terça-feira, setembro 12, 2006

A imposição de mãos

Não imponhas precipitadamente a mãos sobre ninguém” - 1Tm 5.22 e 1Co 1.14.

A imposição de mãos é referida no N.Testamento em vários casos: na ordenação de oficiais - 1Tm 4.14; por ocasião do batismo de pessoas - At 19.5-6; na cura de enfermos - Mc 6.5; em manifestação de carinho e amor fraternal - At 9.17, Mc 10.16.

Em nenhum texto a imposição de mãos é apresentada como algo mágico e poderosa em si mesma, nem como um gesto necessário para que algo especial aconteça. Em alguns casos, surge como um gesto litúrgico. Assim é até hoje, especialmente nas cerimônias de batismo, ordenação de oficiais e impetração da bênção apostólica (esta, nem sempre com imposição das mãos).

No texto de 1Tm 5.22, Paulo certamente se refere à ordenação de presbíteros, pois nos vv. 17 a 20 refere-se a eles. Precisamos ser muito criteriosos e rigorosos no exame de pessoas a serem ordenadas para o oficialato na Igreja. É um desastre termos como diáconos, presbíteros e pastores, pessoas que não foram chamadas para esses ministérios e qualificadas por Deus. Da mesma forma, quando são batizadas pessoas não - convertidas. Se não podemos, de um modo absoluto, saber quem é e quem não é convertido, por isso mesmo temos de tomar muito cuidado para não admitirmos ao batismo quem não nos pareça convertido. Isso, através de rigoroso exame.

Pode parecer estranho, mas Paulo escreveu aos coríntios (1Co 1.14): “Dou graças a Deus porque não batizei a nenhum de vós, senão a Crispo e a Gaio”. Isto porque a Igreja de Corinto estava se mostrando muito defeituosa e problemática, certamente por terem sido batizadas e admitidas como membros, por outros pastores que lá estiveram, pessoas não-convertidas.

Tais pessoas não-convertidas criam problemas muito mais graves do que os próprios convertidos podem criar. Estes reconhecem mais facilmente seus erros e ajudam a corrigi-los, enquanto os não-convertidos, muitas vezes são movidos por vaidades e interesses ilegítimos, buscando indevidamente o oficialato, inclusive o pastorado. Como isso é trágico! Na Igreja freqüentemente tornam-se maus políticos.

Se os Conselhos das Igrejas forem bastante criteriosos no preparo dos crentes novos (catecúmenos) e, depois, no exame deles para admiti-los ao batismo, evitarão muitos desapontamentos e dissabores.

O art. 12 dos “Princípios de Liturgia” estabelece que “todo aquele que tiver de ser admitido a fazer a sua profissão de fé será primeiramente examinado em sua fé em Cristo, em seus conhecimentos da Palavra de Deus e em sua experiência religiosa”.

Esse exame não deve, absolutamente, ser um exame “pró-forma”, mas sim muito cuidadoso e individual, inclusive porque é um exame de sua “experiência religiosa”, que implica na conversão, nas mudanças havidas em seu caráter e em sua vida.

Por tudo isso, sigamos a instrução inspirada do apóstolo: “Não imponhas as mãos sobre ninguém, precipitadamente”. De modo especial precisamos observar rigorosamente esta recomendação, que não é de Paulo somente, mas sim do Espírito Santo, quando se tratar de ordenar pastores. Pastor ordenado indevidamente, precipitadamente ou irresponsavelmente, é certo que vai ser um sério problema; para a Igreja e para ele mesmo. Levemos a sério o ensino bíblico.

1 comentário:

Pr. Marciolli disse...

Graça e paz;
Sou Pr. evangélico e gostei muito do seu ponto de veista sobre o assunto. Muitas igrejas(empresas), devido ao seu crescimento veloz, vem impondo as mãos precipitadamente sobre qualquer um, mesmo que esse qualquer um não tenha experiência suficiente para cuidar do rebanho de Deus. Muitos vem buscando esse "dom", mais nas igrejas (empresas) do que em Deus. Que Deus o abençoe com ricas bençãos. Um abraço do Pr. Marchiolli. Igreja Cristã Apologética Santidade ao Senhor.