quinta-feira, julho 26, 2007

Enfim...



Não estou surpreso, pois pertenço a uma família de muitos longevos: meu avô paterno, 96 anos; meu pai, 94; minha mãe, 76; minha avó materna, 86; o caçula do 1º casamento de meu pai, 83; meu único irmão vivo tem 83, e agora eu com 80 anos!
Há anos comecei a preparar-me psicologicamente para “ficar velho”.
Não é nada ruim, acredite. Boa saúde, apesar das limitações da senilidade - andar bastante, correr pouco se puder, sem forçar; guiar o carro mas com cuidado redobrado; não estranhar nem se aborrecer quando esquecer que dia é do mês ou da semana, e assim muitas outras marcas da idade provecta.
Conforta-me e anima-me saber que um Oscar Niemeyer, com muito mais idade, ainda é um arquiteto notável, em atividade; que pastores evangélicos, na casa dos 80, ainda são úteis à Igreja. E também lembrar-me que Moisés aos 80 anos foi chamado por Deus para iniciar sua grande tarefa; que o apóstolo João, na idade senil, escreveu suas cartas e o Apocalipse.
É importante sabermos de nossas limitações e ter consciência realista do que ainda somos capazes, para não aceitarmos ser inválidos enquanto podemos fazer alguma coisa boa. Também não se aborreça se alguém quiser limitá-lo.
Aí se completam e não se contradizem os Salmos 90 e 92. O Salmo 90 diz “A duração de nossa vida é de 70 anos, mas se alguns pela robustez chegam a 80, o melhor deles é canseira e enfado” - fala do homem em geral. O Salmo 92 diz do servo do Senhor: “O justo florescerá como a palmeira... Os que estão plantados na Casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes, para anunciarem que o Senhor é reto”.
Cabe a Deus, e não a nós marcar, os limites, seja a duração de nossa vida, seja a ocupação que nos dá, até o final.
Como é bom envelhecer assim! Promete Deus, através do Salmo 128.6: “Verás os filhos de teus filhos...” (os netos que tenho) “...e a paz sobre Israel”; por essa paz verdadeira lutamos até o fim.
Esteja preparado para viver muito, se Deus quiser; sempre servindo-O com alegria.

S. José dos Campos, 31 de maio de 2007

sexta-feira, julho 20, 2007

Economia Forçada

Não é “pão-durismo”; é que os recursos de que dispomos está se acabando mesmo.
Estamos todos numa fase da Humanidade em que autoridades conscientes estão dizendo que todos nós precisamos economizar para o bem do próprio planeta, a Terra! Economizar água, energia elétrica, gás, alimentos, materiais de construção, roupas, etc., porque os recursos naturais do planeta estão escasseando rapidamente, em face do crescimento da população e do desperdício. Muita coisa que se joga fora apenas polui o planeta, além de representar mais gastos.
Além disso, nossos recursos estão se acabando depressa; para agravar a situação, o aumento de nossas aposentadorias, o governo teve a coragem de estabelecer em 3,3%! Compare: l% do salário de deputado federal é igual a 33% do salário mínimo! Dá pra entender tal discrepância?
Então, a saída é economizar ao máximo. Os salários não podemos diminuir; remédio são indispensáveis; não vamos deixar de comer, nem de ter os cuidados necessários com a higiene e o bem estar. Temos que eliminar tudo que é supérfluo, dispensável!
Vamos economizar em tudo o que é possível:
1. na energia elétrica: apagando as lâmpadas desnecessárias, a tevê quando não estivermos assistindo ou quando não há nada interessante para ver;
2. na água: em benefício de todos – criando o hábito de não abrir de todo as torneiras; basta abrir 1/3 normalmente, e até menos; reutilizar a água quando possível, para evitar “descargas” desnecessárias; não deixar torneira aberta enquanto escovamos os dentes, etc.
3. nos alimentos – deixar de comprar produtos mais caros; continuar a comprar feijão, arroz, pão, carnes, produtos de feira, etc. - mais baratos contanto que estejam bons -; não jogar fora alimentos que não estejam estragados; no caso de mingaus e outros alimentos, deve-se “raspar a panela” para não desperdiçar nada.
4. usar produtos de limpeza com economia: sabão em pedra em lugar de detergente líquido, muito mais caro: usar esponja e “bombril” até que não estejam mais servindo – só então jogá-los fora.
Economia e não desperdício são ensinos bíblicos. Por exemplo, Evangelho de João 6.12.
Colabore conosco, por favor, para o bem de todos.

