O assalariado e o patrão - Este  é  outro  ponto  importante  abordado  nas  Escrituras. Nos livros da Lei encontramos leis que visam a preservação do princípio de justiça. Por exemplo, em Levítico 19.13: “Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até a  manhã”. Isto significa que reter o salário do trabalhador, ou atrasar o seu pagamento propositalmente  é  uma  forma  de  opressão  e  roubo. 
Tiago, o irmão de Jesus, escreve uma severa reprimenda ao patrão injusto, que enriquece  pagando  mal  aos  seus  empregados: “Eia, pois agora, vós, ricos, chorai e pranteai por vossas  misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e os vossos vestidos estão comidos da traça, o vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tg 5.1-4). 
Em  Jeremias  22.13,  outra  advertência: “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que  se  serve  do  serviço do seu  próximo  sem  paga,  e  não  lhe  dá  o salário do seu trabalho". As relações entre patrão e empregado podem e devem aprofundar-se, de modo que passem  a  ser  parceiros,  ajudando-se  mutuamente. Um exemplo disto encontramos na Carta de Paulo a Filemon, com a qual ele está  enviando Onésimo - servo de Filemon - de volta ao seu senhor. Paulo não desacatou  as leis vigentes  nas  nações,  nem Cristo o fez, mas mostraram como no seio das nações com leis injustas,  pode  o  cristão  praticar  a  justiça. E diz a Filemon, o patrão, que Onésimo - antes um incrédulo, mas agora um cristão - fora  um  inútil, mas agora seria um cooperador de Filemon. Este deveria receber de volta o servo Onésimo,  porém, “não  já  como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado...”. O patrão pode ver no empregado não apenas “mão de obra”, mas sim um colaborador, um ser humano, e  entre  eles  pode haver uma relação de amizade. Essa mesma visão  pode  e  deve  ter  o  empregado.
Disto deu exemplo o próprio Cristo. Reconhecido pelos apóstolos como Senhor, Ele  se  dirige  aos  “servos”  agora,  nestes  termos:                                                                                                                 “Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe  o que faz o seu senhor, mas tenho-vos  chamado amigos;  porque  tudo  quanto  ouvi de  Meu Pai  vos  tenho feito conhecer”.
Evoluiu, ainda, o relacionamento entre eles, de modo que ao fim Ele, após a ressurreição, envia pelas mulheres a quem apareceu, esta mensagem: “...ide dizer  a  meus  irmãos  que  vão  a  Galileía,  e  lá  Me  verão”-  Mateus 27.10
(continua)
 
 
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