Cuide-se! Procure ser atraente para seu marido ou sua esposa e, na intimidade, corresponda à expectativa de seu cônjuge.
A amizade entre o casal é de suma importância. O diálogo, o “bate-papo” descontraído, o lazer, a recreação, pequenas e grandes atenções dispensadas um ao outro, passeios juntos, camaradagem, são muito importantes. É necessário cultivar o “bom humor”. Seu melhor amigo deve ser seu cônjuge, aquele que o conhece muito bem, e está pronto a servi-lo em todas as horas e situações. Se possível, leiam juntos, estudem juntos, ajudem-se no trabalho, na vida doméstica, sejam companheiros em tudo, amigos que deram a vida um ao outro.
O amor espiritual também precisa ser cultivado, e está intimamente relacionado com a vida religiosa, a comunhão com Deus.
Ler a Bíblia juntos, orar juntos, adorar a Deus juntos, compartilhar a vida espiritual, tudo isso fortalecerá e enriquecerá em tudo a vida matrimonial; ajudará grandemente os outros aspectos ou níveis do amor.
Se fizerem isso, marido e esposa compreenderão claramente, e cada vez mais, que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus”- Rm 8.28. Compreenderão e terão mais condições para praticar isto: “quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus” - 1Co 10.31.
Não há incompatibilidade entre os níveis do amor no casamento; ao contrário, eles se completam; mas só no casamento, não fora dele. Sexo fora do casamento é prostituição. Casamento sem amizade é atrito constante. O amor “agápe” é o “vínculo” que une tudo com vistas à perfeição.
Qual deles é o mais forte ou o mais importante?
Seguindo a mesma ordem que seguimos até aqui: o amor “eros” é muito importante, indispensável; é ele que completa e consuma a união matrimonial, sem ele não há um casamento completo, pois a ordem de Deus inclui o sexo: “crescei e multiplicai-vos” - Gn 1.28. Este tipo ou nível de amor é fortíssimo, queima como fogo.
Mas, por outro lado, é frágil porque depende de várias circunstâncias e fatores: saúde física e disposição para o ato sexual; uma enfermidade passageira ou permanente pode comprometê-lo em parte ou totalmente, e os cônjuges devem saber disso. Isso significa que, se a união conjugal estiver alicerçada no sexo, ela poderá acabar e tornar-se uma grande decepção. Como base do casamento, “eros” é o mais frágil.
O amor “filía” (amizade) é, em certos aspectos, mais importante do que o sexo, porque se deixa de haver amizade entre o casal, entendimento e prazer na companhia um do outro; se há uma discussão azeda, um ressentimento, uma ira não resolvida, isso pode acabar temporária ou definitivamente com a atração sexual. Brigado, dificilmente um casal se relaciona sexualmente de modo satisfatório.
Então, cuidado! Cuide da amizade com seu cônjuge. Verifique se seus melindres, caprichos e exigências muitas vezes excessivos, não estão prejudicando seu relacionamento com o cônjuge. Verifique se é ele que está exagerando nesses melindres, caprichos e exigências; conversem sobre o assunto. Busquem sempre o “entendimento”, pois um desentendimento - às vezes por motivo insignificante - se não for bem resolvido, poderá ir crescendo como uma bola de neve, destruindo tudo o que vier pela frente.
Às vezes este aspecto do amor é prejudicado através dos anos, porque um dos cônjuges evolui e o outro, não. Um estuda, ilustra-se, muda sua maneira de pensar sobre aspectos importantes da vida, e o outro permanece onde estava há 5, 10 ou 20 anos. As próprias condições de vida sofrem mudanças. Então o casal que antes se entendia, começa a ter dificuldades de relacionamento. Convém que ambos procurem estar no mesmo nível intelectual. Um precisa acompanhar o desenvolvimento do outro.
Como um dos fundamentos da união conjugal, a amizade é importantíssima e mais resistente do que “eros”, mas também pode acabar se não for bem cuidada.
O amor espiritual, “agápe”, é o que tem condições de durar a vida inteira, porque não depende das condições físicas, nem das idéias e gostos, nem de afinidades ou interesses intelectuais e sociais. Ainda que falte tudo o que já foi mencionado como importante para o casal, 2 pessoas podem continuar se amando a vida toda, como marido e esposa; podem continuar unidos, féis um ao outro; podem superar as deficiências; superar de fato e ser felizes, tanto quanto é possível a felicidade na Terra.
Lembro-me de um casal, membros da primeira igreja que pastoreei. Relativamente moços, entre 40 e 50 anos de idade, amavam-se. Ela começou a sofrer um reumatismo tal que a levou para uma cadeira de rodas; suas pernas não tinham mais a mobilidade de antes. Um dia o marido me contou como ela estava preocupada com ele porque seu relacionamento sexual estava prejudicado. Ele lhe disse que não precisava ter tal preocupação. E continuaram se amando e sendo fiéis um ao outro, “até o fim” que um dia realmente chegou.
Lembro-me também de uma cena mostrada na televisão, numa “Campanha da Fraternidade”. Era uma cena real: um casal velhinho; ela, enrugada, feia, quieta, sem nada dizer, presa ao leito de enfermidade; ele, também feio, enrugado, sentado ao seu lado, igualmente quieto, sem dizer nada. Mas ambos de mãos dadas. O que representava essa cena: a atração física (sexo) se acabara; assunto para conversar, já era escasso; o que restava, porém, era o mais importante, que “dura para sempre”, o amor espiritual, de alma para alma.
Cuide dos três níveis do amor. Eles são o tripé que sustentará sua vida familiar equilibrada, feliz. Nenhum dos três pode faltar para uma felicidade completa. E prepare-se para continuar amando sua esposa/seu esposo “até o fim”, e na eternidade esse amor ainda existirá.
(continua com o estudo 6)
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