segunda-feira, julho 16, 2007

Um Estudo do Livro de Oséias

O profeta Oséias provavelmene nasceu no Reino de Israel, e lá também exerceu o seu ministério profético.
A primeira parte do livro que traz seu nome conta o drama pessoal e familiar do profeta: recebeu uma ordem estranha de Deus, muito estranha: “toma uma mulher de prostituições”. Pode ser que não fosse uma prostituta, mas uma moça leviana que, no coração, já era prostituta. Oséias cumpriu a ordem de Deus, casou-se. Esse drama foi, também, uma alegoria ou figura da infidelidade de Israel a Deus. E a maneira como o profeta agiu, guiado por Deus, foi também uma figura do tratamento que Deus deu aos dois povos, Israel e Judá..
Quando nasceu o lº filho de Gomer, a esposa de Oséias, ele lhe deu o nome de Jesreel - nome de uma cidade de Judá - ligado ao fato da matança da família do rei Acabe, feita por Jeú (2Rs 10.10 e 11). Talvez Oséias não tivesse certeza de que essa criança não fosse seu filho. Mas quando nasceu o 2º, que era uma menina, parece que o profeta sabia que a filha não era sua, daí dar-lhe o nome, por ordem de Deus, de Lo-Ruama (não compadecida) - v. 6 - e faz no v. 7 um contraste com Judá. Todos os reis de Israel foram infiéis ao Senhor, mas em Judá vários foram inféis. Enquanto o Reino de Judá durou apenas 250 anos e desapareceu totalmente, o Reino de Israel durou 350 anos porque também não permaneceu totalmente fiel ao Senhor, mas não desapareceu; as 2 tribos foram dispersas, mas até hoje permanece o povo judeu.
Porém, nos v. 10 e 11 predizem-se bênçãos para Israel, como é referido e esclarecido em Rm 9.25-28.
No capítulo dois encontramos o profeta repreendendo a mulher através dos filhos (v. 2 a 13), da mesma maneira como Deus repreende Judá.
Mas nos v. 14 a 23, falam Deus ao Seu povo, e o profeta a Gomer, de sua disposição de restaurar o povo infiel e a esposa infiel. Sem prejuizo da justiça, prevalecem o amor e o perdão.
O capítulo 3 traz a ordem de Deus a Oséias para receber sua mulher, apesar de toda a infidelidade dela; não seria, porém, uma vida dupla de Gomer e uma vida de indignidade do profeta; Gomer seria restaurada moral e espiritualmente. Seria necessário resgatá-la; talvez ela estivesse na situação de serva de quem a explorava, e Oséias pagou o resgate referido no v.2; é figura, também do resgate pago por Cristo por Sua Igreja - 1Pe 1.18-19; 1Co 6.20; Mt 20.28.
Fica aqui uma preciosa lição para os casais cristãos: a lei do perdão, mediante o arrependimento e a restauração do faltoso, é maior e mais forte do que a lei que apenas pune.
Os capitulos 4 a 13 contêm severas repreensões de Deus a Israel, especialmente à tribo de Efraim, a maior das 10 que compunham o Reino de Israel. As repreensões são: “não há verdade nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra. Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios”. Os v. 8 a 14 repetem e aumentam tão triste lista de pecados e defeitos. Alguns dos pecados maiores são aí referidos: luxúria, incontinência (excessos em tudo), bebida, idolatria, paganismo, prostituição. Não está sendo assim mesmo o que acontece nos dias de hoje? A Igreja pode conformar-se?
Todo o capítulo 5 fala das culpas e consequências do pecado de Israel. Duas expressões que aí estão são sugestivas: “traspassaram os limites”, “Efraim quis andar após a vaidade”, uma atitude pecaminosa consciente. No último verículo (15), uma declaração de Deus: o castigo de Deus continuará “até que se reconheçam culpados e busquem a Minha face; estando angustiados Me buscarão”. Mas no v. 12 diz Deus: “Para Efraim serei como a traça; para a casa de Judá, como a podridão”; porque, infelizmente, não haveria o arrependimento.
No capítilo 6 encontramos uma aparente decisão de Israel, de voltar para o Senhor; mais parece uma atitude cínica do que uma atitude sincera. Tanto assim, que Deus responde com desdém à pretensão do povo, pois este não expressara reconhecimento da falta e arrependimento; seria um retorno apenas interessado no perdão de Deus, sem a mudança do pecador; pedido de perdão, sem arrependimento, não tem resposta favorável.
Deus ensina, por isso, o que foi citado por Cristo, em Mt 9.13: “misericórdia quero, e não sacrifício”. No Salmo 51 Davi coloca a questão em termos corretos: “Não Te comprazes em sacrifícios, senão eu os daria... Os sacrifícios para Deus são o coração quebrantado; a uma coração quebrantado e contrito, não desprezarás, ó Deus”.
