terça-feira, junho 30, 2009

Palestra com Noivos - 9

3º estudo - A quem cabe a maior responsabilidade

Salmo 128


Este salmo é como um complemento do Salmo 127. Fala da felicidade daquele que teme ao Senhor.

Entendamos bem: temer ao Senhor longe está de significar ter medo de Deus; isso seria horrível. Significa amar, obedecer, respeitar, e também lembrar que Deus é também rigorosamente justo, não tolerando a injustiça sob qualquer forma, e castigando até aquele a quem ama. Leia Pv 3.11-12; Hb 12.6 e Gl 6.7. Não só temer - uma atitude mental - mas também “andar” nos Seus caminhos ou ensinos, em comunhão com Ele.

Para andar nos caminhos de Deus temos que conhecê-los; lendo toda a Sua Palavra, meditando nela e amando-a, sabendo que nos foi dada para nosso bem - lJo 5.3: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; e os Seus mandamentos não são pesados”.

Deus recompensa aquele que O teme, e lhe promete:

lº) “Comerás do trabalho de tuas mãos”. O trabalho é bênção, por isso foi dado a Adão antes de ele pecar; trabalho honesto e produtivo. Penoso é alguém não poder trabalhar, e viver do trabalho de outros, ser inválido.

2º) “Serás feliz” - felicidade é a aspiração de toda pessoa.

3º) “e tudo te irá bem” - sucesso em todo empreendimento, prosperidade.

Antes de prosseguir, convém perguntar: a quem é dirigido este salmo? A resposta que normalmente ocorre é “a todos nós”, pois todos precisamos temer ao Senhor e suas promessas são para todos nós; isso é verdade. Entretanto, o salmo se dirige ao homem, ao varão. Por isso é que diz “a tua mulher...

Por que se dirige ao varão? É pela posição e encargo de liderança que o varão tem, especialmente nas sociedades machistas. Em toda sociedade as atitudes do homem exercem uma grande influência sobre toda a família.

Numa casa onde o marido e pai é temente a Deus, visto com frequência lendo a Bíblia, orando, frequentando a Igreja e seus trabalhos, sua influência será positiva nesses aspectos, mas caso contrário, também seus exemplos negativos serão facilmente seguidos pela esposa e pelos filhos.

Então vem a 4a. promessa:

A tua mulher será como a videira frutífera aos lados de tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira à roda de tua mesa”.

Deus lhe dará uma esposa diligente, colaboradora eficiente para a prosperidade de toda a família. É o que ensina a figura usada “videira frutífera”, que produz uvas, preciosas para a alimentação, com as quais se produz também o vinho, que era também um importante elemento da alimentação do israelita; oliveira, a outra figura, aplicada aos filhos: produz a azeitona, boa para se comer, da qual se extrai o azeite, tão importante também na alimentação, com outros usos ainda, inclusive medicinais. São os filhos contribuindo para a prosperidade da família daquele que teme ao Senhor.

O versículo 4 vem confirmar:

Assim será abençoado o homem que teme ao Senhor”.

O versículo 5 se aplica mais ao judeu da época, mas o versículo 6 se aplica a todos os que temem ao Senhor. É a 5a. promessa:

E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel”: vida longa, e a alegria de ver também os netos.

quinta-feira, junho 25, 2009

Palestra com Noivos - 8

As palavras do versículo 24 não são de Adão, mas de Moisés:

Portanto deixará o homem seu pai e sua mãe e apegar-se-á à sua mulher e serão ambos uma carne”. Palavras repetidas por Cristo em Mt 19.5 e Mc 10.7, e por Paulo em Ef 5.31, o que indica a importância do ensino aí contido.

Adão não tinha que deixar pai e mãe, pois não os tinha, mas com sua descendência seria assim.

