uma paralisia do lado esquerdo - e alimenta-se por sonda naso-gástrica, mas está sendo bem tratada, não sente dores e, aparentemente, não está deprimida. Sua diabetes tem sido difícil de controlar, e sua saúde é mantida através de vários medicamentos.
Meu pai, que completará 90 anos em 2017, sofre bastante os efeitos progressivos do Mal de Parkinson que o atinge há mais de 15 anos. Não consegue andar sem ajuda de alguém, tem dificuldades para falar, sua memória, tanto recente quanto antiga, está muito fraca. Parou de fazer suas leituras diárias (jornais, Bíblia) e parou de escrever pela dificuldade de concentrar-se. Para ele, manter uma conversa é difícil porque não consegue fazer o encadeamento de pensamento. Está muito deprimido. Sua saúde geral é boa, apesar da doença, exceto por um problema de retorno linfático, que tem causado um inchaço incômodo na parte inferior das pernas e tem exigido medicamento específico.
Ambos residem em uma excelente clínica de tratamento de idosos, de propriedade de um médico geriatra, professor da faculdade de Medicina local.
Agradeço o interesse e amizade demonstrado pela pessoas que escrevem e/ou telefonam. Alguns pensam em fazer uma visita. Caso desejem, serão bem-vindos, mas pouco significará para eles, em virtude da memória enfraquecida.
Obrigado,
Rubens Osorio (o filho)
Reflexões do Pastor Rubens Osorio (o pai)
Durante + de 50 anos de ministério, o pastor Rubens Pires do Amaral Osório reuniu grande quantidade de escritos para sermões, aulas em Escola Dominical e Seminários. Membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, aos 83 anos, mora hoje em Sorocaba - SP. com sua esposa M. Aparecida. Tem dois filhos e quatro netos.
quarta-feira, novembro 02, 2016
quinta-feira, abril 17, 2014
A Linda História do CEPHAS
Foi em 1981 que Deus
iniciou a linda história do CEPHAS. A iniciativa foi claramente de
Deus. Dois cristãos presbiterianos que moravam no “Conjunto
Habitacional Castelo Branco”, pertencente à COHAB, Orlando
Fogaça – membro da Igreja Presbiteriana de Osasco, da qual eu
era pastor – e Job Paulo de Oliveira – da 1a. Igreja
Presbiteriana de Carapicuíba, por mim iniciada na década de 60 –
me procuraram com a informação de que havia lá um terreno com uma
placa informando: “Terreno Reservado para uma Igreja Ecumênica”,
e sugeriam: “Não poderíamos obter da COHAB esse terreno para
construir lá uma Igreja?”. Respondi: “Vale a pena
tentar”.
Marcamos um dia,
agendamos com o secretário do Dr. José Celestino, presidente
da COHAB. Apresentamo-nos, ele então contou que estudara no
Mackenzie; era um importante ponto de contato. Esclareceu-nos que
eram 2 terrenos, mas a COHAB não sabia como ou a quem vendê-los.
Marcou uma nova audiência, mas avisou que as entidades que ficassem
com os terrenos deveriam realizar ali serviços sociais, pois esse
era o objetivo da COHAB. Respondemos que à igreja também cabiam
serviços sociais.
No novo encontro,
estavam além de nós, um padre de uma missão alemã, um pastor
batista e um pentecostal. Informou-nos que a COHAB decidira doar os
terrenos a 2 entidades que apresentassem os melhores projetos. Houve
um edital. Procurei uma assistente social evangélica para nos
orientar. No dia marcado comparecemos com o projeto. Surpresa: o
pastor pentecostal fora assassinado em um assalto, o pastor batista
desistira e comprara outro terreno. Dois terrenos e 2 pretendentes.
Nosso projeto foi aprovado. Ficamos com o terreno maior, e regular,
de 50m X 40m, na avenida Amazonas e a missão católica com o terreno
mais no centro do njunto habitacional, em ponto mais elevado.
Tínhamos 6 meses para começar as obras e dezoito para terminar e
iniciar as atividades.
A igreja de Osasco
adquiriu os blocos estruturais necessários, que dispensavam reboco e
possibilitavam colunas de concreto embutidas nos blocos.
Conseguimos com o
Mackenzie tábuas que haviam sido usadas em suas construções no
Guaporé. Parte delas foi usada para construir um barracão que
serviu como depósito, como residência da família do zelador e
também serviu para iniciar quase imediatamente uma Escola Dominical.
Precisávamos de um
pedreiro e não encontrávamos. Foi quando o irmão Gentil Reis
Bragança veio de Minas Gerais com a família à procura de
trabalho e o contratamos. Ele era o único pedreiro e seus filhos
adolescentes, Eder e Nilson, foram seus ajudantes. Seu
cunhado, o presbítero Samuel Alves Fernandes ensinou-o a
trabalhar com as ferragens.
Conseguimos a
terraplanagem com a Prefeitura de Carapicuíba e comunicamos à COHAB
que iniciaríamos as obras dentro do prazo. Um engenheiro amigo
projetou o prédio; meu sobrinho, o engenheiro Raymundo Poleti
Osorio assinou o projeto e ficou responsável pela obra.
Começamos a solicitar
ofertas de amigos, parentes e irmãos em Cristo para construir um
prédio de 600 m2 e outro de 110 m2.
As ofertas chegaram
sempre “em cima da hora”.
Empresas diversas
doaram materiais: a “Hervy” nos deu todos os aparelhos
sanitários tanto para adultos como os próprios para crianças. A
“Casa Albano” nos “vendeu” todas as portas internas de
madeira por apenas Cr$ 1,00 cada; outra empresa nos doou toda a
fiação elétrica, comutadores e tomadas; outra nos deu os
chuveiros,e assim foi até o fim das obras.
Um casal se encarregou
de colocar o piso de cimento. Quando faltava o “acabamento”,
procurei o empresário Fuad Chucre para pedir ajuda. Ele quis
ir na mesma hora conhecer nosso prédio. Ficou entusiasmado: faltava
a colocação dos vidros nas janelas e outros acabamentos diversos.
