sexta-feira, outubro 30, 2009

Instituições Divinas e Invenções Humanas - 6

As Invenções Humanas - Ec 7.29

Desde que Adão e Eva transgrediram a ordem divina, ficaram evidentes duas verdades: 1) Deus ordena mas não tira a liberdade do ser humano, o mesmo que fez com os anjos, pois não deseja ser servido e adorado por “robots”, mas por seres inteligentes e livres; 2) A segunda verdade é que o pecado, uma vez instalado e cometido, corrompeu o ser humano todo e, por hereditariedade corrompeu a humanidade toda.

Já se percebe isso no primeiro caso, o de Adão e Eva. Eva comeu do fruto proibido, deu-o a Adão e ele simplesmente comeu também. As consequências foram imediatas: 1) tiveram consciência de seu ato e se tornaram maliciosos, perderam a ingenuidade e a simplicidade que possuíam antes (v. 7); 2) sentiram-se incomodados com a presença de Deus, o que antes era para eles prazeroso; 3) tornaram-se tolos tentando esconder-se de Deus – é o embotamento da própria razão; o pecado “emburrece” uma pessoa; 4) chamado e inquirido por Deus, como maior responsável, Adão se mostrou evasivo e insincero (10); devia ter dito logo “sim, comi, desobedeci a Tua ordem”; 5) procurou transferir a culpa para Eva e em última análise, para o próprio Deus: “a mulher que me deste, ela me deu e eu comi”. Podemos imaginar que pela primeira vez também Eva se sentiu injustiçada, pois Adão não foi obrigado, comeu porque quis. Certamente daí surgiu a primeira rusga entre o casal; 6) o ser humano perdeu definitivamente a santidade com que fora criado e se tornou transmissor de sua nova natureza, pecaminosa, aos filhos e filhas que veio a gerar (Gn 5.1-4).

O pecado, como um mortífero vírus da alma, se instalou na vida de todo ser humano. Só a graça de Deus pode curá-lo de tão terrível doença: “O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado” – 1Jo 1.7 e “o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” – Rm 6.14, e ainda “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a Sua grande misericórdia, nos regenera para uma viva esperança...” – 1Pe 1.3.

Após o primeiro pecado a humanidade decaída, representada pelo primeiro casal, começou a inventar novas filosofias de vida, novas maneiras de “gozar a vida”, e novas maneiras de pecar. Em Gn 6.5 está a constatação: “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. São as pecaminosas invenções humanas.

Deus fez o homem justo, mas eles buscaram muitas invenções” – Ec 7.29.

terça-feira, outubro 27, 2009

Instituições Divinas e Invenções Humanas - 5

IV. A IGREJA

Como encontramos em Ml 3.15, Deus “buscava (na criação) uma semente de piedosos”. Essa “semente” iria ser o corpo da Igreja, cuja cabeça é Cristo – Ef 4.15.

No Antigo Testamento, era o povo de Israel, sob a teocracia – Deus dirigindo seu povo ao falar diretamente a Seus servos, falando através de Urim e Tumim, e dos profetas.

No Novo Testamento, é a Igreja estabelecida por Cristo. Além do “povo de Israel”, ela inclui também todo gentio que receba Cristo como Senhor – Jo 1.12.

O Senhor Jesus é insubstituível modelo para todo cristão. A Igreja haveria de ser no mundo uma testemunha viva de Cristo – At 1.8 – e teria a missão de levar a mensagem do Evangelho ao mundo todo – Mc 16.15; Mt 28.19-20; Lc 24.46; Jo 17.18.

Mas Igreja não é uma abstração, é o conjunto dos cristãos sob a liderança de Cristo; é cada cristão, onde quer que esteja, sendo fiel a Cristo – Ef 2.15. Igreja (eclecía = assembléia) não é só o coletivo, é também a ação de cada um de seus membros, sob a direção do Espírito Santo – At 1.8.

Igreja é a comunidade que vive como vivia a Igreja Primitiva retratada no livro de Atos dos Apóstolos – At 2.42-47, 4.32-35, que existe para viver o Evangelho e difundi-lo em todo o mundo. Enfrentaria a oposição e até perseguição, mas não desistiria; enfrentaria também as artimanhas de Satanás infiltrando-se na Igreja através do descuido e fraqueza de cristãos – por exemplo, At 5.1-11 (Ananias e Safira), 8.18-23 (Simão e a simonia).