Marido e mulher formam uma nova unidade familiar; têm que “deixar pai e mãe”, no sentido de que precisam ter autonomia, ser independentes dos pais, para viverem sua própria vida. Não devem mais ser dependentes dos pais, e os pais devem apoiá-los sem interferir na vida do casal. Nem os filhos abandonam os pais, nem os pais abandonam os filhos, mas guardam a distância e a discrição necessárias. Podem e devem ajudar-se mutuamente, mas resguardando a autonomia e a independência necessárias.

O versículo 25 pode até parecer esquisito: “ambos estavam nús e não se envergonhavam”, mas tem uma importante finalidade: mostrar que entre marido e mulher sua intimidade tem que ser completa, mas sem malícia e maldade, com respeito à pessoa do outro. Vendo-se um ao outro como pessoas dignas de respeito e não como objetos. O corpo de um, como um complemento do corpo do outro.

Uma prova de que Adão e Eva passaram imediatamente a ser marido e mulher, é a narrativa que vem a seguir, da queda espiritual de ambos. No capítulo 3, versículo 6, está dito que a mulher comeu do fruto proibido, “deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (grifo meu).

Então, concluindo: Deus criou o ser humano, homem e mulher, à Sua imagem e semelhança; fez Eva para ser companheira “idônea” ou “capaz”, portanto em nada inferior.

Deus instituiu o casamento monogâmico, unindo um homem e uma mulher. Qualquer outra união é uma abominação: poligamia, poliandria, ou uniões homossexuais, como o mundo está admitindo hoje, Deus proíbe claramente e pune tais uniões.

Outro ponto importante a observar: Adão jamais teria outra mulher com quem pudesse se casar. Ambos haveriam de viver juntos até que a morte os separasse. É assim o casamento instituído por Deus: monogâmico e para sempre. Deus o instituiu assim para ser fonte de alegria e de felicidade para cada pessoa e toda a humanidade.


(Na próxima semana, o estudo 3, "A quem cabe a maior esponsabilidade")

terça-feira, junho 23, 2009

Palestra com Noivos - 7

A esta altura da narrativa encontramos no versículo 18 a declaração de Deus:

Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (ou, que lhe seja idônea, capaz).

A idéia é de um ser que se encaixasse no homem, como completando-o física, psicológica e espiritualmente. Para isso era necessário que fosse um ser à sua altura, em nada inferior, pois do contrário não seria idônea, capaz. A pretensa superioridade do varão sobre a mulher é completamente irreal.

Mas, Deus não criou a mulher imediatamente. Vejamos por que.

Deus deu ao homem um trabalho de ordem intelectual: dar nomes aos animais - certamente às espécies animais. Adão realizou esse trabalho (versículo 20). Nesse versículo encontramos a razão porque Deus o mandou fazer isso. Adão descobriu algo sumamente importante:

...para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele (que lhe fosse idônea)”.

O versículo seguinte diz:

Então o Senhor fez cair um pesado sono sobre Adão...”

O que Deus planejara era isso mesmo: fazer Adão perceber que estava só, sentir a solidão, desejar uma companheira; então Deus a faria, e foi isso que Ele fez, para que Adão valorizasse a sua companheira. Continua o versículo 21:

...e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou (fechou) a carne em seu lugar. E da costela que Deus tomara do homem, formou uma mulher e trouxe-a a Adão”.

Esse foi o exato momento em que Deus instituiu o casamento. Não formou a mulher para colocá-la apartada do homem, num recanto do jardim, mas “a trouxe a Adão”, para estarem juntos.

Deus os fizera dotados de capacidade de reprodução, dotados de sexo; “ambos estavam nus” (versículo 25). Deus os fez para serem marido e mulher. Nada há de errado com o sexo e o nú em si mesmos, entre o casal. Deus nos fez assim como somos. Não devemos ter preconceitos contra o sexo em si, nem banalizá-lo como a sociedade faz hoje em dia, para sua própria infelicidade.

A satisfação do homem, diante de sua companheira, fica evidente no versículo 23:

E disse Adão: esta é agora (finalmente!) osso de meus ossos e carne de minha carne”.

