segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Pausa

As postagens de estudos do Rev. Rubens Osório sofrerão uma interrupção até o dia 20 de março, por motivo de viagem do seu filho e publisher.
A partir da Páscoa, retornaremos as postagens semanais, às quintas-feiras.
Obrigado pela compreensão.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Lições Bíblicas - 9c

3. O CULTO - Culto é o ato específico de adoração a Deus. Pode ser particular ou coletivo; este em pequeno grupo como no culto doméstico, numa reunião de poucas pessoas ou o culto público, de muitas pessoas. Pode realizar-se em qualquer lugar: em nosso quarto, num comodo de uma residência, no templo de uma Igreja, ao ar livre, numa escola ou numa prisão.

O culto é o nosso relacionamento direto com Deus, ocasião em que O adoramos.

Como podemos realmente adorar o Senhor. Esta é uma questão séria, fundamental, pois é certo que a maioria das pessoas, embora o queiram, não conseguem adorar o Senhor porque não o fazem como Ele requer. Cristo nos ensina a maneira correta. Vamos estudar o assunto para que não nos iludamos realizando atos que não O agradem.

Em João 4, no diálogo com a samaritana, Cristo nos ensina que não há um lugar único onde possamos adorá-Lo ou onde não possamos adorá-Lo - v. 21. Ensina-nos, ainda, que é “em espírito e em verdade que haveremos de adorá-Lo, isto é, o culto espiritual, de alma para alma, sem depender de coisas materiais, e em verdade - culto sincero, real, com base na Verdade que é Cristo e Sua palavra.

Do que consta o culto é outro ponto importante: oração (diálogo com Deus), cântico, confissão de pecados, leitura da Palavra de Deus e meditação sobre ela, e ainda a consagração do adorador ou sua resposta à mensagem enviada por Deus através do culto.

Alguns textos bíblicos são muito ricos sobre o assunto: Ex 3.1-6; Ec 5.1-5; Is 6.1-8; Jo 4.20-24. Leia-os todos, observe-os bem.

Neles encontramos estes elementos: reverência e respeito, mais disposição para ouvir do que para falar, falar com Deus de maneira inteligente, com humildade e submissão, e oferecer-se para o serviço de Deus. Ordem é outro elemento importante do culto, ensinado por Paulo em 1Co 14.26-40, com ênfase nos vs. 26 e 40: "faça-se tudo para edificação", “faça-se tudo com ordem". Aí estão alguns princípios bíblicos para orientar nosso culto.

Infelizmente, nos dias atuais, tem-se dado, no culto, mais tempo aos cânticos do que à Palavra, especialmente em igrejas neo-pentecostais; esse modismo se introduz também em outras igrejas. É um assunto importante e delicado. A Palavra de Deus deve ter um lugar especial e preponderante no culto cristão. Os cânticos , sejam hinos ou outros, devem estar transmitindo, também, ensinos bíblicos ou, pelo menos, nunca deverão chocar-se com o ensino das Escrituras, por mais que possam agradar ao "gosto" dos presentes ao culto.

É de todo conveniente que a ordem de cada culto seja estabelecida em torno do assunto que se vai tratar no sermão ou estudo a ser feito. Será, digamos, uma liturgia temática, em que todas as partes do culto se relacionem com o assunto escolhido pelo pregador, seja evangelização, gratidão, ou uma determinada doutrina, para que no culto todo haja uma unidade, um objetivo a ser alcançado com mais eficiência. O culto não deve ser como uma "colcha de retalhos".

Para ser forte em sua fé e manter-se fiel a Cristo todo cristão precisa viver em comunhão com Deus e prestar-Lhe culto todos os dias e não negligenciar sua participação no culto público com a Igreja. O culto é o ponto alto da vida da Igreja e de cada cristão.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Lições Bíblicas - 9b

2. OS SACRAMENTOS ou ORDENANÇAS - As cerimônias religiosas que se tem chamado de sacramentos ou ordenanças são as instituídas por Nosso Senhor Jesus Cristo: o Batismo e a Ceia do Senhor ou Santa Ceia.

