quinta-feira, agosto 27, 2009

Palestra com Noivos - 26

9º estudo - Finanças no Lar

Lucas 14.28 e João 6.12

Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lc 14.18).

Temos aqui, dada por Cristo, importante lição sobre prudência e previdência. Jesus iniciou o trato desse assunto falando a respeito da carreira cristã. Em Mt 11.28-29, Ele fez um convite a “todos” para que O sigam: “Vinde a Mim todos vós que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei”.

Mas fica evidente que Ele deseja que O sigam com convicção, sabendo dos benefícios a receber e também dos ônus, quanto vai custar a carreira cristã. Isso Ele demonstrou várias vezes, em Mt 5.11; 10.34-38; 24.9-13 e outros textos. Paulo, em 2Tm 3.12, faz um aviso sobre perseguições a que se sujeita quem quer seguir a Cristo.

Seguir a Cristo como Senhor e Salvador é a melhor decisão que alguém pode tomar em sua vida, mas deve estar consciente de que o Reino de Deus não é, no mundo, uma colônia de férias e um mar de rosas; é campo de trabalho e lutas. Por isso é que Paulo nos fala da “armadura de Deus”, em Ef 6.10-17.

Naquele discurso de Cristo, sobre a previdência na carreira cristã, diz Ele, então: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?

Fala, adiante, da prudência de um rei que, tendo de enfrentar uma guerra, precisa saber com que recursos pode contar - versículo 31. O que Cristo ensina aqui, aplica-se tanto à vida espiritual como aos negócios e à vida familiar.

Seus princípios se aplicam à economia doméstica, como também à macro-economia: “fazer contas dos gastos”, planejar para depois construir com segurança e sucesso.

Mas constituir família é um empreendimento muito mais importante do que construir uma casa. Daí a necessidade de se aplicar na família os princípios dados por Cristo.

Muitas pessoas se esquecem deste aspecto “antes” de edificar, não uma torre, mas a própria casa - a família. E isso pode se transformar em decepção: inicia e não conclui, encerra mal a sua aventura. Casamento não deve ser aventura; o jeito é “fazer as contas dos gastos” para poder concluir seu projeto de casamento.

Quando alguém quer se casar precisa preparar-se não só financeiramente, mas também quanto aos demais aspectos da vida familiar; este é o objetivo destes estudos.


(continua)

segunda-feira, agosto 24, 2009

Palestra com Noivos - 25

Os cônjuges cristãos, se querem continuar dizendo que são cristãos, não têm o direito de pensar em divórcio diante de seus problemas. Em lugar desse pretenso direito, têm o dever de buscar em Deus e na Sua palavra a solução real para seus problemas pessoais e familiares. Malaquias 2.15.16 diz claramente:

“...Ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece” (odeia) “o repúdio... e não sejais desleais.

A sociedade é outra grande vítima do divórcio. A família é, realmente, a base da sociedade e quando esse alicerce é abalado, a sociedade é terrivelmente transtornada, pois é nos lares bem formados que se forja o caráter sólido e equilibrado; é neles que se molda o verdadeiro civismo que tem como base o amor, a justiça e o respeito mútuo.

É nos lares estáveis e bem orientados, que se formam os grandes homens e grandes mulheres. É nos lares desfeitos ou mal estruturados que se formam os grandes criminosos, os homens e mulheres que corrompem e destroem a sociedade.

O que Deus ajuntou não o separe o homem.

(continua com o estudo 9: Finanças no Lar)

sexta-feira, agosto 21, 2009

Palestra com Noivos - 24

Precisamos, nesta questão, ponderar outros aspectos, além da dor da separação para os cônjuges. São as consequências para os filhos e para a sociedade em geral.