Disse-me: “Pastor, reúna 10 homens da igreja que trarei dez
amigos meus”. Passamos alguns sábados trabalhando e ele mesmo
preparava um churrasco custeado por ele. Chamou um vidraceiro e pagou
pela colocação de todos os vidros nas janelas.
Começamos a receber
uma verba mensal da “Visão Mundial” e mais tarde, da LBA.
Os pais das crianças contribuíam conforme suas possibilidades.
Outra providência de
Deus: estava eu um dia no escritório do pastor da I. P. da Lapa,
Rev. Jonas Gonçalves, quando uma funcionária do restaurante
central da USP, membro da congregação do Rio Pequeno, perguntava,
pelo telefone, se interessava para a creche da igreja sobras de
alimentos, mas seria necessário ir buscar diariamente. O pastor
respondeu que não, por falta de transporte; e então lembrou-se de
me perguntar se o oferecimento interessava ao CEPHAS. “Sim”,
foi minha pronta resposta, e passei a buscá-la em meu carro, um
Volkswagen TL no qual mandei instalar um bagageiro no teto. Durante
cerca de 10 anos fomos buscar esses alimentos, quase 200 kg em média,
por dia. Toda noite, um grupo de senhoras distribuía os alimentos às
famílias que faziam fila na rua.
Depois de 10 anos o
CEPHAS passou esses alimentos para a Igreja P. I. de Boaçava, que
fez um importante trabalho junto a moradores de rua e pessoas
carentes.
A congregação, que se
iniciara no barracão de madeira, passou a usar o salão social e
algumas salas para realizar a Escola Dominical e os cultos. A E. D.
Chegou a ter 110 matriculados – crianças, jovens e adultos. O
número de membros comungantes chegou a 70 em 1998.
Realmente, “grandes
coisas fez o Senhor por nós”
Mas não podemos deixar
de referir que durante todo o tempo houve também momentos amargos e
lutas desagradáveis, porque Satanás não assiste a tudo impassível.
Não, ele sempre procura colocar pedras de tropeço, inclusive
personalismos e mentiras; ele semeia o joio que precisa com muito
cuidado ser erradicado, e assim aconteceu.
Na seara do Senhor não
há lugar para vaidade, egolatria e mercenarismo. Então é
necessário, muitas vezes, travar lutas amargas. Também nessas
situações “grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso
estamos alegres” - Sl 126.3.
terça-feira, agosto 31, 2010
A Bíblia
O que é a Bíblia? - A Palavra de Deus. Deus nos fala através dela.
Seu conteúdo: o plano de Deus para salvação do homem.
O que ela relata:
1. Não lendas nem fábulas, mas fatos - o que Deus fez através dos tempos.
2. A História do ser humano em sua relação com Deus: sua origem, sua queda, seus feitos - o 1º casal, como se expandiu na Terra (Caim vai para a terra de Nod com sua mulher); a humanidade se corrompe e é consumida no dilúvio. A nova descendência de Noé - Sem, Cam e Jafé. A “torre de Babel”. A história do pecado se repete.
3. O pacto da obediência é quebrado pelo homem, mas Deus mantém o pacto da graça.
4. Nova intervenção de Deus formando um povo Seu - com Abrão e sua família.
5. Desenrola-se a História de Israel. Os descendentes espirituais de Abraão são todos os que creem nas promessas de Deus.
Métodos para se ler a Bíblia
1. Ler continuadamente, de Gênesis até Apocalipse.
2. Ler continuadamente, começando pelo Novo Testamento e depois o Antigo Testamento.
3. Ler 3 capítulos cada dia, de 2a. feira a sábado, e 5 capítulos no domingo, para ler a Bíblia toda em 1 ano.
4. Ler a Bíblia procurando as passagens indicadas no rodapé ou junto dos títulos dos assuntos, contidos nas edições “Corrigida” e “Atualizada” ou “NVI” no Novo Testamento, observando os pequenos números contidos nos versículos e procurando os textos paralelos no rodapé, para lê-los.
5. Ler os textos conforme o interesse da ocasião: estudo de determinados assuntos, e necessidades ocasionais.
Princípios de Hermenêutica (para ter um correto entendimento dos textos bíblicos)
1. A Bíblia é sua própria intérprete. Cada texto deve ser entendido à luz de seu contexto. Em outras palavras: um texto bíblico esclarece outro, pois eles se completam.
2. Entender cada livro e cada escritor no contexto histórico e social em que se encontrava quando escreveu. Precisamos saber o que o escritor quis nos ensinar - seu objetivo.
Dados importantes sobre a Bíblia
Em quantas parte se divide: Antigo e Novo Testamentos, com 39 e 27 livros, respectivamente.
Quem os escreveu: mais de 40 escritores, desde Moisés, os historiadores, os profetas, os salmistas e os apóstolos. Porém, o Autor é um só, o Espírito Santo de Deus - 1Pe 1.21; 2Tm 3.16.
Como se classificam os livros da Bíblia.
1. Livros da Lei - de Gênesis até Deuteronômio (os 5 livros de Moisés, ou Pentatêuco).
2. Livros históricos - são 12, de Josué a Ester.
3. Livros poéticos (na forma hebraica) - são 5, de Jó a Cântico dos Cânticos (Cantares).
4. Livros proféticos: os 5 maiores, de Isaías a Daniel e os 12 menores, de Oséias a Malaquias.
5. Livros biográficos (que contam a vida de Jesus Cristo) - de Mateus a João.
6. Histórico do Novo Testamento: Atos dos Apóstolos.
7. Epístolas: paulinas (autoria de Paulo) - são 13, de Romanos a Filemon.
7a. Epístolas gerais - são 8, de Hebreus a Judas.
8. Profético do Novo Testamento: Apocalipse (Revelação).
40 escritores aproximadamente escreveram através de 16 séculos, 66 livros - grandes e pequenos, desde o Livro de Salmos, o maior, até o menor, a 3a. carta de João (ver o índice da Bíblia).