Deus o fez saber, de algum modo, como Ele a fizera. A mulher foi feita de um pedaço do próprio homem, e não de algum material inferior. Dessa maneira, também, Deus nos faz saber que desde sua origem a mulher em nada é inferior ao varão.

Agostinho comentava que Deus não fizera Eva da cabeça de Adão, como indicando que ela deveria dominá-lo, nem a fez de seus pés, como a indicar que deveria ser pisada por ele, mas a fez de uma de suas costelas, de seu lado, como a indicar que deveria estar sempre protegida pelo marido; de junto de seu coração, como indicando que ela deveria ser o centro dos afetos de seu marido.

quinta-feira, junho 18, 2009

Palestra com Noivos - 6

O ser humano não é só espírito, como os anjos; ele possui corpo material; é corpo e espírito. Deus é espírito puro, perfeito, infinito em todo o Seu ser. O ser humano é e sempre foi finito em tudo.

É importante destacar que o sexo é referido implicitamente, por Deus, no ato da criação, quando diz ao homem e à mulher: “crescei e multiplicai-vos”. Deus os fez dotados de sexo e capacidade de se reproduzir.

O domínio que o ser humano tem sobre a criação de Deus é grande e crescente. É referido no Salmo 8, versículo 6:

Fazes com que ele [o homem] tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés”.

Em Hb 2.6-8, onde é citado este salmo, observa-se que o domínio do homem não é completo, mas completa-se em Cristo – versículo 9.

Estas são as pessoas que Deus tornou marido e mulher.

Vejamos como foi. O capítulo 2 de Gênesis não é uma segunda narrativa da criação. Aqui, o foco da visão do ato criador de Deus não é mais o universo - céus e terra (Gn 1.1), mas sim a Terra e, na Terra, um pequeno território, o Éden.

Deus não criou o homem e a mulher ao mesmo tempo. O capítulo 1 afirma que Deus os criou; o capítulo 2 conta como Deus os criou. Criou, primeiro, Adão, o varão, como está no versículo 7: “formou o homem do pó da terra”. Sabemos disso: sepultado o nosso corpo, torna-se terra. Alimentamo-nos de produtos da terra, como os outros animais. Analisado em laboratório o nosso corpo, verifica-se que é formado dos mesmos sais e minerais contidos na terra.

Continua a narrativa do versículo 7: “...e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”.

Qual a diferença entre o ser humano e os outros animais criados por Deus? Quantos aos outros, a Bíblia se refere a eles como sendo também “almas viventes”, nos versículos. 21 e 24 do capítulo 1. A grande diferença está no ato de Deus: “soprou em seus narizes o fôlego da vida”; de nenhuma outra espécie a Bíblia faz esse registro, pois aí está o ato divino transmitindo ao ser humano a Sua semelhança.

Feito o homem, o varão, Deus o colocou no “jardim do Éden”. Um jardim que Deus plantou e não um lugar inóspito; era, na realidade, um grande pomar, com árvores, flores e frutos. Era Deus demonstrando, desde o início, seu cuidado especial com o ser humano.

Deus lhe deu, de todas as árvores, o fruto para alimentar-se. Colocou-o ali “no jardim do Éden para o lavrar e guardar”. Isto significa que não deixou o homem ocioso; deu-lhe um trabalho útil, necessário: lavrar a terra para impedir que o jardim se transformasse num matagal inabitável; guardar o jardim dos animais predatórios. Já imaginaram lebres e cabras livres, num jardim ou pomar?

Por fim, deu-lhe a liberdade de alimentar-se de todo fruto das árvores - versículo 16. Não era, porém, e nunca foi, uma liberdade absoluta. “Mas da árvore da ciência (ou conhecimento) do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

Certamente era uma árvore como as outras, cujo fruto não era venenoso, nem mágico, mas tinha o significado de um teste de fidelidade a Deus. Evitando-o, o homem não morreria; podia, inclusive, comer da “árvore da vida” - outra árvore real, de valor simbólico, mas de valor real. Comer desta significava ter vida permanente.

terça-feira, junho 16, 2009

Palestra com Noivos - 5

2º estudo - A Instituição do Casamento

Gênesis 1.27-28; 2.7-25

Para entendermos corretamente a instituição e a natureza do casamento, temos que ver quem Deus uniu.