Os filhos são as maiores vítimas do divórcio dos pais, seja qual for o motivo alegado. É quase impossível para uma criança ou para um adolescente aceitar o fato de ver dissolvida sua família, ser privado da presença constante do pai ou da mãe, como também aceitar um “novo pai” ou uma “nova mãe. Os transtornos psíquicos e psicológicos são grandes e graves. A maior porcentagem de jovens que se envolvem com drogas e delinquência é formada de jovens oriundos de famílias desintegradas. Essa separação transtorna psiquicamente os filhos e até os pais.

É muito melhor a reconciliação, ainda que demorada e difícil, do que a fuga ilusória e aparentemente fácil pela porta do divórcio.

Os próprios cônjuges que se separam sofrem problemas psicológicos muito sérios, demandando cara e longa assistência profissional.

A conclusão que podemos tirar:

O divórcio é invenção humana e não de Deus. Deus admite o divórcio quando existe uma falta muito grave - a infidelidade pelo adultério - quando não há o arrependimento do faltoso. Em momento algum Cristo aprovou ou apoiou o divórcio; Ele não admite que o próprio homem crie motivos para o divórcio ou, comodamente e por vontade própria, o busque sob a alegação de que não é feliz. Seu ensino sobre o perdão aplica-se aos casos que motivam muitos divórcios: o faltoso deve ser repreendido, deve reconhecer seu erro e arrepender-se; o ofendido, diante do arrependimento do faltoso, não pode deixar de perdoar. Cristo não deu conselhos a esse respeito; deu ordens expressas: “perdoa-lhe”.

Nenhum pai e nenhuma mãe tem o direito de expor seus filhos aos perigos trazidos pela dissolução de sua família, por simplesmente não querer tentar a reconciliação e não insistir nesse propósito.

Não estamos dizendo que um homem e uma mulher têm que continuar vivendo juntos numa casa que está desmoronando, pelo fato de que são marido e mulher. Estamos dizendo que em Deus existem condições para reconstruir a casa; condições para que todos os que erram possam emendar-se, e então pode haver reconciliação e reconstrução das vidas que estavam em ruínas.

(continua)

quinta-feira, agosto 20, 2009

Postagens

Tentaremos postar os estudos e textos duas vezes por semana, sempre às terças e sextas-feiras. Amanhã, daremos sequência ao conjunto de estudos sobre "A Família", na série "Palestras para Noivos". Obrigado.

terça-feira, agosto 18, 2009

Palestra com Noivos - 23

Compreendamos o ensino de Cristo. O casamento une um homem e uma mulher intimamente, ao ponto de Cristo dizer que “serão dois uma só carne” e repete “e assim não são mais dois (corpos), mas uma só carne”. Na realidade um passa a ser a metade do outro. Separar essas metades é uma violência dolorosa. E completa Cristo: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Na passagem paralela de Mt 19.9, Cristo diz: “...qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada comete adultério”.

O único caso em que Cristo admite mas não ordena o divórcio é o de prostituição ou fornicação (a palavra grega é “pornéia”). O pecado de prostituição de uma pessoa casada é adultério, infidelidade conjugal - compromete a união matrimonial; é de suma gravidade.

Obervemos bem: nem Moisés nem Cristo ordenam o divórcio, nessas condições; eles apenas o admitem ou permitem.

Em que ficamos? Havendo o pecado de adultério de um, o outro deve divorciar-se? Então diz Cristo: “Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem”. Isto quer dizer que ninguém tem o direito de comprometer a união matrimonial de ninguém. Mas, se houve adultério, poderá ou não haver o divórcio.

Alguns raciocinam assim: se o casamento deu certo, foi Deus Quem os uniu, mas se não deu certo, não foi. Não podemos concordar. Deus é Quem dirige todas as coisas, e assim a vida de cada pessoa. Ninguém se casa “por acaso” ou à revelia da vontade de Deus. Não somos nós que podemos afirmar que uns foram unidos por Deus e outros, não.

Além disso, acima da lei permissiva de Dt 24.1, existe uma lei muito maior, que é a lei do perdão: Lc 17.3: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e se ele se arrepender, perdoa-lhe”. “Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos não perdoara a vós”.

