Desde que Adão e Eva transgrediram a ordem divina, ficaram evidentes duas verdades: 1) Deus ordena mas não tira a liberdade do ser humano, o mesmo que fez com os anjos, pois não deseja ser servido e adorado por “robots”, mas por seres inteligentes e livres; 2) A segunda verdade é que o pecado, uma vez instalado e cometido, corrompeu o ser humano todo e, por hereditariedade corrompeu a humanidade toda.
Já se percebe isso no primeiro caso, o de Adão e Eva. Eva comeu do fruto proibido, deu-o a Adão e ele simplesmente comeu também. As consequências foram imediatas: 1) tiveram consciência de seu ato e se tornaram maliciosos, perderam a ingenuidade e a simplicidade que possuíam antes (v. 7); 2) sentiram-se incomodados com a presença de Deus, o que antes era para eles prazeroso; 3) tornaram-se tolos tentando esconder-se de Deus – é o embotamento da própria razão; o pecado “emburrece” uma pessoa; 4) chamado e inquirido por Deus, como maior responsável, Adão se mostrou evasivo e insincero (10); devia ter dito logo “sim, comi, desobedeci a Tua ordem”; 5) procurou transferir a culpa para Eva e em última análise, para o próprio Deus: “a mulher que me deste, ela me deu e eu comi”. Podemos imaginar que pela primeira vez também Eva se sentiu injustiçada, pois Adão não foi obrigado, comeu porque quis. Certamente daí surgiu a primeira rusga entre o casal; 6) o ser humano perdeu definitivamente a santidade com que fora criado e se tornou transmissor de sua nova natureza, pecaminosa, aos filhos e filhas que veio a gerar (Gn 5.1-4).
O pecado, como um mortífero vírus da alma, se instalou na vida de todo ser humano. Só a graça de Deus pode curá-lo de tão terrível doença: “O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado” – 1Jo 1.7 e “o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” – Rm 6.14, e ainda “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a Sua grande misericórdia, nos regenera para uma viva esperança...” – 1Pe 1.3.
Após o primeiro pecado a humanidade decaída, representada pelo primeiro casal, começou a inventar novas filosofias de vida, novas maneiras de “gozar a vida”, e novas maneiras de pecar. Em Gn 6.5 está a constatação: “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. São as pecaminosas invenções humanas.
“Deus fez o homem justo, mas eles buscaram muitas invenções” – Ec 7.29.
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