terça-feira, março 28, 2006

Ganância e Dominação

1 Pedro 5.1-4: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor Se manifestar, recebereis a imperecível coroa de glória.”

É impressionante como as Escrituras – Antigo e Novo Testamentos – falam a respeito de assuntos atuais. É uma das provas de sua autoria divina.
Um desses problemas é o referido por Pedro nos versículos 3 e 4 do texto acima.
Exorta a todos nós, presbíteros e pastores, a apascentarmos “o rebanho de Deus” de forma correta e legítima: “tendo cuidado dele”; mais adiante, “servindo de exemplo ao rebanho” (Almeida, Corrigida).
Porém, ensina também como não deve ser:
1) “não por força” - Significa que há aqueles que pretendem forçar, constranger os irmãos de alguma forma, quando o papel do verdadeiro pastor é ensinar, doutrinar, ajudar pacientemente, consciente de que só “o amor de Cristo nos constrange”;
2) “nem por sórdida ganância” – isto faz aquele falso pastor que quer tirar proveito próprio, de sua posição. Não lhe basta receber da Igreja o necessário para viver com a família (1Tm 6.8), mas ele é ganancioso. Ganância é a ânsia de ganhar; é insaciável. Ministério para ele é negócio que deve dar-lhe renda, a maior possível;
3) “nem como tendo domínio sobre a herança de Deus” - O falso pastor procura dominar o rebanho em vez de servi-lo com humildade; porta-se como dono e não como servo. O exemplo que dá ao rebanho, assim, é o pior possível; algumas ovelhas serão enganadas por algum tempo e se deixarão dominar, enquanto outras não se submeterão, e outras se escandalizarão e poderão abandonar a Igreja, o aprisco. Quantas vezes isso tem acontecido!
Ao contrário do falso pastor, o verdadeiro ama as ovelhas, “dá a sua vida por elas” (Jo 10.11). Não explora, não obriga, não domina as ovelhas de Deus; ao contrário, serve-as cuidadosamente, despreendidamente e até com sacrifício próprio – 2Co 12.14-15.
Só vale a pena servir assim. Pedro termina esse trecho animando os verdadeiros presbíteros e pastores: alcançaremos a incorruptível coroa de glória.
Não aceite nem ganância nem dominação; somos livres para servir ao Senhor e não a pessoas que “cuidam de si mesmas” – Judas 12.