quinta-feira, junho 21, 2007

Mas estás morto - Ap 3.1

Pode uma Igreja ou seu líder estar “morto”? O texto acima diz que sim.
Nesse texto Cristo diz: “Eu conheço [sei] as tuas obras”; ele está ativo. Na versão Internacional (SBI) lemos: “você tem fama de estar vivo, mas está morto”.
Age, trabalha, certamente faz algumas coisas boas que dão boa impressão. Mas Deus diz: “você está morto”.
Como, morto? Suas obras não são uma prova de haver vida? Não, essas obras são fruto do ativismo, o disfarce de quem quer enganar até a si mesmo.
As obras que agradam a Deus são aquelas resultantes do “fruto do Espírito”, referido em Gl 5.22. “Fruto do Espírito” é um só, inteiro, composto de “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” – nesse fruto não pode faltar uma única parte, a começar com o amor; que não é amor romântico, platônico; é o amor ensinado por João (1Jo 3.18): “não amemos de palavra, nem de boca, mas em ação e em verdade”; o mesmo que ensina Tg 2.14-18.
Esse amor é o que inspira e leva o crente realmente “vivo” a agir de tal modo que ouvirá de Cristo: “tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de beber...”- Mt 25.34-36.
Se você não ama desse modo, não tente enganar-se com o fato de ser ortodoxo na doutrina, nem por pregar no púlpito toda semana, nem pelos títulos todos que granjeou com diversos diplomas.
Ainda no início do ministério Jesus disse, no Sermão da Montanha, a alguns que profetizavam, expulsavam demônios e operavam milagres: “apartai-vos de Mim...” Mt 7.21-23.
O anjo da Igreja de Sardo estava perdido? Sim, e continuaria perdido a menos que atendesse a exortação de Ap. 3.3: “lembre-se do que você recebeu e ouviu; obedeça e arrependa-se”.
Como está você pessoalmente e como está sua Igreja? Está pondo em ação o amor ao próximo? Como está a busca do perdido? Como está a caridade cristã em sua vida?
Não disfarce, não tente enganar a si mesmo, à Igreja e a Deus. “Arrepende-te” – Ap 2.5, 16; 3.3, 19.

quinta-feira, junho 14, 2007

Valores insubstituíveis

Existem valores que não podem ser substituídos senão com graves prejuízos para o ser humano, especialmente os cristãos.
Por exemplo: o estudo sério das Escrituras Sagradas; os princípios bíblicos que devem orientar a vida do homem, da sociedade, da Igreja e do próprio culto; a operação do Espírito Santo promovendo as conversões e a santificação; as instituições criadas por Deus; a busca da direção de Deus em tudo que deve ocorrer na vida de cada um e de toda a Igreja, e outros.
É até difícil imaginar que o homem tente substituí-los, mas lamentavelmente isso ocorre com muita freqüência. Esses e outros valores morais e espirituais têm sido muitas vezes deixados de lado ou ignorados e então substituídos por meros esforços humanos, no meio cristão, o que é muito pior.
Por exemplo: l. obreiros evangélicos, tanto pastores como não-pastores que tentam substituir a unção espiritual pela oratória e encenação teatral. Até a escolha de um assunto ou texto para a pregação deve ser buscada com oração, assim também o preparo da mensagem e a própria pregação; mas muitas vezes sobra oratória e falta o essencial - a unção espiritual - e assim apenas o homem fala.
2. o estudo sério e piedoso das Escrituras é substituído por um emaranhado de raciocínios e opiniões pessoais que só servem para disfarçar a distorção das Escrituras. Fala-se muito e se ensina pouco e mal.
3. liturgia bíblica, ou princípios bíblicos que devem reger o culto de que Deus se agrada. Essa liturgia, que é caracterizada por reverência, ordem e humildade dos adoradores, muitas vezes tem sido substituída por um programa de culto que agrade à platéia; chega-se ao exagero do “culto-show” com coreografia, exibição de artistas e conjuntos musicais cantando ou gritando composições modernas que frequëntemente nada dizem, ou contêm apenas opiniões ou sentimentos puramente humanos, românticos; nada de valor permanente.
4. as conversões operadas pelo Espírito Santo são substituídas pelas simples adesões à igreja, de pessoas não-convertidas em grande número, trazendo arrecadação financeira muito do agrado dos líderes;
5. o governo presbiteriano, democrático-representativo é substituído por um misto de episcopalismo e presbiterianismo: o pastor se impõe ao Conselho e o Conselho se impõe de algum modo à Assembléia Geral; as eleições de oficiais e até de pastores passam a ser dirigidas pelo Conselho - este coloca em evidência os homens que convêm aos olhos do Conselho. Dessa forma muitas eleições não se fazem sob a direção do Espírito Santo, mas do pastor através do Conselho. Tal “permissão”de Deus muitas vezes acontece para ensinar lições amargas à igreja toda.
Qualquer dessas alternativas traz sérios prejuízos à Igreja. Porém, a tendência que se tem observado é a de acontecer tudo isso numa mesma igreja; “um abismo chama outro abismo”. E então o que se verifica é que passo a passo a Igreja vai desaparecendo, passando a existir em seu lugar um “clube religioso”. Quando não uma empresa que insiste em chamar-se igreja, mas que de igreja pouca coisa tem. Isto já tem acontecido com muitas igrejas e até com denominações inteiras.
Como está a Igreja Presbiteriana do Brasil? Como está a sua igreja?

