sexta-feira, dezembro 18, 2009

Vocação Pastoral

1Tm 1.1-12


Exordio - Floyd Grady, missionário, muito fiel às Escrituras e a Cristo, disse a jovens em um Congresso Nacional, em Salvador: "Jovem, se o Senhor o chamou para o ministério, por amor de Deus, venha! Mas se Deus não o chamou, por amor de Deus, não venha!" Dizia isso por causa da santidade do ministério da Palavra, dado só a quem Deus realmente chamou. Outros ministérios existem, dados por Deus, que também devem ser exercidos por quem Deus chamou.


Explicação - Timóteo, que Paulo chama de filho, era bem mais moço do que Paulo, de temperamento diferente do de Paulo, talvez tímido, precisava ser aconselhado, exortado e apoiado em seu ministério. Paulo faz muitas exortações a Timóteo, em suas cartas. No trecho lido, faz referência a coragem com que Timóteo devia enfrentar os falsos mestres que ensinavam "outra doutrina".

Paulo falava com autoridade e humildade, porque tinha consciência de ser apostolo e ministro da Palavra, não por mérito, mas porque Deus mesmo o havia chamado. Daí nosso tema: "Consciência e certeza da vocação de Deus".

1) Primeiro ponto a observar: o ser ministro da Palavra, era motivo para dar graças a Deus: "dou graças". Isto significa que ele não era apóstolo e pastor por mérito ou por ser capacitado, mas pela graça imerecida de Deus.

Essa consciência é essencial. Quando alguém pensa que é ministro porque tem estas e aquelas qualidades, começa a exibi-las, torna-se um "narciso", admirador de si mesmo. Pensa que é competente, que pode por si mesmo planejar e realizar a obra. Em geral se torna um fracasso; o tempo se encarrega de demonstrar isso.

Não é esse o pensamento de Paulo. Ele dava graças, por saber que, pela graça de Deus é que fora colocado ao lado dos apóstolos, no ministério da Palavra. Reconhecia que aquele que é chamado e enviado de Deus tem que fazer o que Deus quer, e não o que ele mesmo quer. Assim foi com Jeremias, a quem Deus disse: "...aonde quer que Eu te enviar, irás;e tudo quanto te mandar, dirás" (Jr 1.7). Esse consegue ter bem clara em sua mente o que Deus quer, porque mantém com Deus comunhão real, constante, e não ocasional.

2) Aquele que Deus chama é fortalecido por Deus: Deus lhe dá a capacidade para fazer até o que ele nunca imaginou. Foi assim com Abraão, foi assim com Moisés e com tantos outros: Deus lhes deu tarefas acima de suas capacidades, como também a Paulo: ser testemunha de Cristo junto aos gentios (At 22.21). Os fariseus nem consideravam os gentios como "o próximo", mas como pessoas desprezadas por Deus. Paulo, ex-fariseu, tinha que fazer esse trabalho: pregar especialmente aos gentios. Por isso ele precisava ser "fortalecido" ou "confortado" por Deus, como realmente foi. Em Atenas, falando a filósofos, Paulo não os agrediu por serem idólatras, mas falou-lhes de maneira sabia e mansa (At 17.22-31) e uns poucos creram, como está no v. 34.

3) Quando Paulo diz que Crista “o teve por fiel", está nos falando da necessidade de sermos em tudo fiéis a Deus: fidelidade na obediência aos mandamentos todos. Muitos, porém, tem quebrado os mandamentos. Adultério tem sido o pecado de muitos; amor ao dinheiro é o pecado de outros, a vaidade é o de muitos outros, e assim por diante. Um grande exemplo a ser seguido é o de João Batista: "importa que Ele cresça e que eu diminua". A vaidade não tomou conta dele. Vaidade e pruridos de intelectuais foram características de alguns que se desviaram, como esta nos vs. 6 e 7: "querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem, nem o que afirmam". O resultado: acabam nem entendendo a lei, incapacitados para ensiná-la, embora não reconheçam isso.

Aquele que quer servir a Cristo, guarde-se da vaidade, do academismo e da "mania de ser doutor". Precisamos, sim, de doutores na Igreja, como está em 1Co 12.28, mas doutores que com humildade sirvam a Igreja e aos irmãos; que antes de tudo sejam pastores que amem os irmãos.

4) Quando Paulo diz "pondo-me no ministério", não diz: "pondo-me no pastorado de igrejas grandes e importantes". Deus o pôs no ministério para ser pastor de igrejas pequeninas, nascentes, para ser pastor de soldados que o guardavam nas prisões em Roma - Fp 1.12-13. Jamais foi pastor, nem pretendeu ser, de igrejas grandes como Jerusalém ou a de Antioquia; por isso mesmo foi um inigualável semeador de Igrejas por toda a Asia menor e a Europa, da Grécia até Roma. E entre todos, Paulo é o espelho em que devemos nos olhar para seguir os seus exemplos, e não qualquer pastor da atualidade, que exibe as centenas ou milhares dos membros de suas igrejas; pastores cujas igrejas crescem numericamente, mas não crescem espiritualmente, nem na visão larga que teve a Igreja Primitiva. Pastores e igrejas centralizadores que na realidade pouco contribuem para o crescimento da Igreja Invisível, formada exclusivamente dos convertidos, salvos e fiéis.


Conclusão - Vale a pena ser pastor chamado por Deus, pastor segundo o “coração de Deus"; não há atividade mais digna e dignificante. Precisamos de pastores para grandes igrejas, mas quer seja de grandes ou pequenas igrejas, precisam ser pastores verdadeiros, à semelhança de Cristo e de Paulo - 1Co 11.1. Não vale a pena ser pastor se não foi chamado inequivocamente por Deus; esse vai ser um criador de problemas e um fracasso.

Hoje damos graças a Deus pela formatura de Eliseu que se prepara para ser um pastor. Mas há aqui muitos irmãos e irmãs com diferentes e importantes ministérios. A mensagem de Paulo é para todos nós. Graças a Deus por isso.

(sermão proferido por ocasião da formatura de um seminarista)

2 comentários:

Anónimo disse...

Amados sejam tbm seguidores do meu Site!
Obrigado!

Apostolo Ladislau Nunes!

Site do Apostolo Ladislau Nunes disse...

Amados sejam tbm seguidores do meu Site!
Obrigado!

Apostolo Ladislau Nunes!

www.apostoloquatroevangelhos@hotmail.com