quarta-feira, março 07, 2007

A Questão do Batismo -2

2.1. Batizamos crianças, filhos de pais cristãos membros de Igrejas, com base no fato de que o batismo cristão substituiu, no Novo Testamento, a circuncisão do Velho Testamento

2.2. Havia no Velho Testamento dois sacramentos ou ordenanças: a páscoa e a circuncisão. A páscoa foi substituída, no Novo Testamento, pela Ceia do Senhor. Isto é assunto pacífico entre as igrejas evangélicas: nenhuma realiza sacrifício de cordeiros comemorando a Páscoa. Mas também nenhuma circuncida os meninos, nem os adultos convertidos.

2.3. A maior parte das denominações evangélicas tradicionais batiza as crianças. E não é, absolutamente, por influência da Igreja Romana. Diga-se, de passagem, que nem tudo que é ensinado e observado na Igreja Romana e nas Ortodoxas é errado; por exemplo, a doutrina da Trindade, a observância do domingo como “dia de descanso” e não o sábado.

2.4. As razões por que batizamos crianças e guardamos o domingo são bíblicas. Vejamos:

1a. razão - Não há um único texto bíblico (no N.T.) que diga de algum modo que não é lícito o batismo de crianças.

Uma objeção que se faz é com o texto de Mc 16.16 - “Todo aquele que crer e for batizado será salvo; mas o que não crer será condenado”. Evidentemente Cristo se refere ao adulto, aquele que tem condições de crer, pois, não crendo, será condenado; então, crendo, ele deve também ser batizado. Nenhum cristão evangélico dirá que a criança pequenina, sem condições para crer voluntária e conscientemente esteja condenada; por isso é que afirmamos que o texto se refere a adultos. O adulto que crê deve ser batizado, se ainda não o foi. Se um adulto crê mas já foi batizado, não tem que se rebatizar.

Não acontece de adultos se converterem realmente só depois de terem sido batizados? E também não acontece de nunca se converterem? Assim também com crianças. O batismo não significa que a pessoa batizada está salva, mas que ela pertence, legitimamente ou não, à Igreja visível ainda que não ao número dos salvos.

2a. razão - Há vários casos, no N.T., de batismo de famílias inteiras: em At 16.15 -a de Lídia; em 16.33 - a do carcereiro de Filipos; em 1Co 1.16 - a de Estéfanas. Nenhum dos textos esclarece se havia ou não crianças nessas famílias; então nada se pode afirmar a esse respeito, pois nada podemos acrescentar aos textos bíblicos. Mas é de estranhar que em nenhuma dessas três famílias houvesse crianças.

3a. razão - As ordenanças bíblicas têm tudo a ver com o nosso assunto. No V.T. são duas: a circuncisão e a Páscoa; no N.T. também são duas: Batismo e Ceia do Senhor.

A Ceia substituiu a Páscoa, assim como o Batismo substituiu a circuncisão. Em todas as igrejas evangélicas celebramos a Ceia e não mais a Páscoa; todas as denominações evangélicas batizam e não realizam mais a circuncisão, pois reconhecem que esta foi substituída pelo Batismo.

Há muita semelhança entre as ordenanças do A.T. e as do N.T. A circuncisão simbolizava a separação de alguém (adulto ou crianças) para o Senhor, passando a fazer parte do povo de Israel. O Batismo é, também, o sinal de que a pessoa batizada foi separada e pertence à Igreja do Senhor.

Quem recebia o sinal da circuncisão no A.T.? Meninos de 8 dias de vida e adultos que se convertiam ou aderiam ao povo de Israel. Se no A.T. crianças recebiam esse sinal, por que não devem elas hoje receber o sinal do batismo?

No A.T. os meninos não eram circuncidados porque cressem, mas pela fé de seus pais. A circuncisão não era uma garantia de que a pessoa circuncidada estivesse salva. Entre os adultos é que seriam circuncidados os que cressem ou declarassem crer. Quanto ao meninos dos israelitas, todos deveriam ser circuncidados.

Assim também, quanto ao Batismo, não é porque as crianças creiam que são batizadas, mas também pela fé de seus pais.

4a. razão - Alguns continuam fazendo objeção ao batismo de crianças pelo fato de que o N.T. silencia a esse respeito: não diz absolutamente nada sobre o assunto.

Esse argumento do silêncio é, em última análise, um argumento a favor do batismo de crianças. O que não é permitido, é explicitamente proibido. Por exemplo, na celebração da Ceia. Embora toda a família, no A.T., participasse da Páscoa - comendo a carne do cordeiro e as ervas amargas e o pão asmo- na celebração da Ceia não é a família toda que participa, pois o apóstolo esclarece: “examine-se cada um a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice”; uma criança não está em condições de fazer tal exame, especialmente quando Paulo ensina: “O que come e bebe indignamente come e bebe para sua condenação”. Então a Ceia é só para as pessoas com discernimento bastante para crer e estar em plena comunhão com Deus.

Mas quanto ao batismo de criança, nem implícita nem explicitamente, há qualquer declaração contrária ao mesmo.

Nossos filhos pertencem a Deus e estão incluídos na Aliança de Deus com Seu povo. A promessa é para vós e para vossos filhos...”(At 2.39), disse Pedro, logo após ter dito: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos pecados”. Podemos, por isso, crer que os filhos pequenos das pessoas batizadas nesse dia, foram posteriormente batizados. Eram como Abrão sendo circuncidado e também o seu filho Ismael.

Além disso Cristo disse: “Deixai vir a Mim os meninos e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus” - Lc 18.16.

Assim como ninguém, na Judéia, estranhou o fato de João batizar, pois já existiam as cerimônias de ablução e purificação entre os israelitas, assim também a Igreja não estranhou o fato de se batizarem crianças, pois entre os israelitas os meninos eram circuncidados ao oitavo dia. E desde os dias de Abraão até hoje estamos no Pacto da Graça, a promessa é para nós e para nossos filhos.

Deve ser feita, porém, uma advertência necessária: Não basta batizarmos nossos filhos. É preciso que digamos a eles a razão por que os batizamos, e ainda dizer-lhes que eles também precisam da fé pessoal e da conversão para terem a salvação. É um privilégio e uma bênção alguém pertencer ao povo de Deus desde a infância, mas salvação de adulto é só para aqueles que nascem de novo -Jo 3.3 e 5.

2 comentários:

Anónimo disse...

no velho testamento os filhos homens eram circuncidados no oitavo dia,e as mulheres? no velho testamento todos participavam da ceia da pascoa. Se as crianças são salvas não justifica o batismo! Quem crer e for batizado será salvo.

Anónimo disse...

Porque na igreja presbiteriana faz catecismo como na igreja catolica? gostaria de resposta por favor.