Entretanto, precisamos conhecer a própria Bíblia lendo-a devocionalmente, para nossa edificação pessoal (lendo e meditando sobre o seu ensino), e não apenas conhecer dados sobre a Bíblia- Sl l.2, 119.8-11, 86.11; 2Tm.16-17.
sexta-feira, agosto 27, 2010
O pastor, hoje
TEOLOGIA PASTORAL
(Pastor ou empresário? Pastor ou Executivo?)
“O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10.11).
“De boa vontade gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas” (2Co 12.15).
Aprendi nas Escrituras e no Seminário Presbiteriano de Campinas-SP, há mais de 50 anos, que pastor é aquele que, tendo sido chamado por Deus, dedica a sua vida a cuidar do rebanho de Cristo- “Apascenta as Minhas ovelhas” (Jo 21.16). É aquele que ama a Deus acima de tudo e seus irmãos na fé. “Se alguém não ama ao seu irmão, a quem vê, como amará a Deus a quem não vê?” (1Jo 4.20)
Aprendi que pastor é aquele que com convicção abraça a missão de pregar o Evangelho, pelo ideal de levar pessoas à salvação -"Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” É aquele que “tendo sustento e com que cobrir-se ‘está contente’ (1Tm 6.8). É aquele que está disposto sempre a ir aonde Deus o mandar, e a pregar aquilo que o Senhor ordenar (Jr 1.7).
É aquele que serve a Deus por ideal e altruísmo e não por torpe ganância (1Pe 5.2). É aquele que não se ufana de si mesmo, mas tem consciência de que em si mesmo nada é? (“Miserável homem que sou! - Rm 7.24). É aquele que "não busca seus próprios interesses” (1Co 13.5).
Porém, pastores assim é o que vejo cada vez menos, inclusive na querida Igreja Presbiteriana do Brasil.
Vejo pastores ávidos por bons salários; que estão prontos a deixar suas igrejas se outras oferecerem salário melhor; pastores com pressa de realizarem uma brilhante “carreira profissional”; que precisam pastorear igrejas cada vez maiores. Pastorear igrejas pequenas e congregações, isso era para o apóstolo Paulo, ou para pastores menos capazes; parece que pensam assim!
Vejo pastores que vêem igrejas como empresas, sendo eles os executivos, senão os próprios donos. Seu objetivo é ver a empresa crescer e dar lucro. O membro que não se mostre eficiente, seja esquecido e demitido. Paulo ensinava diferente: “Quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o...” (Rm 14.1). Vejo pastores irados contra crentes simples que não se enquadram nos conceitos do pastor.
Vejo pastores ciosos de seus direitos, que, embora recebam muito bons salários de suas igrejas, fazem absoluta questão de ver respeitado o dia de seu descanso semanal, mas nesse dia “fazem bico” para ganhar um salário extra, em vez de, nesse dia descansarem mesmo e dedicarem-se a enriquecer e reabastecer a própria alma (Ex 20.8): descanso e santificação.
Vejo pastores abandonando a “arte de pregar” e o ensino do discipulado, pelas novas “técnicas de crescimento de igrejas”. Pastores que puseram de lado tudo o que ensinam a boa Liturgia, a Exegese Bíblica e a Homilética, para transformarem os cultos em “shows” de 2a. categoria, os sermões em “blá-blá-blá” vazios, sem qualquer conteúdo espiritual; para se transformarem, eles mesmos, em “animadores de auditório”. Ou não lhes foram ensinadas aquelas matérias nos nossos Seminários? Pastores cuja motivação é o salário que recebem!
Vejo pastores que ignoram a Constituição da Igreja, o Código de Disciplina, e o sentido dos Regimentos Internos dos concílios; que não sabem que os relatórios devem retratar a vida espiritual das igrejas e dos concílios, e a deles mesmos; mas pensam que relatórios são apenas dados estatísticos, números que iludam às igrejas e a eles mesmos.
A reuniões dos concílios feitas às pressas, para cumprirem formalidades, pois a sua “política eclesiástica” é traçada nos intervalos, nas conversas extra-conciliares para atender os interesses particulares e corporativos. Que saudade eu tenho das reuniões dos presbitérios e sínodos realizadas com piedade real e oração!
Uma Igreja local ou nacional que, para continuar aparentemente viva, precisa transformar-se em clube e empresa dirigida por competentes executivos, como igreja já está morta - Ap 3.1: “...tens nome de que estás vivo, mas estás morto”. Igreja que cuida muito do patrimônio material e das propriedades, inclusive de templos, mas não cuida da vida moral e espiritual, já deixou de ser Igreja cristã!
Mas, afinal, o que é que estou escrevendo? Um desabafo, uma lamentação, uma catilinária? Dê-se a este documento o nome que quiser, mas aqui está um alerta, um toque de trombeta chamando ao arrependimento todo aquele que seja aqui atingido, todo membro da Igreja que está em falta com Deus e com seus irmãos.
Não sou melhor do que ninguém, mas Deus me tem sustentado e mantido longe e fora de todas essas formas de secularização da Igreja.
Deus salve a Igreja!
(texto escrito em abril de 2004, ainda atual)
terça-feira, agosto 24, 2010
Convite a conversão
Para onde você vai?
É triste a situação de quem não sabe para onde vai. Mas sabe que não ficará aqui; morre o corpo, mas a alma certamente irá para um lugar. Será bom ou mau o seu destino?
É por isso que tantas pessoas vivem angustiadas, inseguras, ansiosas. Sentem essa realidade, ainda que não pensem sobre o assunto.
Jesus Cristo veio para tirar-nos dessa insegurança. Garantiu a Seus discípulos:
“Virei e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver vós estejais também. Vou para o Pai”. (Jo 14.3, 28)
Ao contrário, o “mundo posto no maligno” tenta impedir-nos de ir a Cristo. Os prazeres, a ambição e a vaidade seduzem a maioria que rejeita a Cristo ou tenta ignorá-Lo.