terça-feira, junho 05, 2007

O Mundo na Igreja I

Quando Paulo recomenda, em Ro 12.2: “Não vos conformeis com este mundo”, está dizendo “não tomeis a forma deste mundo”
Quando Cristo diz: “Ide por todo o mundo”, está nos mandando penetrar o mundo para evangelizá-lo. Quando lemos em Jo 3.16 “Deus amou o mundo”, está falando do mundo perdido que precisa da salvação. É o mesmo mundo referido por João em lJo 1.15-17: “Não ameis o mundo”. Quando Cristo diz em Mt. 5.13-16 “Vós sois a luz do mundo... vós sois o sal da Terra...” de tal maneira brilhe a vossa luz diante dos homens...” está nos dizendo que esse mundo mau, perdido, “posto no maligno” (1Jo 5.l9) precisa ser iluminado, influenciado vigorosamente pela vida dos cristãos. Mas, onde está o mundo referido em todos os textos acima? – Não está longe de nós; está bem junto de nós, pior ainda quando está dentro de nós mesmos, e por isso dentro da Igreja.
Mas pode isso acontecer? – Não só pode, como tem sido uma triste realidade em todos os tempos.
Satanás tentou e derrubou Adão e Eva ainda no Jardim do Éden; o povo de Israel se deixou seduzir muitas vezes, até o ponto de rejeitar o Messias quando Ele veio (“veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam” - Jo 1.12). O mundo penetrou na nascente Igreja de Jerusalém quando Ananias e Safira se deixaram seduzir pelo valor de sua propriedade (At5.1-2). O mundo se manifestou dentro da Igreja em Antioquia quando Pedro se tornou repreensível e foi repreendido por Paulo (Gl 2.11).
É dessa infiltração do mundo na Igreja que Jesus fala em Mt 7.21-23: ...
É isso que acontece também nos dias de hoje quando filosofias vãs e práticas seculares são introduzidas sorrateiramente na Igreja, até nos altos escalões dela.
É o que acontece quando membros da Igreja participam de todo trabalho da Igreja, mas em sua vida particular e íntima vivem como incrédulos: jovens e adultos se prostituindo, com adolescentes engravidando, tesoureiros praticando a apropriação indébita, Igrejas adotando a prática do “Caixa 2”, pastores e presbíteros se corrompendo mutuamente ao fazerem mútuas concessões morais e espirituais, concílios superiores deixando de cumprir suas missões específicas, Igrejas e pastores que abandonam os pobres e maltratam os insatisfeitos.
“Mas não é possível que tais coisas aconteçam”, dirão crentes indignados. “A Igreja está sendo caluniada!”, imaginam ingenuamente. Pois tudo isso e muito mais já tem acontecido e posso relatar com detalhes se preciso for: desfalques, prostituição, pastores se prostituindo, abandonando suas famílias, outros mercadejando com a Palavra de Deus e com o pastorado da Igreja, concílios se acumpliciando com pastores infiéis, tomando decisões inconstitucionais, “nulas de pleno direito” (art. 145 da Constituição da Igreja Presbiteriana).
O exemplo mas gritante é o dos Estados Unidos, com pastores homossexuais e pastoras lésbicas; aqui mesmo há igrejas sendo aos poucos transformadas em clubes e empresas. E quando alguém não se conforma e não pactua com tais práticas mundanas, é taxado de “ranzinza”, “perturbador”, “rebelde”, é execrado e confinado. Direitos lhe são tirados para que se cale, como se pudesse calar o atalaia fiel.
Quem diz tudo isso, e pode provar, se julga perfeito? Não! Também sou imperfeito, mas não erro dolosamente, conscientemente, nem me torno cúmplice, pelo silêncio, de colegas e concílios que resolveram entrar em caminhos tortuosos.
Deus nos ajude e salve a Sua Igreja”