Capítulo 7. Neste capítulo continua Deus se queixando de Israel: “obraram a falsidade”, “ninguém há entre eles que me invoque”.
Há, aqui, várias expressões significativas: “Efraim é um bolo que não foi virado!”... “é como uma pomba enganada, sem entendimento”; “fugiram de Mim”, “disseram mentiras contra Mim”; “contra Mim se rebelam”, “pensam mal contra Mim”; o domínio do pecado.
No capítulo 8 continua a queixa de Deus : “Traspassaram o Meu concerto, rebelaram-se contra a Minha lei”, “Israel rejeitou o bem” (v.3), “do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruidos” (v.4). “Em pedaços será desfeito o bezerro de Samaria”. “Semearam ventos e segarão tormentas” (v. 7). “Efraim miltiplicou os altares para pecar” (v.11), “teve altares para pecar”, isto é, embora construisse altares para fazer ofertas pelo pecado, esses altares se tornaram altares para o pecado. É como se hoje construíssemos templos para agradar a Deus, mas nossa vida de pecado continuasse a mesma. “Israel se esqueceu do seu Deus e edificiou palácios, e Judá multiplicou cidades fortes. Mas Eu enviarei um fogo contra as suas cidades” - v. 14.
Capítulo 9. Contém as advertências de Deus, com o anúncio de consequências e castigos que Israel sofreria: derrota militar e deportação para o Egito (como um retorno à escravidão, de onde havia saído com Moisés, cerca de mil anos atrás. “O profeta” é chamado de “insensato” (v.7) e “inimigo na Casa de Deus” (v.9).
Deus diz que havia achado Israel “como uvas no deserto” (um prodígio realizado por Deus), “mas eles foram para Baal-Peor”.
Capítulo 10. O v. 1 é cheio de ironia, mas o v. 2 fala do pecado do “coração dividido” e culpa de Israel. “Eu os castigarei na medida do Meu desejo”. Deus é severo como juiz.
O v. 12 aponta a solução: “semear justiça, buscar o Senhor”. Mas Israel escolhera o caminho da impiedade, destemor de Deus (v.13). O castigo será grande e culminará com a morte do rei - v. 15 - símbolo de derrota.
Capítulo 12. “Efraim se apascenta (se alimenta) de vento”, “multiplica a mentira e a destruição”. Faz aliança com Assíria incrédula e pagã, e não com Judá. Mas também Judá incorre no erro, e o Senhor promete que também retribuirá segundo o que merece por isto. Lembra a Judá o passado, desde o nascimento de Jacó, e sua conversão no vale de Jaboque (v.4).
No v.6 convida Judá a converter-se. Mas o que aconteceu? Israel foi desonesto - é a figura da balança enganadora (v.7) e se ufana de ter enriquecido (v.8), proclamando: “em todo o meu trabalho não acharão em mim iniquidade alguma” - não parece com os corruptos de hoje?
Porém o juizo de Deus virá: “Eu sou o Senhor teu Deus... ainda te farei habitar em tendas” (não mais em palácios). A justiça de Deus é confirmada no v. 14.
O capítulo 13, até o v. 13, fala da rebeldia e iniquidade de Israel e da justiça de Deus, mas no v. 14 fala da misericórdia de Deus. “Eu os remirei”. É o poder de Deus, que pode resgatar e restaurar o perdido, texto citado por Paulo em 1Co 15.54-55, para falar novamente na insubmissão dos que serão punidos - vs. 15 e 16.
Capítulo 14. Convite à conversão - v. 1 e 2. Um arrependimento verdadeiro e uma mudança real de atitude está traçada no v. 3: “Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos, e à obra das nossas mãos não diremos mais: 'tu és o nosso Deus'; porque por Ti o órfão alcançará misericórdia”.
V. 4 a 6: a promessa de Deus: “Eu curarei a enfermidade deles e os amarei de todo o Meu coração, pois a minha ira desviou-se deles. Serei como orvalho para Israel; como o cedro do Líbano aprofundará as suas raízes: seus brotos crescerão. Seu esplendor será como o da oliveira, sua fragrância como a do cedro do Líbano”.
V. 7: um estímulo a todos que quiserem voltar para o Senhor: “Os que habitavam à sua sombra voltarão. Reviverão como o trigo, florescerão como a videira, e a fama de Israel como o do vinho do Líbano”.
V. 8: mudança completa - “O que Efraim ainda tem com ídolos?” Como está em 2Co 5.17: “As coisas velhas já passaram, eis que surgiram coisas novas”.
V. 9: convite a meditar sobre tudo isso, ainda que não possa entendê-lo. Rm 9.33-36: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os Seus juizos, e quão inescrutáveis os Seus caminhos! Porque quem conheceu o intento do Senhor? Ou quem foi o Seu conselheiro? Ou quem Lhe deu primeiro a Ele, para que lhe fosse recompensado? Porque dEle e por Ele e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém”.

