Na Bíblia existem muitos símbolos: objetos e gestos simbólicos. Ainda por ocasião da criação, no Jardim do Éden, Deus chamou uma árvore de “árvore da vida”, e chamou outra de “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn2.9). Nenhuma delas tinha algum poder mágico; Deus proibiu Adão e Eva de comerem os frutos da segunda. Obedecer rigorosamente a ordem de Deus era condição para terem a vida dada por Deus; desobedecer e comer do “fruto proibido” seria trazer para eles a morte.
Eva deu ouvidos à serpente (Gn 3.9 e Ap 12.9) – que simbolizava Satanás, o Adversário; Eva comeu e Adão também. Dessa forma perderam o direito de comer do fruto da “árvore da vida”, certamente morreriam, tornaram-se mortais ; este foi o castigo que Deus lhes impôs. Eles provaram o gosto da desobediência, o gosto do pecado, tornaram-se pecadores, uma herança que transmitiram à sua descendência, a humanidade toda. É simbólico também o ato de Deus expulsando-os do Éden, embora fosse um fato real.
O símbolo da “arvore da vida” é referido em Apocalipse 2.7.
“Levantar as mãos” ou “imposição de mãos” é também um gesto simbólico. Na luta dos israelitas com os amalequitas (Ex 17.11-12), enquanto o servo do Senhor permanecia com as mãos erguidas, os israelitas venciam; simbólica também era a “vara de Moisés”. Isto nos ensina que precisamos estar sempre intercedendo junto ao Senhor, uns pelos outros, pedindo a proteção de Deus. Não se esqueça de que o ato simbólico não é um ato mágico; ele apenas simboliza a intercessão e a desejada ação de Deus.
Assim também com a posição do corpo enquanto oramos. Orar de joelhos é símbolo de submissão a Deus, mas apenas símbolo. Orando em pé ou deitados, ou sentados, o que importa é que estejamos submissos à vontade de Deus.
Assim também a “imposição das mãos do Presbitério” - em 1Tm 4.14; assim também o levantar as mãos quando o pastor repete as palavras da chamada “bênção apostólica”. Alguns pastores dizem “recebei a bênção” e podem dar a falsa impressão de que eles dão a bênção. Não é assim, as palavras proferidas, contidas em 2Co 13.13 são uma breve oração; receber a bênção , efetivamente, depende da disposição do ouvinte e da vontade de Deus.
Como eu dizia no início, há muitos símbolos nas Escrituras: na celebração da Ceia, Cristo disse “tomai e comei, isto é o meu Corpo” (Mt 26. 26-28). Neste ponto Cristo está nos ensinando que precisamos alimentar-nos espiritualmente com a Sua Palavra, de tal modo que possamos dizer que Cristo habita em nós (Ef 3, 17; Cl 3.16).
É muito ruim confundir o símbolo com a coisa representada; nós não comemos o corpo de Cristo nem bebemos o Seu sangue. O levantar das mãos de Moisés não era um gesto mágico, como também não é o levantar das mãos do pastor quando impetra a “bênção apostólica”; porém o pastor não é obrigado a fazer esse gesto; faz porque é um costume adotado pela Igreja.
O que importa é que sempre, em tudo, obedeçamos a Deus, cooperemos com o Espírito Santo na obra de nossa santificação; que não nos deixemos enganar pela “serpente” - outro animal real, que representava Satanás. Leia Ap 12.9.
É oportuno lembrar a exortação de Pedro em sua mensagem do dia de Pentecoste: “Salvai-vos desta geração perversa” (At 2.40)
Essa geração pervertida, corrompida, materializa o que é espiritual, e perde a essência do ensino bíblico; despreza o ensino bíblico, especialmente a Ética cristã contida em todos os dez mandamentos, e são muitos os que professam um Evangelho sem Ética. A correta recomendação de Paulo é esta: “Não vos conformeis com este mundo”, ou não tomeis a forma deste mundo.
Importa pedir em tudo a iluminação do Espírito Santo, para que não nos enganemos e não sejamos enganados.
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