Sempre entendi a jubilação de pastores como uma honra concedida ao ministro que completasse 35 anos de ministério, ou chegasse aos 70 anos de idade. Honra como a emerência concedida ao presbítero ou ao pastor que servisse por longo tempo a uma igreja.
Por muitos anos o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil votava uma pequena verba para o jubilado, à guisa de modestíssima aposentadoria. Já vigorava a atual Constituição da Igreja. Poucos eram os pastores que continuavam ativos após a jubilação compulsória após os 70 anos. Depois disso a Previdência Social passou a admitir também a inscrição de pastores, concedendo-lhes a aposentadoria.
Mas, à medida que a média de vida do brasileiro sobe, porque melhora a qualidade de vida, cresce o número de jubilados no trabalho quase pleno, na assistência pastoral a igrejas. A experiência, o amor à Igreja que é o amor aos irmãos, cultivado durante 30, 40 ou 50 anos de ministério, compensam pelo menos em parte as deficiências físicas trazidas pela terceira idade.
Que bem faz ao jubilado saber que está sendo útil, ainda, na atividade pastoral, mesmo não exercendo plenamente a responsabilidade pastoral da igreja.
São muitos, atualmente, os pastores nessas condições. Boanerges Ribeiro foi assim até os 84 anos; ainda são assim pastores como Daniel Mariano da Silveira, Osias Mendes Ribeiro e outros, para só citar jubilados daqui da cidade de São Paulo.
Mas, que tristeza! Há aqueles que enxergam o pastor jubilado em atividade como um intruso, ocupando o lugar onde poderia estar outro, bem mais novo. Começa a ser visto como importuno, conservador demais, insistindo ainda em olhar como exemplares o apóstolo Paulo, Miguel Rizzo Jr., Avelino Boamorte, Boanerges Ribeiro, Felipe Landes, Erasmo Braga e outros, que só ambicionavam a honra de continuar servindo a Igreja dentro de suas possibilidades ainda existentes. Aqueles interpretam a Constituição da Igreja, artigo 49, como uma lei que decreta que o jubilado é um inválido e incapaz. O parágrafo 40 desse artigo precisa ser interpretado ou explicitado pelo Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Jubilação é isso – uma punição para quem ousou viver muito e insiste em ser útil? Ou é honorífica, como sempre se entendeu? Convém que a Igreja pense sobre isso.
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