Por que o mandamento fala em sábado e nós guardamos o domingo?
O Senhor faz questão absoluta da observação do sábado, como vemos em Ez 20.10-24 e 22.26. Porém, nós guardamos o domingo. Por isso os adventistas nos acusam de desobedecer o mandamento e conseguem confundir muitos cristãos e levá-los para sua igreja.
Na realidade nós guardamos o sábado, o 4° mandamento.
"Sábado" - shabbath no Hebraico - não é apenas o nome de um determinado dia da semana, embora tenha passado a ser em nosso calendário. A palavra sábado significa "descanso" e é o significado da palavra que tem importância no mandamento. Seria melhor compreendido o texto em português se os tradutores tivessem traduzido literalmente a palavra "shabbath" por "descanso". Ex 20.8 deveria ser traduzido assim: "Lembra-te do dia do descanso para o santificar".
O que o mandamento determina é que cada um de nós trabalhe durante 6 dias e depois descanse um, e esse será um dia de santificação.
O que acontece
Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana hebraica e não no sétimo. Desde então os cristãos passaram a se reunir "no 1° dia da semana". Cristo apareceu pela primeira vez aos apóstolos reunidos, no primeiro dia da semana (Jo 20.19); tomou a aparecer a eles no primeiro dia da semana - "oito dias depois"- (Jo 20.26). Paulo passou sete dias, uma semana inteira, com os cristãos em Troas - At 20.6; portanto, passou com eles um dia de sábado do calendário judaico, mas foi "no 1° dia da semana" que todos se reuniram para realizar o culto e celebrar a Ceia do Senhor - "ajuntando-se os discípulos para partir o pão", como afirma o v. 7. Em 1Co 16.1-2, quando Paulo instruiu os cristãos de Corinto sobre a coleta destinada a socorrer os cristãos empobrecidos de Jerusalém, escreveu: "No l° dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar"; não era "por de parte no 1 ° dia da semana" e somente no sétimo dia, reunidos, levantarem a coleta - isso não teria sentido- mas o fato é que eles continuavam guardando o primeiro dia da semana, em comemoração semanal da ressurreição do Senhor, como fazemos até hoje. Tudo o que está prescrito por Deus com referência ao "sábado", ao "descanso" semanal, precisamos observar cuidadosamente no 1 ° dia da semana, pois este passou a ser o "sábado", o "descanso" dos cristãos. Nos seis dias anteriores estaremos trabalhando, estudando e fazendo toda a obra necessária.
Não temos que fazer como os judeus não-cristãos continuaram e continuam fazendo até hoje - e os adventistas os acompanham - guardando supersticiosamente e até com fanatismo o sábado marcado no calendário; mas guardá-lo na nova compreensão que nos foi dada por Cristo.
Nosso "sábado" se dá no domingo ("dia do Senhor") e deve continuar sendo religiosamente observado, com inteligência, para ser um "sinal entre Deus e nós" - Ez 20.12.
Precisamos trabalhar seis dias e descansar um. E nesse dia do "descanso" fazer tudo visando a santificação pessoal e coletiva.
Resta uma questão: quando um cristão, por causa de sua profissão e emprego, tem obrigação de trabalhar no domingo, como faz? Ele tem que ter um outro dia da semana para ser o seu sábado individual.
Há trabalhos que não podem cessar no domingo, nem no sábado do calendário: atendimento médico, policiamento, serviço dos bombeiros, usinas elétricas, e até o trabalho de certas indústrias; altos-fornos das siderúrgicas não podem ser desaquecidos nem um dia da semana; as comunicações telefônicas, os transportes e outras serviços públicos. O cristão, por ser cristão, não pode negar-se a prestar o seu serviço, especialmente quando é um serviço essencial para o bem da comunidade, tornando-se um privilegiado,quando outros estarão trabalhando para ele.
É conveniente e necessário que o povo de Deus tenha o seu dia de descanso coletivo, e se reúna na Casa do Senhor para o serviço do culto, ensino e evangelização. Foi sempre assim.
O cristão que for abrigado a trabalhar no domingo terá grandes dificuldades para guardar sozinho o seu "sábado" em outro dia, mas para seu próprio bem ele precisa faze-lo.
Convém fazer uma observação sobre a posição incoerente dos adventistas, que se negam a trabalhar no sábado judaico, que é deles também. Não trabalham no sábado, mas usufruem do trabalho dos outros.
Nos hospitais adventistas o trabalho é feito também aos sábados. Desse modo eles reconhecem que há trabalhos que não podem cessar, mas rejeitam o fato de que os cristãos dos tempos apostólicos passaram a se reunir no primeiro dia da semana, e afirmam que o domingo foi instituído pelo imperador Constantino, quando se tomou cristão. Realmente, Constantino decretou que o dia do descanso no Império Romano passaria a ser o primeiro dia da semana judaica, mas o fez exatamente para apoiar e não para contrariar os cristãos, pois estes sempre, desde os tempos dos apóstolos, observavam o "shabbath" (descanso) no primeiro dia da semana, o "dia do Senhor". Ele também se tornara cristão.
3 comentários:
Tive muita dificuldade no começo de minha vida cristã,pois trabalho em transporte coletivo e normalmente trabalho aos domingos, mas pela graça de Deus o horário dá para participar dos trabalhos vespertinos de minha igreja onde hoje sirvo como diácono.Que Deus continue os abençoando.
Se não for pedir demais ou querer saber demais, onde em são josé vcs residem?Me e-mail é luiz.marli@yahoo.com.br
Obrigado.
caro Pastor Rubens, esse é um dos comentários mais conclusivos que li sobre essa controvérsia adventista do sábado. Sem a necessidade de tanta "pseudo-erudição", o irmão colocou o assunto em palavras simples e fáceis de se assimilar. Deus o abençoe. Com a sua permissão, vou postar sua reflexão no meu blog (citando a fonte, obviamente). Se desejar, acessar, muito me honrará: http://israelsalvador.blogspot.com
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