terça-feira, julho 25, 2006

A Lei de Deus: como entender e obedecer

A Lei de Deus se encontra em toda a Bíblia, a Escritura Sagrada.

Os 10 mandamentos (Ex 20.3-17) são os fundamentos e ao mesmo um resumo de todas as leis contidas nos 66 livros da Bíblia. Cada uma delas é a aplicação dos princípios éticos contidos nos mandamentos, aplicação feita às mais variadas circunstâncias da vida humana.

O lº (v 3) - ensina o monoteísmo e o princípio da adoração só ao único Deus.
O 2º (vv 4 e 5) - ensina o princípio da espiritualidade do culto e proíbe a adoração de imagens ou pinturas, ou seu uso para fins de culto.
O 3º (v 7) - ensina o princípio do respeito absoluto a Deus e a tudo o que a Ele se refere, e proíbe o uso indevido de Seu nome.
O 4º (vv 8 a 11) - ensina o princípio do trabalho e do descanso. Manda trabalhar seis dias e reserva o sétimo para descanso e santificação.
O 5º (v 12) - ensina o princípio do respeito aos pais como autoridade, aos quais se deve obediência.
O 6º (v 13) - ensina o princípio do respeito à vida e proíbe toda forma de homicídio.
O 7º (v 14) - ensina o princípio da fidelidade conjugal e da pureza pessoal. Proíbe explicitamente o adultério, e implicitamente proíbe outras práticas semelhantes e tudo o que fira o princípio nele contido.
O 8º (v 15) - ensina o princípio de respeito aos bens alheios e da honestidade nos negócios, e proíbe o furto sob qualquer de suas muitas formas.
O 9º (v 16) - ensina o princípio da honestidade intelectual e da verdade. Proíbe qualquer forma de mentira contra o próximo.
O 10º (v 17) - ensina o princípio da satisfação com o que cada um tem e proíbe toda espécie de ganância e cobiça. À luz do ensino de 1Tm 6.8-10 entendemos melhor este mandamento.

Em toda a Escritura encontramos os desdobramentos e aplicações de cada um dos princípios éticos dos 10 mandamentos. Desse modo, toda e qualquer lei, se a examinarmos bem, verificaremos que está implícita em algum dos mandamentos ou até em mais de um deles. Dando um exemplo só: os textos e leis que condenam a prostituição e o homossexualismo, estão implícitos no 7º mandamento.

Essas leis dizemos chamarem-se leis morais ou Lei Moral. São permanentes, valem para todos os tempos, jamais foram abolidas por Cristo; ao contrário, Ele aprofundou a compreensão delas, tornando-as muito mais extensas do que os fariseus entendiam.

Encontramos nas Escrituras outros tipos de leis que não se chocam com a Lei Moral; ao contrário, a reforçam e confirmam; mas não são permanentes. Os princípios permanecem, mas a letra da lei não. Por exemplo, as leis cerimoniais. A Igreja Cristã, por mais dividida que esteja em denominações e seitas, não realiza mais a circuncisão, sacrifícios pelos pecados; não possue mais sacerdotes, nem realiza o cerimonial prescrito para o culto no tabernáculo e no templo. A exceção é a das Igrejas Romana e Ortodoxa. Nelas o padre é tido, ainda, como sacerdote, e pensam repetir o sacrifício de Cristo a cada missa que realizam.

Também as leis sanitárias e higiênicas, que visavam a preservação da saúde dos israelitas no deserto e na região quente do Oriente Médio, não se aplicam a todos os tempos e regiões. Por exemplo, os habitantes das regiões polares alimentam-se de carnes gordas, como as das focas, pela necessidade de muitas calorias e não podem deixar esse tipo de alimentação. Técnicas e conhecimentos modernos nos ajudam a compreender que certas prescrições da Lei devem ser entendidas pelos princípios nelas contidos, de cuidados higiênicos com o corpo e com a saúde, mas não são prescrições literais para todos os lugares e situações. Esses princípios é que são universais e imutáveis.

