O versículo 4 usa outra figura de linguagem para se referir aos filhos: “flechas na mão do valente”. Com isso o Salmo noz diz que os filhos tornam mais forte a família. O “guerreiro” ou “valente”, ou o caçador que fosse para a guerra ou para a caça, sem levar flechas ou levando-as em número insuficiente, não seria bem sucedido. Mais adiante veremos a questão de quantos filhos devemos ter.
Por que, porém, o Salmo fala “assim são os filhos da mocidade”? É porque quando o casal tem seus filhos enquanto ainda são jovens, a convivência com eles é muito mais intensa. Durante cerca de 20 anos esses pais têm idade, energia e juventude bastante para acompanhar os filhos, desde pequeninos até a mocidade: nas brincadeiras, no esporte, nas diversões. Isso não acontece quando os pais já têm mais de 45 anos de idade quando nascem seus filhos.
Por exemplo, quando eu nasci meu pai tinha 60 anos de idade; com isso, nunca ele pode ir comigo a uma praia, nunca jogamos bola juntos, pois nossos interesses e condições eram muito diferentes, embora como pai e filho nós nos amássemos realmente.
Por outro lado, foi diferente meu relacionamento com meus filhos: divertimo-nos juntos, em jogos, praias, acampamentos, cinema, circo, etc.
O versículo 5 é muito interessante! Quando diz “bem-aventurado”, feliz ou bem sucedido “o homem que enche deles a sua aljava”, transmite aparentemente a idéia de ser feliz o homem que tem muitos filhos. Será mesmo esse o ensino do Salmo?
Saberemos a resposta voltando ao versículo 3, onde os filhos são comparados a flechas. Como devem ser estas, para que o guerreiro ou caçador seja bem sucedido? Elas têm que ser muito bem feitas e bem cuidadas: de uma haste forte e perfeitamente reta, senão nunca atingirá o alvo, ou não o perfurará; para isso precisa ter uma ponta fina, muito resistente, às vezes feita de osso; terá 2 penas na outra extremidade, para que a flecha vá sempre com a ponta para a frente.
Agora, sejamos realistas. Se os filhos de um casal forem doentios, fracos, defeituosos, mal nutridos e se não receberem boa instrução, nem boa educação ou formação moral e espiritual, poderão tornar-se motivos de tristeza e não de alegria. Crianças mal nutridas morrem com facilidade; as que sobrevivem muitas vezes sofrem sérias consequências em seu desenvolvimento físico e mental. Jovens que não receberam boa formação moral e espiritual tornam-se, muitas vezes, um perigo para a sociedade, e motivo de tristeza para os pais.
Então, este é o momento de perguntar e responder conscienciosamente: todos os casais deverão ter muitos filhos? Não! Cada casal, seja rico ou pobre, só deve ter os filhos que puder realmente cuidar desde o começo e prover-lhes recursos para terem boa saúde, boa instrução, boa formação psicológica, emocional, moral e espiritual. Fora disso, seus filhos provavelmente lhes trarão tristezas, como sepultá-los ou vê-los em grandes sofrimentos. Não é para isso que Deus nos dá filhos. Os filhos não devem ser fruto da imprudência dos pais.
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