Como toda organização composta de pessoas, a Igreja tem, necessariamente, uma estrutura: pessoas com diferentes capacidades exercendo diferentes ministérios –Rm 12.4-8, 1Co 12.4-11, 28-31.

Oficiais especiais, os apóstolos, foram apenas os 12 escolhidos por Cristo, depois Matias substituto de Judas Iscariotes, e Paulo estabelecido por Cristo –Gl 1.1; 2Co 12.11-12; ninguém mais teve e ninguém mais tem o direito de dizer-se apóstolo. Os evangelistas – Ef 4.11 – profetas, pastores, doutores, diáconos (At 6.1-7) eram os demais oficiais referidos no N.T. Por profetas não podemos entender só pessoas como Moisés, Isaías e todos os outros do A.T., através dos quais Deus Se revelou e inspirou para escreverem Sua Palavra registrada nos livros sagrados. Temos que entender, hoje, que todos os cristãos somos “profetas” no sentido etimológico da palavra grega “profete” (“pró”+“faino”) que significa “o que fala em lugar de outro”, como Aarão seria o “profeta” de Moisés, falando em lugar dele (Ex 4.14-16). Todo cristão é enviado ao mundo para transmitir a palavra do Rei e Senhor da Igreja; todos somos profetas nesse sentido de transmitir a mensagem de Cristo. Os diáconos e presbíteros devem ser estabelecidos pela Igreja segundo os exemplos que temos no N.T. – At 6.3 e 5; Tt 1.5.

Quanto ao tipo de governo da Igreja, existem bases bíblicas para se defender o sistema congregacional, o sistema episcopal e o sistema presbiteriano. Pelo número de textos que favorecem o sistema presbiteriano (democrático-representativo), nossa preferência é pelo último modelo, mas não podemos inquinar de anti-bíblicos os outros dois. O que importa é que cada igreja ou denominação seja fiel ao Senhor de todos nós – 1Co 4.2-5.

(continua)

sexta-feira, outubro 23, 2009

Instituições Divinas e Invenções Humanas - 4

III. A LEI

A Lei que nos foi dada por Deus nos dá princípios éticos e regras de conduta para que possamos ter um bom relacionamento tanto com Deus como com o próximo.

Examinemos, ainda que superficialmente, os 10 mandamentos, que são o resumo de toda a Lei que se encontra de Gênesis até Apocalipse.

O 1o. nos ensina que há um só Deus; monoteísmo como princípio de nossa fé. Assim elimina o deísmo e o politeísmo.

O 2o. contém o princípio do culto espiritual, porque “Deus é espírito e importa que os que O adoram, O adorem em espírito e em verdade”.

O 3o. contém o princípio de absoluto respeito a Deus e a tudo que a Ele se refira, especialmente Seu nome.

O 4o. contém o princípio do trabalho e do descanso: todos têm o dever de trabalhar e têm também direito ao descanso. Estabelece seis dias para trabalho e um dia inteiro de descanso, “para o santificar”, isto é, para ser um dia inteiro voltado para nossa santificação através da comunhão com Deus. Nesse 7o. dia devem ser realizadas apenas as tarefas essenciais à vida e as de socorro, além do culto e ensino da Palavra de Deus. As demais devem ser realizadas nos seis dias de trabalho.

O 5o. mandamento contém o princípio de respeito aos pais. Honrar pai e mãe é preservar o bom nome deles e da família, é obedecê-los, acatá-los, respeitá-los, colaborar com eles. e fortalecer a família. O salmo 127 fala dos filhos como “flechas na mão do valente”. Os filhos completam e fortalecem a família, unem os pais.

O 6o. contém o princípio de respeito à vida. Não se trata de apenas não matar, mas defender, preservar a vida de todo ser humano, começando com a própria vida. É um mandamento contra toda forma de violência contra o próximo.

O 7o. mandamento contém o princípio de fidelidade conjugal. Portanto proíbe o adultério, bem como toda situação e todo ato da mesma natureza, ilegítimo, no campo do sexo: concubinato, prostituição, e toda forma de desrespeito ao casamento. Leia-se Lv 18 e Rm 1.

O 8o. contém o princípio da honestidade. Dessa forma proíbe qualquer forma ilegítima de conseguir bens materiais: o furto, o roubo, o assalto, o peculato, o estelionato, o contrabando, a exploração, a escravidão, a falsificação, etc. Todos os bens necessários devem ser conseguidos com o trabalho produtivo e honesto.