O que resolve um problema tão grave - seja um adultério ou qualquer outra ofensa - é a reconciliação, com o arrependimento real e sincero de um lado e o perdão de outro; sem outra alternativa.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Palestra com Noivos - 22

Surgem problemas e dificuldades que não sabemos resolver por nós mesmos. Pôr em prática o Salmo 37 é a solução:

Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará...” “...descansa no Senhor, e espera nEle”.

Na vida matrimonial do cristão deve ser também uma realidade a vitória cantada por Paulo em Rm 8.37: “Em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou” (Cristo).


8º estudo - A Questão do Divórcio

Marcos 10.l-12

Deus instituiu o casamento. O homem decaído inventou a infidelidade, a bigamia, a poligamia, a poliandria, o homossexualismo, o lesbianismo e o divórcio. Em Mc 10.1-12; Mt 5.31-32 e 19.3-12, Jesus Cristo trata da questão do divórcio. Leia esses textos.

Como aconteceu muitas vezes, os fariseus - membros de uma das seitas existentes entre os judeus - procuraram Cristo para O arguirem sobre o divórcio: “É lícito ao homem repudiar sua mulher?” Mateus registra: “por qualquer motivo?

Provavelmente fizeram a pergunta nessas duas formas, pois entre os fariseus havia aqueles que defendiam o divórcio “por qualquer motivo”, e aqueles que o defendiam apenas no caso de prostituição por parte da mulher.

Jesus foi muito sábio na maneira de responder: “Que vos mandou Moisés?

Reportava-se Ele ao texto bíblico de Dt 24.1-4.

Analisando-se esse texto, conclui-se que Deus não estava instituindo o divórcio, mas dando uma lei que protegesse a mulher, dando à mulher repudiada “por qualquer motivo” o direito de ter um documento que a livrava do domínio do ex-marido e lhe dava o direito a um novo casamento. Ela não poderia ser tratada como um animal que o marido rejeitava, mas que podia a qualquer momento trazer de volta. (versículo 4)

Não estava Deus aprovando a prática existente entre muitos povos, inclusive entre os israelitas, mas dava Ele uma lei diante da realidade existente, assim como deu leis a respeito do roubo, do assassinato, etc.

À pergunta de Jesus responderam eles mudando o verbo usado por Cristo: “Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar

Entenderam eles corretamente, que aquela lei não determinava, mas apenas permitia; era uma lei permissiva; Jesus concordou. Deus não estava instituindo o divórcio, mas apenas regulamentando a prática que já existia antes de Moisés entre os israelitas e outros povos.

Então, acrescenta Jesus: “Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento...” Isso significa que o que deu origem ao divórcio foi a dureza de coração dos varões. Fica bem claro que Deus jamais concordaria com tal costume. Deus “suportou com muita paciência os vasos da ira”, mas nunca se tornou conivente com o pecador.

Mateus e Marcos registram a posição de Cristo nessa questão: “Porém, desde o princípio da criação Deus os fez macho e fêmea (homem e mulher). Por isso deixará o homem a seu pai e sua mãe, e unir-se-á à sua mulher. E serão os dois uma só carne; e assim, não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

(continua)

terça-feira, agosto 11, 2009

Palestra com Noivos - 21

Esse processo de aperfeiçoamento de cada um, e da melhora no relacionamento do casal, é o que se chama “ajustamento”.

É como o ajustamento de 2 peças de uma engrenagem feita de pedra; as arestas irão sendo eliminadas aos poucos; na “força bruta” uma das peças pode se quebrar, mas na constância do trabalho conjunto, as 2 peças podem ajustar-se perfeitamente.

Com pessoas - que possuem seu caráter, sua alma - o processo de ajustamento pode durar a vida inteira, e os pequeninos e grandes progressos serão motivos de alegria e fortalecimento da união. Nunca desista.