Deus criou o homem (ser humano) à Sua imagem: à imagem de Deus o criou; macho e fêmea (homem e mulher) os criou”.

Fica bem claro que ambos (homem e mulher) foram criados à imagem e semelhança de Deus; nem só o homem, nem só a mulher, mas ambos - o “homem” no sentido genérico. Se fosse apenas o varão, a palavra hebraica usada não seria “adamáh”, mas “ish” (varão). Ambos têm em sua natureza esta altíssima dignidade: semelhança com Deus.

Houve, em passado muito distante, quem negasse que a mulher fosse também criada à semelhança de Deus; um conceito machista, anti-bíblico. Logo no começo a Palavra de Deus esvazia o sentimento machista.

O versículo 28 confirma o que estamos afirmando:

E Deus os abençoou e lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a Terra, e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a Terra”.

Inteligência e capacidade para ter domínio sobre a criação, dadas a ambos, igualmente.

Afinal, em que consiste a “imagem e semelhança” de Deus no ser humano?

Sabemos que não se trata de semelhança física, pois Cristo diz: “Deus é espírito” - Jo 2.24. A semelhança é toda espiritual.

Deus é retratado nas Escrituras como um Ser dotado de inteligência racional, consciência moral e espírito. Esses são, também, os três aspectos da personalidade do ser humano: racionalidade, consciência moral e espiritualidade.

quinta-feira, junho 11, 2009

Palestra com Noivos - 4

Há aqueles pais que dão aos filhos tudo o que depende de dinheiro, mas não lhes dão nem carinho nem formação moral e espiritual. Muitos desses filhos, até superdotados intelectualmente, se transformam em imensos problemas para os próprios pais e para a sociedade.

As condições dos pais, que determinam o tamanho de sua “aljava”, não são só as financeiras; tem-se que considerar também as condições de saúde física, psíquica e emocional, as condições intelectuais, morais e espirituais dos pais.

Tudo isso aponta para a necessidade de serem instruídos os noivos a fim de terem condições de fazer uma auto-avaliação e então tomarem as precauções e providências necessárias para um casamento bem sucedido.

Se um casal ainda não tem filhos, deve verificar se está realmente preparado, antes que tenha o primeiro; depois verificar se pode ter um 2º, um 3º e assim por diante. E, se verificar que não tem condições, tome as providências preventivas - mas não abortivas - para não tê-los sem as condições necessárias. Um bom médico é quem poderá orientar um casal sobre o chamado “controle da natalidade”, tendo-se em vista a paternidade responsável. Essa é uma decisão a ser tomada com oração e temor de Deus.

As “aljavas” (receptáculos cilíndricos onde o guerreiro e o caçador levavam as flechas) não eram todas do mesmo tamanho. Assim, também, a capacidade de cada casal ter um só ou muitos filhos, depende da capacidade, tanto do marido como da esposa.

Um dos problemas do mundo é a superpopulação, especialmente entre os países e classes mais pobres e menos dotados.

Os casais mais dotados geralmente têm menos filhos e os pouco dotados têm muitos. Isso traz um perigoso desequilíbrio demográfico e social no mundo, e dentro de um mesmo país: famílias pobres, com muitos filhos, e famílias ricas com poucos. Esse fato gera um círculo vicioso: os pobres não têm condições para ilustrar-se, orientar-se sobre o assunto e se tornam mais numerosos e mais pobres.

O certo é que cada casal tenha só e todos os filhos que tenha capacidade de criar e educar realmente. A imprudência não deve levar casais cristãos a terem mais filhos do que podem; o egoísmo e o comodismo não devem impedir que um casal tenha todos os filhos que realmente deveria ter.

