Outro caso interessante foi o de um homem que batizei na “Casa de Detenção” do Carandiru – SP.
Eu era ainda pastor novo, da Igreja P. Ebenezer, no bairro de Santana, próximo ao Carandiru. Um dia fui procurado pelo evangelista que trabalhava na Casa de Detenção. Havia lá um velhinho que queria ser batizado. Fui, e ele me contou sua história.
Era viúvo, aposentado, vivia em sua própria casa, com a filha e o genro; “não precisava de Deus”, disse-me ele. Um dia, discutiu com o genro, ficou irado, pegou uma espingarda e matou o genro com um tiro. Foi preso e lá estava, na “Casa de Detenção”. Começou a ouvir programas evangélicos pelo radio. Converteu-se e agora queria ser batizado. Orei com ele e prometi dar-lhe uma resposta.
Procurei o rev. Avelino Boamorte, capelão evangélico da Penitenciária do Estado, também no Carandiru. Disse-me que ele não costumava batizar ninguém na cadeia, pois havia casos em que a pessoa se dizia convertida para receber o benefício da comutação da pena. Uma vez solto, voltava ao crime. “Mas, neste caso, eu batizaria”, concluiu.
Falei com o diretor e ficou marcado o dia do batismo. Foi montado um palanque, com microfone e alto-falante, e puderam ir ao culto os presos que quisessem. Comigo no palanque, o rev. Avelino, o evangelista e o novo convertido. Batizei-o.
O advogado desse irmão conseguiu que ele fosse transferido para o “Manicômio Judiciário”, em Franco da Rocha, que oferecia a ele uma ambiente melhor. Lá lhe fiz a última visita. Tenho guardado uma fotografia do batismo...
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