segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Escotismo II

O ESCOTISMO É PARA TODAS AS IDADES

Ramos e modalidades

No Escotismo vários ramos, divididos por idades dos participantes:

1. dos 4 aos 7 anos a criança pertencerá ao grupo de castores;

2. dos 7 aos 11 anos, será lobinho(a);

3. dos 11 aos 15 anos, escoteiro(a);

4. dos 15 aos 18 anos, escoteiro(a) senior;

5. dos 18 aos 24, será pioneiro(a).

A partir dos 18 anos poderá ser chefe: de castores, de lobinhos, de escoteiros, de seniors ou de pioneiros. O chefe sempre usará uniforme nas reuniões, tanto quanto os seus chefiados.

Além de poder ser um chefe, o adulto poderá, sem usar uniforme, participar do Movimento Escoteiro como Escotista, trabalhando e ocupando cargos na direção do Grupo Escoteiro. Os Escotistas também fazem a Promessa do Escoteiro quando são eleitos e empossados, e renovam periodicamente a Promessa.

A organização local chama-se Grupo Escoteiro, que poderá ter todas os ramos, ou apenas 1, geralmente no início. O Grupo Escoteiro é dirigido por uma Comissão Executiva cuja função será administrativa. Estará em contato com a União dos Escoteiros do Brasil e terá a responsabilidade de prover recursos para o Grupo Escoteiro. Promoverá outras atividades como festas, por exemplo, de aniversário do próprio Grupo Escoteiro.

também diferentes modalidades: o Escotismo Básico é o de atividades básicas realizadas em terra. O Escotismo do Mar, que procura desenvolver no jovem o gosto pela vida do mar, pelas artes e técnicas marinheiras, pela navegação a vela e a motor, viagens marítimas e pelos esportes náuticos, incentivando o culto das tradições de nossa Marinha.

O Escotismo do Ar procura desenvolver nos jovens o gosto pelo aeromodelismo, pelos planadores, pelos helicópteros e aviões e pelos problemas de aeroportos, aeronavegação e aeropropulsão, pelo paraquedismo e pelos esportes aéreos, incentivando o culto das tradições de nossa Aeronáutica.

Organograma do Movimento Escoteiro

De âmbito nacional existe a União dos Escoteiros do Brasil - U.E.B. No âmbito estadual existem as Regiões Escoteiras, e os Conselhos Locais, os Distritais e os Grupos Escoteiros.

Cada Grupo Escoteiro terá uma Comissão Executva que se encarregará de reunir sócios, pais e amigos e promoverá excursões, churrascos, almoços ou jantares, vendas diversas, espetáculos de Música, teatro ou cinema, etc., com objetivo de estimular a confraternização e arrecadar recursos para todas as atividades escoteiras. Cada patrulha, porém, procurará custear suas próprias despesas, através de pequenas mensalidades dos escoteiros.

No âmbito do Grupo Escoteiro, os recursos necessários para os materiais mais caros, como barracas, variarão de acordo com as condições sociais e financeiras locais. O mínimo necessário, que também pode ser provido em parte pelas mensalidades do próprios escoteiros, são: barracas, panelas e apetrechos de cozinha, ferramentas, cordas, etc.

Importância da Lei e da Promessa

Todo o Movimento Escoteiro se fundamenta na Lei e na Promessa do Escoteiro. Por isso elas devem ser do pleno conhecimento de todos que queiram entrar para o Movimento Escoteiro, para fazerem com convicção a Promessa, muitas vezes renovada durante a vida do Escoteiro e do Escotista.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

O Escotismo - I

Uma lacuna existente em nossas igrejas, em geral, é no trabalho com crianças e jovens. As sociedades existentes produziram um bom resultado até alguns anos atrás, mas agora não se mostram muito eficientes.

Há, porém, uma instituição mundial, de origem evangélica, de espírito genuinamente evangélico, que nossas igrejas podem adotar como solução para muitos dos problemas de crianças, adolescentes e jovens: o ESCOTISMO. Algumas igrejas o adotam.

Se bem praticado e adaptado às épocas e situações, as mais diversas, será de valor inestimável e de extraordinário resultado.

Criado para servir à juventude, ajudando-a na formação do caráter, reponde ele aos anseios e necessidades mais legítimos de cada fase da vida do jovem.

Sua literatura, seus métodos, sua experiência de quase um século, seus Cursos para formação de chefes, programas, tudo está ao alcance de nossas igrejas. A União dos Escoteiros do Brasil faz esse trabalho em todo o território nacional. Grupos Escoteiros criados pelas próprias igrejas precisam ser inseridos na estrutura e no seu organograma - sem eliminar nada do que existe, tornarão mais eficiente cada setor delas.

O Escotismo é o valioso aliado da Igreja, da Escola e do Lar na formação moral e espiritual dos jovens, pois seu objetivo é a Educação Integral, ou a boa formação do caráter.

Pastores, oficiais e professores da Escola Dominical podem estar certos de que o Escotismo, ao lado da Escola Dominical, poderá realizar maravilhas em nossos filhos, por causa do método que usa e dos princípios em que se assenta.

Em outros artigos trataremos de cada um destes pontos: princípios, objetivo, método e como realizar Escotismo na Igreja. Por hoje é só.

O QUE É ESCOTISMO

O Escotismo pode ser praticado pelas crianças e jovens, de 7 a 21 anos, de ambos os sexos, em Grupos criados pelas próprias Igrejas.

