Conheci a I.P.B. (Igreja Presbiteriana do Brasil) do 1o século, na minha adolescência e mocidade: pastores dinâmicos, que viveram e morreram pobres, com esposas professoras que ajudavam no sustento da família. Igrejas também dinâmicas, os membros ativos e fiéis, levavam a sério a vida cristã.
Pouco antes era comum os pastores pastorearem três ou mais igrejas, andando a cavalo ou de trem, ou de “jardineiras” para visitarem as igrejas e os crentes. Estes eram apelidados de “bíblias” porque eram vistos levando nas mãos suas Bíblias, especialmente aos domingos. Leigos pregavam substituindo os pastores, e lecionavam nas Escolas Dominicais.
E a Igreja crescia extraordinariamente.
Em minha pré-adolescência e adolescência estive na I. P. Unida de São Paulo. A igreja – pastor o Rev. Miguel Rizzo Jr. – tinha muitas congregações. Havia uma equipe de pregadores leigos que iam pregar nas Congregações. No início de meu ministério – pastoreando sempre duas igrejas - membros dessa equipe, coordenados pelo presbítero Honório Cúndari, estavam sempre pregando em alguma de minhas igrejas.
Era a Igreja do 1o. século. O centenário (1959) foi comemorado com um esforço evangelístico especial em âmbito nacional.
Mas depois... multiplicaram-se os problemas: modernismo pregado especialmente por Richard Shaull nos Seminários de Campinas, primeiro, e de Vitória, depois. Em seguida, uma onda ecumenista, atendendo a pregação do papa João XXIII.
A Igreja, porém, reagiu. Uma cisão em São Paulo levou à criação da frustrada Federação de Igrejas Presbiterianas e Reformadas, depois chamada FENIP e depois IPUB.
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Mas o que tem causado grandes males à Igreja atualmente é a influência néo-pentecostal.
Enquanto se criam novos Seminários, cresce o número de pastores doutrinariamente fracos. Multiplicam-se os concílios – presbitérios e sínodos – mas não o número de membros e de cristãos convertidos, realmente consagrados. Um “evangelho” mesclado com néo-pentecostalismo está descaracterizando um número enorme de igrejas com um culto cheio de “oba-oba”, de coreografia e “sermõezinhos água com açúcar”; igrejas administradas, mas não pastoreadas, tornam-se clubes religiosos para satisfazer pastores e muitos dos membros. “Um evangelho sem ética” e “evangelização” superficial, vão criando igrejas que não se pode reconhecer como presbiterianas, como realmente reformadas. Nos bons tempos havia falta de pastores e os que havia eram pastores mesmo; raramente algum era também professor. Hoje há cerca de 1.000 pastores sem igrejas e desses, muitos são rejeitados pelas igrejas que os conhecem e por isso não os querem.
Há uma crise vocacional, e mercenários demais!
Estamos precisando de uma nova Reforma – não para mudar a doutrina e a liturgia, mas para voltar aos tempos antigos, ao “primeiro amor”, como foi na Reforma do século XVI.
Cada um de nós pode contribuir para que isso aconteça. É não ceder, mas permanecer fiel e exigir fidelidade às Escrituras e a nossos padrões de fé; rejeitar, os modismos e a mistura de secularismo com Evangelho, de “show” e culto. Viva e exija o Evangelho com verdadeira piedade.
Aceite o desafio!
2 comentários:
Há uma grande falta de conhecimento e verdadeiro relacionamento com o Pai. Fala-se do Pai, defende-se o Pai (como se Ele precisasse), prega-se sobre o Pai, mas não se conhece o Pai, não se interage com Ele...
Eis o mal da Igreja,na minha opinião.
Dizer que um dos grandes males é a influência neo-pentecostal, é para mim errado, pq mesmo q esse movimento n existisse, mtas igrejas continuariam mornas, secas, vazias...
Há uma crise de relacionamento...
Bênçãos!
Obrigado, Paula, por tua visita e comentário.
Realmente os problemas não desapareceriam; o movimento neo-pentecostal é sintoma e não causa.
Daí a necessidade de fazer valer a máxima "Igreja reformada sempre reformando", pois é na auto-crítica e na busca de orientação divina na Bíblia que ela pode evitar ou sair de tais crises.
Voce não acha?
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