Existem até os que se julgam imperdoáveis, como Caim se julgou, quando disse: “maior é a minha maldade do que a que possa ser perdoada” (Gn 4.13)
Mas o que Jesus Cristo disse foi diferente:"Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1.15); “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna” (Jo 3.36): “O que vem a Mim de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37); “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei... e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.18-29).
Não existe uma fórmula mágica para alguém ser salvo. O que Deus quer é mudança na sua atitude diante dEle, como houve em um dos malfeitores crucificados ao lado de Cristo:
“Senhor, lembra-te de mim quando entrares no Teu reino. E Jesus lhe disse: Hoje estarás comigo no Paraiso” (Lc 23.42-43).
Saulo de Tarso, perseguidor de Cristo e da Igreja, quando Cristo lhe perguntou “Por que
Me persegues?” perguntou: “Senhor, que queres que eu faça?” e se dispôs a ser um cristão. Deus o transformou no grande apóstolo Paulo.
Você está cansado dessa maneira de viver? Cansado do mundo e de você mesmo? Cansado do pecado? Sente-se oprimido? Tem medo do futuro?
O convite de Cristo é para você também.
“Vinde a Mim!” Aceite-O já! No seu íntimo, de coração!
(texto de um antigo folheto evangelístico, escrito para ser usado pela a igreja)
sexta-feira, agosto 20, 2010
Perdão - parte 2/2
Vamos, agora, a um dos melhores exemplos bíblicos: o de José, no Egito; José, um dos tipos de Cristo no Antigo Testamento.
Aos 17 anos foi terrivelmente ofendido por seus irmãos, que o venderam a mercadores ismaelitas. Durante cerca de 20 anos José passou por toda sorte de sofrimentos em decorrência daquela traição. E agora, pela segunda vez frente a eles, dá-se a conhecer: “Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito”; logo repete: “não vos entristeçais nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá” - Gn 45.4-5. Muito tempo depois, seus irmãos mandaram dizer-lhe que Jacó, antes de morrer, pedia a José que os perdoasse. José lhes diz, então: “porventura estou eu em lugar de Deus? Na verdade vós bem intentastes mal contra mim, mas Deus o tornou em bem”. Por que José relembrou a seus irmãos, por três vezes, o fato tão vil de tantos anos atrás? Não tinha ele misericórdia para perdoar? Tinha sim, mas ele não vira sinais de arrependimento neles e, portanto, não havia condições para perdoá-los. Por isso não podia esquecer e era seu dever repreendê-los, mexer na consciência dos irmãos. Jamais, porém, exerceu vingança contra eles; ao contrário, protegeu-os, amou-os. Nesse sentido, só, já os havia perdoado.
O perdão ensinado por Deus não é um perdão poético, romântico, formal, de aparências. É perdão consciente, sincero, voluntário, e também inteligente. A repreensão ao ofensor - Lv 19.17; Lc 17.3; Mt 18.15 e outros textos, é para o bem do ofensor, para levá-lo ao arrependimento. Depois do arrependimento é que pode vir o perdão. Isso é tanto no perdão de Deus como no nosso perdão.
Cristo amava profundamente, mas não agia por sentimentalismo, nem pede que sejamos sentimentalistas. Cristo amou a todos e por todos intercedeu, mas nem por isso perdoou a todos, mas apenas aos que se arrependeram. Estêvão, da mesma forma, intercedeu por seus inimigos, mas não minimizou sua falta - “não lhes imputes este pecado”. José foi uma das mais extraordinárias e santas figuras das Escrituras, mas também não minimizou a culpa dos irmãos, e, pelo menos três vezes, tentou sacudir suas consciências.
O conceito poético e sentimental de perdão não é bíblico, e é nocivo. Cristãos há que mentem, ofendem, pecam contra um irmão, e simplesmente pensam que o irmão tem obrigação de perdoá-los, embora não tenham dado demonstrações de estarem arrependidos. E se o ofendido lembra a ofensa, é taxado de possuir um “coração duro”, incapaz de perdoar. Pessoas assim são capazes de pedir perdão, até por medo de receberem a vingança, sem estarem arrependidas. Precisam ser ensinadas sobre a necessidade de se arrependerem para terem o direito ao perdão.
O amor não elimina nem anula a justiça. Se fosse assim, Cristo não teria precisado morrer. O perdão de Deus é baseado num ato de justiça: a expiação realizada por Cristo, e é dado somente a quem está arrependido. O perdão de uma pessoa ao seu ofensor, também. Este é o perdão ensinado por Deus nas Escrituras.
Então, podemos agora entender melhor: Estêvão, na realidade, pedia a Deus que estendesse a seus algozes a graça salvadora, levando-os ao arrependimento, pois sem arrependimento não há perdão.
Quando Cristo exclamou na cruz “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, estava também pedindo ao Pai que os conduzisse à condição de serem perdoados. Diante da mulher adúltera, Cristo não disse simplesmente “Nem Eu também te condeno”, mas disse também “vai-te e não peques mais”. Era a restauração que Cristo lhe estava estendendo: a graça de não mais voltar ao pecado - o verdadeiro arrependimento.
Também é interessante notar que as Escrituras não nos ensinam a simplesmente pedir perdão. Ensinam-nos a confessar o pecado; e confessar é declará-lo com verdadeiro arrependimento: reconhecê-lo, sentir-se envergonhado e triste, e abandoná-lo. Quando não há arrependimento, o pedido de perdão é hipócrita e covarde, é apenas fuga e medo do castigo. Isso é o que aprendemos com a repreensão de João Batista em Mt 3.5-8: “...raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?...” Não basta declarar-se faltoso, não basta pedir perdão; é necessário estar realmente arrependido, e isso se faz com a mudança de posição e de atitude - produzir o fruto do arrependimento, isto é, uma mudança completa, a “metanóia”, conversão.
