O ser humano não é só espírito, como os anjos; ele possui corpo material; é corpo e espírito. Deus é espírito puro, perfeito, infinito em todo o Seu ser. O ser humano é e sempre foi finito em tudo.
É importante destacar que o sexo é referido implicitamente, por Deus, no ato da criação, quando diz ao homem e à mulher: “crescei e multiplicai-vos”. Deus os fez dotados de sexo e capacidade de se reproduzir.
O domínio que o ser humano tem sobre a criação de Deus é grande e crescente. É referido no Salmo 8, versículo 6:
“Fazes com que ele [o homem] tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés”.
Em Hb 2.6-8, onde é citado este salmo, observa-se que o domínio do homem não é completo, mas completa-se em Cristo – versículo 9.
Estas são as pessoas que Deus tornou marido e mulher.
Vejamos como foi. O capítulo 2 de Gênesis não é uma segunda narrativa da criação. Aqui, o foco da visão do ato criador de Deus não é mais o universo - céus e terra (Gn 1.1), mas sim a Terra e, na Terra, um pequeno território, o Éden.
Deus não criou o homem e a mulher ao mesmo tempo. O capítulo 1 afirma que Deus os criou; o capítulo 2 conta como Deus os criou. Criou, primeiro, Adão, o varão, como está no versículo 7: “formou o homem do pó da terra”. Sabemos disso: sepultado o nosso corpo, torna-se terra. Alimentamo-nos de produtos da terra, como os outros animais. Analisado em laboratório o nosso corpo, verifica-se que é formado dos mesmos sais e minerais contidos na terra.
Continua a narrativa do versículo 7: “...e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”.
Qual a diferença entre o ser humano e os outros animais criados por Deus? Quantos aos outros, a Bíblia se refere a eles como sendo também “almas viventes”, nos versículos. 21 e 24 do capítulo 1. A grande diferença está no ato de Deus: “soprou em seus narizes o fôlego da vida”; de nenhuma outra espécie a Bíblia faz esse registro, pois aí está o ato divino transmitindo ao ser humano a Sua semelhança.
Feito o homem, o varão, Deus o colocou no “jardim do Éden”. Um jardim que Deus plantou e não um lugar inóspito; era, na realidade, um grande pomar, com árvores, flores e frutos. Era Deus demonstrando, desde o início, seu cuidado especial com o ser humano.
Deus lhe deu, de todas as árvores, o fruto para alimentar-se. Colocou-o ali “no jardim do Éden para o lavrar e guardar”. Isto significa que não deixou o homem ocioso; deu-lhe um trabalho útil, necessário: lavrar a terra para impedir que o jardim se transformasse num matagal inabitável; guardar o jardim dos animais predatórios. Já imaginaram lebres e cabras livres, num jardim ou pomar?
Por fim, deu-lhe a liberdade de alimentar-se de todo fruto das árvores - versículo 16. Não era, porém, e nunca foi, uma liberdade absoluta. “Mas da árvore da ciência (ou conhecimento) do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Certamente era uma árvore como as outras, cujo fruto não era venenoso, nem mágico, mas tinha o significado de um teste de fidelidade a Deus. Evitando-o, o homem não morreria; podia, inclusive, comer da “árvore da vida” - outra árvore real, de valor simbólico, mas de valor real. Comer desta significava ter vida permanente.
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