quinta-feira, março 26, 2009

A Liturgia e os Cânticos

1. Antes de tudo, temos que recordar o que e e como deve ser a Ordem do Culto.
2. O exagero nos cânticos: por exemplo, 30 minutos de cânticos diversos, além dos hinos do Hinário. Estes não podem ser retirados da Ordem do Culto porque em geral são bonitos, de boa qualidade doutrinaria, e edificantes, ao contrario da maioria dos corinhos que, infelizmente, são de molde neo-pentecostal.
3. A questão de "dar oportunidade" para cada grupo - jovens, adolescentes, crianças, etc. - é irrelevante, pois todos participam do culto - do começo ao fim - quando entendem o que é culto. Logo, todos já tem oportunidade. Ninguém precisa ir à frente para estar "participando"; o ideal seria que cada grupo, como faz o Coro, estivesse assentado, reunido, e na sua hora de cantar apenas se levantasse para cantar. É preciso evitar e desestimular o exibicionismo desde cedo. Pregador e dirigentes do culto vão à frente por uma razão lógica: para serem ouvidos e vistos, mas se qualquer deles se "exibe", será melhor não pregar mais, nem dirigir mais o culto ou qualquer parte dele. É muito difícil podermos afirmar que alguém "se exibe", mas quando há essa impressão, já está prejudicando a espiritualidade do culto.
4. Qual a parte mais importante do culto? Normalmente é a exposição da Palavra. É c1aro que é indispensável o louvor e cada uma das outras partes. Eventualmente poderá haver culto sem sermão, mas nunca sem leitura das Escrituras. O centro do culto tem que ser "a Palavra". As partes anteriores são uma preparação para ouvir a Deus, e o que vem depois - a consagração – deve ser uma conseqüência. Sem preparo e sem “consagração", o culto se torna mecânico, inócuo, inútil. Por essa razão as igrejas protestantes - antes da preocupação de se tornarem "modernas" - colocavam o púlpito sempre no centro.
5. A duração de cada parte. Nenhuma deve ser cansativa. Por que cantar 15 ou 20 minutos em pé? No conjunto, também se tornarão prejudiciais se tomarem tanto tempo que prolongue demasiadamente o culto, ou diminua o tempo da parte de "edificação", cujo centro é a mensagem.
6. O que deve ser feito "em pé" ou "sentado"? Em pé deve ser, primeiro, o louvor, pois é a parte de contemplação de Deus, quando exaltamos o Senhor, falando de Sua glória e de Seus atributos. Por conveniência é que fazemos o povo se levantar em alguns outros momentos: para descansar de ficar assentados, para indicar maior reverência - pode ser na parte de consagração e no louvor final.
7. Diferentes grupos querem cantar: o conjunto que dirige o cântico de corinhos, que não são todos de louvor, o Conjunto Manancial, o Coro, o conjunto infantil. Se cada um cantar um só cântico, sem repetir mais vezes, isto ainda será possível. Mas se cada grupo cantar duas vezes já teremos um exagero: 2 x 4= 8 cânticos, mais os hinos do Hinário. O culto certamente se tornará cansativo, ou deixará de ser culto para edificação e ensino passando a ser uma sessão de cantos para agradar a plateia ou os próprios cantores
8. Por fim, lembremo-nos de que o ensino bíblico é que ofereçamos a Deus "o melhor" que podemos, e não o que é improvisado e de pouco valor. A começar pelo pregador, continuando com os dirigentes e todos os participantes do culto, exige-se preparo anterior ao culto, e integridade de vida cristã durante toda a semana . Quem não adora e não serve a Deus durante toda a semana, também não O adorará no domingo só porque foi ao templo.

quinta-feira, março 19, 2009

O Pastor e a Visitação

Jeremias 23.1-4 fala da importância da visitação a ser feita pelo pastor, e da tragédia decorrente da falta dessa visitação.
Visando o preparo dos pastores para uma visitação eficiente, o currículo de nossos seminários contem uma matéria importante: “Teologia Pastoral”, além de elementos de “Psicologia”.
A Constituição da Igreja Presbiteriana dá aos demais oficiais diáconos e presbíteros a incumbência de também visitar, participando de alguma forma do pastoreio do rebanho. Veja em Atos 20.28.
Será muito conveniente que o pastor instrua os oficiais da Igreja para tão importante serviço. Fazerem visitas juntos será, certamente, muito bom no aspecto de resultados . práticos e de treinamento dos oficiais da igreja.
Mas é fora de dúvida que muitas vezes convém que o pastor faça sozinho determinadas visitas, pelo cuidado especial que elas demandam, ou pela gravidade dos assuntos e ate o sigilo que convenha haver. Nem todos estão devidamente preparados para tratar com os membros das igrejas nessas ocasiões. Uma colocação menos prudente ou uma palavra menos cuidadosa pode ser um transtorno.
Duas coisas serão testadas nessas situações: a capacidade do pastor no encaminhamento de soluções dos problemas, e a confiança dos presbíteros no pastor. Estes estarão colaborando com o pastor, como ensina a Constituição da Igreja, fazendo junto com ele a visita, ou deixando-o só, conforme a conveniência, a juízo do próprio pastor, sem negligenciarem o seu dever de visitarem; orando pelo pastor, por todo o seu trabalho e pelo seu aperfeiçoamento.
Sobretudo, todo trabalho deve ser feito com temor e tremor, orientado pelo Espirito Santo, para que não seja feito "relaxadamente"
Havendo cooperação mutua, humildade tanto do docente como dos que aprendem com ele; havendo, tanto de uns como de outros, real interesse e amor pelo rebanho, o Reino de Deus ganhará muito na realização do ministério da visitação.
Presbíteros, confiem em seu pastor. Pastor, conquiste a confiança de seus irmãos, ovelhas, e colaboradores também.

