Li com muita atenção interessante entrevista sobre o assunto, feita com uma psicoterapeuta. “O tal de amor” é o título dado à entrevista.
Não posso deixar de escrever algo sobre o assunto. O que sei sobre ele, aprendi nas Escrituras Sagradas – Antigo e Novo Testamentos – e na vida cristã, sem ignorar muita coisa que se tem escrito e falado sobre o tema.
Será um bom começo falar de três palavras do Grego que exprimem níveis de amor. “Ágape”, traduzido por amor, refere-se ao amor a Deus e ao próximo, tal como o amor de Deus pelos seres humanos. É amor essencialmente espiritual, independente de qualquer condicionamento. Outra palavra grega é “filia”, que designa afinidade de ordem intelectual e estética, bem como gostos e costumes, e pode chamar-se “amizade”; a terceira palavra é “eros”, que designa a atração sexual. Esta é ligada ao instinto animal, mas no ser humano pode e deve estar submissa à mente e à vontade.
Podemos dizer que, de certo modo, as duas últimas – “filia” e “eros” – se confundem facilmente com amor – “ágape”, porque as três indicam afinidades. Ao mesmo tempo, porém, “ágape” não depende de “filia” nem de “eros”. O melhor exemplo é o amor de Deus por suas criaturas, com os seus defeitos adquiridos, e o amor do ser humano a Deus.
Ao mesmo tempo podemos amar alguém com quem tenhamos afinidade intelectual e ética, e nenhuma atração sexual; podemos até repelir essa atração sexual, se existir, e continuamos a amar essa pessoa.
É trágico confundir amor com atração física ou sexo, porque nesse caso a pessoa se sente com liberdade para dar vazão à atração sexual; daí vem a libertinagem.
E entre marido e mulher? Mostram-nos claramente as Escrituras que é só neste caso que os três níveis de amor podem e devem coexistir, esforçando-nos, até, para cultivá-los, a fim de que a união de ambos seja perfeita e cada vez mais forte. Ensinam-nos as Escrituras que marido e mulher “são um só corpo”, embora continuem sendo 2 pessoas; cada uma continua tendo sua personalidade, mas o corpo do outro ou outra é como uma parte de seu próprio corpo (Efésios 5.28-31): “Da mesma forma os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a Igreja, pois somos membros do Seu corpo. ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’ ”.
Quando se confunde amor com sexo ou união sexual, o que resulta é prostituição e adultério, especialmente quando a pessoa julga que tem o direito ou dever de amar a outra dessa forma
Em sua primeira carta aos Coríntios, capítulo 7, diz o apóstolo Paulo, nos versículos 1 a 5: “Quanto aos assuntos sobre os quais vocês me escreveram, é bom que o homem não toque em mulher, mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio marido. O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio”.
“Amor livre”, “relacionamento” e outros são termos que vão se criando para mascarar e esconder a realidade da prostituição e do prostituir.
Casamento é mesmo monogâmico por natureza e pela forma como foi ele instituído por Deus. Quando se rejeita a monogamia como única forma de união de um homem e uma mulher, o que resulta é poligamia, poliandria, concubinato, e toda sorte de libertinagem com as mais tristes e terríveis conseqüências: crimes passionais, filhos não desejados e rejeitados ou mesmo abandonados, crianças e jovens sem família e sujeitos a toda sorte de traumas emocionais, crescendo sem o alicerce de uma verdadeira família. Esta é constituída de marido-esposa-filhos, onde os relacionamentos satisfazem a pessoa não só materialmente, mas sobretudo afetiva e emocionalmente, além de ali, em família, aprenderem a conviver em sociedade - com os superiores (pais) e os iguais (irmãos).
Daquela entrevista que li vale a pena destacar alguns trechos e comentá-los.
l. “O amor tem uma função de transformação, de ampliação de consciência. Ele é irracional, não vem quando é chamado, escolhe o objeto a ser amado e não pergunta se aquele ser é conveniente ou não”. Aqui a entrevistada confunde amor e paixão. Amor é muito racional e voluntário; involuntário e irracional é a paixão. Esta é movida pelo instinto; nós, seres humanos, como seres morais e racionais que somos, temos a obrigação moral de não nos deixarmos dominar pelos instintos e seus impulsos.
2.“O amor acontece”, diz a entrevistada; é uma frase usada por quem quer se eximir da responsabilidade de um sentimento ou relacionamento que, no fundo de sua consciência, sabe que é errado e danoso.
O amor como sentimento é espontâneo (não se pode impor), mas não é absolutamente dominante e inevitável.
3. Pergunta-se: “é possível amar 2 pessoas ao mesmo tempo?” A entrevistada responde “até 3 ou 4...” Confundindo amor com relacionamento sexual, a pessoa se libera para prostituir-se com quantas pessoas ela sentir atração sexual, ou simplesmente para satisfazer suas necessidades fisiológicas ou emocionais; as conseqüências são gravíssimas – a libertinagem sem limites com todos os males que acarreta: doenças venéreas (DST), gravidez indesejada, filhos rejeitados, famílias desfeitas, jovens traumatizados, etc.
4. A parte final da entrevista é interessante e mais razoável: “Você acha possível viver sem amor?” “Acho.” Também diz: “A gente não consegue explicar o que é o amor...” É pena que a maioria das pessoas não procurem na melhor fonte a explicação sobre o que é o amor, nos seus três níveis, sem confusão.
Nas Escrituras, na primeira carta aos Coríntios 13.1-9, o apóstolo Paulo fala de características do amor verdadeiro, o contrário da paixão carnal, que é egoísta, ciumenta, leviana, irresponsável, etc. Escreve Paulo: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.
Amor é sentimento, sim, mas não é um sentimento apenas contemplativo; é ação de amar, é desejar e fazer somente o bem. O apóstolo João (1 João 3.18), ensina: “Não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”.
O tema “Amor” é de uma profundidade imensa, tão grande que o apóstolo João diz: “Deus é amor” (1 João 4.8 e 16).
Na Bíblia esse tema é tratado com seriedade, profundidade e inteligência. Leia os textos apontados aqui e muitos outros sobre o assunto. Ele é também exemplificado na vida dos personagens que viveram sob a influência de Deus e de Sua palavra, sobretudo o próprio Cristo.
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