“Apocalipse” significa Revelação. É o livro profético do Novo Testamento.
Um livro difícil de entender em seu todo. João Calvino, um verdadeiro gênio no campo da Teologia, compreendeu isso; escreveu comentários sobre a Bíblia toda, com exceção deste livro; por isso falou-se dele: “Até nisso foi sábio”. Nós, muito mais, precisamos ter a humildade de reconhecer nossas limitações, atentando para a recomendação de Paulo em Rm 12.3: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Almeida, Corrigida); e na NVI: “Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu”. Ninguém, por vaidade, pense que pode entender tudo. Nenhum de nós entende, nem pode entender tudo o que está nas Escrituras. Leia Dt 29.29.
Vamos estudar o Apocalipse, no que for possível, nesta oportunidade.
No início, João fala da finalidade do livro:
1.1 - da felicidade de alguém ler, ouvir e guardar o ensino das Escrituras;
l.3. - É o livro que, por ser o último, encerra a Revelação escrita de Deus, e o que ele diz aqui e em outros textos, refere-se a toda a Bíblia, por exemplo em Ap 22.18-19.
Dirige-se às sete igrejas da Ásia, figura de toda a Igreja, e de cada igreja local.
João, o autor, não escreve de si mesmo e por sua iniciativa, mas “Da parte de Jesus Cristo” (v. 5). Referindo-se à volta de Cristo, afirma “todo olho o verá” (v. 7).
João estava na Ilha de Patmos, uma das ilhas do Arquipélago Grego, e hoje tem o nome de Patino. Diz ele: “fui arrebatado”, como Paulo em 2Co 12.2. E Deus lhe disse: “o que vês escreve-o às sete igrejas” (v. 11). Foi o que João fez.
Em l.13-16 ele nos dá uma descrição do “Filho do Homem”, em linguagem toda simbólica. Não precisamos nos preocupar em entender a linguagem figurada e simbólica que encontramos através de todo o livro.
Porém, entre figuras que não entendemos encontram-se textos bem claros, como os versos 17 a 20 do primeiro capítulo.
As sete cartas (cap. 2 e 3) contêm alguns elogios, especialmente às igrejas de Smirna e Filadélfia, e muitas repreensões às demais. Todas elas se aplicam perfeitamente à Igreja de hoje. “Tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito” (Rm 15.4).
Nos capítulos seguintes há muita dificuldade para entender; mas há trechos de grande valor para nossa edificação.
O capítulo 7 tem alguns versículos que os “Testemunhas de Jeová” usam indevidamente em defesa de seus ensinos: o v. 4 fala do número dos “assinalados” - 144.000 - que, dizem eles, são os “Testemunhas de Jeová” que irão para o Céu (ver também 14.3: 12 tribos, 12.000 de cada uma). Qual a base para se afirmar que o texto se refere a eles? Além disso omitem que logo a seguir, no v. 9, João fala de “uma multidão que ninguém podia contar...”; esses são os salvos, no Céu. Então, 144.000 é um número simbólico.
Há muitos textos inteligíveis e confortadores: Ap 11.15, 17; 14.12-13; 18.1-5; 19.1-10 (o v. 10 é de extrema importância).
O cap. 20 é o capítulo que os pré e os pós-milenistas usam para defender suas idéias e imaginações: “o milênio”. “1.000 anos” é repetida aqui 5 vezes: versos 2, 4, 5, 6, e 7. É a mesma expressão usada por Pedro em 2Pe 3.8.
A Igreja Presbiteriana é “amilenista” – não cremos que haverá um período de 1.000 anos em que Cristo reinará sobre a Terra. Cristo já reina, desde Sua encarnação. Ele foi anunciado como o “rei dos judeus”, o rei de um reinado que não terá fim (2Sm 7.8, 12, 13, 16). Ele é o Rei, embora muitos não O reconheçam e não o recebam como tal.
Sobre a volta de Cristo há os textos bem claros de 1Co 15. 51-52 e 1Ts 4.13-17 e ainda Mt 25.31-34 e 41.
O que cremos sobre o “milênio”. O livro de Apocalipse fala da vitória de Cristo no mundo, que se iniciou com a Sua encarnação, continuou com Sua vida, morte e ressurreição. Ele venceu Satanás (Ap 1.17-18; 5.90 e seguintes; 15.4; 19.11 e 16; 20.4; 22.3-5).
O capítulo 21 fala dos novos Céus e nova Terra. Por que? Esclarece 2Pe 3.10-12; os atuais Céus e Terra serão consumidos e criados novos. Ap 21.1-8 é compreensível e confortador.
Pós-milenismo é a corrente teológica que apregoa que haverá na Terra um período de 1.000 anos de paz, e depois disso Cristo virá. Esse período seria resultado de um aperfeiçoamento do mundo, por influência da Igreja. A realidade é completamente diferente (Lc 18.8; Mt 24.3, 8-14). As duas guerras mundiais do século XX desmoralizaram essa corrente
Pré-milenismo afirma que Cristo virá e estabelecerá Seu reino no mundo por 1.000 anos. Os pré-milenistas dispensacionalistas chegam ao ponto de estabelecerem quase um calendário ou cronograma dos acontecimentos. Fazem verdadeiras profecias sobre o futuro.
Baseia-se em interpretação literal dos textos do Apocalipse, quando não é possível entender assim. Quando não podemos entender, devemos reconhecer isso (Dt 29.29).
Os pré-milenistas forçam a interpretação, e o resultado é o predito em 2Pe 3.16; vale a pena reler a advertência de 2Pe 3.17.
Grandes textos confortadores: 7.9-17; 14.12-13; 19.1-10; 21.1-8; 22.6-17, e uma lição sobre o respeito a toda a Escritura (22.18-19).
Apocalipse encerra com o desejo dos crentes – 22.20-21: “ó vem, Senhor Jesus!”
1 comentário:
Maranata!
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