“A pobreza aumenta nas regiões metropolitanas” é o que proclamam os jornais com base em estudos sérios. É o que nós vemos e sentimos nas igrejas e bairros da periferia da Grande São Paulo: o desemprego é altíssimo, o sub-emprego não resolve todos os problemas, muitas famílias - jovens e adultos - sobrevivem com pensões e aposentadorias dos idosos.
As igrejas devem ficar atentas para esses fatos, pois a pobreza não está apenas ao nosso redor, mas está dentro de nossas igrejas; não podemos ignorar nem ficar indiferentes ao fato e aos empobrecidos.
Não somos adeptos do Evangelho Social, mas do Evangelho Integral.
Um dos temas mais abordados nas Escrituras é o cuidado que temos de ter pelos pobres. A existência do pobre ao nosso redor é uma oportunidade que Deus nos dá, de servi-Lo. Disse Jesus: “Tive fome... tive sede... estive nu... enfermo... na prisão fostes ver-me. ´Quando, Senhor?´ - Quando o fizestes a um destes pequeninos, a Mim o fizestes... Quando não o fizestes, não o fizestes a Mim” (Mt 25.35-45).
Cestas de alimentos adquiridas com ofertas recebidas, e distribuídas pelas igrejas através das juntas diaconais, são o mínimo que poderíamos fazer; um esforço para minimizar um pouco a pobreza de dezenas de famílias de nossas igrejas.
É preciso fazer muito mais – em estudos e palestras sobre economia doméstica, em orientação sobre cursos de geração de renda, e sobre como conseguir consultas médicas e medicamentos, em ajuda financeira a irmãos em situações especiais.
Estou sugerindo que a Igreja Presbiteriana estude o assunto e adote medidas práticas no sentido de pôr a Igreja, dentro de seus limites eclesiásticos, em atividades concomitantes tanto de serviço social como de evangelização.
Que não aconteça que nós mesmos, individualmente e como Igreja, venhamos a fazer o papel do “rico” na parábola de Lc 16.19-26 – ficando indiferentes a estes problemas.
A ação e o exemplo que a igreja como Igreja deve dar não é apenas falando sobre a caridade cristã, mas fazendo.
Um exemplo negativo de um importante personagem “evangélico”, neste campo, foi dado há poucos dias pelo Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Diante da catástrofe (o tsunami) que matou mais de 150.000 pessoas em países do sul da Ásia, fez uma doação de “10.000 dólares”. A imprensa comentou o fato destacando essa atitude como “mesquinharia”. Enquanto o alemão Michael Schumacher doava l milhão de dólares, ele, também rico e presidente do país mais rico, doava 10 mil. É o rico querendo que o mendigo se contente com as migalhas de sua mesa.
Não aleguemos que somos pobres. Diante dos mais pobres, somos ricos; e quando queremos mesmo ajudar os mais pobres, seguimos o exemplo dos cristãos da Macedônia – 2Co 8.1-4: “Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos”.
Quando queremos e decidimos evangelizar, servir e fazer caridade cristã, Deus nos dá os meios necessários.
Aqui fica nosso apelo: participe – com suas ofertas, com seu trabalho.
Rubens Pires do Amaral Osório