9a lição - OS MEIOS DA GRAÇA
São assim chamados os recursos que Deus nos dá para que, usando-os diligentemente, estejamos sendo ativos no processo de santificação realizada pelo Espírito Santo. São vários esses recursos: a oração, os sacramentos ou ordenanças, o culto, o serviço cristão, e a Palavra de Deus.
l. ORAÇÃO - é um diálogo com Deus. Nela abrimos nosso coração e nossa mente para expor a Deus o que pensamos, sentimos e desejamos. Define o catecismo presbiteriano: "Oração é o santo oferecimento de nossos desejos a Deus". Se são santos, não são egoístas.
Não deve ser entendida como o momento em que expomos a Deus a lista de nossas necessidades. Nem devemos imaginar que nossas orações são em si mesmas um poder para mudar as coisas e os acontecimentos, muito menos como meios de mover a Deus ou mudar a vontade dEle. Esses conceitos de oração não são bíblicos, são pagãos.
No capítulo 6 de Mateus encontramos muitos ensinos de Cristo sobre a oração:
1.1 oração não é exibição de fé ou de religiosidade – v. 5;
1.2 oração é conversa íntima com Deus (a oração particular, individual) - v. 6;
1.3 oração não é reza ("vãs repetições "). Orar não é falar, falar, falar e insistir com Deus até receber - v.7. Em Lc 18.1-8 Jesus ensina que devemos ser perseverantes na oração, mas é claro que Ele não está comparando Deus com um juiz injusto que, aborrecido com a insistência de alguém, acaba atendendo sua petição;
1.4 oração é louvor a Deus - v. 9;
1.5 oração é submissão de nossa vontade à de Deus - v. 10 e Jo 5.14;
1.6 orar é pedir o que precisamos, reconhecendo que dependemos de Deus- v.11
1.7 oração é pedido humilde de perdão, dispondo-nos a perdoar também. - v.12;
1.8 oração é também o reconhecimento de que nossa vida espiritual depende de Deus, pois até as tentações estão sob o controle de Deus – v. 13. Veja 1Co 10.13.
Alguns textos expressivos sobre a oração:
Sl 37.3, 5 e 7 - Deus nos exorta a entregar-Lhe nossos problemas de qualquer natureza, confiando plenamente em que Ele fará melhor do que poderíamos imaginar. Ensina que devemos entregar tudo a Deus com tal confiança que fiquemos tranqüilos, descansados. Precisaremos apenas esperar Suas providências. Deus mesmo nos diz isso através do salmista inspirado pelo Espírito Santo.
Jo 14.13 e 15.7 e 16 - ensinam que, seja o que for que peçamos, Deus fará? Absolutamente não, ainda que pareça assim. Nem sempre sabemos pedir o que convém, afirma Paulo em Rm 8.26 - “não sabemos o que havemos de pedir como convém” e Tiago em 4.3 “pedis e não recebeis porque pedis mal...”. Diferentes pessoas pedem a Deus coisas inteiramente opostas entre si; nem podemos imaginar que Deus atenda caprichos pessoais. É preciso lembrar o que Cristo ensinou em Mt 6.8: “vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes”, e o que ensina João em 1Jo 5.14: “se pedirmos alguma cousa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve”. Deus nos dará, sim, tudo o que pedirmos, que esteja de acordo com a Sua soberana vontade.
Assim entendemos, finalmente, que aquele crente espiritual, fiel, que vive em intensa comunhão com Deus uma vida de retidão e santidade; aquele que, por isso mesmo, conhece o caráter de Deus e com Ele tem muita afinidade, pede o que Deus também quer, sempre de acordo com a vontade de Deus e por isso é atendido.
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