Uma minoria rica, progressivamente menor em porcentagem, formada de pessoas bem dotadas em todos os aspectos, com exceção, no aspecto moral; e uma maioria, crescente proporcionalmente, de pessoas pouco dotadas, cada vez mais pobres: esse é um imenso problema social, de difícil solução; mas compete a todos nós usar a inteligência e o bom senso para que, pelo menos, não o agravemos. Deus nos deu inteligência para detectar problemas e buscar soluções que não firam os direitos humanos, a começar pelo direito à vida. Voltemos, porém, ao versículo 5. Realmente é feliz o homem que tem todos os filhos que poderia ter, inclusive aquele que tem muitos filhos, pois eles são “herança do Senhor”.

Se geramos, criamos, educamos e guiamos nossos filhos no temor de Deus, a possibilidade é muito grande de que eles sejam uma bênção no mundo. Seus inimigos não terão de que acusá-los.

terça-feira, junho 09, 2009

Palestra com Noivos - 3

O versículo 4 usa outra figura de linguagem para se referir aos filhos: “flechas na mão do valente”. Com isso o Salmo noz diz que os filhos tornam mais forte a família. O “guerreiro” ou “valente”, ou o caçador que fosse para a guerra ou para a caça, sem levar flechas ou levando-as em número insuficiente, não seria bem sucedido. Mais adiante veremos a questão de quantos filhos devemos ter.

Por que, porém, o Salmo fala “assim são os filhos da mocidade”? É porque quando o casal tem seus filhos enquanto ainda são jovens, a convivência com eles é muito mais intensa. Durante cerca de 20 anos esses pais têm idade, energia e juventude bastante para acompanhar os filhos, desde pequeninos até a mocidade: nas brincadeiras, no esporte, nas diversões. Isso não acontece quando os pais já têm mais de 45 anos de idade quando nascem seus filhos.

Por exemplo, quando eu nasci meu pai tinha 60 anos de idade; com isso, nunca ele pode ir comigo a uma praia, nunca jogamos bola juntos, pois nossos interesses e condições eram muito diferentes, embora como pai e filho nós nos amássemos realmente.

Por outro lado, foi diferente meu relacionamento com meus filhos: divertimo-nos juntos, em jogos, praias, acampamentos, cinema, circo, etc.

O versículo 5 é muito interessante! Quando diz “bem-aventurado”, feliz ou bem sucedido “o homem que enche deles a sua aljava”, transmite aparentemente a idéia de ser feliz o homem que tem muitos filhos. Será mesmo esse o ensino do Salmo?

Saberemos a resposta voltando ao versículo 3, onde os filhos são comparados a flechas. Como devem ser estas, para que o guerreiro ou caçador seja bem sucedido? Elas têm que ser muito bem feitas e bem cuidadas: de uma haste forte e perfeitamente reta, senão nunca atingirá o alvo, ou não o perfurará; para isso precisa ter uma ponta fina, muito resistente, às vezes feita de osso; terá 2 penas na outra extremidade, para que a flecha vá sempre com a ponta para a frente.

Agora, sejamos realistas. Se os filhos de um casal forem doentios, fracos, defeituosos, mal nutridos e se não receberem boa instrução, nem boa educação ou formação moral e espiritual, poderão tornar-se motivos de tristeza e não de alegria. Crianças mal nutridas morrem com facilidade; as que sobrevivem muitas vezes sofrem sérias consequências em seu desenvolvimento físico e mental. Jovens que não receberam boa formação moral e espiritual tornam-se, muitas vezes, um perigo para a sociedade, e motivo de tristeza para os pais.