Em resumo: Deus nos ensina que temos de ter a mesma disposição que Ele tem, de perdoar ao que está arrependido. Ensina-nos que nunca poderemos nos vingar; só a Ele pertence a vingança. Ensina-nos que temos de perdoar inúmeras vezes aquele que diz “estou arrependido”, dando ao ofensor um voto de confiança, pois não somos Deus para conhecer o seu íntimo. “Estou eu em lugar de Deus?” - Gn 50.19.
Como é bom perdoar! Tirar de nosso coração algo que nos está magoando, uma ofensa que nos foi feita! Como é bom sentir que nosso ofensor se arrependeu realmente e então pode ter o perdão de Deus e o nosso. Muitas vezes não é preciso o ofensor nos dizer alguma coisa, basta sua mudança de atitude, que é a melhor prova de arrependimento.
Perdoar é difícil, muitas vezes, mas a ordem de Cristo é esta: “se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só...” - Mt 18.15-17. Estaremos ajudando, com amor, o irmão a reconciliar-se com Deus - o único que pode perdoar pecados - e estaremos, diante de seu arrependimento, ganhando o irmão!
Aos 17 anos foi terrivelmente ofendido por seus irmãos, que o venderam a mercadores ismaelitas. Durante cerca de 20 anos José passou por toda sorte de sofrimentos em decorrência daquela traição. E agora, pela segunda vez frente a eles, dá-se a conhecer: “Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito”; logo repete: “não vos entristeçais nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá” - Gn 45.4-5. Muito tempo depois, seus irmãos mandaram dizer-lhe que Jacó, antes de morrer, pedia a José que os perdoasse. José lhes diz, então: “porventura estou eu em lugar de Deus? Na verdade vós bem intentastes mal contra mim, mas Deus o tornou em bem”. Por que José relembrou a seus irmãos, por três vezes, o fato tão vil de tantos anos atrás? Não tinha ele misericórdia para perdoar? Tinha sim, mas ele não vira sinais de arrependimento neles e, portanto, não havia condições para perdoá-los. Por isso não podia esquecer e era seu dever repreendê-los, mexer na consciência dos irmãos. Jamais, porém, exerceu vingança contra eles; ao contrário, protegeu-os, amou-os. Nesse sentido, só, já os havia perdoado.
O perdão ensinado por Deus não é um perdão poético, romântico, formal, de aparências. É perdão consciente, sincero, voluntário, e também inteligente. A repreensão ao ofensor - Lv 19.17; Lc 17.3; Mt 18.15 e outros textos, é para o bem do ofensor, para levá-lo ao arrependimento. Depois do arrependimento é que pode vir o perdão. Isso é tanto no perdão de Deus como no nosso perdão.
Cristo amava profundamente, mas não agia por sentimentalismo, nem pede que sejamos sentimentalistas. Cristo amou a todos e por todos intercedeu, mas nem por isso perdoou a todos, mas apenas aos que se arrependeram. Estêvão, da mesma forma, intercedeu por seus inimigos, mas não minimizou sua falta - “não lhes imputes este pecado”. José foi uma das mais extraordinárias e santas figuras das Escrituras, mas também não minimizou a culpa dos irmãos, e, pelo menos três vezes, tentou sacudir suas consciências.
O conceito poético e sentimental de perdão não é bíblico, e é nocivo. Cristãos há que mentem, ofendem, pecam contra um irmão, e simplesmente pensam que o irmão tem obrigação de perdoá-los, embora não tenham dado demonstrações de estarem arrependidos. E se o ofendido lembra a ofensa, é taxado de possuir um “coração duro”, incapaz de perdoar. Pessoas assim são capazes de pedir perdão, até por medo de receberem a vingança, sem estarem arrependidas. Precisam ser ensinadas sobre a necessidade de se arrependerem para terem o direito ao perdão.
O amor não elimina nem anula a justiça. Se fosse assim, Cristo não teria precisado morrer. O perdão de Deus é baseado num ato de justiça: a expiação realizada por Cristo, e é dado somente a quem está arrependido. O perdão de uma pessoa ao seu ofensor, também. Este é o perdão ensinado por Deus nas Escrituras.
Então, podemos agora entender melhor: Estêvão, na realidade, pedia a Deus que estendesse a seus algozes a graça salvadora, levando-os ao arrependimento, pois sem arrependimento não há perdão.
Quando Cristo exclamou na cruz “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, estava também pedindo ao Pai que os conduzisse à condição de serem perdoados. Diante da mulher adúltera, Cristo não disse simplesmente “Nem Eu também te condeno”, mas disse também “vai-te e não peques mais”. Era a restauração que Cristo lhe estava estendendo: a graça de não mais voltar ao pecado - o verdadeiro arrependimento.
Também é interessante notar que as Escrituras não nos ensinam a simplesmente pedir perdão. Ensinam-nos a confessar o pecado; e confessar é declará-lo com verdadeiro arrependimento: reconhecê-lo, sentir-se envergonhado e triste, e abandoná-lo. Quando não há arrependimento, o pedido de perdão é hipócrita e covarde, é apenas fuga e medo do castigo. Isso é o que aprendemos com a repreensão de João Batista em Mt 3.5-8: “...raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?...” Não basta declarar-se faltoso, não basta pedir perdão; é necessário estar realmente arrependido, e isso se faz com a mudança de posição e de atitude - produzir o fruto do arrependimento, isto é, uma mudança completa, a “metanóia”, conversão.
Em resumo: Deus nos ensina que temos de ter a mesma disposição que Ele tem, de perdoar ao que está arrependido. Ensina-nos que nunca poderemos nos vingar; só a Ele pertence a vingança. Ensina-nos que temos de perdoar inúmeras vezes aquele que diz “estou arrependido”, dando ao ofensor um voto de confiança, pois não somos Deus para conhecer o seu íntimo. “Estou eu em lugar de Deus?” - Gn 50.19.
Como é bom perdoar! Tirar de nosso coração algo que nos está magoando, uma ofensa que nos foi feita! Como é bom sentir que nosso ofensor se arrependeu realmente e então pode ter o perdão de Deus e o nosso. Muitas vezes não é preciso o ofensor nos dizer alguma coisa, basta sua mudança de atitude, que é a melhor prova de arrependimento.