Mas, o que é Escotismo? Seu próprio idealizador e fundador, Lord Baden Powell, o define assim: um movimento de caráter nacional e mundial, cujo objetivo é dotar cada nação separadamente e o mundo inteiro, de uma juventude física, moral e espiritualmente forte".

O objetivo é caráter – “caráter com um propósito".

É de inspiração e essência genuinamente evangélica, e evangélico era seu fundador.

Veja-se, por exemplo, a LEI DO ESCOTEIRO, com 10 itens, que o menino, ou mesmo o adulto, quando é investido, promete, por sua honra, cumprir:

1º. O escoteiro tem uma palavra; sua honra vale mais do que a própria vida.

2º. O escoteiro é leal.

3º. O escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo, e pratica diariamente uma boa ação.

4º. O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.

5º. O escoteiro é cortês.

6º. O escoteiro é bom para os animais e as plantas.

7º. O escoteiro é obediente e disciplinado.

8º. O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades

9º. O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.

10º. O escoteiro é limpo de corpo e alma.

É uma escola de educação integral. É uma escola de democracia; os governos totalitários não o toleram, e o suprimem, ou o substituem por algo semelhante.

É um movimento de índole religiosa, e cristã. Na Promessa, o Escoteiro diz: "Prometo por minha honra fazer o melhor possível para: cumprir os meus deveres para com Deus e a minha Pátria; ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião, e cumprir a Lei do Escoteiro". Alguém que não crê em Deus não pode ser escoteiro.

Toda reunião de escoteiros deve se iniciar e encerrar com oração. Por ocasião dos acampamentos, fazem-se orações em conjunto pela manhã e à tarde, e nas refeições; aos domingos deve-se realizar culto no próprio campo.

Por tudo isso Escotismo nem precisa ser "adaptado" à Igreja.

Nosso grande desejo é que ele seja "adotado" pelo maior número possível de igrejas.

Experimentem e verão. Vale a pena.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Templos ou... Mausoléus ?

Templo é o lugar onde uma comunidade de cristãos se reúne para o culto de verdadeira adoração a Deus. Mausoléu é o lugar onde uma igreja morta se reúne para cumprir o cerimonial do culto; seus membros saem do mesmo modo que entraram, sem mudanças.

No estudo da carta do Apocalipse é que se pode encontrar os indicadores seguros de igrejas que estão prestes a morrer:

1- deixar o primeiro amor, cair na frieza espiritual e na rotina ritualista das reuniões;

2- tolerar doutrinas estranhas às Escrituras;

3- tolerar o pecado e a imoralidade;

4- apresentar “vida aparente” (Ap 3.1), talvez o ativismo substituindo a espiritualidade, o “culto-show”, a sociabilidade e mesmo pregadores teatrais substituindo o culto espiritual, crescimento fruto de marketing substituindo o crescimento por conversões; negligenciando a obra missionária em favor do embelezamento do templo ou construção de novos – coisas todas que dão aparência enganosa de vida;

5- vida sem a “alegria do Espírito Santo”, sem entusiasmo, sem amor e sem ânimo, o que Ap 3.1 chama de “morno”.

Sua igreja, tem templo ou mausoléu?

quinta-feira, novembro 23, 2006

O Dízimo

Que a graça abundante de Cristo esteja com todos os irmãos.

Pregar “toda a Palavra” é o dever de todo pastor.

O assunto desta carta pode ser visto como difícil, como constrangedor, ou secundário. Mas não o julgo nem de um modo, nem de outro. É assunto claro nas Escrituras, apela para nossa compreensão e liberdade cristã, mas é, sobretudo, uma fonte de bênçãos.

É o dízimo, prova e fator de crescimento da própria fé.

Vejamos: como toda doutrina realmente bíblica, encontra-se em diversos textos bíblicos.

Primeiramente, em Gn 14.18-20: “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: bendito Abraão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos Céus e da Terra! E bendito o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E deu-lhe o dízimo de tudo.”

Ainda em Gn 28, após o belo sonho de Jacó (vs. 10 a 17), está uma referência de Jacó, neto de Abraão, ao dízimo; isto mostra que o dízimo era uma prática conhecida por Jacó, ainda que ele não entendesse a sua razão, por não ser ainda um homem convertido.

Depois encontramos a mesma prática do dízimo, convertida em lei, em Lv 27.30 e 32: “Também todas as dízimas do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor. Tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo é do Senhor”. Mais de 400 anos depois de Abraão, o dízimo aí está como parte da Lei, exatamente no livro que trata do culto devido a Deus, porque ele faz parte de nossa adoração ao Senhor.

No último livro profético do Velho Testamento - Malaquias 2.7-10, o dízimo é novamente referido por Deus: “Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos Meu estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a Mim, vós, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e depois fazei prova de Mim, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do Céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal que dela vos advenha a maior abastança”.

Agora, em forma de repreensão - porque o povo em geral estava sonegando o dízimo devido a Deus e, além do dízimo, também as ofertas - “O dízimo é do Senhor” é a afirmação clara de Lv 27.28 e 30. Daí a acusação de Ml 3.8: “vós Me roubais”. Desviar, sonegar, deixar de entregar algo que pertence a outrem, é quebra do 8º mandamento “Não furtarás” (Ex 20.15). E Deus não usa eufemismos, não suaviza nem adoça qualquer tipo de pecado.

Depois do livro de Malaquias vem o Evangelho de Mateus. Aí encontramos Cristo dizendo que não veio revogar a Lei (5.17-19): “...não vim abrogar (suprimir, revogar, anular), mas cumprir”.

