2a. - Quando Paulo nos instrui no capítulo 14 da Carta aos Coríntios,
estende-se na instrução a respeito das “línguas” ou idiomas,
comparando esse dom com o de “profetizar”.
estende-se na instrução a respeito das “línguas” ou idiomas,
comparando esse dom com o de “profetizar”.
Nos versículos 2 a 6 e 13, na tradução de Almeida “revista e corrigida”, os revisores acrescentaram a palavra “estranha”, com o sentido de estrangeira, ou diferente do idioma de quem estava pregando. Como já foi dito, sabemos que essa palavra foi acrescentada porque ela não existe no texto em grego. Infelizmente, quando surgiu o movimento pentecostal no início do século XX, os pentecostais entenderam como até hoje que no dia de Pentecostes os cristãos falaram, realmente, “línguas estranhas” e não “línguas estrangeiras” ou “outras línguas”.
Por isso mesmo, em se tratando das Escrituras, convém que elas sejam traduzidas o mais possível literalmente, sem o acréscimo de outras palavras para tentar esclarecer o texto. Às vezes os acréscimos causam distorções, como neste caso.
3o. - Outra razão porque não aceitamos as “línguas estranhas”
é o que o apóstolo Paulo diz.
é o que o apóstolo Paulo diz.
A respeito, o mesmo 1Co 14 no versículos 18 e 19, diz: “... falo mais línguas do que vós todos. Todavia quero falar na igreja 5 palavras na minha própria inteligência do que 10.000 em língua desconhecida”. Os pentecostais entendem que Paulo falava mais “línguas estranhas” do que os irmãos em geral. Mas baseados em quê? Nós sabemos que Paulo era homem culto e provavelmente um poliglota, sabendo não só o hebraico e o aramaico, mas também o grego e o latim, como também o árabe. O grego por ser um idioma, na época, universal e o latim por ser o idioma dos romanos que então dominavam o mundo conhecido; o árabe porque ele esteve na Arábia por algum tempo (Gl 1.17). É a esse fato que ele se refere.
4o. - Ainda em 1Co 14.1-17, Paulo dá ênfase ao “dom de profecia”,
que é o de transmitir a outros o ensino das Escrituras, cuja essência é o Evangelho.
que é o de transmitir a outros o ensino das Escrituras, cuja essência é o Evangelho.
Para ele, profetizar é edificar a Igreja (v.4), enquanto quem fala uma língua estranha que não é entendida, só se edifica a si mesmo, como toda pessoa que prega é edificada no seu próprio trabalho de evangelista. No versículo 2 Paulo diz que essa mesma pessoa não é entendida e nada comunica aos homens; “fala a Deus”; por que? – porque Deus entende todos os idiomas dos seres humanos, entende até o nossos pensamentos! “Fala de mistério” porque ninguém o entende, senão Deus. Em Rm 12.7, Paulo ensina que o Espírito Santo concede dons “para o que for útil”; línguas que não são entendidas são inúteis, não são dons dados pelo Espírito Santo.
Veja o versículo 9: “Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis falando ao ar”. Paulo está dizendo que falar o que não se entende para nada serve. Ao mesmo tempo, e com a mesma preocupação com a edificação da Igreja, Paulo diz: “que a Igreja receba edificação” (v. 5);“...para edificação da Igreja” (v.12). “Faça-se tudo para edificação” (v.26).
5a. - Por tudo isso Paulo ensina ou ordena enfaticamente.
Nos vs. 27 e 28: “E se alguém falar língua... haja intérprete. Mas se não houver intérprete, esteja calado na Igreja, e fale consigo mesmo e com Deus”. Intérprete, “diermeneuetês”, em grego, é aquele que interpreta ou dá interpretação, explica. Contudo, Paulo recomenda no v. 39 “não proibais falar em línguas”, sem esquecer a recomendação do v. 27: “haja intérprete”.
Tenho para mim que sendo Corinto uma cidade cosmopolita, porto de mar, habitada por pessoas de muitas nações diferentes, haveria muitas ocasiões em que iriam à Igreja cristãos que não falavam a língua grega, de Corinto, mas queriam dar à Igreja uma mensagem em seu próprio idioma; essa oportunidade deveria ser dada, “contanto que haja intérprete”.
6a. - Uma sexta razão: o culto cristão é racional, inteligente (Rm 12.1).
Sem deixar de ser rico de santas emoções. Por isso Paulo dá ênfase ao “entendimento” – 1Co 14.l5-16 e 20. O gosto por “línguas”, seja o que for que elas sejam, é completamente desprestigiado por Paulo: “de sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis”. O v. 23 é até contundente: “Se, pois, toda a Igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão que estais loucos?”
Outra ocasião em que houve o fenômeno de “línguas” é relatada em At 19.6, quando discípulos de João Batista foram evangelizados por Paulo; “veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam línguas e profetizavam”. Com esse sinal Deus unia à Igreja os “discípulos de João Batista”, repetindo-se em parte o que acontecera no dia de Pentecostes: “falavam línguas e profetizavam”. Como no dia de Pentecostes, eram outros idiomas e não línguas incompreensíveis.
(na próxima semana, a terceira e última parte deste estudo)
1 comentário:
Oi Rubens !!!adorei sua visita tb e obrigada pela dica, realmente fica melhor e gramaticalmente mais suave !! brigaduuuuuu !!! estou amando esses seus blogs, e praticamente devorando-os...Deus é contigo !! beijos no seu coração
Enviar um comentário