Mas o versículo 7 é nosso objetivo principal: “Igualmente vós, maridos, cohabitai (ou vivei a vida comum do lar) com entendimento”. Entendimento é o ideal de um marido que ame sua esposa, e vice-versa.
Vale a pena lembrar, a esta altura, aspectos da vida matrimonial e familiar, em que há frequentes desentendimentos. Vindo os noivos de famílias diferentes, às vezes de níveis sociais e intelectuais diferentes, culturas diferentes e até de religiões diferentes, é muito fácil não se entenderem no dia-a-dia.
a) educação e costumes diferentes, de um e de outro. Um é delicado e muito sensível, mas o outro, não;
b) há idéias e conceitos diferentes entre eles, mesmo em questões morais;
c) maneiras diferentes de pensar sobre educação de filhos, quando estes chegam;
d) divergências quanto a finanças;
e) até a fé religiosa pode ser motivo de desentendimento. Não só quando são de religiões diferentes, mas até quando são cristãos de igrejas diferentes. Devemos batizar os filhos, ou não? O crente pode ir ao cinema, praticar esporte ou assistir televisão? São questões que surgem e muitas vezes causam aborrecimentos.
f) desajustamento sexual. Talvez seja a principal causa de problemas.
O que fazer diante dessas possibilidades?
É melhor prevenir para evitar esses problemas. Durante o namoro o casal deve conversar sobre tudo e verificar se há possibilidade de se entenderem, ou simplesmente se aceitarem como são. Caso isso não seja possível, é melhor desistir do namoro e do casamento, enquanto a separação não seja traumática e dolorosa.
Mas, se já se casaram, ponham acima de tudo a manutenção de seu casamento; cada um aceite o outro como o outro é; isso é o verdadeiro amor.
Nenhum marido e nenhuma esposa deve pretender “mudar o outro”. Ambos têm defeitos que devem ser reconhecidos e corrigidos, mas cada um deve corrigir-se, ajudado e não forçado pelo outro.
Ajudar-se mutuamente também nesse aspecto, é o caminho certo. Com muito amor, com palavra branda, sem agressividade, no diálogo respeitoso, um fala ao outro - na hora própria - das fraquezas e defeitos que cada um vê em si mesmo e no outro. Deve haver ao mesmo tempo crítica e auto-crítica.
Quando um quer impor ao outro a mudança que julga necessária, causa atrito e cria resistência. O resultado é negativo.
A eliminação ou a superação dessas diferenças pode ser plenamente satisfatória, mas paulatina, paciente, e normalmente leva muitos anos.
Ninguém pense que “vai corrigir, mudar o outro”. O temperamento, por exemplo, será sempre o mesmo e só a própria pessoa, ajudada por Deus, poderá controlar seu temperamento, seja o sanguínio, o colérico ou o fleugmático.
É o auto-domínio e não a imposição que leva uma pessoa à sua reeducação. Ajude seu cônjuge a crescer nesse processo; para ajudá-lo, não o pressione nem o irrite. Os limites, tanto da paciência como da tolerância, como do empenho de um na mudança do outro e de si mesmo, devem ser demarcados pelo bom senso e pelo amor. Cada progresso deve ser saudado e agradecido a Deus, e nunca ser contado como vitória por um dos cônjuges sobre o outro; a vitória é de ambos, é dada por Deus.
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário