Oração, em seu sentido mais amplo, é comunhão com Deus. "Orai sem cessar" (1Ts 5.17). Orar é falar com Deus; agora, num momento especial, em que voltamos respeitosamente nosso pensamento só para Deus, falamos com Ele - para confessar nossos pecados, para expor nossas dúvidas, nossos anseios e necessidades. Esse é o sentido estrito de oração.
Isto porque reconhecemos nossas carências e nossa absoluta dependência de Deus; porque reconhecemos Sua soberania e a superioridade infinita de Sua sabedoria sobre a nossa. Por isso Cristo nos ensina a orar: "Seja feita a Tua vontade" (Mt 6.10) e assim orou o próprio Cristo: "não seja como eu quero, mas como Tu queres" (Mt 26.39).
Nossas orações nunca mudarão a vontade de Deus; elas é que precisam amoldar-se à vontade soberana de Deus. Em Rm 8.26 Paulo afirma e confessa: "não sabemos o que havemos de pedir como convém".
Assim, não é a oração de um que vai curar alguém ou resolver algum problema. A oração intercessora deve ser reflexo e fruto de nossa solidariedade e desejo de que aquele por quem oramos receba de Deus as bênçãos de que necessita. Se é isso que desejamos, peçamos a Deus e submetamos nossa vontade à dEle.
Por isso mesmo não podemos dizer que precisamos das orações de alguém ou que alguém precisa de nossas orações. Precisamos, isto sim, da solidariedade dos irmãos, expressa também em suas orações e os irmãos precisam de nosso socorro e de nossa solidariedade, que se expressa também na oração. 1Jo 3.17-18: "Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, coma estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade".
Oração não é um poder mágico, nem é poderosa por si mesma. Assim, não podemos dizer que a oração de 15 minutos "vale" mais do que a de 1 minuto. A oração do "Pai Nosso” nos a fazemos pausadamente em 30 ou 40 segundos (Mt 6.9-13); a "oração de Elias" foi de 25 a 30 segundos (1Re 18.36-37). Ao contrário, Jesus Cristo disse: "Orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de Lho pedirdes.”
Deus responde as nossas orações e por isso Cristo nos ensina a orar e insiste em que oremos (Lc 18.1), e João esclarece em 1Jo 5.14: "Esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve".
Orar com fé (Tg 1.5-6) é nosso dever, orar é o respirar de nossa alma. Mas não cometamos o erro de pensar em oração em termos pagãos de "poder que move o bravo de Deus", de oração que vale porque é longa, ou porque nos comove a nós mesmos e aos que nos ouvem. Nem pensemos que poderemos comover o Senhor.
"Oração é o santo oferecimento de nossos desejos a Deus"; jamais a Escritura ensina que a oração com fé é reivindicar ou exigir de Deus algo que julgamos ser nosso direito. Isso seria arrogância e não humildade. "Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará" (Tg 4.10).
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