Os fracassos cada vez mais frequentes nos casamentos, que redundam em divórcio e sofrimento, principalmente para os filhos, são evitados quando se tem convicção de que a união deve durar para sempre e ser aperfeiçoada dia após dia.

Por impaciência e falta de preparo, a proporção de divórcios aumenta ano após ano. Divórcio é fracasso, decepção e frustração. Entendimento e ajustamento é que evitam o fracasso, o divórcio e suas trágicas consequências. Entendimento e ajustamento constante é que trazem alegria e progresso para o casal e a família. É vitória!

Pedro diz, neste texto: “Coabitai com elas com entendimento... dando honra à mulher, como vaso mais fraco, como sendo vós seus co-herdeiros da graça da vida...” Cavalheirismo é a idéia aqui sugerida.

Longe estão Pedro e Paulo de sugerir ao varão que, considerando a mulher “como vaso mais fraco”, mais facilmente o marido a domine. Em lugar disso, diz Pedro que preste honra à mulher, a primazia, lembrando-se de que não de trata apenas de uma mulher, mas de alguém que partilha com ele a “graça da vida”. Fala a um marido cristão de uma esposa cristã. Ela é sua irmã! Se é assim, estarão também nos tabernáculos eternos, não mais como marido e esposa, mas como irmãos amados.

Há, ainda, um motivo a mais para que marido e esposa se empenhem ao máximo para viverem “em entendimento”: “...para que não sejam impedidas as vossas orações”.

Vida cristã em ordem, e santificação crescente - na família primeiramente - implicam em comunhão intensa com Deus. Pessoas assim têm muita possibilidade de conhecer a vontade de Deus de tal forma que suas orações sejam atendidas, porque são feitas “segundo a Sua vontade” (1Jo 5.14). Porém, maridos e esposas que não se entendem e vivem em atrito, têm sua vida espiritual prejudicada.

São muitos, como vimos, os motivos que podem surgir na vida de um casal, que, não resolvidos satisfatoriamente, geram desentendimentos. Mas são muito mais os recursos que Deus nos dá para resolvê-los e superá-los, como também são muitas as vantagens presentes e futuras para que marido e esposa cultivem o amor, esforcem-se e superem todas as dificuldades.

(continua)

quinta-feira, agosto 06, 2009

Palestra com Noivos - 20

Mas o versículo 7 é nosso objetivo principal: “Igualmente vós, maridos, cohabitai (ou vivei a vida comum do lar) com entendimento”. Entendimento é o ideal de um marido que ame sua esposa, e vice-versa.

Vale a pena lembrar, a esta altura, aspectos da vida matrimonial e familiar, em que há frequentes desentendimentos. Vindo os noivos de famílias diferentes, às vezes de níveis sociais e intelectuais diferentes, culturas diferentes e até de religiões diferentes, é muito fácil não se entenderem no dia-a-dia.

a) educação e costumes diferentes, de um e de outro. Um é delicado e muito sensível, mas o outro, não;

b) há idéias e conceitos diferentes entre eles, mesmo em questões morais;

c) maneiras diferentes de pensar sobre educação de filhos, quando estes chegam;

d) divergências quanto a finanças;

e) até a fé religiosa pode ser motivo de desentendimento. Não só quando são de religiões diferentes, mas até quando são cristãos de igrejas diferentes. Devemos batizar os filhos, ou não? O crente pode ir ao cinema, praticar esporte ou assistir televisão? São questões que surgem e muitas vezes causam aborrecimentos.

f) desajustamento sexual. Talvez seja a principal causa de problemas.

O que fazer diante dessas possibilidades?

É melhor prevenir para evitar esses problemas. Durante o namoro o casal deve conversar sobre tudo e verificar se há possibilidade de se entenderem, ou simplesmente se aceitarem como são. Caso isso não seja possível, é melhor desistir do namoro e do casamento, enquanto a separação não seja traumática e dolorosa.

