2. OS SACRAMENTOS ou ORDENANÇAS - As cerimônias religiosas que se tem chamado de sacramentos ou ordenanças são as instituídas por Nosso Senhor Jesus Cristo: o Batismo e a Ceia do Senhor ou Santa Ceia.
No dizer de Santo Agostinho, sacramentos "são sinais visíveis de graças invisíveis".
O Batismo já foi tratado na 1a lição desta série. Por isso nada vamos acrescentar.
A Ceia do Senhor ou Santa Ceia é um memorial ou comemoração da morte de Jesus Cristo, esta realizada para expiar nossos pecados, isto é, para pagar à Justiça Divina pelos nossos pecados. Segundo o ensino de Is 53.4-5, o Messias - "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", no dizer de João Batista, tomou sobre Si nossos pecados e culpas, com as conseqüências do pecado (“salário do pecado é a morte” - Rm 3.23) e por isso "foi levado ao matadouro" para nos trazer a paz do perdão e da reconciliação com Deus. Paga a dívida de cada um de nós, temos paz com Deus.
Cordeiros já eram oferecidos em sacrifício a Deus, desde os dias de Abel; e quando Deus, através de Moisés, instituiu as leis sobre o culto judaico, escolheu o cordeiro como o principal dos animais a serem oferecidos em expiação pelos pecados do povo. "Sem derramamento de sangue não há remissão", diz Hb 9.22. Logo após o primeiro pecado de Adão e Eva, Deus sacrificou animais para fazer com suas peles túnicas para vesti-los. A morte desses animais certamente chocou o casal, e com isso Deus mostrou-lhes que o pecado é algo grave, que traz conseqüências sérias e tristes.
Evidentemente os animais sacrificados no culto judaico eram apenas símbolos de Cristo, Aquele que um dia ofereceria a Deus o sacrifício que poderia ser real e não simbólico, para satisfazer a justiça divina. Sendo homem, perfeitamente sem pecado, infinito e eterno juntamente com o Pai e o Espírito Santo, Jesus Cristo, e só Ele, ofereceria a Deus o sacrifício perfeito, de valor infinito e eterno, suficiente para cobrir os pecados de todos os seres humanos, com os quais Ele se identificou quando encarnou e como homem viveu, morreu e ressuscitou - Hb 4.14-16; 5.9; 7.23-27; 9.24-28. Leia, ainda, Hb 10.4 - "é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados". Os animais e os sacrifícios eram apenas símbolos.
Na instituição da Ceia Jesus serviu o pão como símbolo de Seu corpo e o vinho como símbolo de Seu sangue ou da Nova Aliança ou Novo Pacto no Seu sangue - Mt 26.26-30; Mc 14.22-26; Lc 22.19-20. João apenas faz uma referência à Ceia que se realizara (Jo 13.2). Em 1Co 11.23-32, Paulo repete a narrativa da instituição da Ceia e faz comentários sobre nosso preparo para participarmos da Ceia, bem como sobre o seu significado, os benefícios espirituais por participarmos dignamente e as conseqüências de alguém participar indignamente: "come e bebe para sua própria condenação... será culpado do corpo e do sangue do Senhor", isto é, não recebe o perdão que receberia se se reconciliasse com Deus através do auto-exame e do arrependimento.
A Ceia é um meio de graça porque quando participamos dela, reafirmamos nossa fé em Cristo e a certeza de Sua volta em glória. A reconciliação e a reafirmação de nossa fé nos fortalecem.
Nenhum dos sacramentos tem em si mesmo algum poder, como de um ato mágico, capaz de realizar algum prodígio. Biblicamente não existe "regeneração batismal" ou regeneração pelo batismo, tal como pregam algumas religiões e seitas, nem salvação como conseqüência do batismo, nem perdão porque participamos da Ceia. Esses são conceitos fetichistas, pagãos, que atribuem aos atos religiosos um poder inerente a eles.
Precisamos também saber e lembrar que Cristo não está presente nos elementos da Ceia, nem física nem espiritualmente. Os elementos pão e vinho (ou suco de uva) são apenas símbolos sem nenhum poder intrínseco, assim como a água do batismo é também símbolo de pureza e purificação, mas não lava nossos corpos nem nossas almas. não podemos confundir os símbolos com as realidades simbolizadas.
As crianças que ainda não tenham condições de professar conscientemente a fé cristã, de maneira responsável, também não podem participar da Ceia porque ainda lhes faltam as condições para realizar aquele exame ensinado e requerido pelo apóstolo Paulo em 1Co 11.28-29.
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