A expressão acima se encontra na Declaração feita no Congresso de Evangelização de Lausanne, e expressa o pensamento bíblico de que Deus criou o ser humano para viver bem, com dignidade e fartura (Ec 5.18-19), como foi no Éden e não em pobreza nem em ostentação de riqueza e egoismo. Para isto é necessário que todos, como cristãos, vivamos um "estilo de vida simples".
No mundo cada vez mais materialista, que acompanha o progresso do pecado, é que existe a desigualdade pecaminosa e degradante entre a situação econômica de pessoas com excessiva riqueza acumulada e muitas outras com escassez, pobreza e miséria.
O capitalismo selvagem consagrado pela sociedade consumista e a globalização da economia (riqueza de um lado e miséria do outro), está em aberto conflito com todo o ensino bíblico sobre o uso correto da riqueza dos bens que Deus colocou no mundo, dos quais Ele é o Senhor; e nós, seres humanos, somos os mordomos. Nenhum de nós é o dono de alguma coisa.
Em clara revolta contra Deus, um homem quer dominar e explorar outros. Então surgem os dominadores, bem como as nações dominadoras; seus recursos são a força, a injustiça, a corrupção e toda sorte de impiedade.
Nesse mundo mau, posto no maligno, o cristão tem que se portar com altivez, como um revolucionário, vivendo de acordo com os princípios bíblicos, não se deixando levar e guiar pelos padrões que o mundo quer impor.
Assim será "no campo espiritual" - em que temos que adorar e servir ao único Deus e Senhor - o Pai, o Filho e o Espírito Santo; "no campo moral", não nos permitindo práticas e costumes pagãos, mas observando rigorosamente a Ética cristã resumida nos 10 mandamentos. Assim, na "vida de cada dia" temos que observar o ensino bíblico sobre o trabalho, o respeito ao ser humano, e o uso correto dos bens materiais, bem como das capacidades que Deus nos deu.
Todo ser humano tem direitos e deveres. Todo aquele que cumpre seus deveres é recompensado por Deus. Todos tem direito à vida, ao trabalho, à saúde, ao bem estar com sua família. O fruto do pecado é a preguiça, a negligência, o amor aos dinheiro, a ganância e toda sorte de corrupção. As consequências são a pobreza e a miséria. Muitos são pobres e miseráveis por sua própria culpa; outros são muito ricos por causa do mau uso de suas capacidades e de sua falta de escrúpulos. O pecado, tanto de uns como de outros, resulta em pobreza e miséria.
Nós, cristãos, igualmente temos os mesmos direitos ao uso dos bens materiais, mas ninguém tem o direito de acumular "bens mal adquiridos" - Hc 2.9 - nem o direito de usar egoisticamente até mesmo os bens adquiridos com o trabalho honesto, porque até de todos esses somos apenas os mordomos; Deus é o dono deles - Sl 24.1.
Assim é que, se Deus nos dá inteligência, saúde, capacidade profissional e trabalho, e progredimos financeiramente, não temos o direito de gastar excessivamente conosco mesmo, esbanjar riquezas, enquanto outros passam privações. De outro modo, corremos o risco de transformar-nos no "rico" da parábola do rico e do Lázaro - Lc 16.19-21.
A medida justa ensinada por Deus é o "estilo de vida simples" exposto por Paulo em 1Tm 6.7-8: "Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele" (citando Jó 1.21 e Ec 5.15) e prossegue "Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes".
Ostentação de riqueza é pecado; desperdício é pecado, bem como o acúmulo egoísta da riqueza. Toda a riqueza que possamos ter deve ter uma aplicação social também e não só individual e familiar.
Não temos que, obrigatoriamente, vender o que temos e dá-lo aos pobres, mas temos que ter o mesmo sentimento de solidariedade de Barnabé e dos cristãos primitivos, exposto em At 4.32: "E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns", e nos versículos. 34 e 35: "Não havia, pois, entre eles, necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um tinha".
Não basta ser dizimista. Deus não é Senhor só do dízimo, é Senhor dos 100%. Em Ml 3.8, Deus fala de "dízimos e ofertas". Temos que administrar criteriosamente os 90% que ficam em nossas mãos, e desses 90% devem sair as nossas ofertas, dadas por amor ao próximo, não por obrigação nem com avareza - 2Co 9.5-11. E em 2Co 8.14, falando ainda sobre as ofertas: "Neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade". Essa igualdade consistirá, não em todos serem igualmente ricos ou pobres, mas em todos terem "o sustento e com que nos cobrirmos".
Temos feito isso? Por que há cristãos muito ricos e cristãos vivendo "abaixo da linha de pobreza"? Todos os cristãos estão trabalhando diligentemente, ou há os displicentes? Todos estamos satisfeitos com “o sustento e com que nos cobrirmos", ou estamos sempre querendo mais, embora sejamos membros de um povo carente, que precisa de nossa solidariedade? Temos sido solidários com os irmãos pobres?
É pensando em tudo isso que estamos conclamando os irmãos a unirmos esforços e recursos para socorrer adultos e crianças nossos irmãos que passam grandes necessidades.
Temos um plano. Una-se a nós.
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