“Eros” é o que explica a atração dos sexos, e a paixão carnal, despertada pelos fatores físicos, mas também desaparece se estes deixam de existir: a beleza física, o apetite sexual ou libido, etc.
“Filía” é o que torna amigas duas pessoas que têm afinidades intelectuais: os mesmos gostos, os mesmos interesses, a mesma maneira de pensar. Forma grandes amizades, mas também pode desaparecer quando desaparecem essas afinidades, com a mudança de maneiras de pensar, de interesse intelectual ou estético, ou quando há choques de interesses e desentendimento entre as pessoas.
“Agápe”, o amor espiritual, não depende de qualquer fator físico, de condição social, de conceitos filosóficos ou mesmo religiosos, nem de interesses comuns. Na realidade, por maiores que sejam as diferenças e a ausência de afinidades terrenas, o amor agápe pode ser uma fortíssima realidade. Assim é que Deus nos ama. Será que Ele se agrada de qualquer aspecto do ser humano decaído, com todos os defeitos que temos, tanto físicos, como morais e espirituais? Apesar de tudo isso Ele nos ama, a ponto de dar o Filho, Jesus Cristo, para resgatar-nos da condenação e do pecado.
Um casal que se atraiu só por causa dos dotes físicos de um e de outro, pode desenvolver uma paixão irresistível. Essa paixão pode levá-los ao casamento. Mas se esse mesmo casal não verificar se tem grandes afinidades de gostos, idéias e maneiras de pensar; se a educação de um é muito diferente da do outro; os costumes, idem; se não conviveram um tempo suficiente, durante o namoro e o noivado para se conhecerem bem, para se ajustarem e desenvolverem o amor “filía” e o amor “agápe”, dificilmente essa união física será duradoura.
Quem busca o casamento instituído por Deus - profundo, verdadeiro e para durar a vida inteira, não pode se sujeitar a um “casamento de risco”.
Precisa, especialmente na fase do namoro, conversar muito, desenvolver a amizade, aprofundar as afinidades, e ver se há possibilidade de um casamento bem sucedido. Durante a fase do noivado, que é a fase em que já existe um compromisso de casamento, esse casal precisa planejar a vida familiar: verificar se tem todos os elementos necessários - além da afinidade física, muita amizade e amor espiritual. Além disso, verificar se tem todos os recursos para sustento da família; saber qual a despesa mensal que terão e qual a renda de que disporão; saber as condições de saúde de um e de outro, com os exames pré-nupciais, que hoje incluem o teste de HIV (!), tratar da saúde primeiro, antes de casar; saber onde e em que condições vai viver o casal. O termo é “planejar”.
O casal precisa se preparar em todos os sentidos - saber o que é casamento, as responsabilidades que terão no futuro, preparar-se financeiramente e espiritualmente, pois a família depende da bênção de Deus.
Voltando, agora, aos três níveis do amor: físico, intelectual e espiritual (eros, filía e agápe).
Nenhum deles pode ser negligenciado.
A atração física deve continuar existindo. Nenhum deve se tornar relaxado na sua apresentação pessoal, na sua saúde e na atenção ao relacionamento sexual do casal.
Uma pessoa pode ficar solteira a vida toda e manter a castidade e a pureza, sempre. Mas, se se casou, vai se relacionar sexualmente com seu cônjuge - e deve ser só e unicamente com ele. Vai criar hábitos e estes criarão a necessidade de relações sexuais periódicas. Esse aspecto da vida do casal não pode ser descuidado, como veremos no próximo estudo.
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