O 9o. mandamento contém o princípio do amor à verdade e defesa da verdade. Proíbe a mentira, a calúnia, a meia-verdade, o sofisma, o fingimento, a insinceridade.

No 10o. mandamento está o princípio da moderação, e proíbe toda espécie de cobiça, que é a falta de contentamento. “Já aprendi a contentar-me com o que tenho”, ensina o apóstolo Paulo – Fp 4.11 e 1Tm 6.8. Assim é que se evitam a cobiça e a ambição.

A respeito da Lei convém lembrar o que disse Jesus Cristo sobre ela: “Não cuideis que vim destruir a Lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir. ...Até que os céus e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido” - Mt 5.18. E Tiago: “Porque qualquer que guardar toda a Lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” - Tg 2.10.

Todos os problemas de relacionamento humano e social que existem no mundo são causados pela quebra destes mandamentos. Oxalá o mundo se voltasse para eles para os cumprir!

(continua)

terça-feira, outubro 20, 2009

Instituições Divinas e Invenções Humanas - 3

II. A FAMÍLIA

A família é a segunda grande instituição estabelecida por Deus. Ele criou primeiro o varão – Gn 2.7-17 – cujo nome, “Adam”, é cognato de “adamah” (terra). Em Gn 1.26 “Adam” é o substantivo que designa o homem no sentido genérico – ser humano – homem e mulher (Gn 1.27). Sabemos disso porque a palavra hebraica que se traduz por varão (homem, sexo masculino) é “ish”, e a palavra que encontramos em Gn 2.22 é a palavra “ishah” que se traduz por “mulher”; Deus criou o varão do pó da terra (Gn 2.7); já a mulher Deus fez ou criou usando como matéria não mais “pó da terra”, mas sim carne e osso de Adão (“uma de suas costelas”-Gn 2.21). O texto bíblico deixa bem claro que a mulher não foi feita de material inferior, mas de parte do próprio homem.

Comentou Santo Agostinho, que Deus não fez Eva dos pés de Adão como a indicar que ela seria inferior e pisada pelo homem; não a fez da cabeça do homem como a indicar que ela seria superior, e deveria dominá-lo, mas a fez de uma de suas costelas, de um de seus lados, como a indicar que estaria sempre ao seu lado, de sob o seu braço como indicando que ela estaria sempre sob a proteção do homem, e de junto de seu coração, como a indicar que ela seria o alvo dos afetos do homem.

Diz ainda o texto de Gn 2, no versículo 22, que Deus fez a mulher e “a trouxe a Adão”. Não seria para estar longe de Adão, em outro local do jardim, porém junto dele. Vemos aí o momento exato em que Deus uniu o homem e a mulher como casal, fundando a família. O texto de Gn 1.27-28 se encaixa exatamente aí – a ordem de multiplicar-se e dominar a Terra. Desde então seriam marido e mulher para juntos cumprirem a ordem de Deus.

A missão de marido e mulher, de multiplicarem-se gerando filhos, não seria simplesmente gerá-los, tal como fazem os irracionais, num crescimento populacional irresponsável, mas como seres inteligentes à semelhança de Deus, tendo também a responsabilidade de criá-los e educá-los, transmitindo-lhes conhecimentos e também formando seu caráter, o que inclui a formação religiosa dos filhos, segundo Dt 6.4-9.

Multiplicar-se, então, não significa apenas a perpetuação da espécie humana. O profeta Malaquias (2.14-15) diz: “Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher de tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher do teu concerto. E não fez somente um, sobejando-lhe espírito? E por somente um? Ele buscava uma semente de piedosos.

Marido e mulher, ao gerarem seus filhos, deverão estar assumindo a responsabilidade de educar os filhos transmitindo-lhes conhecimentos sobre a natureza, como produzirem os bens necessários, e o reconhecimento dos valores morais e espirituais. O Salmo 78.1-6 fala da transmissão de pais para filhos, das maravilhas realizadas por Deus.

A tarefa de educar é tão importante ou mais importante do que a tarefa de produzir os bens materiais. Essa tarefa cabe primeiramente à família. A escola, necessária sem dúvida, deve ser vista como auxiliar da família. Especialmente as escolas de crianças e jovens precisam ter o caráter de educandários e não de “deseducandários”, como muitas vezes tem acontecido há tempos e presentemente.

