quinta-feira, outubro 26, 2006

O Segundo Século da Igreja Presbiteriana do Brasil

Conheci a I.P.B. (Igreja Presbiteriana do Brasil) do 1o século, na minha adolescência e mocidade: pastores dinâmicos, que viveram e morreram pobres, com esposas professoras que ajudavam no sustento da família. Igrejas também dinâmicas, os membros ativos e fiéis, levavam a sério a vida cristã.

Pouco antes era comum os pastores pastorearem três ou mais igrejas, andando a cavalo ou de trem, ou de “jardineiras” para visitarem as igrejas e os crentes. Estes eram apelidados de “bíblias” porque eram vistos levando nas mãos suas Bíblias, especialmente aos domingos. Leigos pregavam substituindo os pastores, e lecionavam nas Escolas Dominicais.

E a Igreja crescia extraordinariamente.

Em minha pré-adolescência e adolescência estive na I. P. Unida de São Paulo. A igreja – pastor o Rev. Miguel Rizzo Jr. – tinha muitas congregações. Havia uma equipe de pregadores leigos que iam pregar nas Congregações. No início de meu ministério – pastoreando sempre duas igrejas - membros dessa equipe, coordenados pelo presbítero Honório Cúndari, estavam sempre pregando em alguma de minhas igrejas.

Era a Igreja do 1o. século. O centenário (1959) foi comemorado com um esforço evangelístico especial em âmbito nacional.

Mas depois... multiplicaram-se os problemas: modernismo pregado especialmente por Richard Shaull nos Seminários de Campinas, primeiro, e de Vitória, depois. Em seguida, uma onda ecumenista, atendendo a pregação do papa João XXIII.

A Igreja, porém, reagiu. Uma cisão em São Paulo levou à criação da frustrada Federação de Igrejas Presbiterianas e Reformadas, depois chamada FENIP e depois IPUB.

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Mas o que tem causado grandes males à Igreja atualmente é a influência néo-pentecostal.

Enquanto se criam novos Seminários, cresce o número de pastores doutrinariamente fracos. Multiplicam-se os concílios – presbitérios e sínodos – mas não o número de membros e de cristãos convertidos, realmente consagrados. Um “evangelho” mesclado com néo-pentecostalismo está descaracterizando um número enorme de igrejas com um culto cheio de “oba-oba”, de coreografia e “sermõezinhos água com açúcar”; igrejas administradas, mas não pastoreadas, tornam-se clubes religiosos para satisfazer pastores e muitos dos membros. “Um evangelho sem ética” e “evangelização” superficial, vão criando igrejas que não se pode reconhecer como presbiterianas, como realmente reformadas.

Nos bons tempos havia falta de pastores e os que havia eram pastores mesmo; raramente algum era também professor. Hoje há cerca de 1.000 pastores sem igrejas e desses, muitos são rejeitados pelas igrejas que os conhecem e por isso não os querem.

Há uma crise vocacional, e mercenários demais!

Estamos precisando de uma nova Reforma – não para mudar a doutrina e a liturgia, mas para voltar aos tempos antigos, ao “primeiro amor”, como foi na Reforma do século XVI.

Cada um de nós pode contribuir para que isso aconteça. É não ceder, mas permanecer fiel e exigir fidelidade às Escrituras e a nossos padrões de fé; rejeitar, os modismos e a mistura de secularismo com Evangelho, de “show” e culto. Viva e exija o Evangelho com verdadeira piedade.

Aceite o desafio!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Trajes, Vestidos, Modas, Vaidade...

1 Tm 2.9: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente (sem ostentação), com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus”.

1 Pe 3.2-3: “Observando a conduta honesta e respeitosa de vocês. A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranqüilo, o que é de grande valor para Deus”.

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A vaidade é apenas uma das manifestações da inclinação pecaminosa do ser humano. Quando, através da serpente, Satanás despertou em Eva a falta de confiança em Deus, despertou também o desejo de ser igual a Deus, induziu-a a consumar o pecado da desobediência contra Deus; estava conseguindo fazer que toda a humanidade, no futuro, se tornasse suscetível às mesmas tentações e inclinações. Daí o horroroso progresso que o pecado teve e continua tendo até hoje: homicídio (Gn 4.8), bigamia (4.19) e toda espécie de maldade (Gn 6.5).

Mas há tentações e pecados sutis, bem disfarçados. Por exemplo: que mal há em uma pessoa usar enfeites, cobrir-se com uma roupa mais cara que a comum? Sim, que mal há? Então vem a recomendação de Paulo: “...que se vistam modestamente... mas com boas obras...”.