O Mundo na Igreja II

“O mundo posto no maligno” (1Jo 5.19) é injusto e preconceituoso:
1- Os muito ricos são cada vez mais ricos. Há alguns magnatas cujas fortunas pessoais dariam para cobrir as dívidas externas de algumas nações pobres – são fortunas de muitas dezenas de bilhões de dólares.
2- Os bancos brasileiros têm há anos lucros fabulosos por causa dos juros extorsivos e de absurdas tarifas que cobram de seus depositantes, com cujo dinheiro fazem todos os seus negócios. Trabalhando apenas com dinheiro, nada produzem senão mais dinheiro, lucros financeiros para seus donos e acionistas.
Pessoas que vivem com muita economia, e até Igrejas, guardam o seu dinheiro depositado nos bancos, dinheiro esse que os bancos emprestam a juros extorsivos. Os 3 maiores bancos brasileiros tiveram em 2004 lucro de mais de 3 bilhões de reais, cada um deles.
3- Juizes do S.T.F. querem ter seus salários aumentados de R$17.500,00 para $21.000,00, salário prometido também a deputados e senadores, e Presidente. Automóveis de luxo, importados da Austrália a $145.000,00 cada um, servirão a dezenas de juizes dos Tribunais Superiores (?). Isto num país em que 23 milhões de pessoas vivem com menos de R$100,00 por mês. A violência nas cidades, no campo e nas florestas, com o mais absoluto desrespeito pela vida,
4- O crime organizado, tendo entre seus comparsas juizes, desembargadores, políticos, empresários; e ainda milhões de jovens e adolescentes, que são os únicos que correm riscos de violência física e morte: um mundo cada vez mais corrompido e perverso (At 2.40).
Com esse mundo a Igreja se acomoda quando se torna tímida e se cala, não denuncia essa maldade. Pior ainda, muitos na Igreja começam a agir como agem os cidadãos do mundo: indiferença com o pobre, acúmulo de riquezas com salários tão altos que se tornam salários indecentes, desregramento na vida íntima e nas famílias, ostentação de riqueza.
Os que se tornam poderosos na Igreja não se acanham em silenciar os que os denunciam; é a violência que, se necessário, se tornará até violência física.
Montam-se nas arraiais da Igreja esquemas políticos para garantir os planos engedrados, para garantir os interesses corporativos. Discursos bonitos e escritos lindos às vezes servem para camuflar a realidade sórdida. Até estatísticas são manipuladas para esconder certas verdades, como crescimento exíguo da Igreja.
“Não é possível que tais coisas aconteçam!”, pensam crentes piedosos mas ingênuos. Porém “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. A Igreja, formada exclusivamente de crentes convertidos e fiéis permanecerá, mas a Igreja apenas nominal, formada de cristão nominais será rejeitada: “apartai-vos de Mim”...(Mt 7.22-23). Aquela permanece fiel e vitoriosa seus membros ouvirão: “Vinde, benditos de Meu Pai, possui por herança o Reino”...! (Mt 25.34).
A qual destas duas Igrejas você pertence?