Ter filhos, criá-los e educá-los para serem tementes a Deus é o nosso dever.

Para isso Deus nos habilita. Ele nos educa para que também possamos educar. Primeiro, colocando no coração ou na consciência de cada um a Sua Lei – Rm 2.14-15: “De fato, quando os gentios, que não têm a Lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a Lei; pois mostram que as exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os”.

Mas além da Lei colocada na consciência moral de cada um, Deus nos deu a Lei escrita em toda a Escritura Sagrada; lei resumida nos 10 mandamentos – Ex 20.1-17. Ela nos é dada para ajudar-nos a conhecer em detalhes o que Deus requer de nós.

É necessário, ainda, observar que a família instituída por Deus começa com a união de um homem e uma mulher – família monogâmica. Ensinam-nos ainda as Escrituras que Deus “odeia” ou “aborrece o repúdio” – Ml 2.16. Jesus Cristo, em Mt 19.3-12 e Mc 10.1-12, também fala do casamento como união que só pode desfazer-se por morte de um dos cônjuges – 1Co 7.39. Somente o adultério é apontado por Cristo como causa justa para divórcio (Mt 19.9).

Essa é a família instituída por Deus.

(continua)

sexta-feira, outubro 16, 2009

Instituições Divinas e Invenções Humanas - 2

AS INSTITUIÇÕES DIVINAS

I. O TRABALHO

Deus não deixou ocioso no Éden o homem que criara. Gn 2.15 diz que Deus colocou Adão “no jardim do Éden para o lavrar e guardar”. “Lavrar a terra”, evidentemente para que o jardim não se transformasse em floresta inabitável; “guardar a terra”, certamente dos animais predadores, para preservá-lo. Era, inicialmente, um trabalho braçal, porém trabalho ameno, e suficiente para prover o seu sustento. Só após a queda no pecado é que o trabalho se tornou penoso e até opressivo – Gn. 3.17-19.

No 4o. mandamento, dado através de Moisés muito mais tarde, Deus nos ordena trabalhar seis dos sete dias da semana.

Note-se, porém, que ainda no Éden, Deus ordenou ao casal: “enchei a Terra e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves do céu, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”. O Salmo 8 completa: “fazes com que ele (o homem) tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés”. O ser humano teria uma capacidade crescente de domínio sobre a criação. Hoje estende esse domínio, ainda que parcial, até o espaço sideral, com as viagens interplanetárias.

O homem foi colocado por Deus como mordomo dos demais seres criados. Dessa mordomia certamente tem que prestar contas a Deus; é uma das lições contidas em Mt 25.14-30, a parábola dos talentos. A figura de mordomo é também usada por Cristo em Lc 12.42-43.

O trabalho é uma bênção que Deus dá a todos, a cada um segundo a sua capacidade, inclusive às crianças. É perigosa, quando mal feita, a campanha contra o trabalho infantil. Ninguém tem o direito de explorá-la, mas a criança também deve aprender a trabalhar e ter obrigações. O trabalho é educativo, e não é só emprego; assim também o trabalho doméstico.

O trabalho continua sendo instituição a ser respeitada, porque vem de Deus. É necessário, porém, que observemos os característicos do trabalho instituído por Deus:

1o.) Preservação da natureza. Uma das tragédias da atualidade é a falta de cuidados com a natureza: destruição motivada pela ambição de lucro, e poluição pelo desleixo; ambos são crimes contra a ecologia.

2o.) Outro característico: ser produtivo. Através dos tempos o homem foi inventando formas de trabalho que não produzem nada, senão enriquecimento e satisfação da vaidade. Então surgiram, mesmo antes dos faraós, as chamadas “obras faraônicas”, como as da Babilônia. Era ostentação de riqueza e de poder. A primeira desse tipo foi a Torre de Babel. Além de não ser um trabalho produtivo, era realizada geralmente com trabalho escravo. Não é isso mesmo que se observa hoje? Obras faraônicas para satisfação e proveito de algumas pessoas ou de algumas classes sociais; e a escravidão continua existindo de forma disfarçada: de um lado classes sociais privilegiadas que usufruem, e de outro lado a mão de obra explorada, de classes sociais vivendo miseravelmente – ostentação de riqueza e miséria lado a lado – porque o trabalho não é visto como necessariamente produtivo. São inúmeras as atividades econômicas modernas que não produzem nada, a não ser lucro para alguns e satisfação da vaidade, e continua sendo à custa da exploração desumana do trabalho alheio.