Perdoar é difícil, muitas vezes, mas a ordem de Cristo é esta: “se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só...” - Mt 18.15-17. Estaremos ajudando, com amor, o irmão a reconciliar-se com Deus - o único que pode perdoar pecados - e estaremos, diante de seu arrependimento, ganhando o irmão!
terça-feira, agosto 17, 2010
Perdão - parte 1/2
A TEOLOGIA BÍBLICA DO PERDÃO
É impressionante a atitude de Jesus frente a seu algozes, quando ainda estava na cruz: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem” - Lc 23.34. Ele, que não viera para julgar ou condenar - Jo 3.17 - mas para salvar, intercedia junto ao Pai para que estendesse também àqueles homens a Sua graça perdoadora e salvadora. As Escrituras não ensinam um perdão romântico, mas um perdão restaurador.
Estêvão era apenas um homem, mas era um verdadeiro cristão. Ele também, quando estava sendo apedrejado, intercedeu por seu algozes: “Senhor, não lhes imputes mais este pecado” - At 7.60.
Quem é que Deus perdoa e quando é que Deus perdoa? Se estas questões não estiverem bem claras em nossas mentes, poderemos ter noções erradas sobre o perdão; e tudo que se desvia do ensino bíblico se torna nocivo à nossa vida espiritual.
Todo o ensino bíblico deixa claro que Deus perdoa a todo e qualquer pecador que esteja contrito e arrependido. E verdadeiro arrependimento (metanóia, no Grego), confunde-se com a própria conversão, é fruto da verdadeira fé transformadora, só se alcança através de Cristo. Temos muitos exemplos: Davi, depois de pecar gravemente - Sl 51.1-5 e 17 - confessa realmente contrito; a um dos malfeitores, na cruz, Jesus declara: “...hoje estarás comigo no Paraíso” - Lc 23.43. Era outro homem, grande pecador, mas convicto de seus pecados, e contrito de coração, agora perdoado e salvo.
Para que Deus perdoe, o reconhecimento do pecado como ato e como estado, o arrependimento e o abandono do pecado, são condições claramente ensinadas por Deus e exemplificadas em vários casos.
João Batista pregou: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” - Mt 3.2; Marcos 1.4 registra: “Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados”; Lucas faz o mesmo registro em 3.3, mais completo, porém, sobre a mudança de atitudes e abandono do pecado: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” - 3.8. João Batista chama de “raça de víboras” aqueles que, sem arrependimento, buscavam inutilmente apenas o batismo para fugir à ira de Deus. Com a mesma mensagem Jesus iniciou seu ministério - Mt 4.17.
Quando não há arrependimento, não há perdão e salvação - Lc 3.7. Um exemplo é o referente a Esaú, em Hb 12.17: “...não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou”.
Até aqui, falamos do perdão de pecados, que só é dado por Deus. E o perdão que nós devemos dar?
Há alguns textos básicos sobre este assunto: Mt 6.14-15; Mt 18.15-17; Lc 17.3-4. Como todo texto das Escrituras, esses textos não podem ser interpretados isoladamente.
Em Mt 6.14-15 Cristo afirma que teremos perdão se também perdoarmos; se não perdoarmos também não seremos perdoados; em Mt 18.15-17 manda Ele que repreendamos a quem nos tenha ofendido - a sós primeiramente, com testemunhas na segunda vez, e depois levando-o ao juízo da igreja. No terceiro texto - Lc 17.3-4 - Jesus Cristo fala mais uma vez sobre o perdão que devemos dar ao ofensor: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti 7 vezes no dia, e 7 vezes no dia vier ter contigo dizendo: estou arrependido, perdoa-lhe”. Sete, porém, não é o número máximo, mas apenas um número simbólico. Pedro lhe perguntou: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete” - Mt 18.22.
Reunindo todos esses textos: temos de perdoar para que sejamos perdoados; o perdão, porém, não é incondicional. Cabe ao ofendido, também, o dever de repreender o ofensor e, se este disser que está arrependido, perdoá-lo. Leia também Lv 19.17.
Causa estranheza a muitos afirmar que, se não há arrependimento do ofensor também não há condições para o perdão. Os apóstolos também julgaram difícil poder perdoar sempre e pedirem ao Senhor: “acrescenta-nos a fé”. Mas não temos de nos guiar por nossos sentimentos e opiniões pessoais, nem sempre sinceros. Há o ensino bíblico - claro, autorizado e definitivo.
Há, até, quem fique escandalizado por ouvir que não temos de perdoar quem não está arrependido. Existe um sentido do perdão obrigatório para o cristão, sempre: não exercer a vingança, não retribuir o mal com o mal. “A Mim me pertence a vingança; Eu retribuirei, diz o Senhor”. “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos de teu povo” - Lv 19.18 e Rm 12.19.
O perdão completo, que leva até ao esquecimento da falta, só é possível quando há o arrependimento do ofensor. Assim também é o perdão de Deus: “...perdoarei as suas iniquidades, e dos seus pecados não Me lembrarei mais” - Jr 31.34. Esse texto precisa ser entendido, também, à luz de 2Cr 7.14, onde o ensino do arrependimento é claro.
(continua)
sexta-feira, agosto 13, 2010
O pastor e o trabalho secular
Um pastor certa vez perguntou sobre a compatibilidade entre o cuidado pastoral de uma igreja e a atividade profissional secular. Eis a resposta:
"Sua consulta merece bastante atenção, pela relevância do assunto. Tenho me inspirado no exemplo e ensinos de Paulo como o grande pastor que foi. Sua consciência de vocação para ser missionário e pastor era profunda, veja At 20.24.
Ele também cita o ensino de Cristo em 1Co 9.14. E se deu inteiramente ao ministério.
