Seu nome decorre do fato de ser governada por presbíteros. Estes são referidos em muitos textos do N.T., por exemplo Tt 1.5, onde Paulo "ordena" a Tito que estabeleça presbíteros nas cidades da ilha de Creta. Em Ef. 3 ele mesmo fala sobre as qualidades morais e espirituais que alguém precisa ter para ser presbítero.
A palavra presbítero é da língua grega e passou para o português da mesma forma que é no grego; significa e é traduzida, algumas vezes, por "ancião". Isso mostra que o sistema de governo da Igreja do N.T. segue o modelo do governo do povo de Israel desde o tempo de Moisés, quando este, a conselho de Jetro, seu sogro, e por ordem de Deus, estabeleceu 70 anciãos sobre o povo para governarem juntamente com e1e, liderados por ele - Ex 18.21 e Nm 11.16-17. No l° concílio da Igreja, referido em Atos 15, estavam presentes, participando, também os "anciãos" - 15.2 e 6. "Presbitério" também é referido em 1Tm 4.14, como o concílio que ordenou Timóteo tornando-o um pastor.
Na Igreja Presbiteriana local o conjunto dos presbíteros forma um concílio chamado Conselho da Igreja, do qual faz parte o pastor, que também é presbítero.
Em âmbito regional existe o Presbitério, constituído de um presbítero de cada uma das igrejas locais e seus pastores. Vários presbitérios vem a constituir um Sínodo, que é um concílio superior aos presbitérios, e os sínodos vem a constituir o concílio superior a todos os outros, que é chamado, às vezes, Supremo Concílio, como é hoje na Igreja Presbiteriana do Brasil, ou Assembléia Geral, como já o foi.
Resumindo: o governo na Igreja Presbiteriana é um governo democrático-representativo, pois os presbíteros são eleitos pelas igrejas e as governam em nome do povo que os elegeu. O Conselho da Igreja, assim, exerce jurisdição ou autoridade sobre a igreja local. O Presbitério é formado por representantes dos Conselhos das Igrejas e seus pastores, e exerce o governo ou jurisdição sobre os Conselhos e Igrejas de uma região; o Sínodo governa e jurisdiciona os presbitérios, o Supremo Concílio governa toda a Igreja nacional com seus concílios inferiores.
Este é o tipo de governo presbiteriano, democrático-representativo, que tem servido de modelo para os governos republicanos, como Brasil e Estados Unidos.
Há 2 outros tipos de governo de Igreja: o Episcopal, em que um bispo tem autoridade sobre os pastores e igrejas de uma região, e o governo Congregacional, em que a Assembléia de uma igreja local governa a comunidade e decide todos os assuntos, tanto administrativos como doutrinários e espirituais. Nas igrejas que adotam esse tipo de governo não há concílios superiores; cada Igreja é autônoma, havendo Convenções de igrejas, que não tem autoridade de jurisdição sobre as igrejas locais.
Comparando os três tipos de governo podemos dizer: o mais democrático dos três é o congregacional em que o povo se governa, reunido em assembléia da igreja local; o menos democrático é o episcopal, no qual um bispo decide, inclusive sobre a nomeação dos pastores para as diferentes igrejas. Existem vantagens e desvantagens em cada um desses tipos de governo. O sistema episcopal se centraliza em uma pessoa, o bispo. O sistema congregacional coloca todos os problemas, inclusive doutrinários e disciplinares, em Assembléia constituída, inclusive, de crentes novos, imaturos, o que cria problemas sérios e constrangedores. O sistema presbiteriano é um meio-termo entre os dois: é democrático-representativo, isto é, os eleitos governam em nome do povo que os elegeu e devem sempre lembrar-se disto: eles recebem um mandato e devem sempre corresponder à confiança dos eleitores, para governarem bem, para o bem da comunidade. Depois de instruídos é que assumirão seus encargos.
Existe base bíblica para cada um destes tipos de governo eclesiástico, mas o maior número de textos sobre o assunto é o que caracteriza o governo presbiteriano que, como os outros dois, também apresenta vantagens e desvantagens: é mais burocrático, mas é o governo de um colegiado que deve ser especialmente preparado para suas funções. A burocracia não deve emperrar um governo, mas apenas garantir que tudo se fará com ordem.
Nós, presbiterianos, escolhemos nosso tipo de governo e assim também os episcopais e os congregacionais. O mais importante é isto: ''Faça-se tudo com decência e com ordem" (1Co 14.40) para que em cada igreja e em cada denominação o nome do Senhor de toda a Igreja, Jesus Cristo, esteja sendo realmente glorificado. Amém.
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