Então, este é o momento de perguntar e responder conscienciosamente: todos os casais deverão ter muitos filhos? Não! Cada casal, seja rico ou pobre, só deve ter os filhos que puder realmente cuidar desde o começo e prover-lhes recursos para terem boa saúde, boa instrução, boa formação psicológica, emocional, moral e espiritual. Fora disso, seus filhos provavelmente lhes trarão tristezas, como sepultá-los ou vê-los em grandes sofrimentos. Não é para isso que Deus nos dá filhos. Os filhos não devem ser fruto da imprudência dos pais.

quinta-feira, junho 04, 2009

Palestra com Noivos - 2

Primeiro estudo - Sl 127

A Família depende da Bênção de Deus

A lição central deste Salmo está no versículo 1: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam”. “Casa”, aqui, é figura de linguagem; a casa, como construção, já depende de Deus, que dá capacidade ao arquiteto ou engenheiro para planejar e fazer os cálculos necessários; ao pedreiro, para que saiba fazer uso do nível e do prumo, para usar corretamente os diferentes materiais. Mas o salmo fala é do cuidado de Deus com quem vive dentro da casa, a família. Na língua portuguesa e nas Escrituras é comum o uso da palavra “casa” significando família ou clã.

O versículo 2 é uma confirmação: fala da inutilidade do trabalho dos membros da família, muitas vezes desde a madrugada até altas horas da noite, em busca dos bens materiais. Sem a bênção de Deus, muitas famílias chegam a crescer, a enriquecer, para, ao fim, desmoronarem como famílias, porque lhes faltaram os fatores que poderiam, realmente, fortalecê-las e dar-lhes estabilidade. Então vêm a desunião, o divórcio e a inimizade até.

Entretanto, aqueles bens são dados até “enquanto dormem”, sem a mesma preocupação, aos “amados” do Senhor.

É a experiência de muitos cristãos e famílias cristãs que muitas vezes vão dormir sem terem solução para algum problema, e quando acordam, pela graça de Deus, o problema foi resolvido. Talvez seja essa a experiência referida pelo autor do Salmo 2.5: “eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou”.

A mesma experiência referida no Sl 4.8: “Em paz me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança”.

Em Pv 3.21-24, o sábio Salomão ensina: “Guarda a sabedoria e o bom siso... quando te deitares, não temerás: sim, tu te deitarás e o teu sono será suave”.

O v. 3 fala a respeito dos filhos, no plural. Já disse alguém, que família é quando existem marido, mulher e filhos. Quando há um filho só, existe o relacionamento de marido e mulher, existe o de pais e filho, mas ainda não existe o relacionamento de irmãos, também necessário para o completo desenvolvimento do caráter das pessoas: a convivência com o igual.

Neste versículo os filhos são apresentados como dádiva de Deus, pois só Ele pode dar e conservar a vida. Duas figuras de linguagem trazem a idéia de dádiva e alegria: “herança” e “galardão”, prêmio. Embora biologicamente os filhos sejam gerados pelos pais, a fecundação, o desenvolvimento do embrião e o nascimento da criança, sem dúvida dependem de Deus, o Senhor da vida.

Evidência disso são os casais que em todo o mundo querem filhos e não conseguem tê-los. A ciência tem procurado resolver esse problema com tratamentos médicos para os cônjuges, o processo bem sucedido de inseminação artificial, o bebê de proveta, a fecundação em laboratório e a implantação do embrião em um útero que não é o da mãe, incapacitada de dar prosseguimento à gestação. Todos esses recursos não invalidam o poder de Deus para dar a vida e levá-la a bom termo. Outro fato que comprova a vontade soberana de Deus nesse assunto, é o contrário: nascerem crianças contra toda espectativa, mesmo quando o casal toma todas as providências para evitar a fecundação. Deus é Quem decide sobre a vida.

As duas figuras de linguagem mostram que os filhos devem ser recebidos com alegria, como dádivas de Deus: herança e galardão, ou prêmio. Essas coisas sempre são recebidas com alegria.

Infelizmente, porém, não são todos os pais e mães que os recebem com alegria. Principalmente quando, no ato sexual, têm em mente só o prazer e não a busca da bênção de Deus. Esta pode ser a união completa com o cônjuge - inclusive a união espiritual - ou a possibilidade de receber a dádiva de um filho.