Quando houve necessidade, "teceu tendas"; não para melhorar sua situação financeira, mas para "não ser pesado a ninguém" - 1Ts 2.9 e 2Ts 3.8 - e ao mesmo tempo realizar seu ministério - At 18.8. Seu ideal, porém, era dedicar-se só ao trabalho pastoral e missionário - 1Co 9.6; 1Tm 2.4.
Eu também tive a experiência de trabalhar fora, ao lado do trabalho pastoral. Foi quando, em meio a uma crise no meu Presbitério e Sínodo, não tinham condições de sustentar nenhum dos pastores e deram-nos liberdade para trabalhar fora. Eu e o Rev. Wilson Lício fomos dar aulas em escolas estaduais; outros dois foram ganhar o sustento de outra forma. Todos, para continuar no ministério.
Dei aulas de Educação Moral e Cívica e outras matérias durante 11 anos, e não perdia a oportunidade de falar do Evangelho, quando o assunto oferecia espaço para isso. Foi uma experiência também rica; era antes de tudo um pastor dando aulas; e fui bem sucedido. Somente após 11 anos, por insistência minha, o Presbitério me deu condições de ser só pastor. Foi em janeiro de 1982; então fui pastor em tempo integral, novamente, por mais 23 anos, até ser forçado a deixar o trabalho devido ao derrame cerebral que acometeu minha esposa. Sou cuidador dela até hoje.
Voltando ao seu caso:
Seu trabalho na Prefeitura pode, mesmo, ser visto como uma oportunidade de exercer boa influência na sociedade; seria excelente lugar para fazer isso. A Igreja de modo geral deve se preocupar em preparar os crentes para ocuparem cargos de mais importância e projeção social.
E quando essa oportunidade se oferece a um pastor, como é o seu caso?
É necessário ver o que é prioritário. Prejudicar a igreja não é justo. Se não houver um leigo cristão que faça esse trabalho na Prefeitura, veja se encontra - e a igreja aceita - um pastor auxiliar. Se não for possível, creio que a prioridade é atender a igreja. Através de leigos bem orientados, a igreja pode exercer influência salutar em toda a sociedade. E os pastores serão apenas pastores.
Impressiona-me o que Cristo disse em Lc 17.10. Qual de nós consegue fazer "tudo"? "Uma coisa faço" - escreveu Paulo em Fp 3.13. Ore, pense bem e tome a decisão prudente.
Podemos conversar mais. Que Deus o ajude. Fale-me sobre seu ministério e seu campo de trabalho.
Seu irmão,
Rubens Pires do Amaral Osório"
"Sua consulta merece bastante atenção, pela relevância do assunto. Tenho me inspirado no exemplo e ensinos de Paulo como o grande pastor que foi. Sua consciência de vocação para ser missionário e pastor era profunda, veja At 20.24.
Ele também cita o ensino de Cristo em 1Co 9.14. E se deu inteiramente ao ministério.
Quando houve necessidade, "teceu tendas"; não para melhorar sua situação financeira, mas para "não ser pesado a ninguém" - 1Ts 2.9 e 2Ts 3.8 - e ao mesmo tempo realizar seu ministério - At 18.8. Seu ideal, porém, era dedicar-se só ao trabalho pastoral e missionário - 1Co 9.6; 1Tm 2.4.
Eu também tive a experiência de trabalhar fora, ao lado do trabalho pastoral. Foi quando, em meio a uma crise no meu Presbitério e Sínodo, não tinham condições de sustentar nenhum dos pastores e deram-nos liberdade para trabalhar fora. Eu e o Rev. Wilson Lício fomos dar aulas em escolas estaduais; outros dois foram ganhar o sustento de outra forma. Todos, para continuar no ministério.
Dei aulas de Educação Moral e Cívica e outras matérias durante 11 anos, e não perdia a oportunidade de falar do Evangelho, quando o assunto oferecia espaço para isso. Foi uma experiência também rica; era antes de tudo um pastor dando aulas; e fui bem sucedido. Somente após 11 anos, por insistência minha, o Presbitério me deu condições de ser só pastor. Foi em janeiro de 1982; então fui pastor em tempo integral, novamente, por mais 23 anos, até ser forçado a deixar o trabalho devido ao derrame cerebral que acometeu minha esposa. Sou cuidador dela até hoje.
Voltando ao seu caso:
Seu trabalho na Prefeitura pode, mesmo, ser visto como uma oportunidade de exercer boa influência na sociedade; seria excelente lugar para fazer isso. A Igreja de modo geral deve se preocupar em preparar os crentes para ocuparem cargos de mais importância e projeção social.
E quando essa oportunidade se oferece a um pastor, como é o seu caso?
É necessário ver o que é prioritário. Prejudicar a igreja não é justo. Se não houver um leigo cristão que faça esse trabalho na Prefeitura, veja se encontra - e a igreja aceita - um pastor auxiliar. Se não for possível, creio que a prioridade é atender a igreja. Através de leigos bem orientados, a igreja pode exercer influência salutar em toda a sociedade. E os pastores serão apenas pastores.
Impressiona-me o que Cristo disse em Lc 17.10. Qual de nós consegue fazer "tudo"? "Uma coisa faço" - escreveu Paulo em Fp 3.13. Ore, pense bem e tome a decisão prudente.
Podemos conversar mais. Que Deus o ajude. Fale-me sobre seu ministério e seu campo de trabalho.
Seu irmão,
Rubens Pires do Amaral Osório"
terça-feira, agosto 10, 2010
Casamento Misto
Agradeço-lhe a oportunidade de escrever sobre o assunto que me expôs.
Simpatizo com as pessoas na situação de seu filho e noiva.
Na região Oeste da Grande São Paulo, em que fui pastor por cerca de 40 anos, também muitos pastores batistas e presbiterianos se negavam a realizar o culto de casamento quando um dos noivos não era crente, ou membro de Igreja. Entendo que “casamento misto” é o casamento de uma pessoa convertida com uma outra não-convertida. Será que nós sabemos de fato quem é convertido e quem não é?
