quinta-feira, dezembro 18, 2008

Oração - 2e


6. IDÉIAS ERRADAS E PRECONCEBIDAS SOBRE A ORAÇÃO

1. “Nós podemos convencer Deus a fazer o que pedimos." É uma idéia absurda. Quem somos nós para isso? Leia-se Tg 1.17; Ml 3.6.
2. “A oração é um poder que nos foi dado.” Citam Mt 17.20 e 21.21, esquecendo-se de que a vontade de Deus é soberana. A oração não é um poder em si mesma. Todo poder é só de Deus.
3. “Há pessoas poderosas na oração.” E há aqueles enganadores que afirmam ter o poder de orar. Poder só pertence a Deus. Só recebemos quando pedimos o que Ele quer. Uma oração não tem mais valor porque tenha sido feita por um pastor ou por determinada pessoa. Deus atende a oração de alguem que confia nEle e pede de acordo com a vontade dEle.
4. “Se pedirmos com fé. Se muitas pessoas pedirem, tudo o que quisermos será feito”. Pessoas que pensam assim não consideram que pedir com fé é pedir com humildade e submissão a Deus. Deus não é influenciado por nós e por "lobby" algum. É uma imensa heresia afirmar que "A oração é a força que move o braço de Deus".
É um grande erro promover "correntes de oração", pois isso dá a entender que o que pedirmos desse modo certamente será feito. Da mesma maneira é errado promover "plantões de oração". Por acaso precisamos manter Deus acordado ou atento, para proteger e atender Seu povo? Devemos estimular as pessoas à oração, mas não incutir expectativas e conceitos falsos. Basta o que diz o Salmo 37.5 e 7:
"Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará. Descansa no Senhor e espera nEle".

terça-feira, dezembro 16, 2008

Edição extra: 58 anos... casados!!!

O casal com Rica, Dani e Taís - três dos quatro netos.

58 anos de vida conjugal – um testemunho e um alerta.


É o que Maria Aparecida e eu completamos hoje, dia 16/12/2008.
“Uma vida inteira!” nos dizem muitos. São poucos o que recebem tal bênção de Deus.
Foi uma vitória tranqüila, sem lutas e lágrimas? Não.
Valeu a pena tanta fidelidade, tanta persistência, tanto altruísmo, tanta renúncia? Sim!
Olhar para o passado e não ter motivo para sentir vergonha, as tentações que foram vencidas com o socorro do Espírito Santo; as deficiências supridas pela providência de Deus; tudo isto acompanhado de santas alegrias e o sentimento de vitórias grandes, consistentes e definitivas, coroam nossas vidas.
Filhos e netos, embora poucos, com famílias bem organizadas em bases cristãs; igrejas e irmãos que juntos – Maria Aparecida e eu – pastoreamos sem fazer concessões de ordem moral e espiritual, vivendo com modéstia e ambos com muito trabalho, esforçando-nos para sermos “imitadores” de Cristo e de Paulo. Tudo isso nos traz consolo e paz, nestes dias de “idade avançada” (78 e 81 anos). Ela, com seqüelas grandes de um AVC (acidente vascular cerebral), há pouco mais de 4 anos; eu, que me tornei “sedentário forçado” para cuidar dela. Dar testemunho de tudo isso, com graças a Deus, é o que tenho procurado fazer nestes “dias maus” (Ef 5.16).


Com tristeza vejo a “Igreja gloriosa” (Ef 5.27) em risco, invadida pelo mundo paganizado. Pregações superficiais, carreirismo mercantilista permeando o ministério – “nuvens sem água, árvores murchas, infrutíferas... (Jd 12 e 13).
Vejo a necessidade de, com urgência, a Igreja cuidar das crianças, dos adolescentes e jovens, alertando os pais quanto à erotização organizada que compromete a família, instituição divina. meninas e jovens tornam-se “prostitutas amadoras” de seus sucessivos namorados; cresce assustadoramente o número de lares desfeitos e de filhos rejeitados desde o ventre materno, à mercê de traficantes e outros malfeitores.
A Igreja precisa com urgência tratar desse assunto com pais e filhos. “Evangelho sem Ética não é Evangelho.”
Essa é a nossa luta, hoje. Que Deus nos sustente e use, conforme a Sua vontade, sábia, santa, perfeita e suprema.


