O ser humano é naturalmente religioso. Há em todos uma idéia inata da existência de Deus. Podemos dizer que a humanidade é religiosa e como tal procura agradar e cultuar a Deus.
O tipo de culto depende do conceito que uma pessoa ou um povo faça de Deus. Por isso tem havido toda espécie de cultos: cultos com sacrifício de animais e até de seres humanos, quando se tem a idéia de um deus sanguinário, como o culto a Moloc, dos cananeus; cultos sensuais e até imorais, quando se tem a idéia de um deus também sensual que se agrada de sensualidade, como era o culto a Afrodite, na Grécia antiga e de Vênus, em Roma.
As Escrituras Sagradas – o Velho e o Novo Testamentos – nos dizem como é Deus e qual o tipo de culto de que O agrada. Como Ser soberano e Senhor do universo, ensina-nos culto reverente, respeitoso – “tira a sandália de teus pés” disse a Moisés (Ex 3.5); “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus e tu estás na Terra; pelo que, sejam poucas as tuas palavras” (Ec 5.2); “o Senhor está no Seu santo templo; cale-se diante d´Ele toda a Terra” (Hc 2.20). Cristo ensina: “Deus é espírito e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” – é o culto espiritual, do nosso espírito para o Espírito de Deus; culto verdadeiro, sincero e não um culto supersticioso. Em Lc 18.13 Cristo nos ensina que cada um de nós deve adorar a Deus com humildade: “O publicano, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Ensinam-nos as Escrituras que o culto deve ser prestado com alegria: “Celebrai com alegria ao Senhor... servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos a Ele com canto!” (Sl 100.1-2). Santidade em nossas vidas é outro requisito necessário a nós como adoradores: “a santidade convém à Tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5). Em 1Co 14.26 Paulo ensina que o culto deve ser com decência e ordem, “Deus não é Deus de desordem” e “Tudo seja feito para edificação”. Aí estão alguns características bíblicas do culto: reverência e respeito, espiritualidade, verdade e sinceridade, humildade, alegria, santidade, decência e ordem.
Portanto, o culto é dirigido a Deus e não a nós mesmos; deve agradar a Deus e não a nós. Não pode ser confundido com reunião social, quando nos dirigimos uns aos outros. Culto coletivo pressupõe que “temos comunhão uns com os outros” (1Jo 1.7), mas estamos todos voltados para Deus, na hora do culto. No sermão, é claro que o pregador se dirige aos irmãos que o ouvem, mas lembrando-se de que o sermão é parte do culto reverente; o pregador deve ter consciência de que Deus fala por meio dele. Então, nenhum pregador deve se dar à liberdade de portar-se como um artista, pela oratória ou pela encenação, nem dramático ou cômico, mas sempre com seriedade, como Deus nos fala.
No culto temos de ter a consciência de que o Espírito Santo fala e opera em nossas mentes e em nossos corações; não precisamos usar artifícios para impressionar nem constranger os ouvintes. “O amor de Cristo nos constrange”, afirma Paulo em 2Co 5.14. Muito menos devemos sugestionar as pessoas e fazer nelas uma “lavagem cerebral” para atingir nossos objetivos.
É certo que em tudo “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).
Agora, alguns conselhos práticos e simples: não namore durante o culto; as crianças sentem-se junto de seus pais; os adolescentes que não resistem à vontade de conversar e rir, não se sentem juntos, sentem-se separados. Durante o culto não temos de nos cumprimentar e saudar uns aos outros, nem o pregador tem que perguntar aos ouvintes “Amém?” (isso não existe nas Escrituras).
Atentemos também para o ensino de Paulo em Gl 1.10, que também se aplica ao culto: “Acaso busco agora a aprovação dos homens, ou a de Deus? Ou estou tentando agradar os homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo”.
2 comentários:
concordo en parte com sua refleccão,mas existe diferença de culto para culto, culto na vellha aliança e da nova,eda vellha uniforme da nova multiforme,léi e graça são diferentes,não apenas pelas suas doutrinas,costumes,mas tambem pela sua liturgia,eu não visto o uniforme da léi,pois estou revestido da graça.Pela graça de Deus sou oque sou 1cor 15:10
Sim, provavelmente por isso e
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