quinta-feira, setembro 11, 2008

Atendendo pedido

O pastor Giovani escreveu pedindo que meu pai contasse um pouco sobre si. Como o texto tem informações que podem ser de interesse dos demais leitores deste blog, reproduzo abaixo o teor da resposta para que todos os que não o conhecem, possam saber um pouco mais sobre o pastor Rubens Osorio, meu pai e autor de todos os estudos aqui publicados.
Rubens Pires Osório, filho do pastor Rubens e administrador deste blog.

Pastor Giovani,

Gostei de você se apresentar como Pastor Giovani. Sempre estranho quando um colega se apresenta como “Rev.” Fulano. “Pastor” é mais honroso, bíblico; “Reverendo” é mais formal, mais eclesiástico.

Pode parecer estranho, mas a esta altura tenho gostado de falar e escrever, não do que sou e do que eu tenho feito, mas de “o que Deus tem feito” por mim.

Creio que estou na média dos pastores, mas “Deus tem feito grandes coisas por nós” (Sl 126.3).

Sou crente e presbiteriano desde menino; nunca deixei a Igreja, professei a fé ao 16 anos, já ativo na UMP e na Escola Dominical. Aos 18 anos fui claramente chamado por Deus para o ministério. Tive bons pastores que só me deram bons exemplos. Estudei no Seminário Presbiteriano do Sul - em Campinas - e trabalhava 4 a 5 horas por dia no Centro de Saúde de Campinas, pois já estava noivo e pretendia casar-me logo; realmente casei-me no final do 2º ano teológico. Terminei o curso em 1952, fui licenciado em 1953 e ordenado em 1954. Parece que fui bom aluno no Seminário.

Pastoreei cerca de 17 igrejas, em 52 anos. Em minha 1ª Igreja estive 8 anos, mas nesse período pastoreei também outras. Em outras igrejas fiquei de 1 a 14 anos. Foi uma grande experiência pastorear igrejas recém-organizadas ou antigas, e de diferentes portes.

Outra grande experiência foi a de ser missionário da Junta Missionária de meu presbitério na Grande São Paulo, por 6 anos, na década de 60. A J. M. iniciou pelo menos 6 Congregações, adquiriu 7 terrenos, onde hoje há 7 Igrejas.

Dediquei-me também a serviço social da Igreja. Em Carapicuiba, com uma creche e outros serviços: O CEPHAS – Centro Presbiteriano Humanitário de Ação Social – e uma Congregação no mesmo local, onde estive por 17 anos, enquanto pastoreava também outras igrejas.

Outra experiência notável e gratificante foi a de ser professor do Curso Intensivo de Teologia, em Campinas, pelo qual passaram 216 pessoas maduras, na maioria homens que se tornaram pastores e várias senhoras, inclusive esposas de pastores.

Outra preciosa experiência foi a de ser Capelão Evangélico da União dos Escoteiros do Brasil, na Região de S.Paulo e chefe de escoteiros e lobinhos por cerca de 8 anos, e depois usando o método do Escotismo no trabalho com crianças e adolescentes de diversas igrejas em que estive, promovendo acampamentos e acantonamentos com o método do Escotismo. Até hoje julgo que esse método – com reuniões semanais e acampamentos em barracas - devia ser adotado por nossas igrejas, usando a mesma Lei, a mesma Promessa e a literatura do Escotismo.

Também fui professor da rede estadual de ensino, por 11 anos, num tempo em que o Presbitério não tinha recursos para sustentar os pastores. Dei aulas de Educação Moral e Cívica (uma boa oportunidade que tive para atuar como pastor), História e Psicologia.

Em 2/11/2004 minha esposa, então com 74 anos, sofreu um extenso derrame cerebral. Precisei, então, passar a cuidar dela com tempo integral. Desde então, saí de S. Paulo e prego e dou aulas na Escola Dominical de quando em quando, como também tenho feito alguns casamentos. Escrevo quanto posso e ponho à disposição de irmãos e igrejas os escritos, inclusive algumas apostilas sobre diversos assuntos.

Estou casado com Maria Aparecida há 58 anos; sou hoje pastor exclusivo dela, e ambos esperamos na providência de Deus, tendo “o desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.

Foi uma prazer corresponder-me com você.

Seu irmão em Cristo, Rubens Pires do Amaral Osório, 10/8/08

2 comentários:

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Belíssimo e comovente testemunho de vida, seu Rubens!
Interessante como essa sua caminhada vocacional fala mais claramente de amor, fé e esperança do que qualquer ensino doutrinário.

abrçs,

Roger

Anónimo disse...

Olá! cheguei aqui seguindo as trilhas de Roger.
Também achei esse relato maravilhoso. E claro, estou emocionada...
Sou casada com um pastor há 21 anos, e a vida do Pr. Rubens se torna exemplo e inspiração pra nós.
Mas o mais tocante desse relato foi saber da tarefa maravilhosa de pastorear sua esposa enferma. Quando me perguntam se não me importo de dividir meu marido com tanta gente, sempre respondo que ele tem muuuuuuitas ovelhas, mas apenas uma mulher. Claro que é só retórica: também sou sua ovelha, a mais chegada e a mais querida. O pastor verdadeiro cuida principalmente de sua família.
Obrigada, Rubens, por compartilhar essa história. Um grande abraço a seus pais.
Raquel