Em Mt 23 Cristo se refere aos escribas e fariseus, condenando seu legalismo, com o qual cumpriam os mandamentos na sua parte material e objetiva, mas eram incapazes de cumpri-los integralmente - “fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens” - v.5 e no v.23 se refere à prática do dízimo: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, pois dizimais a hortelã, o endro e o cominho, mas desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas”, isto é, dizimar a hortelã, o endro e o cominho, sem deixar de observar o mais importante, o juízo, a misericórdia e a fé.

Isto é para os crentes em todos os tempos. Assim como os 10 mandamentos fazem parte da Lei que Cristo não revogou, também Lv 27.28 e 30, e Mt 23.23.

Uma dificuldade que alguns encontram é na finalidade dada aos dízimos. No Antigo Testamento, em Dt 26.12 está indicando a correta aplicação dos dízimos: “Ao levita”, representando o culto, a Palavra a ser preservada e ensinada; “ao estrangeiro, ao órfão e à viúva”, que representam as pessoas que devem ser atendidas pela Igreja em suas necessidades físicas e materiais.

Aí está tudo aquilo em que se deve empregar os dízimos: tudo o que envolve o culto e a Palavra de Deus, e a obra social da igreja – isto é, todo o ministério da Igreja.

Onde entregar os dízimos? “Trazei todos os dízimos à Casa do Tesouro” - a dependência do templo onde se recolhiam os animais, os produtos das colheitas e o dinheiro que representavam as décimas partes do que cada um ganhava. Hoje é a tesouraria da Igreja.

Cabe aos Conselho das Igrejas, Presbitérios e demais concílios e órgãos da Igreja, administrar com sabedoria e temor os dízimos do povo. Cabe ao povo o direito de ser informado da maneira como os dízimos e ofertas são usados, e manifestar-se a respeito.

O dízimo não vai fazer falta àquele que o oferece? Não! Não pode fazer-nos falta aquilo que não nos pertence. Se “o dízimo é do Senhor”, não podemos retê-lo; isso seria apropriação indébita. Mas há, ainda, a garantia do Senhor, de “derramar sobre vós uma bênção tal que dela vos advenha a maior abastança”. Deus provê tudo que nos é necessário. Leia Mt 6.25 a 33. Deus cuida de nós e nos exorta: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Não há dúvida: se alguém põe em primeiro lugar o Reino de Deus e é fiel, não usurpa o que é de Deus e em Sua casa deve ser entregue.

Na realidade, 100% do que temos e do que ganhamos pertencem a Deus. O Senhor confia 90% à nossa mordomia ou administração, porém os 10% devem ser entregues e administrados por aqueles que são os mordomos de Sua Igreja.

Crer realmente em Deus e Sua palavra, e confiar em Suas promessas, é realmente uma fonte de bênçãos e alegrias.

Deus não nos propõe um negócio, uma barganha; Ele apenas nos garante que nossa fidelidade é recompensada ricamente. Primeiro, com bênçãos espirituais, que são as mais importantes e, depois, as “demais coisas” de que realmente necessitamos. Nem pense em fazer negócio com Deus. Pense em ser fiel, porque Ele é sempre fiel. Leia 2Tm 2.13.

Ser dizimista fiel é questão de fé. Ou cremos, e então confiamos e entregamos nosso dízimo, ou não cremos e nos privamos das melhores bênçãos de Deus.

O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória.” (Fp 4.19). Confie nEle, obedeça-O livremente, de coração, e conte com as bênçãos do Senhor.

quinta-feira, novembro 16, 2006

O Culto Que Agrada a Deus

O ser humano é naturalmente religioso. Há em todos uma idéia inata da existência de Deus. Podemos dizer que a humanidade é religiosa e como tal procura agradar e cultuar a Deus.

O tipo de culto depende do conceito que uma pessoa ou um povo faça de Deus. Por isso tem havido toda espécie de cultos: cultos com sacrifício de animais e até de seres humanos, quando se tem a idéia de um deus sanguinário, como o culto a Moloc, dos cananeus; cultos sensuais e até imorais, quando se tem a idéia de um deus também sensual que se agrada de sensualidade, como era o culto a Afrodite, na Grécia antiga e de Vênus, em Roma.

As Escrituras Sagradas – o Velho e o Novo Testamentos – nos dizem como é Deus e qual o tipo de culto de que O agrada. Como Ser soberano e Senhor do universo, ensina-nos culto reverente, respeitoso – “tira a sandália de teus pés” disse a Moisés (Ex 3.5); “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus e tu estás na Terra; pelo que, sejam poucas as tuas palavras” (Ec 5.2); “o Senhor está no Seu santo templo; cale-se diante d´Ele toda a Terra” (Hc 2.20). Cristo ensina: “Deus é espírito e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” – é o culto espiritual, do nosso espírito para o Espírito de Deus; culto verdadeiro, sincero e não um culto supersticioso. Em Lc 18.13 Cristo nos ensina que cada um de nós deve adorar a Deus com humildade: “O publicano, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Ensinam-nos as Escrituras que o culto deve ser prestado com alegria: “Celebrai com alegria ao Senhor... servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos a Ele com canto!” (Sl 100.1-2). Santidade em nossas vidas é outro requisito necessário a nós como adoradores: “a santidade convém à Tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5). Em 1Co 14.26 Paulo ensina que o culto deve ser com decência e ordem, “Deus não é Deus de desordem” e “Tudo seja feito para edificação”. Aí estão alguns características bíblicas do culto: reverência e respeito, espiritualidade, verdade e sinceridade, humildade, alegria, santidade, decência e ordem.