quinta-feira, julho 05, 2007

O Apocalipse

“Apocalipse” significa Revelação. É o livro profético do Novo Testamento.
Um livro difícil de entender em seu todo. João Calvino, um verdadeiro gênio no campo da Teologia, compreendeu isso; escreveu comentários sobre a Bíblia toda, com exceção deste livro; por isso falou-se dele: “Até nisso foi sábio”. Nós, muito mais, precisamos ter a humildade de reconhecer nossas limitações, atentando para a recomendação de Paulo em Rm 12.3: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Almeida, Corrigida); e na NVI: “Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu”. Ninguém, por vaidade, pense que pode entender tudo. Nenhum de nós entende, nem pode entender tudo o que está nas Escrituras. Leia Dt 29.29.
Vamos estudar o Apocalipse, no que for possível, nesta oportunidade.
No início, João fala da finalidade do livro:
1.1 - da felicidade de alguém ler, ouvir e guardar o ensino das Escrituras;
l.3. - É o livro que, por ser o último, encerra a Revelação escrita de Deus, e o que ele diz aqui e em outros textos, refere-se a toda a Bíblia, por exemplo em Ap 22.18-19.
Dirige-se às sete igrejas da Ásia, figura de toda a Igreja, e de cada igreja local.
João, o autor, não escreve de si mesmo e por sua iniciativa, mas “Da parte de Jesus Cristo” (v. 5). Referindo-se à volta de Cristo, afirma “todo olho o verá” (v. 7).
João estava na Ilha de Patmos, uma das ilhas do Arquipélago Grego, e hoje tem o nome de Patino. Diz ele: “fui arrebatado”, como Paulo em 2Co 12.2. E Deus lhe disse: “o que vês escreve-o às sete igrejas” (v. 11). Foi o que João fez.
Em l.13-16 ele nos dá uma descrição do “Filho do Homem”, em linguagem toda simbólica. Não precisamos nos preocupar em entender a linguagem figurada e simbólica que encontramos através de todo o livro.
Porém, entre figuras que não entendemos encontram-se textos bem claros, como os versos 17 a 20 do primeiro capítulo.
As sete cartas (cap. 2 e 3) contêm alguns elogios, especialmente às igrejas de Smirna e Filadélfia, e muitas repreensões às demais. Todas elas se aplicam perfeitamente à Igreja de hoje. “Tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito” (Rm 15.4).
Nos capítulos seguintes há muita dificuldade para entender; mas há trechos de grande valor para nossa edificação.
O capítulo 7 tem alguns versículos que os “Testemunhas de Jeová” usam indevidamente em defesa de seus ensinos: o v. 4 fala do número dos “assinalados” - 144.000 - que, dizem eles, são os “Testemunhas de Jeová” que irão para o Céu (ver também 14.3: 12 tribos, 12.000 de cada uma). Qual a base para se afirmar que o texto se refere a eles? Além disso omitem que logo a seguir, no v. 9, João fala de “uma multidão que ninguém podia contar...”; esses são os salvos, no Céu. Então, 144.000 é um número simbólico.