As leis civis contidas nos livros de Moisés eram aplicáveis entre o povo de Israel no regime da Teocracia, sob a direção de Deus, que falava não só pelos profetas mas também através de Urim e Tumim. Hoje não é possível, por exemplo, que a Igreja, pretendendo cumprir tais leis, condene alguém à pena de morte por ter desonrado os pais, ou quebrado o 4º mandamento, ou por ter adulterado, ou ter matado alguém. Muito menos poderá a Igreja executar essa sentença, pois não vivemos mais sob a Teocracia dos tempos de Israel. Nossas leis civis hoje não são as dos livros de Moisés. Mas, também destas leis permanecem os princípios éticos permanentes do respeito aos bens alheios, de respeito à vida humana, o de pureza pessoal e fidelidade conjugal e o princípio que não admite a impunidade. Nestes casos prevalece outra lei de Deus, contida em Dt 32.35, Lv 19.17-18, e resumida em Rm 12.19: “minha é a vingança, Eu recompensarei, diz o Senhor”. E há, ainda, a lei do perdão para aquele que, diante de Deus, está mesmo arrependido.

Cuide-se, todo cristão, para não se tornar frouxo no cumprimento pessoal da Lei de Deus. Mesmo que as leis civis e os costumes atuais sejam condescendentes com o pecado, como realmente muitas delas são, como cristãos temos que guiar-nos pela Lei do Senhor, como está nas Escrituras. Ele é misericordioso e perdoador, mas Suas promessas são para “aqueles que O temem”, “guardam o Seu concerto e se lembram dos Seus mandamentos para os cumprirem”- Sl 103.11-18; Sl 51.17, e ainda Sl 32.5 e Mt 5.17-20.

terça-feira, julho 11, 2006

A "Batalha Espiritual" e o Maniqueísmo

Maniqueísmo foi uma heresia que surgiu na Igreja Cristã no final do séc. III d.C. Originou-se por influência do Zoroastrianismo, religião dos persas. Alguns cristãos, indo à Pérsia, deixaram-se influenciar pela crença dos persas, de existência de dois deuses, um do Bem e outro do Mal, senhores dos Reinos da Luz e das Trevas, respectivamente.
Mani era um deles, e os maniqueístas levaram para o Cristianismo outras crenças e práticas pagãs como o ascetismo (abstenção de comer carne, de beber vinho, e do próprio casamento). Para dominar a carne recomendavam jejuns e penitências corporais.
O maniqueísmo reduzia os elementos cristãos ao mínimo e elevava ao máximo conceitos pagãos do Zoroastrianismo não-ortodoxo. Trouxe para a Igreja cristã a crença dualista, contrária à fé monoteísta.
Para o Zoroastrianismo, Satanás não é apenas um espírito mau, porém impotente, sob o poder de Deus; é um deus com imensos poderes, capaz de opor-se a Deus (o do bem).
Hoje os adeptos do movimento chamado “Batalha Espiritual” ressuscitam essa crença quando atribuem a Satanás e aos demônios poderes ilimitados opondo-se a Deus e Seu Reino de tal forma que, segundo o seu ensino, nem os próprios cristãos estão livres de serem dominados pelo maligno. Crêem que estes também podem ser endemoninhados e ainda inventaram outro termo: cristãos podem ser “demonizados”. Seus ensinos são anti-bíblicos, retirados do espiritismo e do paganismo.
Dos casos bíblicos de pessoas endemoninhadas e da expulsão dos demônios, retiram a conclusão ilegítima de que sempre haveria possessões demoníacas, mesmo depois de completada a revelação de Deus, com o livro de Apocalipse.
Esquecem-se de que o livro de Atos dos Apóstolos registra que “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pela mão dos apóstolos” e não pelas mãos de qualquer cristão. Inferem ilegitimamente das palavras de Cristo em Mc 16.17-18 que os cristãos em geral “expulsarão demônios”, etc. Como os pentecostais em geral, selecionam esses fatos espetaculares e milagrosos: não falam em “pegar nas serpentes” e “beber alguma coisa mortífera”... Com isso, limitam seus “milagres” a alguns fatos de difícil verificação: se de fato alguém está endemoninhado ou apenas com uma forte perturbação mental; se alguém estava realmente ou apenas aparentemente paralítico, cego, mudo ou surdo sob algum efeito psicológico, como é bastante comum - os casos psicossomáticos. Todos esses casos dão margem à existência de fraudes e encenação, como também acontece muito nas sessões espíritas. Por que não curam, por exemplo, alguma vítima da talidomida, fazendo aparecer no paciente algum membro que faltava? Ou no caso de vítima de paralisia infantil com algum membro atrofiado, por que não operam a completa e imediata restauração desse membro, como foi no caso do paralítico de At 3, que certamente tinha suas pernas (ossos, músculos e tendões) atrofiados e que andou imediatamente após a ordem de Pedro, e logo depois dava saltos de alegria?
Esse terreno é muito propício para charlatães. Se ficarmos com a doutrina bíblica correta estaremos a salvo de tais enganos.
Lembremo-nos de que em Mt 8.28-32, ficou bem claro que os demônios estão sob o poder de Cristo e nada podem fazer sem Sua permissão; de que em Jó 1.12 e 2.6 fica bem claro que Satanás age apenas dentro dos limites permitidos por Deus, inclusive nas tentações: 1Co 10.13. Pv.16.4 é outro texto claro sobre a soberania de Deus: “O Senhor fez todas as coisas para os Seus próprios fins, e até o ímpio para o dia do mal”.
Lembremo-nos de que Satanás já está amarrado desde que Jesus Cristo veio, realizando exatamente aquilo que Satanás temia e tentou impedir: que Cristo realizasse sua missão redentora. Sem dúvida Satanás está ao nosso redor, e cabe a cada um de nós resistir-lhe mas não temos que viver amedrontados como se ele fosse um todo-poderoso adversário. Nós podemos “apagar todos os seus dardos inflamados” (Ef 6.16), sobretudo porque Cristo e o Espírito Santo intercedem por nós (Rm 8.27 e 34); o Espírito Santo habita em nós (Jo 14.17 e 1Co 6.19) e é mais poderoso do que o Adversário. “Maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (Jo 4.4) e “aquele que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1Jo 5.18).
“Em todas estas coisas somos mais do que vencedores” (Rm 8.37). Graças a Deus!