Portanto, o culto é dirigido a Deus e não a nós mesmos; deve agradar a Deus e não a nós. Não pode ser confundido com reunião social, quando nos dirigimos uns aos outros. Culto coletivo pressupõe que “temos comunhão uns com os outros” (1Jo 1.7), mas estamos todos voltados para Deus, na hora do culto. No sermão, é claro que o pregador se dirige aos irmãos que o ouvem, mas lembrando-se de que o sermão é parte do culto reverente; o pregador deve ter consciência de que Deus fala por meio dele. Então, nenhum pregador deve se dar à liberdade de portar-se como um artista, pela oratória ou pela encenação, nem dramático ou cômico, mas sempre com seriedade, como Deus nos fala.

No culto temos de ter a consciência de que o Espírito Santo fala e opera em nossas mentes e em nossos corações; não precisamos usar artifícios para impressionar nem constranger os ouvintes. “O amor de Cristo nos constrange”, afirma Paulo em 2Co 5.14. Muito menos devemos sugestionar as pessoas e fazer nelas uma “lavagem cerebral” para atingir nossos objetivos.

É certo que em tudo “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).

Agora, alguns conselhos práticos e simples: não namore durante o culto; as crianças sentem-se junto de seus pais; os adolescentes que não resistem à vontade de conversar e rir, não se sentem juntos, sentem-se separados. Durante o culto não temos de nos cumprimentar e saudar uns aos outros, nem o pregador tem que perguntar aos ouvintes “Amém?” (isso não existe nas Escrituras).

Atentemos também para o ensino de Paulo em Gl 1.10, que também se aplica ao culto: “Acaso busco agora a aprovação dos homens, ou a de Deus? Ou estou tentando agradar os homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo”.

quinta-feira, novembro 09, 2006

A Raiz de Todos os Males

“... é o amor ao dinheiro”, diz o apóstolo Paulo em 1Tm 6.6-10. Até parece que Paulo está exagerando no uso de uma hipérbole. Mas se analisarmos mais profundamente o assunto, verificaremos que ele está falando em termos bem realistas.

Sim, porque o dinheiro, aí, não é apenas moeda, mas representa tudo o que o dinheiro pode comprar: satisfação de caprichos e vaidades, prazeres carnais, domínio, posse de bens sem limites, etc. Na busca de tais coisas, o dinheiro é imprescindível; então, amar essas coisas é amar o dinheiro que pode comprá-las.

Em todo o texto citado não está o apóstolo fazendo a apologia da pobreza, nem dizendo que é errado e pecaminoso alguém ser rico. Grandes servos de Deus no passado e no presente têm sido homens riquíssimos. Abraão foi rico, Jó também e voltou a ser depois de suas provações, mais rico ainda; Davi foi rico e Salomão mais ainda. Paulo viveu tanto na pobreza como em abundância (Fp 4.11-12).

O problema está no fato de alguém colocar seu coração nas riquezas, ou usar meios errados para consegui-los. “Se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” – Sl 62.10; “Não ajunteis tesouros na terra... porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”, disse Jesus – Mt 6.19-2l; “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos” – Hc 2.9.

O que se observa no mundo confirma a afirmação de Paulo. Pessoas inteligentes, possuidoras de algumas boas qualidades morais também acabam se corrompendo totalmente por causa do amor ao dinheiro e a tudo que o dinheiro pode proporcionar. Acostumam-se com um nível de vida alto, fora da realidade da sua comunidade e fazem tudo o que podem para não perder seu “status”, ainda que injustamente.

A corrupção, que no Brasil se tornou a má cultura, generalizada e dominante, é um triste exemplo disso: pela ambição desmedida de uma minoria muito rica, a maioria vive na pobreza – é a péssima distribuição da renda, a exploração do homem pelo homem; a pressa de enriquecer leva muitos a usarem métodos inescrupulosos – lucro exorbitante, sonegação de impostos, contrabando, estelionato, peculato, etc. Pessoas pobres que não se conformam com a pobreza, nem esperam melhorar com a bênção de Deus, se corrompem também. Mulheres e entregam à prostituição; homens e mulheres praticam toda espécie de delitos para conseguir dinheiro, e com o dinheiro conseguirem tudo o que ambicionam. Políticos, para galgarem postos e poder, precisam de muito dinheiro e lançam mão de recursos escusos, ou usam os postos e poder já conquistados, para obterem mais dinheiro sem limites. Jovens pobres, que não tenham o temor de Deus e melhor formação moral, não podem conformar-se com a fome e a miséria, especialmente quando vêem outros com imensos recursos, esbanjando tudo o que está fazendo falta ao pobre; e então sucumbem diante do convite para optarem pelo roubo, o furto, o contrabando, o tráfico de drogas, a prostituição, etc.

Aqueles que fazem parte do povo de Deus estão imunes às tentações? Não! Até aquele que é realmente convertido pode cair em toda espécie de pecado, se descuidar-se de sua santificação pessoal e da resistência ao diabo – “Aquele que cuida estar em pé, olhe, não caia” - (1Co 10-12), “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (1Pe 5.8). Seja ele quem for dentro da Igreja, pastor inclusive. Ou decidimos pôr em prática em toda a nossa vida 1Tm 6.8 (“tendo sustento e com que nos cobrir, estejamos com isso contentes”) ou corremos o risco da decadência e é quase certo de que isso ocorrerá. Infelizmente isso tem acontecido com muitos, pastores inclusive.