Mas, se já se casaram, ponham acima de tudo a manutenção de seu casamento; cada um aceite o outro como o outro é; isso é o verdadeiro amor.

Nenhum marido e nenhuma esposa deve pretender “mudar o outro”. Ambos têm defeitos que devem ser reconhecidos e corrigidos, mas cada um deve corrigir-se, ajudado e não forçado pelo outro.

Ajudar-se mutuamente também nesse aspecto, é o caminho certo. Com muito amor, com palavra branda, sem agressividade, no diálogo respeitoso, um fala ao outro - na hora própria - das fraquezas e defeitos que cada um vê em si mesmo e no outro. Deve haver ao mesmo tempo crítica e auto-crítica.

Quando um quer impor ao outro a mudança que julga necessária, causa atrito e cria resistência. O resultado é negativo.

A eliminação ou a superação dessas diferenças pode ser plenamente satisfatória, mas paulatina, paciente, e normalmente leva muitos anos.

Ninguém pense que “vai corrigir, mudar o outro”. O temperamento, por exemplo, será sempre o mesmo e só a própria pessoa, ajudada por Deus, poderá controlar seu temperamento, seja o sanguínio, o colérico ou o fleugmático.

É o auto-domínio e não a imposição que leva uma pessoa à sua reeducação. Ajude seu cônjuge a crescer nesse processo; para ajudá-lo, não o pressione nem o irrite. Os limites, tanto da paciência como da tolerância, como do empenho de um na mudança do outro e de si mesmo, devem ser demarcados pelo bom senso e pelo amor. Cada progresso deve ser saudado e agradecido a Deus, e nunca ser contado como vitória por um dos cônjuges sobre o outro; a vitória é de ambos, é dada por Deus.

(continua)

terça-feira, agosto 04, 2009

Palestra com Noivos - 19

7º estudo – Necessidade e busca do entendimento

Por que os desentendimentos?

1 Pedro 3.1-7


É impressionante a coerência entre os escritores bíblicos, devendo lembrar-nos de que nenhum texto bíblico, isolado, esgota um assunto. Por isso ele é esclarecido e completado por outros textos bíblicos.

É o que acontece também com o que temos agora diante de nós: “Semelhantemente vós, mulheres, sujeitai-vos aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra”.

Compare-se com Efésios 5.22: “...mulheres, sede sujeitas aos vossos maridos”; é o mesmo ensino. Recordemos que o versículo 22 de Efésios 5 é completado e entendido à luz do versículo 21, pois só nesse é que, no texto em Grego, existe o verbo sujeitar-se; no versículo 22 o verbo está implícito. Nesse texto é que aprendemos a “sujeição mútua” entre marido e esposa. O ensino de Pedro não é diferente; apenas ele se demora, mais do que Paulo, em falar do papel importante da mulher, especialmente no fortalecimento moral e espiritual da família, particularmente do marido.

É quando Pedro, recomendando a submissão (nunca a subserviência), diz “pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra”.

Observemos: rebeldia, numa sociedade machista, não resolve, e só cria atritos; autoridade moral é a grande arma da mulher cristã e de todo cristão, diante de pessoas que não querem dar ouvidos à palavra do Evangelho; “pelo porte”, isto é, pela altitude moral podemos ganhar o outro.

Considerando a vossa vida casta” (no versículo 2) é vida com auto-domínio, de costumes austeros, equilibrados.

Pedro ensina que não é a frivolidade que deve caracterizar nem destacar a beleza física feminina, mas a figura do “homem interior”, figura da pessoa regenerada pelo Espírito Santo. A beleza moral e espiritual supera a beleza física. Por ser verdadeira, e não fruto de artifícios, é duradoura, pode ser permanente.

Interessante a expressão usada por Pedro: “...incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, precioso diante de Deus”. Esta é uma realidade para a qual os homens cristãos devem atentar, para não se deixarem enganar e seduzir pela beleza física, às vezes artificial e enganosa.


(continua)