S. J. dos Campos, 13/12/2008
Rubens Pires do Amaral Osorio

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Oração - 2d


5. Os Efeitos da Oração – Tg 5.16

l. Ela é um ato e exercício de obediência a Cristo, que nos mandou e nos ensinou a orar. Mt 6 - "Quando orares..."- v.5 e 6, "vos orareis assim..."- v.9; 1Tm 2.8; Mt 26.42; 2Ts 5.17.

2. É um exercício de fé - Tg 1.5-6: "peça a Deus; peça-a, porém, com fé, não duvidando". Não duvidar de quê? Do poder de Deus para fazer o que Ele quiser, até aquilo que nos parece impossível.

3. É um exercício de humildade, pois oramos reconhecendo nossa dependência e incapacidade para fazer algo por nós mesmos. Jo 15.5 - "...sem Mim nada podeis fazer".

4. É um exercício de submissão à vontade soberana de Deus. Mt 6.10, Mt 26.39 - "seja feita a Tua vontade tanto no Céu como na Terra"; como homem Jesus nos deu o exemplo de submissão ao Pai: "Meu Pai, se e possível, passa de Mim este cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres".

5. A oração nos tranqüiliza – Sl 37.5 e 7; 1Sm 1.11-19. Este é um efeito que se dá em nós mesmos; é subjetivo, mas real e benéfico.

6. É um exercício de solidariedade orar uns pelos outros. Precisamos cultivar esse nobre sentimento - Tg 5.16, Fp 2.4. Não são os outros que precisam de nossas orações, mas nós é que temos necessidade de orar.

7. É confortador saber que há irmãos solidários orando por nós - Fp 1.4; Jo 15.2; 1Co 1.4; Rm 1.9-10; 1Ts 1.2.

8. A oração respondida fortalece ainda mais a nossa fé, além de encher-nos de alegria.

9. A oração em reunião também serve para fortalecimento mútuo; é um efeito psicológico positivo, salutar.

10. O caráter de quem ora é influenciado por Deus.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Oração - 2c

4. “Tudo quanto pedirdes” - Jo 15.16

São grandes e confortadoras as promessas de Deus a Seus filhos. Lamentavelmente, porém, esquecemo-nos de alguns preceitos bíblicos, com prejuízo de nossa melhor compreensão de outros.
É comum esquecer-nos de textos que condicionam nossas petições, e então ficamos com conceitos errados sobre a oração.
As promessas contidas em Jo 15.16 e Mt 21.21-22 devem ser entendidas à luz de Jo 5.14. Este último não contradiz os dois primeiros; completa-os.
Quando Jesus falou aos judeus, falou a homens que conheciam a doutrina da Soberania de Deus. Quando João escreveu sua primeira carta, escreveu-a ao mundo pagão em geral que não tinha a compreensão de Deus como soberano e absoluto. Por isso era necessário que, falando de oração, ele falasse da vontade soberana de Deus. Aos judeus isso era desnecessário, pois eles já a conheciam e reconheciam.
Então, é certo que tudo o que pedirmos a Deus, crendo, o receberemos, na medida em que pedirmos "segundo a Sua vontade".
A compreensão disto é necessária para que nos esvaziemos da pretensão de podermos "reivindicar direitos", "exigir do Espirito Santo", "ordenar" ou conseguir por nossa insistência ou perseverança, que Deus nos atenda nas mínimas coisas que pedimos. A falta desta compreensão torna alguns cristãos arrogantes e presunçosos e um dia eles se decepcionarão, pois não e verdade que eles possam reivindicar, nem determinar, nem exigir alguma coisa de Deus. Podemos e devemos clamar, sim, mas aceitar com sincera humildade e submissão a resposta de Deus, como fez Paulo a respeito de seu "espinho na came" - 2Co 12.7-10. Deus sabe o que convém a nós e ao Seu reino. Por isso é Ele Quem decide o que fará.
Está errado alguém que use a expressão "oração forte", e é falso quem se diga "poderoso na oração", ou ter tal prestígio diante de Deus que, pedindo, certamente acontecerá. Há pessoas que pretendem ter tal poder, através dos quais os outros devem pedir aquilo que, sozinhos, não conseguem. São falsos sacerdotes, falsos profetas e charlatães. Cuidado com eles!
Deus é soberano. Por isso Ele não está sujeito à nossa vontade, nem é por ela influenciado. O contrário é que acontece. Leia-se Is 40.13-14 e Mt 6.8.
Assim, o resultado ou efeito da oração não pode ser o de ensinar a Deus o que Ele deve fazer, ou convence-Lo a fazer algo.
Afinal, quais são os efeitos da oração? (é o que veremos na próxima semana)