quinta-feira, maio 28, 2009

Um relatório pastoral - 1987

Peço licença aos leitores deste blogue para apresentar um documento que encontrei em meio aos estudos e textos escritos por meu pai. Trata-se de um relatório de atividade pastoral que ele apresentou ao seu presbitério - o Presbitério Oeste Paulistano, da Igreja Presbiteriana do Brasil - em janeiro de 1988. Faço isso porque dá uma boa ideia de qual fosse a atividade pastoral de meu pai naqueles tempos, aos 60 anos de idade.


Com alegria e gratidão a Deus presto este Relatório, no 35o. ano do meu trabalho ministerial. Senti muito de perto a mão de Deus a sustentar-me, como no passado, mas de forma muito clara e confortadora neste ano que se finda.
Um ano eclesiástico de 11 meses, porque a última reunião do Presbitério foi em fevereiro passado, e esta em janeiro.
Ano muito pesado e de difíceis provações em decorrência de resoluções do Presbitério, que me atingiram pessoalmente, e de aperto financeiro decorrentes do "salário" a mim destinado pelo Presbitério nos 5 primeiros meses do ano. Mas o Senhor mesmo me sustentou e me livrou de todas as aflições.
De janeiro a dezembro pastoreei a I. P. Bom Pastor (Osasco, SP) com a congregação na Cohab (Carapicuiba, SP), e de junho a dezembro também a I. P. Belém (Carapicuiba, SP). Foi para mim um privilégio e um refrigério espiritual pastorear estas igrejas, onde o Senhor me concedeu muitas e grandes alegrias. Trabalho intenso, que às vezes chegava ao limite de minhas energias.
Estatisticamente o trabalho pode ser assim resumido:
1- Pregações - 134: nas igrejas - 115; em casas particulares - 4; em outras igrejas, como convidado - 6; em ofícios fúnebres - 6; em ocasiões especiais - 3.
2- Visitas pastorais em casas e hospitais - 146.
3- Reuniões diversas - 29.
4- Atos pastorais - 51: Santa Ceia - 30; batismos - 10; Profissões de Fé - 5; Ofícios fúnebres - 6.
5- Aulas - 53: Escola Dominical - 48; classe de Catecúmenos - 5."


Infelizmente não achei a sequência do relatório, no qual ele com certeza faz uma crítica do trabalho realizado e propõe seu plano para o ano. Mas creio que o leitor pode perceber que o trabalho pastoral era intenso e variado. Na pŕoxima semana voltaremos aos estudos.

quarta-feira, maio 20, 2009

O Dirigente do Culto - 2

Lembre-se disto: o dirigente do culto, como qualquer outro dos presentes, não é um sacerdote que vai levar o povo e a adoração a Deus. Ele á apenas parte desse povo; por isso não deve orar: “ Senhor, eu te peço...”. A oração no culto público deve ser sempre feita como Cristo ensinou, na primeira pessoa do plural – nós: “Vós orareis assim: Pai nosso... dá-nos hoje... perdoa as nossas dívidas... como nós perdoamos... não nos deixes... livra-nos do mal...”. Ninguém deve interpor-se entre Deus e o povo.

Em resumo, o culto público tem dois protagonistas: Deus e o povo. Deus, que procura a tais que assim O adorem (em espírito e em verdade) – Jo 4.23 e 24 – e o povo, reunido como corpo que busca comunhão com Cristo, a cabeça. Nenhuma parte do corpo deve sobressair sobre as outras; nem o pregador, nem o dirigente, nem os irmãos que gostem de fazer longas e piedosas orações “para serem vistos pelos homens” - Mt 6.5.

O ideal é que ninguém saia do local de culto impressionado com o pregador ou com o dirigente ou com quem cantou, mas todos saiam com a convicção de que só o Senhor foi adorado e servido, e que o Senhor realmente lhes falou.

quinta-feira, maio 14, 2009

O Dirigente do Culto - 1

Este precisa conhecer bem o que podemos denominar “teologia do culto”, exposta com simplicidade nos estudos anteriores.

Precisa ter uma postura adequada ao serviço do culto: consciência de que vai dirigir ou conduzir todas as partes do culto na direção do serviço a Deus somente. Humildade e espiritualidade são qualidades essenciais; qualidades que não devem ser exibidas pelo dirigente e por ninguém, mas Deus as observa e abençoa.

Nenhum dirigente de culto deve transformar-se em “animador” do culto, à semelhança dos “animadores de auditório”. Deve observar bem o que está em Eclesiastes 5.2-3: “...não te precipites com a tua boca... sejam poucas as tuas palavras”. O culto deve ser vivo e não “animado” artificialmente. Fale pouco, o menos possível para anunciar as partes do culto e para dizer o estritamente necessário.

Não há motivo para que cada hino, cada corinho, cada passagem bíblica lida, cada oração a ser feita, seja alvo de um pequeno comentário da parte do dirigente. Alguns chegam a fazer vários mini-sermões; isso apenas torna o culto mais longo e cansativo, especialmente quando se fala o óbvio, sem acrescentar nada.

É preciso lembrar que o centro do culto deve ser “a Palavra” que será exposta especialmente no sermão, se houver sermão. E então não se deve gastar tanto tempo do culto antes da pregação, de tal modo que quando a palavra é dada ao pregador, o povo e o próprio pregador já estão cansados.

O tempo conveniente para o culto público é de 60 a 90 minutos, basta administrar bem esse tempo.

quinta-feira, maio 07, 2009

Lembrete necessário e oportuno

Nenhum culto deve ser transformado em "show" para exibição artística, seja da oratória do pregador, da voz magnífica de um solista, da perfeição de um coral, ou da "santidade", preparo intelectual ou profundidade espiritual de qualquer pessoa. Nenhuma pessoa deve ser homenageada durante o culto; somente Deus deve receber nossa honra nessa hora.
Culto não é reunião de sociabilidade. Na vida da igreja também há lugar para a sociabilização, porém em hora e local apropriados. Resistamos à tentação de querer transformar a igreja em clube social, mesmo com o pretexto de atrair pessoas e fazer a igreja crescer.
Em 1Coríntios 14, onde Paulo escreve a ordem do Culto, ele dá ênfase a dois pontos: "Faça-se tudo para edificação" e "Faça-se tudo com decência e ordem".