Meu irmão, minha irmã, seja diligente: estude, trabalhe, planeje sob a direção de Deus; progrida em tudo, conforme a vontade de Deus, inclusive profissional e materialmente, mas “não ponhais nelas (as riquezas) o coração”. Se você se tornar rico pela bênção de Deus, e não pela usura nem pela ambição, nem pela astúcia, lembre-se de que essa riqueza também é de Deus, e você, apenas o mordomo. Administre-a e use-a honestamente e para a glória de Deus. Você estará ajuntando tesouros no Céu! – Mt 6.19.

quinta-feira, novembro 02, 2006

O Amor - O Que É, e O Que Não É

Li com muita atenção interessante entrevista sobre o assunto, feita com uma psicoterapeuta. “O tal de amor” é o título dado à entrevista.

Não posso deixar de escrever algo sobre o assunto. O que sei sobre ele, aprendi nas Escrituras Sagradas – Antigo e Novo Testamentos – e na vida cristã, sem ignorar muita coisa que se tem escrito e falado sobre o tema.

Será um bom começo falar de três palavras do Grego que exprimem níveis de amor. Ágape”, traduzido por amor, refere-se ao amor a Deus e ao próximo, tal como o amor de Deus pelos seres humanos. É amor essencialmente espiritual, independente de qualquer condicionamento. Outra palavra grega é “filia”, que designa afinidade de ordem intelectual e estética, bem como gostos e costumes, e pode chamar-se “amizade”; a terceira palavra é “eros”, que designa a atração sexual. Esta é ligada ao instinto animal, mas no ser humano pode e deve estar submissa à mente e à vontade.

Podemos dizer que, de certo modo, as duas últimas – “filia” e “eros” – se confundem facilmente com amor – “ágape”, porque as três indicam afinidades. Ao mesmo tempo, porém, “ágape” não depende de “filia” nem de “eros”. O melhor exemplo é o amor de Deus por suas criaturas, com os seus defeitos adquiridos, e o amor do ser humano a Deus.

Ao mesmo tempo podemos amar alguém com quem tenhamos afinidade intelectual e ética, e nenhuma atração sexual; podemos até repelir essa atração sexual, se existir, e continuamos a amar essa pessoa.

É trágico confundir amor com atração física ou sexo, porque nesse caso a pessoa se sente com liberdade para dar vazão à atração sexual; daí vem a libertinagem.

E entre marido e mulher? Mostram-nos claramente as Escrituras que é só neste caso que os três níveis de amor podem e devem coexistir, esforçando-nos, até, para cultivá-los, a fim de que a união de ambos seja perfeita e cada vez mais forte. Ensinam-nos as Escrituras que marido e mulher “são um só corpo”, embora continuem sendo 2 pessoas; cada uma continua tendo sua personalidade, mas o corpo do outro ou outra é como uma parte de seu próprio corpo (Efésios 5.28-31): “Da mesma forma os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a Igreja, pois somos membros do Seu corpo. ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’ ”.

Quando se confunde amor com sexo ou união sexual, o que resulta é prostituição e adultério, especialmente quando a pessoa julga que tem o direito ou dever de amar a outra dessa forma

Em sua primeira carta aos Coríntios, capítulo 7, diz o apóstolo Paulo, nos versículos 1 a 5: “Quanto aos assuntos sobre os quais vocês me escreveram, é bom que o homem não toque em mulher, mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio marido. O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio”.

“Amor livre”, “relacionamento” e outros são termos que vão se criando para mascarar e esconder a realidade da prostituição e do prostituir.

Casamento é mesmo monogâmico por natureza e pela forma como foi ele instituído por Deus. Quando se rejeita a monogamia como única forma de união de um homem e uma mulher, o que resulta é poligamia, poliandria, concubinato, e toda sorte de libertinagem com as mais tristes e terríveis conseqüências: crimes passionais, filhos não desejados e rejeitados ou mesmo abandonados, crianças e jovens sem família e sujeitos a toda sorte de traumas emocionais, crescendo sem o alicerce de uma verdadeira família. Esta é constituída de marido-esposa-filhos, onde os relacionamentos satisfazem a pessoa não só materialmente, mas sobretudo afetiva e emocionalmente, além de ali, em família, aprenderem a conviver em sociedade - com os superiores (pais) e os iguais (irmãos).

Daquela entrevista que li vale a pena destacar alguns trechos e comentá-los.

l. “O amor tem uma função de transformação, de ampliação de consciência. Ele é irracional, não vem quando é chamado, escolhe o objeto a ser amado e não pergunta se aquele ser é conveniente ou não”. Aqui a entrevistada confunde amor e paixão. Amor é muito racional e voluntário; involuntário e irracional é a paixão. Esta é movida pelo instinto; nós, seres humanos, como seres morais e racionais que somos, temos a obrigação moral de não nos deixarmos dominar pelos instintos e seus impulsos.

2.“O amor acontece”, diz a entrevistada; é uma frase usada por quem quer se eximir da responsabilidade de um sentimento ou relacionamento que, no fundo de sua consciência, sabe que é errado e danoso.

O amor como sentimento é espontâneo (não se pode impor), mas não é absolutamente dominante e inevitável.

