Parece que há uma tendência nas pessoas em geral, de isolar um texto bíblico de seu contexto, porque quando fazemos isso sempre encontramos um texto que “concorda” conosco; é um erro frequente.
Quanto às bem-aventuranças, como em toda a Escritura, cada uma delas tem muito a ver com as outras.
Assim, por exemplo, a que diz: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça” - Mt 5.6.
Ter fome e sede de justiça é não se conformar com a injustiça em qualquer lugar e em qualquer momento. É reagir - mas de maneira sábia e prudente, não só emocionalmente - diante de qualquer injustiça. Calar diante da injustiça e do erro é tornar-se conivente e cúmplice. Temos que dizer, externar nossa discordância e nossa afirmação do que é correto.
Temos que fazê-lo, porém, observando todo o ensino das Escrituras, particularmente a bem-aventurança que diz “bem-aventurados os pacificadores”. Não temos que ser semeadores de discórdia e até de inimizades. Temos que amar sempre.
Podemos dissentir energicamente sem deixar de amar e respeitar aquele que errou. Não podemos é pecar por omissão, por covardia. “Não vos conformeis com teste mundo” e “Se possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos” (Rm 12.2 e 18).
Do mesmo modo, não podemos ser pacíficos e pacificadores a ponto de “deixar passar toda espécie de injustiça”.
Equilíbrio é a virtude necessária, embora não seja explicitamente mencionada. Essa virtude é notada muitas vezes nas atitudes de Cristo. Por exemplo, em Mc 3.5: “com indignação, condoendo-se da dureza de seu coração” e 10.21: “o amou e disse: falta-te uma coisa...”
Seja um verdadeiro cristão em tudo, e não só no que lhe for fácil.
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