quinta-feira, março 12, 2009

O Pastor e a Liturgia

O pastor é chamado, na Constituição da Igreja (presbiteriana), "presbítero docente", porque uma de suas principais funções na Igreja é a de ensinar, doutrinar. Para isso a igreja deve prepará-lo proporcionando-lhe um curso teológico idôneo, submetendo-o, depois, a rigorosos exames teológicos antes de sua licenciatura e de sua ordenação.
Como presbítero docente, o pastor é indicado, na Constituição da igreja , como aquele que orienta e supervisiona a liturgia na igreja que pastoreia. Supervisionar não é apenas "dar um visto" na Ordem do Culto elaborada por algum membro da Igreja que vai dirigir o culto. É orientar sempre, corrigir e alterá-la quando necessária. Na verdade já é uma invenção moderna, em nossas igrejas, uma outra pessoa dirigir o culto e o pastor apenas pregar.
Essa função, de supervisionar, não deve ser confundida nem pelo pastor, nem pelos possíveis dirigentes, como um "engessamento" da Ordem do Culto; deve ser entendida como um necessário cuidado para que a ordem estabelecida nem se tome mecânica e rotineira, nem uma "colcha de retalhos" sem lógica e sem sequência natural, nem em "programa" cheio de "criatividade", mas sem unidade e vazio de conteúdo.
A orientação que o pastor dá deve também obedecer os "princípios de liturgia" constantes do "Manual Presbiteriano",calcados nos princípios bíblicos sobre o culto. Também deve ser entendida, e para isso ser explicada e discutida quando necessário. Mas, tendo em vista que o culto deve ter unidade, com o objetivo de levar o povo a adorar a Deus de modo inteligente, "em espírito e em verdade", o pastor deve estar capacitado - pelo estudo e pela prática - a orientar e ser acatado.
É muito grande a responsabilidade do pastor quanto à Liturgia, pois a maneira como a Ordem do Culto é estabelecida pode ser um meio eficiente de tornar o culto edificante e didático, ou uma porta aberta para desvios doutrinários e espirituais. Ela pode ser um reflexo do conceito que se tenha de Deus, e da importância que se dá às Escrituras.
O pastor precisa estar comprovadamente capacitado para supervisionar a Liturgia e ser lealmente acatado
Em 1Co 14 .40, onde Paulo nos instrui sobre o culto, diz ele sabiamente: "Faça-se tudo decentemente e com ordem".

quinta-feira, março 05, 2009

O culto que agrada a Deus

"Deus é espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e verdade." (Jo 4.24)

Em Jo 4. 23 e 24 Jesus nos ensina que o culto deve ser espiritual e que "o Pai procura a tais que assim O adorem".

Em Ex 3.5; Ec 5.1-5; Is 6.1-8 e outros textos, encontramos princípios que devem orientar-nos na organização do culto público.

Sem dúvida, a ordem do culto não deve ser improvisada. O culto deve ser planejado de tal forma que suas finalidades sejam atingidas. A principal delas é a adoração a Deus; este é o grande objetivo de todo verdadeiro culto e de cada uma de suas partes.
Outro objetivo é a comunhão entre os adoradores, e o terceiro objetivo, edificação espiritual. Além disso, o culto pode ser de gratidão, exortativo, de evangelização, ou doutrinário, sempre de acordo com a necessidade espiritual do povo e da igreja que se reúne. A ordem, ou sequência das partes do culto, deve ter em vista as razões específicas de cada culto, e as partes do culto devem ter unidade, isto é, devem estar voltadas para esse alvo.
Por exemplo, num culto evangelístico, a escolha dos textos bíblicos a serem lidos, os hinos a serem cantados, as orações e a mensagem devem todos ter em vista esse objetivo específico: a evangelização; e assim também os cultos com outros objetivos específicos.
A ordem do culto mais conveniente é a que podemos chamar temática, porque através desse culto um determinado tema ou assunto será tratado. Isso evita que o culto venha a parecer uma colcha de retalhos, ainda que cada “retalho” seja bonito.
Por que entendemos assim? Pela mesma razão porque a mensagem a ser proferida pelo pregador também não deve ser uma “colcha de retalhos”, bonita e enfeitada, embora sem unidade, sem conexão entre as partes mas, tanto quanto possível, deve ser inteligente, organizado no seu aspecto didático, pois o culto deve ser também “racional”, como ensina Paulo em Rm 12.1. Assim também são os sermões de Cristo e de Paulo, e todos os escritos sagrados. Por que deveria o culto ser diferente, improvisado e desordenado? Para atender ao gosto de pessoas pouco disciplinadas? Não!
Se for bem preparado e se os adoradores adorarem ao Senhor como convém, o culto não será estático nem frio, mas agradável e proveitoso sempre, do começo ao fim. As leituras bíblicas, os hinos escolhidos, a mensagem e as orações, devem estar relacionadas entre si.
Além disso tudo, que o nosso culto seja sincero. Um dia Deus se queixou do culto que o povo Lhe prestava. “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de Mim” Is 29.13.
Busquemos sempre a Casa do Senhor conscientes de que vamos, como povo, apresentar-nos de modo conveniente diante do Soberano Rei do Universo, ansiosos por este maravilhoso encontro, como o autor do Salmo 42: “A minha alma tem sêde de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?”.
Assim, cada culto poderá ser uma bênção para cada um de nós.