Assim é em grande parte o trabalho de bancos e outras instituições financeiras. O “trabalho” dos produtores e comerciantes de tóxicos ilegais é assim; milhares ou milhões de pessoas “trabalhando” na produção e no comércio das drogas, sem nada produzir de bom. Também o simples entretenimento, em todas as suas formas, é levado a um exagero incrível sem nada produzir, senão lucro para os empresários e grandes artistas, seja o teatro, o futebol, a televisão, ou qualquer outro. O traficante julga que está trabalhando, assim também os prostitutos e prostitutas, hoje chamados “trabalhadores do sexo”. São ocupações mas não são trabalho; para ser trabalho, toda atividade precisa estar de acordo com a origem que vem de Deus: ser boa, produtiva e honesta; não comporta degradação moral, da natureza, nem exploração do homem pelo homem.

Assim também atividades como a moda e o turismo. Se não se esquecessem de que toda atividade para ser honesta tem que produzir bens necessários e duráveis, cuidariam dos aspectos educativos que o turismo pode ter, e da produção de vestes e agasalhos realmente necessários para todos, e não peças de roupas mais para despir do que para vestir, e nem só para uma classe perdulária e frívola, estimulando ainda mais a vaidade e a frivolidade, em um mundo onde há bilhões, vivendo miseravelmente.

Quantas outras atividades inúteis e até mesmo nocivas – como as loterias e os jogos de azar – ocupam o tempo e as energias de milhões de pessoas, e redundam na destruição moral e física das pessoas!

Cada pessoa que teme a Deus deve verificar se a atividade a que se dedica é realmente honesta, produtiva, benéfica em todos os sentidos. Se não, mude de profissão, de emprego, de trabalho.

O moderno consumismo, com todos os seus males, é o grande estimulador da frivolidade, quando há tanta coisa construtiva e edificante em que devíamos todos ocupar nosso tempo e nossas capacidades. O trabalho que nada produz é nocivo e uma das causas da má distribuição de renda, e da conseqüente miséria.

O grande apóstolo Paulo escreveu: “Vede prudentemente como andais, não como néscios (tolos) mas como sábios, remindo (usando bem) o tempo, porquanto os dias são maus” - Ef 5.15-18.

(continua)

terça-feira, outubro 13, 2009

Instituições Divinas e Invenções Humanas - 1

Deus fez ao homem reto, mas eles buscaram muitas invenções” (Ec.7.29)

S U M Á R I O

I. Introdução

II. Instituições divinas:

l. O trabalho

2. A família

3. A Lei

4. A Igreja

III. Invenções humanas:

1. O trabalho opressivo, escravidão e servidão

2. A ostentação de riqueza

3. O crime organizado

4. A filosofia hedonista

5. Bigamia e Poligamia

6. Concubinato

7. Prostituição, adultério, homossexualismo.

IV. As bênçãos de Deus para a Família.

V. Conclusão: há solução? Dt 30.15-19; Ez 18.31-32; At 4.10-12; Jo 1.12; 3.16.

INTRODUÇÃO

Quando Deus criou o ser humano nada improvisou; providenciou todas as coisas necessárias para o bem das criaturas feitas “à Sua imagem e semelhança”. Não só o mundo material, cujas maravilhas o homem até hoje vai aos poucos descobrindo, mas também o que seria necessário para o homem usufruir todas as bênçãos por Deus de antemão preparadas.

É o que chamamos aqui “as instituições divinas”. Entre elas, o trabalho, a família, as leis, o Estado, a Igreja e outras, todas objetivando o bem do homem e de toda a sociedade humana – não só para sua vida no mundo, mas também para seu destino eterno.

Porém o homem, em sua rebeldia, ignorou a bondosa providência divina e inventou diferentes formas de pecar – Ec 7.9. São as “invenções humanas”.

(continua)

quinta-feira, outubro 08, 2009

Árvores sem Fruto

Árvores sem frutos

Mt 3.10; 7.15-20; 12.33; Jo 15.2, 8, 16.

No primeiro texto é João Batista que fala dos frutos que todos produzem, bons ou maus; os frutos a serem produzidos pelas pessoas que se arrependem deverão ser frutos dignos desse arrependimento – frutos de justiça, de bondade e amor.

