quinta-feira, abril 30, 2009

A ordem do culto

Nossa adoração deve começar no momento em que entramos na casa do Senhor, buscando nos sintonizar com Deus: em silêncio, orando, lendo a Bíblia, meditando, criando em nós mesmos as condições espirituais para sermos edificados e santificados durante o culto. Para isso precisamos chegar alguns minutos antes do início do culto. Um prelúdio musical, muito suave, com instrumento delicado, pode ajudar-nos.

O início do culto convém que seja com louvor. Um hino ou um salmo de louvor lido por todos ou pelo dirigente, ou uma oração de louvor, ou os três, cada um feito da melhor maneira que somos capazes de fazer.

Depois de sentirmos a presença de Deus vem a contrição (tristeza pelas nossas ofensas a Deus). É hora de orarmos silenciosamente, cada um confessando seus pecados; é hora de alguém orar em nome de todos em confissão coletiva de pecados; é hora própria para a leitura de um salmo penitencial ou outro texto que fale de nossos pecados, e para o cântico de um hino de contrição.

Isto feito, convém que se leia algum texto que fale sobre o perdão concedido a quem confessa arrependido. Por exemplo, Rm 8.1; 1Jo 1.9.

Reconciliados com Deus, é agora o momento próprio para ouvirmos a mensagem de Deus. Desta parte constarão a leitura escolhida para o sermão, o próprio sermão, pregação ou estudo, seja qual for o nome que lhe dê.

Na parte de consagração ou dedicação fica bem uma oração logo após a mensagem, oração sobre a mensagem, como resposta do povo a Deus – não um comentário sobre a mensagem. Cabe, também, a oração silenciosa de cada um e o cântico de um hino apropriado à mensagem, que seja uma resposta a Deus diante do apelo que Sua mensagem traz.

Dessa forma está completo o culto. Se houver batismo, ofertório, ou celebração da Ceia, deve ser feito também nesta parte do culto.

O encerramento do culto poderá ser feito com uma oração de gratidão e louvor, a leitura de um texto bíblico apropriado ou a impetração da Benção Apostólica. Ou todas essas coisas, sem prolongar demais o tempo do culto.

quinta-feira, abril 23, 2009

Um modelo bíblico de Culto

Não podemos afirmar que haja na Bíblia o registro de um culto modelo para o seguirmos, o que seria muito cômodo, mas Deus não quis assim.

Encontramos, porém, textos que nos ajudam a entender como o culto deve ser e como não deve ser.

Eclesiastes 5.1-5 traz ensinos preciosos: cuidado especial do adorador na “casa de Deus”, incluindo certamente a reverência, a humildade, a espiritualidade e todas as demais condições já apontadas nos estudos anteriores sobre o tema: disposição para ouvir a Deus, mais do que para fazer a Deus nossas pobres oferendas; prudência e respeito para não dizermos a Deus palavras impensadas; o diálogo com Deus deve ser inteligente e não tolo, pois Ele é infinitamente inteligente. “Sejam poucas as tuas palavras”. Diante de Deus, “falar é prata, calar é ouro”, como ensina o ditado popular. O mesmo texto nos ensina que precisa haver seriedade e honestidade no que dizemos a Deus, especialmente no que Lhe prometemos. Nossos compromissos precisam ser cumpridos: “O que votares, paga-o”.

Isaías 6.1-13 é um texto que tem sido tomado por modelo. Aí encontramos:

1- o adorador em busca de Deus;

2- louvor, exaltação da santidade de Deus;

3- contrição, resultante do contraste entre a grandeza de Deus e a pequenez e imperfeição do adorador, sentido e expresso nas palavras “vou perecendo”. Quem era ele para estar na presença do Senhor dos Exércitos? Daí a profunda contrição e a impressão de que morreria;

4- confissão de pecados como consequência tanto do adorador Isaías como de seu povo;

5- declaração de perdão que se seguiu à confissão - “tua iniquidade foi tirada”. Com o perdão, vem a purificação (vs. 6 e 7);

6- mensagem ou palavra de Deus - “A quem enviarei...?”;

7- Consagração - à mensagem de Deus segue-se necessariamente a resposta do verdadeiro adorador: “Eis-me aqui. Envia-me”.

quinta-feira, abril 16, 2009

O Culto público e o Domingo

Culto é assunto intimamente ligado ao Domingo, que é o "sábado" (descanso) cristão.
Um bom ponto de partida para esta reflexão é um estudo rápido sobre o quarto mandamento, em Êxodo 20.8-11; Ne 13.12-22; e Ez 22.26, 20.11-24. Aí encontramos o mandamento, a maneira como Neemias o entendeu e exigiu que fosse obedecido, e a queixa de Deus contra Seu povo por não observar corretamente o quarto mandamento. Leia estes textos.
Reduzir a obediência ao quarto mandamento apenas às horas de culto e escola dominical é desobediência.
É importante que em todos os mandamentos e leis descubramos os princípios permanentes para não nos atermos apenas às regras e costumes locais e temporários.
O quarto mandamento encerra o princípio do trabalho e do descanso: toda pessoa tem o dever de trabalhar e de descansar de maneira adequada para atingir o fim principal do dia de descanso, que é a a santificação.
O domingo não é feriado religioso. É um dia totalmente diferente no seu sentido e nas práticas a serem realizadas. O verdadeiro sentido e espírito do domingo (sábado cristão) precisam ser bem entendidos e observados.
Tudo o que for necessário para nosso descanso e tudo que seja necessário e conveniente para nossa santificação deve ser feito sem que uma coisa prejudique a outra. Por exemplo: assistir a certos programas de televisão no domingo pode ser bom para o descanso físico, mas não ajuda a santificação, antes prejudica, então deve ser evitado.
Em Ezequiel 22.26 há a clara condenação da mistura do que é santo com o que é impuro, pernicioso, mau.

