Mordomia e dízimo
Deus põe à prova o homem que Ele admite como Seu mordomo. Uma das provas criadas por Deus é a prática do dízimo, isto é, da dedicação do dízimo ao Senhor.
A palavra dízimo significa "décima parte" e pela primeira vez a encontramos em Gn 14.20, quando Abrão se encontrou com o sacerdote Melquisedeque e "Lhe deu o dízimo de tudo".
Em Lv 27.30-32 encontramos a "lei do dízimo", agora escrita por Moisés, e diz expressamente, por 2 vezes, "o dízimo é do Senhor", isto é, Deus não o dá , mas o reserva para o uso estabelecido por Ele mesmo. Não sabemos quando a lei foi estabelecida, mas já vimos que desde os tempos de Abrão era uma prática existente. Veja também Gn 28.22, com Jacó.
Os dízimos entregues pelos israelitas eram destinados principalmente ao sustento dos levitas (os membros da tribo de Levi) "pelo seu ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação" - Nm 18.20-26. Dos dízimos também uma parte era destinada a beneficência e serviço social, ou amparo ao "estrangeiro, ao órfão e à viúva" - Dt 26.12-13.
Que Deus continuou sempre exigindo o cumprimento de Sua lei, inclusive a do dízimo, fica claro em Ml 3.7-10, quando Deus repreende severamente os israelitas por sua infidelidade como mordomos desonestos. Ele usa aí o verbo "roubar", porque os israelitas ficavam com a décima parte que deveriam entregar no templo; era uma apropriação indébita.
Mas Deus faz solenes promessas àquele que cumpre Sua lei: "abrir as janelas do céu..." de tal modo "que dela vos advenha a maior abastança".
No Novo Testamento encontramos poucas, mas suficientes referências ao dízimo, para saber que o Senhor jamais revogou Sua lei, como fica claro em Mt 5.17-20. Quem se refere diretamente ao dízimo é Cristo, em Mt 23.2, 3 e 23; leia também Lc 11.42. Quando Cristo diz "deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas”, deixa claro que nosso dever é obedecer a lei do dízimo e não deixar de praticar "o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé", pois estas também fazem parte da lei.
A obediência, pela fé, resulta em receber bênçãos especiais de Deus; não é uma barganha ou um negócio que fazemos com Deus; não é isso que Deus propõe e podemos estar certos de que isso Ele não aceita.
Resumindo:
l. Deus instituiu a lei do dízimo em favor do próprio homem, pois Ele mesmo não tem nenhuma necessidade, visto que Ele é o Senhor de todos os bens - Ageu 2.8. Os dízimos eram, no Antigo Testamento, destinados ao sustento dos levitas, amparo de estrangeiros, órfãos e viúvas - Dt 26.12-13.
2. Em Ml 3.8-9 Deus tratou severamente os israelitas pela prática de reterem os dízimos e as ofertas, também regulamentadas no livro de Levítico; por exemplo, Lev 12.8, que trata da oferta de pessoas pobres, corno foi a oferta de José e Maria por ocasião da circuncisão de Cristo - Lc 2.21-24.
3. A lei do dízimo é um teste de fidelidade para provar os servos de Deus. Seu cumprimento exige confiança em Deus, fé no cumprimento de Suas promessas feitas em Ml 3.10, Sl 103.13, 17-18 e centenas de outros textos.
4. Muitos crentes fracos, cheios de problemas, desanimados, certamente terão suas vidas mudadas se passarem a confiar em Deus e se tornarem fiéis já, sem estarem pretendendo negociar com Deus. Ele não está interessado no dízimo em si, mas sim na sua fidelidade em tudo.
"Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito" - palavras de Cristo, em Lc 16.10. "Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei" - Mt 25.21.
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