IV. A IGREJA
Como encontramos em Ml 3.15, Deus “buscava (na criação) uma semente de piedosos”. Essa “semente” iria ser o corpo da Igreja, cuja cabeça é Cristo – Ef 4.15.
No Antigo Testamento, era o povo de Israel, sob a teocracia – Deus dirigindo seu povo ao falar diretamente a Seus servos, falando através de Urim e Tumim, e dos profetas.
No Novo Testamento, é a Igreja estabelecida por Cristo. Além do “povo de Israel”, ela inclui também todo gentio que receba Cristo como Senhor – Jo 1.12.
O Senhor Jesus é insubstituível modelo para todo cristão. A Igreja haveria de ser no mundo uma testemunha viva de Cristo – At 1.8 – e teria a missão de levar a mensagem do Evangelho ao mundo todo – Mc 16.15; Mt 28.19-20; Lc 24.46; Jo 17.18.
Mas Igreja não é uma abstração, é o conjunto dos cristãos sob a liderança de Cristo; é cada cristão, onde quer que esteja, sendo fiel a Cristo – Ef 2.15. Igreja (eclecía = assembléia) não é só o coletivo, é também a ação de cada um de seus membros, sob a direção do Espírito Santo – At 1.8.
Igreja é a comunidade que vive como vivia a Igreja Primitiva retratada no livro de Atos dos Apóstolos – At 2.42-47, 4.32-35, que existe para viver o Evangelho e difundi-lo em todo o mundo. Enfrentaria a oposição e até perseguição, mas não desistiria; enfrentaria também as artimanhas de Satanás infiltrando-se na Igreja através do descuido e fraqueza de cristãos – por exemplo, At 5.1-11 (Ananias e Safira), 8.18-23 (Simão e a simonia).
Como toda organização composta de pessoas, a Igreja tem, necessariamente, uma estrutura: pessoas com diferentes capacidades exercendo diferentes ministérios –Rm 12.4-8, 1Co 12.4-11, 28-31.
Oficiais especiais, os apóstolos, foram apenas os 12 escolhidos por Cristo, depois Matias substituto de Judas Iscariotes, e Paulo estabelecido por Cristo –Gl 1.1; 2Co 12.11-12; ninguém mais teve e ninguém mais tem o direito de dizer-se apóstolo. Os evangelistas – Ef 4.11 – profetas, pastores, doutores, diáconos (At 6.1-7) eram os demais oficiais referidos no N.T. Por profetas não podemos entender só pessoas como Moisés, Isaías e todos os outros do A.T., através dos quais Deus Se revelou e inspirou para escreverem Sua Palavra registrada nos livros sagrados. Temos que entender, hoje, que todos os cristãos somos “profetas” no sentido etimológico da palavra grega “profete” (“pró”+“faino”) que significa “o que fala em lugar de outro”, como Aarão seria o “profeta” de Moisés, falando em lugar dele (Ex 4.14-16). Todo cristão é enviado ao mundo para transmitir a palavra do Rei e Senhor da Igreja; todos somos profetas nesse sentido de transmitir a mensagem de Cristo. Os diáconos e presbíteros devem ser estabelecidos pela Igreja segundo os exemplos que temos no N.T. – At 6.3 e 5; Tt 1.5.
Quanto ao tipo de governo da Igreja, existem bases bíblicas para se defender o sistema congregacional, o sistema episcopal e o sistema presbiteriano. Pelo número de textos que favorecem o sistema presbiteriano (democrático-representativo), nossa preferência é pelo último modelo, mas não podemos inquinar de anti-bíblicos os outros dois. O que importa é que cada igreja ou denominação seja fiel ao Senhor de todos nós – 1Co 4.2-5.
(continua)
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