No dizer de Santo Agostinho, sacramentos "são sinais visíveis de graças invisíveis".

O Batismo já foi tratado na 1a lição desta série. Por isso nada vamos acrescentar.

A Ceia do Senhor ou Santa Ceia é um memorial ou comemoração da morte de Jesus Cristo, esta realizada para expiar nossos pecados, isto é, para pagar à Justiça Divina pelos nossos pecados. Segundo o ensino de Is 53.4-5, o Messias - "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", no dizer de João Batista, tomou sobre Si nossos pecados e culpas, com as conseqüências do pecado (salário do pecado é a morte” - Rm 3.23) e por isso "foi levado ao matadouro" para nos trazer a paz do perdão e da reconciliação com Deus. Paga a dívida de cada um de nós, temos paz com Deus.

Cordeiros já eram oferecidos em sacrifício a Deus, desde os dias de Abel; e quando Deus, através de Moisés, instituiu as leis sobre o culto judaico, escolheu o cordeiro como o principal dos animais a serem oferecidos em expiação pelos pecados do povo. "Sem derramamento de sangue não há remissão", diz Hb 9.22. Logo após o primeiro pecado de Adão e Eva, Deus sacrificou animais para fazer com suas peles túnicas para vesti-los. A morte desses animais certamente chocou o casal, e com isso Deus mostrou-lhes que o pecado é algo grave, que traz conseqüências sérias e tristes.

Evidentemente os animais sacrificados no culto judaico eram apenas símbolos de Cristo, Aquele que um dia ofereceria a Deus o sacrifício que poderia ser real e não simbólico, para satisfazer a justiça divina. Sendo homem, perfeitamente sem pecado, infinito e eterno juntamente com o Pai e o Espírito Santo, Jesus Cristo, e só Ele, ofereceria a Deus o sacrifício perfeito, de valor infinito e eterno, suficiente para cobrir os pecados de todos os seres humanos, com os quais Ele se identificou quando encarnou e como homem viveu, morreu e ressuscitou - Hb 4.14-16; 5.9; 7.23-27; 9.24-28. Leia, ainda, Hb 10.4 - "é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados". Os animais e os sacrifícios eram apenas símbolos.

Na instituição da Ceia Jesus serviu o pão como símbolo de Seu corpo e o vinho como símbolo de Seu sangue ou da Nova Aliança ou Novo Pacto no Seu sangue - Mt 26.26-30; Mc 14.22-26; Lc 22.19-20. João apenas faz uma referência à Ceia que se realizara (Jo 13.2). Em 1Co 11.23-32, Paulo repete a narrativa da instituição da Ceia e faz comentários sobre nosso preparo para participarmos da Ceia, bem como sobre o seu significado, os benefícios espirituais por participarmos dignamente e as conseqüências de alguém participar indignamente: "come e bebe para sua própria condenação... será culpado do corpo e do sangue do Senhor", isto é, não recebe o perdão que receberia se se reconciliasse com Deus através do auto-exame e do arrependimento.

A Ceia é um meio de graça porque quando participamos dela, reafirmamos nossa fé em Cristo e a certeza de Sua volta em glória. A reconciliação e a reafirmação de nossa fé nos fortalecem.

Nenhum dos sacramentos tem em si mesmo algum poder, como de um ato mágico, capaz de realizar algum prodígio. Biblicamente não existe "regeneração batismal" ou regeneração pelo batismo, tal como pregam algumas religiões e seitas, nem salvação como conseqüência do batismo, nem perdão porque participamos da Ceia. Esses são conceitos fetichistas, pagãos, que atribuem aos atos religiosos um poder inerente a eles.

Precisamos também saber e lembrar que Cristo não está presente nos elementos da Ceia, nem física nem espiritualmente. Os elementos pão e vinho (ou suco de uva) são apenas símbolos sem nenhum poder intrínseco, assim como a água do batismo é também símbolo de pureza e purificação, mas não lava nossos corpos nem nossas almas. não podemos confundir os símbolos com as realidades simbolizadas.

