(Algumas reflexões políticas em agosto de 2001)
O BRASIL NÃO TEM JEITO
Parece que estamos no fundo do poço. Não consola nada lembrar que a crise é internacional. Aqui entre nós é crise econômica, institucional - com a briga entre os 3 Poderes - crise na educação, no sistema carcerário, na saúde, etc., tendo como causa comum a maior de todas, a crise moral. Falta civismo e vergonha na cara por toda parte.
A diferença entre os ladrões comuns - desde os “pés de chinelo” até os de “colarinho branco”, incluindo altos funcionários e políticos; e até juizes com superfaturamentos por toda parte, em construções faraônicas, gasto de milhões de reais com mobiliário para o judiciário - é apenas de classe social.
Todos esses personagens desonestos - maus brasileiros - são ladrões e não há penitenciárias suficientes para recolher todos. Seria necessário antes um judiciário competente e eficiente para condená-los. Mas, necessário, mesmo, é recuperar todo o dinheiro roubado da nação.
O que é que pretende a imensa “Máfia Brasil”? Parece que estão desafiando a sorte, com sua orgia de imoralidades.
O Brasil não tem jeito. Maldita é a nação cujo Deus não é o Senhor!
O Brasil deixou de ser “o país do futuro” e agora é “um país sem futuro”.
Há, certamente, brasileiros honestos que não se corromperam, embora uma pequena minoria. Cabe-nos reagir e agir como fermento, como “sal e luz” nesse Brasil às escuras, em acelerado processo de decomposição. Esse é o papel dos brasileiros de brio.
JOGO DE EMPURRA
Já é frequente o Executivo se queixar do Legislativo, e este do Executivo. Mas agora também os 3 Podres se queixam e acusam uns aos outros, e já não se pode confiar em nenhum.
Nestes últimos tempos tudo isso está acontecendo. Na realidade, nenhum dos 3 Poderes está servindo a Nação como devia. Qual é o mais negligente e corrupto, é difícil ao cidadão comum saber.
Melhor seria cada um por-se em brios. O Presidente deixar de ser tímido diante dos grandes e usar a força moral que as eleições lhe deram; o povo quer que “puxe as orelhas” de quem o merece mas parece faltar-lhe coragem para isso. Os membros do Legislativo deixarem de ser gananciosos por dinheiro, trabalharem mais e melhor, pondo de lado o corporativismo; deixarem de dar cobertura a seus membros criminosos e entregá-los à Justiça, sem nenhuma demora. O Judiciário, que é o mais apto para perceber as imperfeições das leis, assessorar o Legislativo para que elas sejam melhores. Os juizes deixarem de ser cegos que só sabem ler a letra da lei, e se lembrar de que as leis têm um espírito e existem para benefício da Nação, e defender o Bem Comum - não interesses pessoais. As leis não são um fim em si mesmas.
Os Três Poderes não têm direito de fazer o “jogo de empurra”. Trabalhem!
JUSTIÇA CEGA
É impressionante ver como grandes criminosos punidos por alguns juizes, em seguida conseguem “liminares” de juizes e tribunais superiores; ver juizes determinando “indenizações” mais do que fabulosas e estas sendo alvo de recursos desesperados por quem tem de pagar tais absurdos, geralmente governos, ou melhor, o povo que paga impostos.
Na realidade existem: a indústria das liminares, das reclamações trabalhistas, das indenizações por acidentes do trabalho, idem por desapropriações - que acabam por dar origem aos famosos precatórios. Tudo passando por mãos de juizes que julgam com base na letra das leis, ignorando o espírito ou objetivo último da Lei, o Bem Comum
Se a Lei é cega, isso não significa que os juizes têm que ser estrábicos, míopes e cegos. Ou estão interessados na injustiça?
(continua)
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