Há muitos textos inteligíveis e confortadores: Ap 11.15, 17; 14.12-13; 18.1-5; 19.1-10 (o v. 10 é de extrema importância).
O cap. 20 é o capítulo que os pré e os pós-milenistas usam para defender suas idéias e imaginações: “o milênio”. “1.000 anos” é repetida aqui 5 vezes: versos 2, 4, 5, 6, e 7. É a mesma expressão usada por Pedro em 2Pe 3.8.
A Igreja Presbiteriana é “amilenista” – não cremos que haverá um período de 1.000 anos em que Cristo reinará sobre a Terra. Cristo já reina, desde Sua encarnação. Ele foi anunciado como o “rei dos judeus”, o rei de um reinado que não terá fim (2Sm 7.8, 12, 13, 16). Ele é o Rei, embora muitos não O reconheçam e não o recebam como tal.
Sobre a volta de Cristo há os textos bem claros de 1Co 15. 51-52 e 1Ts 4.13-17 e ainda Mt 25.31-34 e 41.
O que cremos sobre o “milênio”. O livro de Apocalipse fala da vitória de Cristo no mundo, que se iniciou com a Sua encarnação, continuou com Sua vida, morte e ressurreição. Ele venceu Satanás (Ap 1.17-18; 5.90 e seguintes; 15.4; 19.11 e 16; 20.4; 22.3-5).
O capítulo 21 fala dos novos Céus e nova Terra. Por que? Esclarece 2Pe 3.10-12; os atuais Céus e Terra serão consumidos e criados novos. Ap 21.1-8 é compreensível e confortador.
Pós-milenismo é a corrente teológica que apregoa que haverá na Terra um período de 1.000 anos de paz, e depois disso Cristo virá. Esse período seria resultado de um aperfeiçoamento do mundo, por influência da Igreja. A realidade é completamente diferente (Lc 18.8; Mt 24.3, 8-14). As duas guerras mundiais do século XX desmoralizaram essa corrente
Pré-milenismo afirma que Cristo virá e estabelecerá Seu reino no mundo por 1.000 anos. Os pré-milenistas dispensacionalistas chegam ao ponto de estabelecerem quase um calendário ou cronograma dos acontecimentos. Fazem verdadeiras profecias sobre o futuro.
Baseia-se em interpretação literal dos textos do Apocalipse, quando não é possível entender assim. Quando não podemos entender, devemos reconhecer isso (Dt 29.29).
Os pré-milenistas forçam a interpretação, e o resultado é o predito em 2Pe 3.16; vale a pena reler a advertência de 2Pe 3.17.
Grandes textos confortadores: 7.9-17; 14.12-13; 19.1-10; 21.1-8; 22.6-17, e uma lição sobre o respeito a toda a Escritura (22.18-19).
Apocalipse encerra com o desejo dos crentes – 22.20-21: “ó vem, Senhor Jesus!”

