quinta-feira, setembro 13, 2007

O Pastor Ideal

Jo 10.2, 4, 11, 14: “...o pastor das ovelhas... depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz.” “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem, abandonas as ovelhas e foge. Então o lobo ataca o rebanho e o dispersa. Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor, conheço as Minhas ovelhas e elas Me conhecem”.
1Tm 1.12: “Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério”.
2Co 12.15: “Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente”.
1Pe 5.2: “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir”.
1Tm 5.1-2; 4.12: “Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai; trate os jovens como a irmãos; e as moças, como a irmãs, com toda a pureza” “...sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza”.
Sl 23.1: “O Senhor é o meu pastor, de nada terei falta”.
At 20.17 e 28: “De Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros da Igreja de Éfeso. ...Quando chegaram ele lhes disse: ...Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a Igreja de Deus...”
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Um dos mais sublimes e preciosos privilégios que Deus nos dá, é o de pastorear as Suas ovelhas, nossos irmãos. Pois quando Ele faz isso, está confiando a nós o cuidado das Suas ovelhas, por quem Ele deu a própria vida.
Por isso mesmo Deus escolhe os que Ele quer para serem os pastores do Seu rebanho. O perfil desses pastores nós podemos encontrar retratado nas Escrituras, e é lá que temos de procurá-lo. Se quisermos traçar um perfil segundo o nosso próprio pensamento, vamos acabar fazendo uma caricatura e não um retrato do Pastor.
O primeiro que nos vem à mente é o Salmo 23: o pastor que está atento a todas as necessidades das ovelhas, sem exceção, para que nada lhes falte. Não só as de natureza espiritual, mas também as de natureza física, material, afetiva e psicológica. Todas as carências das ovelhas são da preocupação do verdadeiro pastor, ainda que este não seja capaz de supri-las todas; mas o pastor precisa ter consciência delas e interceder junto a Deus pedindo os recursos necessários.
O próprio Cristo é o exemplo do pastor verdadeiro. João 10 nos fala de alguns traços desse Pastor:
primeiro, é aquele que “entra pela porta”. Não é um intruso, não se faz de pastor entrando para o pastoreio por um modo ilícito, nem por motivação ilícita; ele é chamado por Deus, como vemos em 1Tm 1.12: Deus chamou Paulo e o pôs no ministério;
segundo, é o pastor que as ovelhas conhecem e reconhecem – Jo 10.3 – porque convive com as ovelhas, identifica-se com elas;
terceiro, “dá a sua vida pelas ovelhas”: ele as ama e as serve conduzindo-as com bondade, paciência e até com sacrifício; carrega em seus ombros aquela que está frágil, debilitada; põe sua vida a serviço das ovelhas, porque são ovelhas do Sumo Pastor, que confiou nele para cuidar delas. Neste texto Cristo faz um contraste entre aquele que é pastor e aquele que não é: o mercenário, ou assalariado (que trabalha pelo salário), que tira proveito das ovelhas em vez de servi-las com desprendimento, serve-se delas;
quarto, é altruísta e não egoista - 2Co 12.15 e 1Pe 5.2 - não o move a ganância pelo salário alto, até extorsivo, nem o domínio que possa ter pelo autoritarismo, pelo personalismo. O verdadeiro pastor respeita suas ovelhas, e a personalidade de cada uma; procura ajudá-las sem violentá-las. Nunca usa o seu cajado de pastor para espancar as ovelhas, mas sim para defendê-las;
quinto – 1Tm 5.l-2 - no trato com os irmãos é delicado, justo, carinhoso. Ora se porta como filho, ora como pai, ora como irmão, mas sempre carinhoso, sem confundir carinho com pieguice;
sexto – 1Tm 4.12 - ele é um praticante do ensino das Escrituras e não um teórico pernóstico, é “exemplo na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”.
Embora o ensino das Escrituras seja claro, há aqueles que formam seu próprio conceito de “pastor ideal”. Apontam qualidades que um pastor deve ter para cuidar bem do rebanho, como se essas qualidades fossem as essenciais, esquecendo-se daquelas que são ensinadas nas Escrituras, como vimos. Nesse esforço de traçar seu próprio perfil de pastor, falam mais de “líder” do que de servo. Acabam confundindo Igreja e Rebanho com uma empresa religiosa ou clube, uma organização puramente humana.
E então confundem Pastor com administrador. O pastor é, sim, um administrador, e esse é um sentido que tem o termo “bispo” = superintendente. Mas se o bispo não for também, e antes de tudo, um “ancião” dotado de maturidade e capacidade de amar como filho, irmão e pai, acabará sendo um empecilho para o crescimento espiritual e harmônico da Igreja; contribuirá para que ela seja empresa mas não igreja. Como Igreja ela poderá morrer, embora progrida como empresa; não é isso que o Senhor da Igreja quer.
Também destacam que o pastor tem que ser um mestre e doutor. E realmente o pastor deve ser mestre idôneo e competente, douto e não indouto, mas sê-lo para bem servir à Igreja e não para satisfazer seu narcisismo. Paulo, em Fp 3.8, lembrando que ele realmente era um fariseu e doutor, considerou essas coisas “como esterco, para que possa ganhar a Cristo”. O esterco é muito útil, mas a serviço do lavrador e não como um adorno. A vaidade torna estéreis e ridículas as pessoas que se deixam dominar por ela.
Finalmente, o pior que tem acontecido através dos tempos e acontece muito hoje, é deixar de cuidar da Igreja como Rebanho do Bom Pastor, e passar a administrá-la como empresa de onde retira o seu salário.
Quando isso acontece, esse “mestre” fala e ensina como o faziam também os fariseus. Sua ortodoxia é também farisaica, porque esquece que amor é um dos principais elementos da Lei; elemento sem o qual nada podemos fazer de bom.
Em resumo: a Igreja precisa de pastores, com muitas e diferentes qualidades: zelo, paciência, empatia, capacidade para amar a cada uma de suas ovelhas sem exceção, altruísmo, desprendimento, capacidade para administrar, fidelidade a Deus e às Escrituras, e sobretudo “ter alma de pastor” que Deus dá a quem Ele chama para esse ministério.
Vem à minha mente a lembrança de uma exortação feita pelo rev. Floyd Grady em Salvador, Bahia, num congresso nacional da mocidade presbiteriana: “Moço, se Deus o chamou para o ministério, por amor de Deus, venha! Mas se Deus não o chamou, pelo amor de Deus, não venha!
Pastor é aquele que Deus chamou, capacitou e colocou nesse ministério.
Verifique honestamente se você está no ministério para o qual Deus o designou. Se não está, não seja um tropeço. Corrija sua posição enquanto há tempo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu sempre quis fazer Teologia, e estava pedindo a Deus uma orientação, se era realmente da vontade dele, e depois de ler essa reflexão do Pastor Ideal, eu sinto que é a resposta positiva de Deus em minha vida. Obrigado Senhor Deus por ter usado o Pr. Rubens para falar ao meu coração. gorificado seja o nome do nosso Senhor Jesus Cristo.