“Cacoete”, segundo o Dicionário de Caldas Aulette, é “hábito ridículo, trejeito, contração muscular voluntário ou involuntário, sestro, mania, hábito”.
Pois certos cacoetes tem-se introduzido nos costumes de muitos crentes desavisados. Não são movimentos do corpo, mas, digamos, são cacoetes verbais, repetições verbais. Vamos citar alguns:
1. Orando, ou falando em público, muitos irmãos repetem, a cada 4 ou 5 palavras que dizem, a palavra “Senhor”, sem nenhuma razão, sem nenhum sentido, assim como algumas pessoas dizem constantemente “né?”, “tá?” ou “ahn!”. No caso de repetir-se a palavra “Senhor” automaticamente, isso não é respeitoso; ao contrário: é, de certa forma, usar em vão o nome do Senhor.
2. Conheço um pregador - e certamente há muitos outros - que, a cada dez ou vinte palavras ditas, introduz a frase “em nome do Senhor Jesus!”. Uma frase sempre inteiramente fora de propósito e do contexto, sem sentido. Além de ridículo, é também um uso impróprio do nome santo de nosso Senhor.
3. Outro dia, visitando uma igreja, notei outro cacoete que é muito comum, hoje. Um dos dirigentes do culto pronunciando um “amém!” inteiramente sem sentido, até mesmo quando fez um simples aviso sobre alguma reunião que haveria durante a semana; em seguida perguntava: “amém?”. Ora, a palavra hebraica “amém”, que passou para o português, o inglês e outras línguas nessa mesma forma, significa “assim seja”; expressa uma concordância, um assentimento e o desejo de que algo se faça - “tomara!” - e assim é que deve ser usado e nunca com uma interrogação.
O uso do “amém” é litúrgico e bíblico - veja-se, por exemplo, 1Co 14.16; Sl 41.13; 72.19; 89.52; 106.48; Mt 6.13; Ap 22.20-21. Não temos o direito de torná-lo uma expressão vulgar e sem sentido, um cacoete. Pregadores há que, desejando vaidosamente que o ouvintes concordem com afirmações pessoais deles, perguntam “amém?” e se o volume de voz na resposta for fraco, insistem: “amém, irmãos?”. É um costume que nada tem de bíblico, mas tem muito de anti-bíblico.
Lembremo-nos de que o culto público é o ponto culminante na vida religiosa do povo de Deus, a adoração do povo reunido. Lembremo-nos de que o culto deve sempre ser solene, por estar o povo conscientemente na presença de Deus, procurando adorá-Lo "em espirito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem" - Jo 4.23. Por isso mesmo não temos o direito de torná-lo vulgar. Ser popular não é ser vulgar; o culto deve ser sempre popular - do povo - e ao mesmo tempo ser sempre solene e digno do Senhor.
Cacoetes tornam o culto vulgar e ridículo, quando ele deve ser sempre "racional", inteligente - Rm 12.1 - digno e agradável ao Senhor e também a nós.
Verifique se você adquiriu algum habito assim; esforce-se para abandoná-lo.
1 comentário:
Todos esses cacoetes são muito irritantes mesmo, pelas razões que o senhor explica.
Faríamos um sensível progresso se conseguíssemos reparar somente essa falha nas igrejas.
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