Esta idéia dos filhos como dádiva de Deus nos leva a pensar em como devem os pais receber e tratar os filhos:

1- com alegria e gratidão a Deus;

2- com o senso de responsabilidade. Segundo o Sl 24.1, todo ser humano pertence a Deus, inclusive nossos filhos. Somos mordomos de Deus, pois nossos filhos pertencem a Ele.

Existem presentes que ganhamos, que não chegam a despertar nosso interesse, inclusive porque não precisamos deles, mas há outros que, por menos que nos sirvam, não nos desfazemos deles de modo algum, porque eles têm um valor estimativo: ganhamos de alguma pessoa muito especial. Quando temos convicção de que os filhos nos são dados por Deus, então os recebemos com o apreço que eles realmente merecem.

Por isso, quando uma mulher percebe que está grávida, precisa começar a tomar cuidados especiais consigo mesma, para tratar bem a criança gerada: cuidar de sua alimentação, para dar à sua criança os sais minerais, as vitaminas e as proteínas necessárias ao seu desenvolvimento. Se possui algum vício, precisa abandoná-lo. Nascida a criança, os pais têm que cuidar do crescimento e da educação dos filhos - educação intelectual, moral e espiritual. Educar nesses três aspectos é muito mais difícil do que “criar” os filhos, mas é o mais importante.

Instrue ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” - Pv 22.6.

Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu poder; e estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” - Dt 6.5-7

terça-feira, junho 02, 2009

Palestra com Noivos - 1

Nota Explicativa: a pedido, começaremos a publicar esta série de estudos que abordam a vida familiar, escrita para ajudar os casais que procuravam meu pai para casarem-se. Por ser longo, tentaremos publicá-lo por partes, duas vezes por semana - às terças e quintas-feiras.

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


1. A Família depende da bênção de Deus - Salmo 127.

2. A instituição do casamento - Gênesis 1.27-28; 2.7-25.

3. A quem cabe a maior responsabilidade - Salmo 128

4. O bom relacionamento entre o marido e a esposa - Efésios 5.18-33.

5. Os três níveis do amor - Colossenses 3.12-17.

6. A Vida Sexual do Casal - 1 Coríntios 7.1-9

7. Necessidade e Busca do Entendimento.

7a. Causas de Desentendimento - 1 Pedro 3.1-7

8. A Questão do Divórcio - Marcos 10.1-12.

9. Finanças no Lar - Lucas 14.28


INTRODUÇÃO

Nas Sagradas Escrituras encontramos orientação sábia e segura para todas as situações. Especialmente para a primeira instituição criada por Deus - a família - encontramos preciosos ensinos. Desde o modo como Deus instituiu o casamento e a família, até o verdadeiro conceito de família e a vida familiar correta.

Estudar o assunto nas Escrituras Sagradas - e orientar-nos por elas - é a maneira de nos tornar aptos para a vida familiar, provendo, desse modo, as condições para termos famílias convenientemente estruturadas e em condições de alcançar, através dos anos, o alvo que todos buscamos, a Felicidade.

Quem deseja ser médico vai preparar-se numa boa Escola de Medicina; quem quer ser professor, militar, marceneiro ou ter qualquer outra profissão, vai também aprender, preparar-se, e assim, ser bem sucedido em sua profissão. Mas para a “profissão” mais importante, de marido, esposa, pais e avós, pouca gente se prepara, e enche o mundo de problemas, a começar por sua própria casa.

Se você já iniciou essa carreira e hoje sente que não estava preparado, ainda há tempo para estudar esse assunto com a Bíblia. Ainda será bom para você e para aqueles com quem você puder compartilhar o ensino bíblico e assim melhorar o mundo.

Este livreto é um despretensioso estudo bíblico de alguns dos assuntos relacionados diretamente com a família.

Que Deus fale através da Bíblia e de seu estudo, é o nosso desejo.