3. Pergunta-se: “é possível amar 2 pessoas ao mesmo tempo?” A entrevistada responde “até 3 ou 4...” Confundindo amor com relacionamento sexual, a pessoa se libera para prostituir-se com quantas pessoas ela sentir atração sexual, ou simplesmente para satisfazer suas necessidades fisiológicas ou emocionais; as conseqüências são gravíssimas – a libertinagem sem limites com todos os males que acarreta: doenças venéreas (DST), gravidez indesejada, filhos rejeitados, famílias desfeitas, jovens traumatizados, etc.

4. A parte final da entrevista é interessante e mais razoável: “Você acha possível viver sem amor?” “Acho.” Também diz: “A gente não consegue explicar o que é o amor...” É pena que a maioria das pessoas não procurem na melhor fonte a explicação sobre o que é o amor, nos seus três níveis, sem confusão.

Nas Escrituras, na primeira carta aos Coríntios 13.1-9, o apóstolo Paulo fala de características do amor verdadeiro, o contrário da paixão carnal, que é egoísta, ciumenta, leviana, irresponsável, etc. Escreve Paulo: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Amor é sentimento, sim, mas não é um sentimento apenas contemplativo; é ação de amar, é desejar e fazer somente o bem. O apóstolo João (1 João 3.18), ensina: “Não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”.

O tema “Amor” é de uma profundidade imensa, tão grande que o apóstolo João diz: “Deus é amor” (1 João 4.8 e 16).

Na Bíblia esse tema é tratado com seriedade, profundidade e inteligência. Leia os textos apontados aqui e muitos outros sobre o assunto. Ele é também exemplificado na vida dos personagens que viveram sob a influência de Deus e de Sua palavra, sobretudo o próprio Cristo.

quinta-feira, outubro 26, 2006

O Segundo Século da Igreja Presbiteriana do Brasil

Conheci a I.P.B. (Igreja Presbiteriana do Brasil) do 1o século, na minha adolescência e mocidade: pastores dinâmicos, que viveram e morreram pobres, com esposas professoras que ajudavam no sustento da família. Igrejas também dinâmicas, os membros ativos e fiéis, levavam a sério a vida cristã.

Pouco antes era comum os pastores pastorearem três ou mais igrejas, andando a cavalo ou de trem, ou de “jardineiras” para visitarem as igrejas e os crentes. Estes eram apelidados de “bíblias” porque eram vistos levando nas mãos suas Bíblias, especialmente aos domingos. Leigos pregavam substituindo os pastores, e lecionavam nas Escolas Dominicais.

E a Igreja crescia extraordinariamente.

Em minha pré-adolescência e adolescência estive na I. P. Unida de São Paulo. A igreja – pastor o Rev. Miguel Rizzo Jr. – tinha muitas congregações. Havia uma equipe de pregadores leigos que iam pregar nas Congregações. No início de meu ministério – pastoreando sempre duas igrejas - membros dessa equipe, coordenados pelo presbítero Honório Cúndari, estavam sempre pregando em alguma de minhas igrejas.

Era a Igreja do 1o. século. O centenário (1959) foi comemorado com um esforço evangelístico especial em âmbito nacional.

Mas depois... multiplicaram-se os problemas: modernismo pregado especialmente por Richard Shaull nos Seminários de Campinas, primeiro, e de Vitória, depois. Em seguida, uma onda ecumenista, atendendo a pregação do papa João XXIII.

A Igreja, porém, reagiu. Uma cisão em São Paulo levou à criação da frustrada Federação de Igrejas Presbiterianas e Reformadas, depois chamada FENIP e depois IPUB.

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Mas o que tem causado grandes males à Igreja atualmente é a influência néo-pentecostal.

Enquanto se criam novos Seminários, cresce o número de pastores doutrinariamente fracos. Multiplicam-se os concílios – presbitérios e sínodos – mas não o número de membros e de cristãos convertidos, realmente consagrados. Um “evangelho” mesclado com néo-pentecostalismo está descaracterizando um número enorme de igrejas com um culto cheio de “oba-oba”, de coreografia e “sermõezinhos água com açúcar”; igrejas administradas, mas não pastoreadas, tornam-se clubes religiosos para satisfazer pastores e muitos dos membros. “Um evangelho sem ética” e “evangelização” superficial, vão criando igrejas que não se pode reconhecer como presbiterianas, como realmente reformadas.

Nos bons tempos havia falta de pastores e os que havia eram pastores mesmo; raramente algum era também professor. Hoje há cerca de 1.000 pastores sem igrejas e desses, muitos são rejeitados pelas igrejas que os conhecem e por isso não os querem.

Há uma crise vocacional, e mercenários demais!

Estamos precisando de uma nova Reforma – não para mudar a doutrina e a liturgia, mas para voltar aos tempos antigos, ao “primeiro amor”, como foi na Reforma do século XVI.

Cada um de nós pode contribuir para que isso aconteça. É não ceder, mas permanecer fiel e exigir fidelidade às Escrituras e a nossos padrões de fé; rejeitar, os modismos e a mistura de secularismo com Evangelho, de “show” e culto. Viva e exija o Evangelho com verdadeira piedade.

Aceite o desafio!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Trajes, Vestidos, Modas, Vaidade...

1 Tm 2.9: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente (sem ostentação), com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus”.

1 Pe 3.2-3: “Observando a conduta honesta e respeitosa de vocês. A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranqüilo, o que é de grande valor para Deus”.