segunda-feira, julho 03, 2006

Evangelização

EVANGELIZAÇÃO

Evangelizar é comunicar o Evangelho no poder do Espírito Santo”.
É ensinar uma pessoa a respeito de sua necessidade de salvar-se por meio da fé em Jesus Cristo. É levar alguém, quanto possível, a crer em Jesus Cristo para ter a salvação, a vida eterna; é levá-la a reconhecer a necessidade de ser salva do pecado e da condenação; a “nascer de novo” para ter a salvação.
Nascida de novo, essa pessoa terá condições de aprender tudo “o que de Deus se pode conhecer” (Rm 1.19). Antes de nascer de novo, essa pessoa não terá condições de apreender outros ensinos; poderá, no máximo, adquirir um conhecimento intelectual da doutrina cristã, mas não a assimilará como o corpo assimila o alimento que recebe.
Em resumo: para evangelizar alguém, temos de transmitir-lhe o “plano de Deus para salvação”. O restante da doutrinação deve vir depois que a pessoa realmente se converteu, mudou de vida, passou a freqüentar a Igreja porque já se sente como parte da “família de Cristo”. Aí, então deve começar outra fase do acompanhamento, que será chamada mais apropriadamente de discipulado.
Para efeito didático, e para obter melhor resultado, é conveniente distinguir essas duas fases: evangelização e discipulado. A primeira tem o objetivo de levar alguém à salvação; a segunda tem o objetivo de instruir melhor na doutrina bíblica, aquele que foi evangelizado e já é um cristão.
Para alguém evangelizar eficientemente é necessário que tenha verdadeiro amor ao próximo e ore confiando no poder de Deus, pois só Ele pode converter alguém.

Passos para a evangelização de alguém

1. Fazê-lo saber que é pecador e está perdido, sem Deus.
2. Comunicar-lhe que Deus o perdoa e lhe dá, de graça, a salvação, mediante a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus o ama.
3. Ensinar-lhe que conversão ou novo nascimento é mais do que saber, mas sim receber intimamente Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.
4. Crescimento espiritual e santificação de vida: “fruto que mostre o arrependimento” (Mt 3.8 e Lc 3.8).