Vem a recomendação de Pedro: “...A beleza de vocês não deve estar nos enfeites... ao contrário, esteja no ser interior, ...num espírito dócil e tranqüilo”. Esse “espírito dócil e tranqüilo” acaba se refletindo no rosto da pessoa, dando-lhe uma beleza natural, que não precisa de artifícios. A beleza artificial chama a atenção, mas freqüentemente prejudica a simpatia, tornando a pessoa afetada, antipática e também artificial, não-confiável.

Para estimular e explorar a vaidade o mundo criou a propaganda, o “marketing” e o consumismo. Esse modo convence as pessoas a comprar o supérfluo, o que agrada os olhos e o paladar, satisfaz a vaidade de possuir o mais moderno.

O pior é o que a moda faz: procura chamar as atenções para o corpo, especialmente o feminino; destacar as formas do corpo, ou expô-lo ao máximo. Desperta e estimula a sensualidade, juntamente com o apetite sexual; é realmente satânica. As conseqüências são grandes e graves: pessoas de poucos recursos deixam de comprar o mais importante como alimentos e livros para comprar o supérfluo; torna as pessoas frívolas, de pensamento fútil, tanto homens como mulheres. Por isso mesmo escreveu Isaias (55.2): Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deleitará com a mais fina refeição”.

A moda estimula e explora a vaidade, aniquila a seriedade e a sobriedade – 2Tm 4.5: “Você, porém, seja moderado em tudo”; 1Pe 4.7 e 5.8.

A vaidade masculina também se manifesta no exibicionismo: mostrar sua força, sua inteligência, sua oratória, a capacidade de dominar e de se impor, a vaidade de “ser líder”.

No varão, do mesmo modo aniquila o altruísmo, a capacidade de servir. Como é triste ver um cristão transformar-se em ditador ou em vedete; é até ridículo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Adolescentes - um estudo

Deve-se estabelecer limites para os adolescentes?

l. Para sua boa formação é essencial a existência da família organizada, onde se faz a sua socialização, com direitos e deveres definidos, e respeito de uns aos outros.

2. Os limites devem existir, mas não impostos (que não são aceitos), mas estabelecidos no diálogo.

3. Influência da TV, Internet e outros meios de informação. Esta é pulverizada e jogada sobre a pessoa, especialmente o adolescente, despreparado para julgar e ponderar.

4. É necessário mostrar ao adolescente que é preciso haver coerência entre pensamento e ação. Mostrar-lhe, também, as conseqüências de nossos atos, pelos quais somos responsáveis.

5. O educador tem que ser alguém que entenda o adolescente, com autoridade de um lado, e ternura, afeto e amizade de outro lado. Nada de chamá-los de “aborrecentes”.

6. Referenciais que estabelecem limites: o núcleo familiar, a escola, os amigos; aspecto negativo dos meios de comunicação sem preocupação ética e moral.

7. Crise da adolescência: ebulição de emoções, pensamentos e sentimentos; nem criança, nem adulto; choque com a geração mais velha.

O filho de 15 anos tem há 3 meses uma namorada de 17. Comunicou aos pais que nesse fim de semana vai viajar sozinho com ela; que fazer? Resposta: não admitir essa quebra de relação entre direitos e deveres, respeito às normas éticas da família.

Problema: as solicitações externas se chocam com as solicitações internas da família. Resposta: cuidado, sabedoria e firmeza do educador nessas situações.

8. Permissividade?

Não se pode pura e simplesmente liberar, nem simplesmente impor. Nem se pode tudo, nem se pode nada. O diálogo deve ponderar os padrões éticos dados por Deus, os direitos e os deveres, as conseqüências de nossos atos sobre nós mesmos e sobre outros, inclusive as crianças que estão por nascer.

9. No caso de liberdade que extrapolou os limites éticos no campo do sexo, o mundo encara como “problema” apenas a gravidez indesejada, e não a prostituição. Ora, a gravidez é a conseqüência mais provável que se pode esperar. A coisa errada não é a gravidez, mas o ato que a provocou.

Como lidar com a sexualidade de uma criança precoce? Os adultos estão erotizando as crianças, que assistem desde cedo novelas e filmes com cenas de sexo, programas de TV, etc. Quando surge a gravidez, “não sabem como e por que isso aconteceu”!

Nossas escolas não estão preparadas para trabalhar com o adolescente. As escolas mais “fechadas” ajudam a manter a ordem. As mais abertas crêem que é o próprio adolescente quem deve julgar e decidir sobre o que fazer, sem interferência dos pais e adultos.

Há uma contradição entre Família e Escola. A família tem valores que a escola deve respeitar. Essa contradição desorienta o adolescente que, freqüentemente, começa a enxergar sua família como “bitolada, ultrapassada, fora da realidade”.

Compreensão mútua, carinho, respeito mútuo e diálogo são indispensáveis, sempre.