Creio que tenho involuntariamente imitado o profeta Jeremias até no aparente pessimismo, consumindo grande parte do tempo exortando a Igreja e denunciando os falsos profetas e os males do mundo ao nosso redor.
Nesse aspecto a televisão tem sido apontada por mim como uma das grandes fontes dos males que infelicitam o mundo e também afetam a Igreja.
Sob o título acima, o sr. Carlos Alberto Di Franco, chefe do Departamento de Jornalismo e professor titular de ética Jornalística na Faculdade Cásper Líbero, escreveu importante artigo publicado pelo O Estado de S. Paulo do dia 8/1/96.
Desse artigo extraio um trecho. “Os pais da geração transgressora, acuados pela desenvoltura da delinquência doméstica, recorrem à lucidez dos psicoterapeutas. E é aí que a coisa se complica. Como dizia Otto Lara Rezende, com ironia e certa dose de injustiça, "a psicanálise é a maneira mais rápida e objetiva de ensinar às pessoas a odiar o pai, a mãe e os melhores amigos. Na verdade, a transgressão não é apenas reflexo da falência da autoridade familiar: é uma agressão, um recado revoltado. E não há Disney que resolva. A sede é de família. A carência é de afeto. Pais ausentes, filhos delinquentes. Trata-se de um silogismo incontornável. Os meios de comunicação social tem desenvolvido um trabalho inestimável: a denúncia da corrupção, a defesa do meio ambiente e a promoção dos direitos humanos são, entre outros, sinais de uma imprensa responsável. Mas, ao mesmo tempo, essa mídia, sobretudo a eletrônica, presta excessivo culto à frivolidade. A sociedade desenhada nas novelas é um convite à transgressão. Todos os sinais são trocados. O recado eletrônico, permeado de cinismo, é eloquente: o mundo não concede matrícula aos honestos. A exaltação do sucesso sem balizas éticas, a trivialização da violência e a apresentação de aberrações num clima de normalidade tem transformado adolescentes em aspirantes à contravenção. A televisão, poderosa e influente, precisa receber um choque de responsabilidade ética. A cultura do egoismo está na outra ponta do problema... esquadrões de extermínio são apoiados... a morte do feto é defendida em nome da vida... a indigência não comove... é preciso superar a ética da omissão.” O articulista ainda prossegue.
Sim, os donos ou concessionários dos meios de comunicação precisam ter consciência para não serem corruptores como está acontecendo com a maioria; os artistas não podem simplesmente alegar sua profissão para desempenharem os papéis mais sórdidos e nocivos; os escritores de crônicas, artigos e novelas precisam tomar consciência de quanto estão colaborando para putrefação moral da sociedade brasileira, com seus escritos de baixo nível.
E nós? A nós compete instruir nossos filhos e menores sob nossos cuidados; estabelecer normas sadias para o bom uso da televisão e normas rigorosas para a seleção do que se vai ver e ouvir em nossas casas. Mas não apenas normas para nossas crianças, e sim para nós mesmos. Bom será se só a TV educativa for vista e ouvida, e com critério rigoroso alguns outros programas de outras emissoras.
Do mesmo modo como nenhum de nós deve permitir a entrada de tóxicos em nossas casas (a começar com bebidas alcoólicas), pelo mesmo motivo não devemos permitir a entrada dos venenos mortais trazidos pela televisão em geral. Observem a ética às avessas das novelas em geral: as pessoas de mau caráter (mulheres devassas, vilões do sexo, da violência e da desonestidade) em 90% dos casos se saem muito bem. Um psicólogo e psiquiatra (provavelmente psicopata também) todos os dias em seu programa faz o elogio da prostituição do “amor livre” do adultério e do divórcio, uma deputada federal sexóloga·faz a defesa dos direitos das lésbicas e homossexuais, dizendo que “só assim é que eles sentem felizes”.
Termino com dois textos de João e Paulo, “não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne, e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 João 2.15-16). “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4.8).
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