segunda-feira, julho 02, 2007

Vocação Pastoral

A VOCAÇÃO PASTORAL – 1 Tm 1.12

Fico surpreso por estar, eu mesmo, preocupado – e muito – com o número enorme de pastores “sobrando” e outro tanto de candidatos ao ministério nos 7 ou 8 Seminários da I.P.B. O que devia ser motivo para satisfação, é motivo de apreensão
Houve um tempo, na Igreja, há cerca de 35 anos, que faltavam pastores e havia muitas vocações então chamadas “tardias”, de homens já experimentados no trabalho da Igreja, chefes de família, profissionais de diversas áreas: advogados, médicos, engenheiros, professores, evangelistas da J.M.N., aos quais a I.P.B. decidiu dar a formação teológica básica permitindo que os Presbitérios os examinassem e, aprovados, fossem ordenados para o ministério pastoral. Foram muitas dezenas, que supriram campos então carentes de pastores.
A I.P.B. tinha apenas 2 seminários – Recife e Campinas. Neles a preocupação era formar pastores e não apenas bacharéis.
A dúvida presente é esta: será que Deus tem chamado tantos jovens para depois deixá-los sem campos de trabalho? Estará Deus chamando tantos homens para se tornarem pastores improdutivos, que não fazem diferença, e ao mesmo tempo cooperem para que as Igrejas se tornem “mornas”, sem vida abundante, sem se empenharem na obra urgente da evangelização e formação de novas igrejas?
Creio firmemente que isto tem tudo a ver com o assunto da vocação, que precisa vir de Deus.
Um fato apresentado nas Escrituras é que Deus chamou os que Ele quis para serem os Seus profetas, os Seus juizes da Israel, os Seu apóstolos, os Seus pastores. Foi assim com Abraão (Gn 12), com Moisés (Ex.3), com Samuel (1Sm.3); com Isaias (Is.6), com Jeremias (Je 1), com Amós (Am.7.14-15), com João Batista (Lc 3.2-3), com os apóstolos (Mc 3.23), com Paulo (At.9.1-6 e 1Tm. 1.12), e com todos os referidos em Hb 11.
A ninguém que Ele chame, deixa na dúvida. “Deus me chamou”, “Deus me enviou”, é a certeza íntima dos vocacionados por Deus. Vocacionar vem do verbo latino “vocare” que significa chamar, como a viva voz, sem deixar dúvida.
Temo que muitos têm confundido seu próprio desejo como vocação divina. Deus não aceita isso. É emblemático o caso de Arão e Miriam – Nm 12.1-16. Deus tinha para eles um ministério muito importante, e a ele deviam dedicar-se sem se apoderarem de outro que Deus não lhes der – Nm 12.
Tenho visto muitos tornando-se ministros por decisão própria, de diferentes ministérios; o resultado é fracasso e prejuízo para a causa do Evangelho.
Nesta época de tão pouco temor de Deus no mundo, em que há tanta riqueza de um lado e miséria de outro; em que há tanto desemprego, a “tentação de ser pastor” parece que é um fato.
Relembro o apelo feito pelo missionário Floyd Grady, em um Congresso Nacional da Mocidade: “Moço, se Deus o chamou para o ministério, pelo amor de Deus, venha! Mas se Deus não o chamou, pelo amor de Deus, não venha!”
Pastor, se Deus não o chamou, não seja pastor, não dá certo!
(Rubens Pires do Amaral Osório, abril/2007)