Como começar

É da mesma maneira como Deus nos fala nas Escrituras: partindo do pressuposto de que Deus existe e nós cremos nEle: “No princípio Deus...” Jamais as Escrituras tentam provar-nos a existência de Deus. Depois que cremos nEle é que nos interessamos em saber de Seus atributos.
Assim também na evangelização: começar com lições bem simples, como se ensina o b+a=ba, a uma criança. Mais tarde ela terá condições de aprender muito mais. É melhor ensinar o básico; o restante, só à medida em que o novo crente pede mais. Ensinar que após o novo nascimento ou conversão haverá necessariamente a fase de crescimento espiritual e santificação de vida: “fruto que mostre o arrependimento” – Mt 3.8 e Lc 3.8

1º passo - Ensinar que Deus criou o universo com vistas ao ser humano – Gn 1 e 2.
Deus criou o ser humano à imagem e semelhança dele: ser inteligente, moral e espiritual, o único capaz de ter comunhão com Deus, único a possuir uma alma imortal; o único casal que teve a possibilidade de ser sempre perfeitamente santo e capaz de viver para sempre.

2º passo - O ser humano não passou, não foi aprovado no teste de fidelidade – Gn 3.

3º passo - O progresso do pecado, de Adão até Noé – Gn 6.5.
Conseqüência do pecado: problemas (Gn 3.23), tragédias (Gn 4.8), bigamia (Gn 4.19), corrupção completa (Gn 6.5; Rm 1.21-25), morte espiritual (Rm 6.23).
Não só o homem todo, mas a sociedade toda é pecadora – 1Jo 5.19; 2.15-17.

4º passo - Mas Deus não abandona o ser humano, e quer salvá-lo. “Deus quer que todos se salvem” por meio de Cristo – 1Tm 3.3-4; Rm 6.23.

5º passo - O plano de Deus para salvação. “Você já sabe; agora, receba Cristo como seu Senhor”.

6º passo - Agora, o que compete à pessoa que creu em Cristo e está salva: assumir os privilégios e deveres de cristão - Sl. 37.3, 5 e 7.

7º passo - O crente ainda necessita de arrependimento? Sim, porque continua sendo pecador – 1Jo 1.8-9; Rm 7.22-25 e 8.1.

8º passo- O que é ser discípulo de Cristo: não é ser apenas aluno de Cristo, mas ser um seguidor do ensino, do exemplo e das ordens de Cristo - Mt 11.29; Lc 13.15-17; 1Jo 2.6.

9ª passo- A vida produtiva do discípulo - Jo 15.1-8; Mt 5.16; Tt 3.8 e 14; 2Pe 2.5-8.

10º passo - Soberania é a causa de tudo o que se estudou até aqui. Deus é o criador, o mantenedor e o dirigente do universo.

11º passo - O valor da Bíblia. Se cremos em Céus é porque Ele nos deu a fé para podermos crer. Conhecemos algo a respeito de Deus, e do que Ele quer de nós, porque as Escrituras nos falam. Cremos nelas porque Deus nos deu a fé – Ef 2.8. Antes de tudo, cremos porque Deus nos deu a fé – Hb 11.4 – não foi porque alguém nos provou alguma coisa, mas sim porque Deus nos deu fé para crermos. Agora convém saber mais e cada vez mais sobre a Bíblia, as Escrituras Sagradas.

12º passo - Agora podemos saber mais sobre Deus: a Trindade. Quem somos nós para compreender Deus e a doutrina da Trindade? Porém cremos - Rm 11.33. Pela fé nós cremos e aceitamos o que a Bíblia ensina , mesmo o que está acima de nossa capacidade de compreensão.

13º passo - A vida futura. Vida eterna não significa apenas imortalidade da alma, mas a qualidade da nova vida que começamos a viver quando nos convertemos. Essa qualidade de vida vamos vivê-la plenamente no Céu, com Deus, os anjos e todos os salvos.

14º passo - A Igreja: você e eu.

15º passo - Importância do Batismo e da Profissão de Fé.