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A vaidade é apenas uma das manifestações da inclinação pecaminosa do ser humano. Quando, através da serpente, Satanás despertou em Eva a falta de confiança em Deus, despertou também o desejo de ser igual a Deus, induziu-a a consumar o pecado da desobediência contra Deus; estava conseguindo fazer que toda a humanidade, no futuro, se tornasse suscetível às mesmas tentações e inclinações. Daí o horroroso progresso que o pecado teve e continua tendo até hoje: homicídio (Gn 4.8), bigamia (4.19) e toda espécie de maldade (Gn 6.5).

Mas há tentações e pecados sutis, bem disfarçados. Por exemplo: que mal há em uma pessoa usar enfeites, cobrir-se com uma roupa mais cara que a comum? Sim, que mal há? Então vem a recomendação de Paulo: “...que se vistam modestamente... mas com boas obras...”.

Vem a recomendação de Pedro: “...A beleza de vocês não deve estar nos enfeites... ao contrário, esteja no ser interior, ...num espírito dócil e tranqüilo”. Esse “espírito dócil e tranqüilo” acaba se refletindo no rosto da pessoa, dando-lhe uma beleza natural, que não precisa de artifícios. A beleza artificial chama a atenção, mas freqüentemente prejudica a simpatia, tornando a pessoa afetada, antipática e também artificial, não-confiável.

Para estimular e explorar a vaidade o mundo criou a propaganda, o “marketing” e o consumismo. Esse modo convence as pessoas a comprar o supérfluo, o que agrada os olhos e o paladar, satisfaz a vaidade de possuir o mais moderno.

O pior é o que a moda faz: procura chamar as atenções para o corpo, especialmente o feminino; destacar as formas do corpo, ou expô-lo ao máximo. Desperta e estimula a sensualidade, juntamente com o apetite sexual; é realmente satânica. As conseqüências são grandes e graves: pessoas de poucos recursos deixam de comprar o mais importante como alimentos e livros para comprar o supérfluo; torna as pessoas frívolas, de pensamento fútil, tanto homens como mulheres. Por isso mesmo escreveu Isaias (55.2): Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deleitará com a mais fina refeição”.

A moda estimula e explora a vaidade, aniquila a seriedade e a sobriedade – 2Tm 4.5: “Você, porém, seja moderado em tudo”; 1Pe 4.7 e 5.8.

A vaidade masculina também se manifesta no exibicionismo: mostrar sua força, sua inteligência, sua oratória, a capacidade de dominar e de se impor, a vaidade de “ser líder”.

No varão, do mesmo modo aniquila o altruísmo, a capacidade de servir. Como é triste ver um cristão transformar-se em ditador ou em vedete; é até ridículo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Adolescentes - um estudo

Deve-se estabelecer limites para os adolescentes?

l. Para sua boa formação é essencial a existência da família organizada, onde se faz a sua socialização, com direitos e deveres definidos, e respeito de uns aos outros.

2. Os limites devem existir, mas não impostos (que não são aceitos), mas estabelecidos no diálogo.

3. Influência da TV, Internet e outros meios de informação. Esta é pulverizada e jogada sobre a pessoa, especialmente o adolescente, despreparado para julgar e ponderar.

4. É necessário mostrar ao adolescente que é preciso haver coerência entre pensamento e ação. Mostrar-lhe, também, as conseqüências de nossos atos, pelos quais somos responsáveis.

5. O educador tem que ser alguém que entenda o adolescente, com autoridade de um lado, e ternura, afeto e amizade de outro lado. Nada de chamá-los de “aborrecentes”.

6. Referenciais que estabelecem limites: o núcleo familiar, a escola, os amigos; aspecto negativo dos meios de comunicação sem preocupação ética e moral.

7. Crise da adolescência: ebulição de emoções, pensamentos e sentimentos; nem criança, nem adulto; choque com a geração mais velha.

O filho de 15 anos tem há 3 meses uma namorada de 17. Comunicou aos pais que nesse fim de semana vai viajar sozinho com ela; que fazer? Resposta: não admitir essa quebra de relação entre direitos e deveres, respeito às normas éticas da família.

Problema: as solicitações externas se chocam com as solicitações internas da família. Resposta: cuidado, sabedoria e firmeza do educador nessas situações.

8. Permissividade?

Não se pode pura e simplesmente liberar, nem simplesmente impor. Nem se pode tudo, nem se pode nada. O diálogo deve ponderar os padrões éticos dados por Deus, os direitos e os deveres, as conseqüências de nossos atos sobre nós mesmos e sobre outros, inclusive as crianças que estão por nascer.

9. No caso de liberdade que extrapolou os limites éticos no campo do sexo, o mundo encara como “problema” apenas a gravidez indesejada, e não a prostituição. Ora, a gravidez é a conseqüência mais provável que se pode esperar. A coisa errada não é a gravidez, mas o ato que a provocou.

Como lidar com a sexualidade de uma criança precoce? Os adultos estão erotizando as crianças, que assistem desde cedo novelas e filmes com cenas de sexo, programas de TV, etc. Quando surge a gravidez, “não sabem como e por que isso aconteceu”!

Nossas escolas não estão preparadas para trabalhar com o adolescente. As escolas mais “fechadas” ajudam a manter a ordem. As mais abertas crêem que é o próprio adolescente quem deve julgar e decidir sobre o que fazer, sem interferência dos pais e adultos.

Há uma contradição entre Família e Escola. A família tem valores que a escola deve respeitar. Essa contradição desorienta o adolescente que, freqüentemente, começa a enxergar sua família como “bitolada, ultrapassada, fora da realidade”.