No segundo texto, é Cristo quem fala. Os frutos que Ele espera dos que nasceram de novo e são novas criaturas (2Co5.17) são bons frutos; outros que produzem frutos maus são como árvores que “corta-se e lança-se no fogo”. Produz bons frutos aquele que “faz a vontade de meu Pai”, diz Cristo.

No terceiro texto - “pelo fruto se conhece a árvore” - Cristo aponta o critério pelo qual cada um será por Deus julgado.

No quarto texto Jesus diz: “Eu vos escolhi para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”. É desejo expresso de Cristo que nossa vida e nosso trabalho dê fruto e permaneça.

Tudo isso exige de nós comunhão com Deus – para sabermos o que Deus quer que façamos e como devemos fazê-lo – dedicação e empenho – porque é “maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente” (Je 48.10) – perseverança e desprendimento (Tg 1.22-25; 2Co 12.14-15).

O cristão verdadeiro e fiel trabalha sob a direção de Deus, por isso seu trabalho é abençoado e dá frutos bons, permanentes, para a glória de Deus; empenha-sede corpo e alma; não desiste; não busca seus próprios interesses; é uma bênção no mundo (Gn12.2).

terça-feira, outubro 06, 2009

A causa de todos os problemas - 4

Esta situação lastimável da humanidade pode ser um indício de que Cristo voltará. Leia Mt 24.36-39.
Todos esses problemas, toda a situação caótica da humanidade tem origem na crescente incredulidade do ser humano e de sua desobediência ao ensino das Escrituras quanto às nossas obrigações, que se resumem nas palavras de Cristo em Mt 22.37-39, que também se encontra em Dt 6.5; 10.12-13.
Haverá solução?
Um dia Deus enviou o profeta Jonas a Nínive, que poderia ser destruída devido à sua perversão e maldade. Jonas foi, transmitiu a mensagem de alerta “e os homens de Nínive creram em Deus... esta palavra chegou ao rei... e fez uma proclamação... dizendo:... os homens... clamarão fortemente a Deus e se converterão, cada um de seu mau caminho e da violência... Quem sabe Deus se voltará e se arrependerá e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do que dissera que lhe faria, e não fez” (Jn 3.5-10).
Isto também pode acontecer hoje. Façamos a nossa parte!

(fim)

quinta-feira, outubro 01, 2009

A causa de todos os problemas - 3

5. Também nos ensinam as Escrituras: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” - 1Tm 6.10. Quem passa a amar o dinheiro torna-se facilmente avarento – quando quer acumular sem limites – perdulário – quando quer dinheiro para gastar compulsivamente – desonesto – quando para ganhar mais usa meios escusos – corrupto – quando para ganhar mais usa meios ilícitos. Com dinheiro torna-se também corruptor – quando oferece e dá propina para conseguir vantagem ilícita – assaltante – quando usa a violência para roubar – e assim por diante, os crimes mais sórdidos, como o peculato, a falsificação e o contrabando. No Brasil, hoje, é comum a formação de quadrilhas para desviar recursos públicos. Tudo porque não se crê e não se teme a Deus, que diz, no 8o. Mandamento: “Não furtarás”, resumo de todas as formas desonestas de ganhar dinheiro.

6. Relacionadas ao sexo, há as mais sórdidas práticas : prostituição, adultério, homossexualismo são claramente denunciados e condenados nas Escrituras – Lv 18; Ap 22.15; Rm 18.32 e muitos outros. Hoje o mais baixo pecado está também se tornando moda: a pedofilia e a prostituição infantil induzida até por mães prostitutas. O tráfico de mulheres é grande. Na Europa, noticiaram os jornais, há pelo menos 25 mil prostitutas brasileiras. Elas não são levadas à força, mas lá ficam sujeitas a seus patrões; foram porque já eram prostitutas e queriam vantagens. O desprezo aos mandamentos, trocando-os pela filosofia hedonista leva as pessoas a desprezar a instituição divina do casamento. Então, namoro vira prostituição irresponsável; concubinato substitui o casamento; crianças são fruto de gravidez “indesejada”, filhos rejeitados desde o ventre materno; logo serão filhos abandonados, no máximo, criados, mas não educados em bases morais e afetivas sólidas – presas fáceis do hedonismo, das drogas e de todo tipo de corrupção e degradação. Até os meios religiosos são atingidos e contaminados. Lembro-me, então, da interrogação que Cristo deixou sem resposta: “Quando, porém, o Filho do Homem vier, achará porventura fé na Terra?” (Lc 18.8).

(continua)