Eu realizava cultos de casamento de pessoas que não eram membros de Igreja, pensando: se esses casais não puderem se “casar na Igreja”, irão casar-se apenas no Cartório e ficarão magoados com “a Igreja que se negou a interceder por eles num culto especial”.
Ora, as Escrituras nem se referem a cultos de casamento; registra que Cristo esteve presente a uma festa de casamento em Caná.
Quando hoje são realizados esses cultos - deve ser sempre depois do casamento civil - o pastor ou mesmo um oficiante que não seja pastor estará pregando sobre o assunto “casamento e vida familiar”, estará orando pelo casal e dando aos noivos a oportunidade de assumirem diante de Deus e da Igreja, um compromisso muito sério. Muitas outras pessoas estarão presentes para ouvirem uma mensagem bíblica apropriada. E não uma simples palestra.
Nesses casos eu estabelecia uma condição: farei o casamento se os noivos fizerem comigo uma série de estudos bíblicos (cerca de 8) sobre casamento e vida familiar.
Fiz assim, certamente, mais de 100 casamentos; alguns fora de templos de igreja. Desse modo tive oportunidade de fazer os noivos lerem a Bíblia e meditarem sobre o assunto. Houve casos em que noivos que não eram, tornaram-se crentes, pois foram evangelizados durante algumas semanas.
Mas tive colegas que permaneceram na atitude negativa.
O que posso fazer pela irmã e pelos noivos, é enviar-lhes um exemplar da apostila* com os referidos estudos, para os noivos lerem e, quem sabe, junto com a senhora, lerem e meditarem sobre o assunto, e juntos orarem pela família que pretendem constituir. Se um grupo de pessoas fizer esses estudos, tanto melhor; sempre é tempo para casais antigos meditarem sobre os assuntos abordados.
O que interessa é que os noivos se casem “no Cartório” bem conscientes do que é família e dos deveres, prazeres e dificuldades que terão pela frente, assumindo-os diante de Deus e certos do socorro d'Ele.
*Texto publicado entre os dias 02/junho e 01/setembro de 2009
(resposta a uma pergunta feita por uma leitora deste blogue.)
sexta-feira, agosto 06, 2010
O Pecado
Não há um dos livros da Bíblia ou algum capítulo que diga tudo sobre um assunto. O assunto de hoje - o pecado – começa no Gênesis e se estende na Bíblia toda.
Vou apontar apenas alguns textos que precisam ser lidos: Gn 2.8, l6-17 e 3.1-14; Mc 5.28; 1Jo 5.16 e Jr 11.14; Rm 6.23; Lc 3.3; Mt 26.28; Mc 1.4; Lc 24.47; At 5.31; At 26.28-20; Hb9.22; 2Co 5.27. Leia-os agora.
De tudo que se lê nas Escrituras podemos afirmar, como está na “Confissão de Fé de Westminster”: pecado não é simplesmente um ato que desagrada a Deus; é “toda falta de conformidade com a Lei de Deus”, é tudo aquilo que não se coaduna com a Lei de Deus.
Pecar ou cometer pecado pode ser tanto por se fazer algo errado diante de Deus, como por omissão (deixar de fazer) o que Deus ensina ser nosso dever. Por exemplo, deixar de amar o próximo – lJo 4.20-32 e 3.15.
Certamente há pecados mais graves que outros, por suas consequências, mas não podemos cometer algum pecado porque a nosso ver são “pecadinhos”; todos eles ofendem a Deus, inclusive aqueles que cometemos contra nós mesmos, como ter vícios ou fazer algo que nos prejudique espiritualmente.
Porém, todos nós pecamos ou conscientemente porque gostamos e queremos o pecado, ou inconscientemente, por ignorância não sabendo que algo é pernicioso para nós mesmos ou para outros.
O que é absolutamente necessário é que reconheçamos que pecamos e nos arrependamos realmente. Arrependimento verdadeiro implica em 3 coisas: reconhecimento (“pequei”); vergonha por ter pecado; e decisão de não cometer mais esse pecado. Depois disso, ficar alerta, pedir o socorro de Deus, e resistir à tentação.
Que vem a ser “pecado para morte”? É o pecado sem arrependimento, a escravidão ao pecado; e “pecado que não é para morte” é aquele do qual nos arrependemos realmente e que passamos a resistir, e até a detestá-lo.
À mulher adúltera, certamente vendo nela sinais de arrependimento – como só Ele poderia ver – Cristo disse “nem Eu também te condeno; mas vai e não peques mais”. Ao ladrão na cruz. que ouvira as palavras de Cristo na cruz, que provavelmente tivera conhecimento de algo sobre Cristo, repreendeu o outro (Lc 23.39-43) e em poucas palavras manifestou o reconhecimento de seus pecados e o desejo da “nova vida”, Cristo garantiu-lhe: “hoje estarás comigo no Paraíso”.
Também é necessário lembrar que junto com o privilégio de conhecermos o Evangelho, adquirimos redobrada responsabilidade diante de Deus – Lc 12.47-48. Além disso, todos nós temos a “Lei escrita no coração”, isto é, em nossas consciências.
É preciso , ainda, lembrar o ensino de Cristo em Mt 5.27-30. Pecado não é só o ato, mas até a disposição ou intenção de cometer o ato desejado e pecaminoso já é pecado do qual é necessário também o arrependimento.
Finalmente, certamente não nos lembramos de todos os pecados que já cometemos, mas na conversão verdadeira está o reconhecimento de que a vida do passado estava repleta de pecados que agora reconhecemos como tal, e agora temos a disposição de ficarmos atentos para vivermos a “vida nova”, libertos da escravidão ao pecado – Rm 6.11-23; leia também os versículos 4 a 6, e também 2Co 5.17.
Alguém pode não ter medo do castigo de Deus, mas por amor a Cristo e gratidão pelo que Ele fez por nós, fará tudo para agradá-Lo. Que seja assim com você e com cada um de nós. Então teremos a certeza da salvação.
(resposta a uma pergunta feita por leitor deste blogue há poucos dias)
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