quinta-feira, abril 09, 2009

A importância do Culto público

O culto deve ser o ponto alto da vida da Igreja, o momento que aguardamos com especial interesse, pois como povo vamos adorar a Deus. Deve se tornar realidade a expressão frequentemente usada "banquete espiritual" - temos que nos preparar e buscar essa hora com ansiedade - "A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" - Sl 42.2; o salmista sabia que estava sempre na presença de Deus, mas ele se refere ao culto com o povo.

É uma hora muito especial, vital para a vida da Igreja. Deve expressar aquilo que realmente sentimos em relação a Deus.  Por isso, tem de haver coerência entre nossa vida durante a semana que passou, todo o domingo e a hora do culto. "Amigo, a que vens?", perguntou Cristo a Judas; é a pergunta que também devemos ouvir em nossos corações: "a que vens?" Qual é a motivação de cada um de nós ao vir para o culto?

A ordem do culto (correta ou não, queiramos ou não) manifesta o conceito que temos de Deus e de nosso relacionamento com Ele: se Ele é o Rei ou apenas um pouco superior a nós; se O tratamos com reverência e respeito ou se podemos dar-Lhe um "oi" e uns tapinhas nas costas; se só temos que aprender com ele ou se podemos discutir e entrar num acordo de meio-termo que nos satisfaça; se viemos para servi-Lo ou se viemos para dizer o que Ele deve fazer para nós.

quinta-feira, abril 02, 2009

"Cacoetes"

Cacoete”, segundo o Dicionário de Caldas Aulette, é “hábito ridículo, trejeito, contração muscular voluntário ou involuntário, sestro, mania, hábito”.
Pois certos cacoetes tem-se introduzido nos costumes de muitos crentes desavisados. Não são movimentos do corpo, mas, digamos, são cacoetes verbais, repetições verbais. Vamos citar alguns:
1. Orando, ou falando em público, muitos irmãos repetem, a cada 4 ou 5 palavras que dizem, a palavra “Senhor”, sem nenhuma razão, sem nenhum sentido, assim como algumas pessoas dizem constantemente “né?”, “tá?” ou “ahn!”. No caso de repetir-se a palavra “Senhor” automaticamente, isso não é respeitoso; ao contrário: é, de certa forma, usar em vão o nome do Senhor.
2. Conheço um pregador - e certamente há muitos outros - que, a cada dez ou vinte palavras ditas, introduz a frase “em nome do Senhor Jesus!”. Uma frase sempre inteiramente fora de propósito e do contexto, sem sentido. Além de ridículo, é também um uso impróprio do nome santo de nosso Senhor.
3. Outro dia, visitando uma igreja, notei outro cacoete que é muito comum, hoje. Um dos dirigentes do culto pronunciando um “amém!” inteiramente sem sentido, até mesmo quando fez um simples aviso sobre alguma reunião que haveria durante a semana; em seguida perguntava: “amém?”. Ora, a palavra hebraica “amém”, que passou para o português, o inglês e outras línguas nessa mesma forma, significa “assim seja”; expressa uma concordância, um assentimento e o desejo de que algo se faça - “tomara!” - e assim é que deve ser usado e nunca com uma interrogação.
O uso do “amém” é litúrgico e bíblico - veja-se, por exemplo, 1Co 14.16; Sl 41.13; 72.19; 89.52; 106.48; Mt 6.13; Ap 22.20-21. Não temos o direito de torná-lo uma expressão vulgar e sem sentido, um cacoete. Pregadores há que, desejando vaidosamente que o ouvintes concordem com afirmações pessoais deles, perguntam “amém?” e se o volume de voz na resposta for fraco, insistem: “amém, irmãos?”. É um costume que nada tem de bíblico, mas tem muito de anti-bíblico.
Lembremo-nos de que o culto público é o ponto culminante na vida religiosa do povo de Deus, a adoração do povo reunido. Lembremo-nos de que o culto deve sempre ser solene, por estar o povo conscientemente na presença de Deus, procurando adorá-Lo "em espirito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem" - Jo 4.23. Por isso mesmo não temos o direito de torná-lo vulgar. Ser popular não é ser vulgar; o culto deve ser sempre popular - do povo - e ao mesmo tempo ser sempre solene e digno do Senhor.
Cacoetes tornam o culto vulgar e ridículo, quando ele deve ser sempre "racional", inteligente - Rm 12.1 - digno e agradável ao Senhor e também a nós.
Verifique se você adquiriu algum habito assim; esforce-se para abandoná-lo.