As crianças que ainda não tenham condições de professar conscientemente a fé cristã, de maneira responsável, também não podem participar da Ceia porque ainda lhes faltam as condições para realizar aquele exame ensinado e requerido pelo apóstolo Paulo em 1Co 11.28-29.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Lições Bíblicas - 9a

9a lição - OS MEIOS DA GRAÇA



São assim chamados os recursos que Deus nos dá para que, usando-os diligentemente, estejamos sendo ativos no processo de santificação realizada pelo Espírito Santo. São vários esses recursos: a oração, os sacramentos ou ordenanças, o culto, o serviço cristão, e a Palavra de Deus.

l. ORAÇÃO - é um diálogo com Deus. Nela abrimos nosso coração e nossa mente para expor a Deus o que pensamos, sentimos e desejamos. Define o catecismo presbiteriano: "Oração é o santo oferecimento de nossos desejos a Deus". Se são santos, não são egoístas.

Não deve ser entendida como o momento em que expomos a Deus a lista de nossas necessidades. Nem devemos imaginar que nossas orações são em si mesmas um poder para mudar as coisas e os acontecimentos, muito menos como meios de mover a Deus ou mudar a vontade dEle. Esses conceitos de oração não são bíblicos, são pagãos.

No capítulo 6 de Mateus encontramos muitos ensinos de Cristo sobre a oração:

1.1 oração não é exibição de fé ou de religiosidade – v. 5;

1.2 oração é conversa íntima com Deus (a oração particular, individual) - v. 6;

1.3 oração não é reza ("vãs repetições "). Orar não é falar, falar, falar e insistir com Deus até receber - v.7. Em Lc 18.1-8 Jesus ensina que devemos ser perseverantes na oração, mas é claro que Ele não está comparando Deus com um juiz injusto que, aborrecido com a insistência de alguém, acaba atendendo sua petição;

1.4 oração é louvor a Deus - v. 9;

1.5 oração é submissão de nossa vontade à de Deus - v. 10 e Jo 5.14;

1.6 orar é pedir o que precisamos, reconhecendo que dependemos de Deus- v.11

1.7 oração é pedido humilde de perdão, dispondo-nos a perdoar também. - v.12;

1.8 oração é também o reconhecimento de que nossa vida espiritual depende de Deus, pois até as tentações estão sob o controle de Deus – v. 13. Veja 1Co 10.13.

Alguns textos expressivos sobre a oração:

Sl 37.3, 5 e 7 - Deus nos exorta a entregar-Lhe nossos problemas de qualquer natureza, confiando plenamente em que Ele fará melhor do que poderíamos imaginar. Ensina que devemos entregar tudo a Deus com tal confiança que fiquemos tranqüilos, descansados. Precisaremos apenas esperar Suas providências. Deus mesmo nos diz isso através do salmista inspirado pelo Espírito Santo.

Jo 14.13 e 15.7 e 16 - ensinam que, seja o que for que peçamos, Deus fará? Absolutamente não, ainda que pareça assim. Nem sempre sabemos pedir o que convém, afirma Paulo em Rm 8.26 - “não sabemos o que havemos de pedir como convém” e Tiago em 4.3 “pedis e não recebeis porque pedis mal...”. Diferentes pessoas pedem a Deus coisas inteiramente opostas entre si; nem podemos imaginar que Deus atenda caprichos pessoais. É preciso lembrar o que Cristo ensinou em Mt 6.8: “vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes”, e o que ensina João em 1Jo 5.14: “se pedirmos alguma cousa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve”. Deus nos dará, sim, tudo o que pedirmos, que esteja de acordo com a Sua soberana vontade.

Assim entendemos, finalmente, que aquele crente espiritual, fiel, que vive em intensa comunhão com Deus uma vida de retidão e santidade; aquele que, por isso mesmo, conhece o caráter de Deus e com Ele tem muita afinidade, pede o que Deus também quer, sempre de acordo com a vontade de Deus e por isso é atendido.