No versículo 33, Paulo diz pela 3a. vez ao marido: “ame a sua própria mulher”.
A esta altura podemos enunciar uma conclusão: a união do casal deve ser tal que um pertence ao outro, sem perder sua individualidade; o que é de um é do outro igualmente. O que um ganha com o trabalho também é do outro. Finanças separadas podem comprometer a união completa. Isto gera ressentimentos. No casamento não pode haver egoismo de qualquer espécie; sempre altruísmo, respeito próprio e também ao outro. Sobre finanças, administradas também por ambos, teremos adiante outro estudo.
Conheci um marido tão machista quanto dominador e egocêntrico, que julgava que seu salário era exclusivamente dele, dando ele à esposa, diariamente, o que ele julgava ser suficiente para a esposa comprar ou pagar tudo que fosse necessário para a família; e num dia em que a esposa, cansada da sovinice do marido, retirou do bolso dele mais dinheiro, ele a considerou e tratou como ladra. Ele jamais a considerara como “sua própria carne” e não considerava seu dever sustentá-la condignamente, e aos filhos.
Também tem havido casos em que a esposa, por algum motivo, tem salário ou rendimento maior do que o do marido, e julga que isso é exclusivamente dela, como há também esposas dominadoras. O cônjuge que consegue dominar o outro, faz um grande mal a si mesmo, e a toda a família, enfraquecendo ou anulando a personalidade do outro.
Ora, se um se dá ao outro - e é o que deve acontecer em toda verdadeira união matrimonial - também o que é de um é também do outro. Comunhão total e universal de bens: os corpos, as capacidades, os problemas, as vitórias e insucessos, a saúde, a doença, tudo enfim.
Agora, observem: quantas vezes neste texto Paulo recomenda às mulheres serem submissas a seus respectivos maridos? São 3 vezes: versículos 22, 24 e 33. Quantas vezes diz Paulo aos maridos para amarem suas respectivas esposas? Também 3 vezes: versículos 25, 28 e 33. Quantas vezes recomenda às mulheres que amem seus maridos? Nenhuma! Por que? As esposas não precisam amar seus maridos? Sim, é claro! Por que Paulo não o diz? Por ser desnecessário: uma esposa só é realmente submissa ao marido quando o ama e ao mesmo tempo confia nele, assim como a Igreja ama a Cristo e confia nEle.
Perguntemos agora: Quantas vezes Paulo diz aos maridos explicitamente que sejam submissos a suas esposas? Nenhuma! Por que? No versículo 21 ele ensina a submissão mútua. O marido que ame a sua esposa, com inteligência e com verdade, jamais se tornará um déspota, dominador. Inteligentemente cederá, todas as vezes em que verifique que ela tem razão ou que, por algum motivo, convém a ambos o entendimento e não o atrito. Paulo não precisava dizer ao marido que ama a esposa, como Cristo ama a Igreja, que servisse humildemente a esposa. Se ele a ama, também a servirá.
Repitamos: submissão mútua - ora de um, ora de outro, ou o acordo em um “meio termo”, não é humilhação e subserviência. É atitude inteligente, quando se tem em vista o bem comum do casal e de toda a família. Para isso é necessário que haja em ambos muito amor ao outro; muita humildade e desprendimento, e a compreensão de que o marido não será feliz se sua esposa estiver oprimida e infeliz. Do mesmo modo a esposa não será feliz se seu marido estiver oprimido, deprimido e infeliz.
Parece que Deus fez assim: ou ambos são felizes, cada um procurando fazer a felicidade do outro, ou ambos serão infelizes, porque buscarão cada um a sua própria felicidade e não a do outro.
Paulo encerra inteligentemente o texto (versículo 33) quando diz:
“cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido”.
Respeito mútuo e amor mútuo é que dão condições para uma convivência agradável, respeitosa e uma vida feliz para o casal e depois, também para seus filhos.
Para marido e esposa cristãos não há outra alternativa senão “amar” o outro. Depois do casamento, especialmente na rotina do dia-a-dia, é que ambos vão se conhecer realmente. Então descobrirão, um no outro, muitas coisas de que não gostam. Isso é absolutamente normal.
Acontece, porém, que algumas descobertas são decepcionantes, e então um deles chega à conclusão de que “não gosta do outro”; por isso chega a considerar-se infeliz, julga que seu casamento não pode durar e vai se preparando psicologicamente para o dia em que conclua: “Meu casamento acabou! A solução é o divórcio”.
Tais cônjuges estão redondamente enganados! As Escrituras não nos ensinam que temos de “gostar” um do outro, gostar de sua maneira de ser. Determinam, exigem muito mais: temos de “AMAR”. E não nos dão nenhuma alternativa. Superar as diferenças e o que nos desagrada, é o caminho certo. Amor “romântico” é bonito, mas mão é o amor que as Escrituras nos ensinam. É o assunto do próximo estudo
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