Compreensão mútua, carinho, respeito mútuo e diálogo são indispensáveis, sempre.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Os Filhos de Deus (1Jo 4.1-9)

Alguma pessoa tem o direito de dizer-se filho (a) de Deus?

Por nós mesmos, não temos esse direito, como qualquer de nós não pode dizer que é filho de um milionário e assim tornar-se herdeiro dele. Mas se o milionário quiser adotar-nos como filhos, ele poderá fazê-lo – se aceitarmos – e tornar-nos seus herdeiros. Vamos ver como pode isso acontecer entre Deus e nós.

Deus é Deus - Is 45.5; 43.11.

Pelo pecado, o ser humano se afastou de Deus, desde o início - Gn 3.8 e Is 59.2.

Mas Deus busca o ser humano – Jo 4.23.

Veja alguns exemplos de pessoas que Deus procurou: Noé – Gn 6.8-14; 9.1, 8 e 9; Abrão – Gn 12.1-3; Moisés – Ex 3.1-6; Samuel – 1 Sm 3.1-10; os apóstolos – Mc 3.13; Mt 4.18-22; 9.9; Paulo – At 9.1-6; At 26.12-22.

Assim também Deus chama hoje, de algum modo. A todos Ele convida – Mt 11.28-30; Sl 95.7-8. Ele espera que nós aceitemos o Seu convite – Jo 6.35-37; 7.37-38; 4.10-14.

O que acontece quando alguém recebe e atende o convite de Cristo? Jo 1.11, 12; Gl 4.4-6; Rm 8.14-16; At 2.37-39. Somos adotados como filhos de Deus, e recebemos o dom ou dádiva do Espírito Santo; passamos a ser herdeiros de Deus - Rm 7.17; Gl 4.7; Tt 3.7.

Quem Deus deseja salvar? 1Tm 2.3-5.

alguém que não quer ser salvo? Jo 5.39-40.

Se hoje alguém ouvir a Sua voz, não endureça o seu coração Sl 95.7-8.

terça-feira, setembro 12, 2006

A imposição de mãos

Não imponhas precipitadamente a mãos sobre ninguém” - 1Tm 5.22 e 1Co 1.14.

A imposição de mãos é referida no N.Testamento em vários casos: na ordenação de oficiais - 1Tm 4.14; por ocasião do batismo de pessoas - At 19.5-6; na cura de enfermos - Mc 6.5; em manifestação de carinho e amor fraternal - At 9.17, Mc 10.16.

Em nenhum texto a imposição de mãos é apresentada como algo mágico e poderosa em si mesma, nem como um gesto necessário para que algo especial aconteça. Em alguns casos, surge como um gesto litúrgico. Assim é até hoje, especialmente nas cerimônias de batismo, ordenação de oficiais e impetração da bênção apostólica (esta, nem sempre com imposição das mãos).

No texto de 1Tm 5.22, Paulo certamente se refere à ordenação de presbíteros, pois nos vv. 17 a 20 refere-se a eles. Precisamos ser muito criteriosos e rigorosos no exame de pessoas a serem ordenadas para o oficialato na Igreja. É um desastre termos como diáconos, presbíteros e pastores, pessoas que não foram chamadas para esses ministérios e qualificadas por Deus. Da mesma forma, quando são batizadas pessoas não - convertidas. Se não podemos, de um modo absoluto, saber quem é e quem não é convertido, por isso mesmo temos de tomar muito cuidado para não admitirmos ao batismo quem não nos pareça convertido. Isso, através de rigoroso exame.

Pode parecer estranho, mas Paulo escreveu aos coríntios (1Co 1.14): “Dou graças a Deus porque não batizei a nenhum de vós, senão a Crispo e a Gaio”. Isto porque a Igreja de Corinto estava se mostrando muito defeituosa e problemática, certamente por terem sido batizadas e admitidas como membros, por outros pastores que lá estiveram, pessoas não-convertidas.

Tais pessoas não-convertidas criam problemas muito mais graves do que os próprios convertidos podem criar. Estes reconhecem mais facilmente seus erros e ajudam a corrigi-los, enquanto os não-convertidos, muitas vezes são movidos por vaidades e interesses ilegítimos, buscando indevidamente o oficialato, inclusive o pastorado. Como isso é trágico! Na Igreja freqüentemente tornam-se maus políticos.

Se os Conselhos das Igrejas forem bastante criteriosos no preparo dos crentes novos (catecúmenos) e, depois, no exame deles para admiti-los ao batismo, evitarão muitos desapontamentos e dissabores.

O art. 12 dos “Princípios de Liturgia” estabelece que “todo aquele que tiver de ser admitido a fazer a sua profissão de fé será primeiramente examinado em sua fé em Cristo, em seus conhecimentos da Palavra de Deus e em sua experiência religiosa”.

Esse exame não deve, absolutamente, ser um exame “pró-forma”, mas sim muito cuidadoso e individual, inclusive porque é um exame de sua “experiência religiosa”, que implica na conversão, nas mudanças havidas em seu caráter e em sua vida.

Por tudo isso, sigamos a instrução inspirada do apóstolo: “Não imponhas as mãos sobre ninguém, precipitadamente”. De modo especial precisamos observar rigorosamente esta recomendação, que não é de Paulo somente, mas sim do Espírito Santo, quando se tratar de ordenar pastores. Pastor ordenado indevidamente, precipitadamente ou irresponsavelmente, é certo que vai ser um sério problema; para a Igreja e para ele mesmo. Levemos a sério o ensino bíblico.