A Conversão
Quando o apóstolo Paulo escreve em II Coríntios 5.17: “Quem está em Cristo é nova criatura”, está em perfeita consonância com a palavra de Cristo em João 3.7: “necessário vos é nascer de novo”.
Conversão é o termo que corresponde a “metanóia” em grego, traduzida por conversão ou arrependimento; e o verbo “metanoéo” traduzido por arrepender-se (em Mateus 3.2 e 4.17) que significa literalmente “mudar a mente”.
O que Cristo chama de “nascer de novo” Paulo chama de “ser nova criatura”, acrescentando: “as coisas velhas passaram, tudo se fez novo”. Ambas as expressões significam uma mudança no modo de viver, pensar e agir - mudança de mente.
Tal mudança se realiza em uma pessoa de qualquer idade por ação de Deus. Em II Pedro 1.3, o apóstolo Pedro nos diz que Deus “nos gerou de novo”: formou em nós a “nova criatura”, realizou a nova geração, para haver o “novo nascimento” referido por Cristo. No versículo anterior Pedro se dirige aos cristãos como “eleitos segundo a presciência de Deus”, “em santificação do Espírito” (uma escolha de Deus, tornada efetiva em cada pessoa, pelo Espírito Santo). Em que implica a conversão, é algo que precisamos saber e ter disso plena consciência.
l. Implica em mudança existencial. Embora continue sendo a mesma pessoa, com a mesma identidade, a mesma instrução, a mesma educação e o mesmo temperamento, essa pessoa passa, desde o momento de sua conversão, por transformações profundas, que se aprofundam cada vez mais através dos anos. Por isso, diz Paulo, “é nova criatura”. O mesmo nome, a mesma família, as mesmas capacidades físicas e intelectuais, o mesmo temperamento, mas agora tudo sob uma nova perspectiva, e controlado pelo Espírito Santo; nem parece a mesma pessoa.
2. Implica em mudança de maneira de pensar. Sua lógica é diferente, porque suas premissas são outras. Antes, não cria em Deus ou seu conceito de Deus era outro; agora crê em um Deus pessoal, único, que tem sentimentos, é inteligente, é um ser moral perfeito em tudo e transcende ao próprio universo por Ele criado.
3. Implica em mudança de moralidade. Desde que crê em Deus como Absoluto, não aceita mais a relatividade da verdade, da justiça, da pureza, da bondade, do amor ao próximo e outras virtudes morais. Começa uma busca e um novo interesse pelo Absoluto, embora saiba que durante a vida terrena não atingirá o ideal da perfeição em si mesmo e no mundo. Não aceita mais o ser “mais ou menos” honesto, justo, verdadeiro, etc. Em João 14.15 e 21, Jesus Cristo disse: “Se Me amardes guardareis os Meus mandamentos”; e “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama”.
4. Implica em mudança de sentimentos. Não amava, agora passa a amar a Deus, a si mesmo e ao próximo. I João 4.19: “Nós O amamos por que Ele nos amou primeiro” e 21: “Quem ama a Deus, ame também a seu irmão”; Mateus 22.37 e 39: “Amarás o Senhor teu Deus... e amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
5. Implica, sobretudo, em viver agora na certeza de que já possui a “vida eterna”, que continuará após a morte do corpo, pois “vida eterna” não é apenas a imortalidade; é a nova qualidade de vida, adquirida por ocasião da conversão. Jesus o convida a possuir essa nova vida: “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba; quem crê em Mim, rios de água viva correrão do seu interior”.
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